quarta-feira, 8 de julho de 2020

AULAS PRESENCIAIS SÓ QUANDO HOUVER VACINA PARA A COVID

No dia 12 de junho, a comunidade da Universidade Federal do Ceará recebeu uma carta impressionante do reitor, que na realidade é um interventor, já que foi nomeado por Bolsonaro sem ter sido o mais votado. 
A carta era de outro mundo, um mundo em que a pandemia não existe, a universidade não foi afetada, e tudo continua normal (paramos com todas as atividades presenciais no dia 18 de março, quase 4 meses atrás!). A carta terminava com o que parecia uma ameaça: "Nos veremos PRESENCIALMENTE em breve".
Mas não mesmo! Se o interventor marcar aulas presenciais, ninguém vai aparecer. Prezamos pela nossa vida. Estamos sendo obrigados a voltar com as aulas remotas no final de julho, muito a contragosto da maior parte dos alunos, muitos dos quais não têm acesso regular à internet. Mas quebrar a quarentena para nos arriscarmos, jamais. 
Reproduzo aqui o texto do coletivo Juntos, que é contra as escolas voltarem às aulas presenciais enquanto durar a pandemia.

Nos últimos dias vem sendo colocado em pauta pelos governadores dos estados o planejamento de volta às aulas presenciais nas escolas estaduais. João Dória, governador de São Paulo, e Helder Barbalho, governador do Pará, já anunciaram as datas de retorno das atividades mesmo com a curva de contaminação crescente. Do Distrito Federal, onde há poucos dias ocorreu um decreto de calamidade pública devido à pandemia, o governador Ibaneis Rocha autorizou a reabertura das escolas, entrando para o hall dos piores governadores no tratamento da pandemia. Posições como essas colocam ainda mais em risco a vida dos estudantes, professores e técnicos das escolas.
O Brasil está em 3° lugar no ranking mundial de casos e mortes pelo novo Corona Vírus (Covid-19), ultrapassando a marca de mais de 1,4 milhão de infectados e 59 mil mortes [ontem: quase 67 mil mortes e 1.670.000 casos]. Temos uma crise política orquestrada por governos que não priorizam a vida das pessoas e que geram grandes incertezas e instabilidades. Colocar em perigo a vida dos estudantes e de suas famílias, dando-lhes a opção de ou ter uma educação de qualidade ou ter saúde, é algo que nós não podemos aceitar.
Essa iniciativa dos governos surge a partir uma pressão de empresários para o retorno às atividades normais da economia. Sabemos que a escola é uma instituição fundamental na construção do capitalismo e que seu funcionamento movimenta, além de muito dinheiro (seja na iniciativa privada ou pelo poder público), muitas pessoas e mercadorias na cidade. Para além desse fato fundamental, muitas empresas também têm o interesse pelo retorno das escolas já que esse é um local importante de cuidado dos filhos da classe trabalhadora, principalmente das crianças em idades mais tenras. Uma prova disso é que nos planos de retorno de atividades escolares em sua grande maioria privilegiam o retorno do ensino infantil.
Ao mesmo tempo, o interesse dos governos em atender às pressões de setores da economia que querem o retorno das aulas em nome de seus lucros não é percebido na busca por soluções ao problema de financiamento. Segundo o Movimentos Todos Pela Educação, a educação pode perder até 28 bilhões de reais da arrecadação dos estados sem nenhum sinal do governo federal e do MEC de solução a esse grave problema que pode levar a educação pública brasileira ao colapso.
É necessário ter um enfrentamento severo aos governos estaduais, pois mais uma vez a educação tem sido tratada como mercadoria. Não podemos aceitar que as vidas de milhares de pessoas sejam colocadas em risco por governadores irresponsáveis que colocam o lucro acima da vida. Atualmente vemos que não é só uma “gripezinha”, mas sim um vírus com alto poder de destruição de vidas não só no nosso país mas no mundo inteiro.
O ensino remoto é mais um exemplo de que o governo Bolsonaro e grande parte dos governos estaduais não se preocupam nem um pouco em salvar vidas, mas sim em salvar a economia. Mesmo com as insuficiências do ensino remoto, que exclui milhares de estudantes, não podemos deixar isso ser usado como discurso para forçar um retorno presencial. Por isso necessitamos continuar agitando nas redes sociais o não retorno às aulas enquanto a situação da pandemia não estiver sobre controle. 
É preciso exigir dos governos, ao invés desse retorno prematuro, um mapeamento dos estudantes que hoje se encontram sem poder assistir as aulas, e a solução desses casos com o envolvimento da comunidade escolar e apoio das secretarias de educação. Em defesa da vida dos estudantes, dos professores, e de todos os profissionais que trabalham na área da educação, dizer não ao retorno às aulas presenciais significa salvar vidas!

12 comentários:

Anônimo disse...

Te mandei um e-mail, Lola. Eu contatei a reitoria da UFC sobre essa publicação e sobre suas postagens criminosas a respeito do Presidente Bolsonaro.
Desejo-lhe uma excelente demissão. Se fode aí, porco.

Jaime Chargista disse...

Perfeito, Lola. Temos acompanhado a reabertura das escolas em países mais sérios, disciplinados e eficientes no combate ao coronavírus e mesmo nestes países, com todos os protocolos seguidos, novos casos surgiram entre alunos e professores, ocasionando o fechamento de várias unidades. Quando falamos de "comunidade escolar" estamos falando de um universo que corresponde a alunos, professores, funcionários, pais e suas respectivas famílias - o potencial de transmissão é enorme. Sabemos da pressão dos empresários para a reabertura da economia e entendemos principalmente as dificuldades do pequeno e microempresários, mas essa pressão deve ser dirigida não a prefeitos e governadores, e sim ao governo federal e ao ministro da economia. Estes é que podem formular planos e abrir linhas de crédito e empréstimos em condições excepcionais e facilitadas para que o empresariado de pequeno porte possa passar por essa pandemia com os danos minimizados. O que não pode acontecer é o sacrifício de milhares de pessoas para que a economia possa abrir timidamente e, no fundo, para o benefício do grande capitalista mais preocupado com suas viagens e compras de futilidades caras do que com vidas.

Anônimo disse...

Mandei mais um email para a reitoria da UFC, muito mais completo. Dessa vez exigindo sua demissão. Informei que montei um coletivo de 100 pais de alunos que estudam lá e que estão revoltados com sua presença como professora. Anexei vários prints seus com coisas absurdas que falou, inclusive contra o reitor.
Você está FODIDA, Lola. Isso no sentido figurado, no literal você será só demitida mesmo.

Anônimo disse...

Vamos parar uns 3 anos então, depois recupera. E economia para que? a comida vai surgir na mesa do nada.

Lola Aronovich disse...

Dicas pro mascu que está tentando fazer com que eu seja demitida: tente entender como funciona o sistema. Eu sou professora concursada. O presidente da república ou o reitor não são meus patrões. Não é assim: eu não gosto dela, quero que ela seja exonerada! Tem que abrir um processo administrativo, em que eu seria investigada e ouvida. Sobre o coletivo de pais e alunos que vc criou, sou professora universitária. O que vc inventou cabe melhor pra prof de fundamental ou ensino médio. Tenho pouquíssimos alunos menores de idade. Aliás, nem sei se tenho. Outra coisa: você anexou no email prints com coisas absurdas que falei na universidade ou no Twitter e no meu blog? Porque algumas pessoas podem achar que a liberdade de expressão me garante o direito de me expressar nas redes sociais. E tente desta vez anexar prints verdadeiros, não coisas que vcs criaram. Minha última dica é: evite enviar emails pro reitor ou pra quem quer seja com o nome do André Gil Garcia, porque é fácil descobrir que ele não está vivo, que ele foi um incel assassino covarde que matou uma moça que ele nunca tinha visto antes de se suicidar. Sei lá, tira um pouco a credibilidade do seu plano infalível número 3,052. Mas boa sorte, vai na fé.

Anônimo disse...

Isso não importa. O coletivo será de alunos, indignados com seus assédios sexuais pra cima deles, hue.
Temos algumas coisas muito boas que até mesmo um especialista duvidaria se é verdadeiro ou não. Aguarde.

Anônimo disse...

Mas isso não interessa. Quando a próxima condição para a sua não demissão for uma explosão a bomba nos arredores da UFC, krakrakrakra.

Anônimo disse...

E o Brasil não é o 3º lugar em número de casos, o país já é o SEGUNDO já faz mais de um mês!! Hoje já ultrapassou 69 mil mortos e tem quase um milhão e 800 mil infectados. Neste ritmo ultrapassaremos os EUA e nos tornaremos os campeões do mundo! Enquanto isto o vizinho Uruguai tem menos de 1000 infectados e 29 mortos. Isto é menor que o total de Porto Alegre!!! Uma cidade que tem menos da metade da população uruguaia!! E o Paraguai tem apenas 13 mortos e 1600 infectados. O Brasil é uma trágica desgraça total!!!! Muito azar de ocorrer isto no momento que temos o pior presidente da história do país!!

Meggasaber blog disse...

Sabendo como é lento a vacinas serem usadas amplamente, e realmente chegar a todos, pode estar certo.. Do jeito q vírus espalhou Brasil, se liberar a vira mortes q nunca finda mais.. Digo a vida no Brasil, sabendo como tá, como é a medicina.. Este vírus vai beirar 300 mil vítimas aq ...E num vejo voltar a normalidade de festas, e eventos,, em menos de três anos..

Anônimo disse...

Eu sei q essas pessoas tem mt deficiência cognitiva. Mas, porra, planos mirabolantes anunciados no blog? E os 5 soldados q tão em frente a casa da Lola e não vão entrar lá? Deve ser pq eles são q nem vampiro e só entra se for convidado.

Aliás, não era pra Lola já ter morrido? Quando era mesmo? Dia 11 de março? Deve ser mt mt divertido pros cebolinhas ficar inventando planinhos infalíveis. Krakrakrakra

Kasturba disse...

Aqui na minha cidade estão querendo reabrir escolas e creches...
Meu trabalho já está sendo presencial há um tempo (um monte de gente do trabalho já testou positivo, mas continua todo mundo indo trabalhar diariamente, sem máscara, com abraços e beijos, coisa de doido mesmo). Eu só estou em homeoffice ainda porque sou lactante e as creches estão fechadas, então tenho que ficar em casa com meu filho...
Mas quando as creches reabrirem, acredito que não terei mais justificativa pra continuar em homeoffice, e terei que voltar a trabalhar e deixar meu bebê na creche...
Isso está me angustiando tanto...
Primeiro, pela possibilidade do bebê ter que ser internado e isolado (já descobriram uma síndrome que crianças pequenas podem desenvolver se em contato com o vírus, diferente do que diziam anteriormente, que criança é quase "imune"),o que seria muito traumático pra ele, já que é um bebê e não entenderia o que está acontecendo... E segundo, pela possibilidade do bebê ser assintomático, mas eu e meu marido termos que ser hospitalizados e (mesmo considerando que nos recuperemos sem sequelas graves), não termos com quem deixar o bebê durante esse período de internação...
Isso sem contar com o caso mais grave, que seria um de nós vir a óbito...
Estou com muito medo, perco o sono pensando nisso...

Anônimo disse...

Por falar em vacina (e na lenda de "imunidade de rebanho"): vai ter vacina mensal???

https://www.publico.pt/2020/07/13/ciencia/noticia/imunidade-covid19-apenas-durar-meses-estudo-britanico-1924205