quinta-feira, 27 de setembro de 2018

NEM MESMO OS PASTORES CONSIDERAM ABORTO UM CRIME

Amanhã é uma data importante: o Dia Latino-Americano e Caribenho de Luta pela Descriminalização do Aborto
Para homenagear a data, e também para trazer uma visão pouco conhecida sobre o tema, publico o email que recebi semana passada de um homem que assina como Pastor X. 

Olá, Lola!
Eu sou pastor evangélico de uma igreja no sudeste há 10 anos. Infelizmente preciso ficar no anonimato. A denominação a que estou vinculado impõe restrições veladas (e outras mais explícitas) para que membros do clero exponham suas opiniões sobre política e outras questões sociais. E mesmo que não houvesse restrições vindas da hierarquia, eu não exporia abertamente o que penso pois escandalizaria a membresia da minha comunidade. 
Em certos ambientes conservadores o melhor que se pode fazer é apenas ocupar os espaços para impedir que sejam preenchidos por outros. Se eu não posso abordar os assuntos de maneira crítica e reflexiva, pelo menos não deixo que outros os abordem de forma ignorante e preconceituosa. E no trato pessoal sempre dá para deixar pistas para quem é inteligente fazer o seu próprio caminho.
Te escrevo para relatar algo ocorrido, imaginando que seja interessante o bastante para publicar no seu blog. A questão do aborto é tema sensível para os evangélicos e sempre acaba sendo tratada de forma indevida. Quando se toca no tema 'Descriminalização do Aborto' a maioria de nós entra em uma espécie de 'trava moral' que impede de olhar a questão racionalmente. Na cabeça dessas pessoas falar de descriminalizar o aborto é ser favorável a abortar e quem é 'a favor do aborto' é imediatamente rotulado como alguém perverso, imoral e porque não dizer, perigoso. A infeliz ironia é que as consequências dessa irracionalidade se mostram mais moralmente erradas do que alguém ser 'a favor do aborto'.
Há alguns anos uma pessoa da minha congregação me contou, durante um aconselhamento, o relato que segue. O casal queria muito ter filhos mas as gestações não chegavam ao fim. Ela apresentava uma condição que lhe fazia sofrer abortos espontâneos pouco tempo depois de engravidar. Em um desses casos, ao se dirigir ao hospital para receber atendimento, passou por uma experiência horrível. Foram quase duas horas sofrendo com dores na maca, sem atendimento adequado, por que o médico entendeu que ela tinha provocado o aborto e resolveu "puni-la" com a demora. Ele fazia insinuações do tipo: "Foi espontâneo, né? Sei..." e "Mas me diz, que remédio você tomou mesmo?". O médico conversava com um colega, sem nem ao menos ter o constrangimento de falar baixo para não ser ouvido, dizendo : "Deixa essa aí sofrer um pouco. Gente que não tem amor pelo filho tem de sofrer mesmo..."
Ela só foi atendida corretamente quando o marido chegou. Ao perceber que não se tratava de um aborto provocado, mas sim de um espontâneo, o médico mudou o tom de voz, deu toda a atenção à pessoa da minha igreja, fez o procedimento adequado (é curetagem que chama?) e inclusive indicou que ela procurasse um psicólogo.
Quando ela me contou esse relato eu associei apenas ao senso comum de dizer que o serviço de saúde público não funciona direito, que os médicos ganham pouco, etc, mas depois fui entender o que realmente aconteceu. Quase todos os casos de indiciamento de mulheres pelo crime de aborto são provenientes de denúncias feitas por médicos que as atenderam. Ao realizar um aborto, seja usando remédios ou por outro método qualquer, a mulher que precisar ir a uma unidade de saúde para receber atendimento, corre algum risco de sair presa.
Por isso quem aborta e vai ao hospital acaba tendo de dizer ao médico que o aborto foi espontâneo. E eles sabem disso. E os que têm uma mentalidade mais punitiva ficam pressionando, se aproveitando da fragilidade do momento, para que elas confessem.
O que essa narrativa me ensina? Que o aborto não deve ser crime.
Minha posição pessoal, que só expresso quando uma mulher pede minha opinião, o que já ocorreu duas vezes, é que não aborte. Não vou defender meu ponto nem a validade da opinião masculina sobre o assunto. O que estou dizendo é que tratar o aborto como crime e quem aborta como criminosa não adianta de nada. Além de não impedir ninguém de abortar, acaba cometendo uma injustiça contra quem sofre aborto espontâneo. O estigma de ser uma 'criminosa' é uma violência que nenhuma inocente merece. É melhor inocentar 1000 culpados que punir um único inocente. 
O meio evangélico precisa fugir da compreensão tacanha e simplista com que sempre trata publicamente o assunto. Na época de eleições políticos conservadores de direita aparecem para ganhar votos, prometendo uma cruzada pela vida e demonizando todos que falam em descriminalizar o aborto. 
É uma hipocrisia porque quando o assunto é tratado em âmbito privado, no momento do aconselhamento pastoral, nenhum pastor denuncia a 'ovelha' que 'confessa' que já abortou. Não conheço nenhum pastor que ao ouvir essa confissão trate a mulher na sua frente como criminosa e a aconselhe a se entregar na delegacia mais próxima. Nós, pastores, oramos, pedimos perdão a Deus, aconselhamos a não fazer novamente, etc, mas nem de longe passa por nossa cabeça querer que a pessoa seja presa. Perceba: Na prática diária, nem mesmo os pastores consideram crime!
Uma coisa é considerar uma prática errada, outra é achar que essa prática seja crime. O consumo do tabaco, para os evangélicos, é errado mas não é crime. O divórcio, na perspectiva evangélica, é algo errado mas também não é crime. Nós evangélicos consideramos errado quando alguém que pode contribuir financeiramente com as despesas da igreja não o faz. Alguém imagina que não entregar o dízimo seja um crime? Por que o aborto tem de ser?   
Tentando pensar além da visão tacanha de sempre, a verdade é que o aborto ser um crime afasta as pessoas de um aconselhamento. Alguém contaria a um desconhecido que pretende realizar um crime? É claro que não! Nas duas vezes que mulheres vieram pedir minha opinião elas já me conheciam e confiavam no meu discernimento. Isso me deu a chance de expor outros pontos de vista, sem um ambiente de condenação. Uma acabou fazendo o aborto. A outra resolveu continuar a gravidez e hoje tem uma linda filha. O ponto é que se realmente queremos que menos mulheres façam abortos, a melhor estratégia não é proibir mas garantir que todas que desejassem abortar recebessem antes um aconselhamento honesto e isento.
Na França a lei permite o aborto mas exige que haja um acompanhamento. Eu não sei como isso funciona na prática mas imaginando algo para o Brasil, poderíamos ter aqui uma certificação ou obtenção de um registro para conselheiros que atuariam quando uma mulher chegasse ao serviço público de saúde requerendo um aborto. Esses conselheiros deveriam seguir um código de ética que evitasse proselitismo e que trouxesse informações, não julgamentos, para a mulher que fossem atender. Veja como seria bom se pastores pudessem, atendendo às exigências, agir como conselheiros! 
Hoje nós só aconselhamos quem já está na igreja e nos procura. Com uma lei mais racional, poderíamos aconselhar muito mais mulheres. A ideia não seria "fazer a cabeça" delas para não abortarem mas sim estender a mão para quem está vivendo um drama e precisa de uma palavra de conforto e de orientação. Após receber isso, elas poderiam decidir com mais segurança. Hoje ninguém está ao lado de quem vai abortar. Muitas morrem e outras tantas sofrem. Quantas mudariam de ideia se tivessem com quem conversar? Quantas, ainda que decidindo abortar, estariam livres do sentimento de culpa e vergonha lhes acompanhando pelo resto da vida?
Eu escrevi para você, Lola, porque seu blog é muito lido e é uma referência no assunto. Imagino que muitas leitoras suas podem ter sofrido a mesma violência que a pessoa da minha igreja sofreu e que isso não devia ficar oculto. É mais uma razão para que se discuta mudar a lei, já que inocentes estão sofrendo uma "condenação", e nesse caso sem nem ao menos o devido processo penal ou a chance de defesa. Leitoras da Lola, o que acham? Vamos trazer essa realidade à tona? Aconteceu com mais alguém que gostaria de compartilhar (anonimamente)?
Agradecendo muito a Lola pelo espaço dado,
Pastor X

31 comentários:

Anônimo disse...

É... só se for da igreja do capeta. Aliás não entendo por que abortar se existe anticoncepcional,camisinha e vasectomia para mulheres que não querem ter filhos.A Lei disponibiliza o aborto para mulheres que tenham sido estupradas ou cujo feto ofereça riscos a mulher.A mim parece burrice se submeter ao aborto só para mostrar que é dona do seu útero, até porque o aborto não deixa de oferecer riscos a mulher. Na Inglaterra um médico usou o esperma de um rato e a célula qualquer do próprio rato para reproduzi-la sem a necessidade do óvulo.E nós Estados Unidos e Japão foi desenvolvido uma máquina que tem as funções de um útero permitindo a reprodução de um carneiro.Breve não precisaremos das mulheres para reprodução aí vai ser aquele mi mi mi se as crianças devem ser reproduzidas em laboratório ou por mulheres...vai lá entender o ser humano.

Anônimo disse...

O seu energúmeno, pra começar... Qualquer igreja é do capeta

Segundo: métodos anticoncepcionais falham, seu estrume, e TB oferecem riscos de saúde a mulher, seu demente

Terceiro: as mulheres abortam por que isso é um direito NATURAL delas, seu babaca, direito concedido pela própria natureza, sua anta

E muito antes q os humanos possam se "reproduzir" em laboratório, as mulheres já poderão se reproduzir sozinhas

É o sexo masculixo que irá pro saco primeiro, seu merda

titia disse...

11:20 A mulher não tomando nada nem usando nada tem 75% a 85% de chance de engravidar, mas:

20 em cada 1000 mulheres que tomam PDS vão engravidar.
6 a 20 mulheres de 100 que usam diafragma vão engravidar.
10 em cada 1000 mulheres vão engravidar com DIU de cobre e 5 em cada 1000 com o Mirena.
2 a 21 em cada 100 com camisinha.
1 a 80 em cada 1000 usando pílula e 3 em cada 1000 usando injeção.

Aí você pensa: liga as trompas, faz vasectomia no cara. Ainda assim, 5 em 1000 e 1 em cada 1000 mulheres vão engravidar, de acordo com a esterilização, respectivamente. Sem falar na burocracia e nas leis que não permitem que todo mundo que quer fazer, faça. E você ainda nos obriga a ler essa merda de que só engravida quem quer??

Fonte: OMS e Sociedade Brasileira de Ginecologia.
Link com todos os métodos e sua porcentagem de falha:
https://m.pharma.bayer.com.br/.../comparativos.../index.php

mh disse...

Anônimo 11:20

Não leu o relato do pastor x, né?
Que coisa... Que feio... sai por aí comentando coisas que estão sob seus olhos e nem ao menos se dá o trabalho de olhar para elas.
- A PEC que está tramitando criminaliza também os abortos em caso de ESTUPRO ou em caso de RISCOS À MULHER;
- Quem aborta não o faz para provar que seu útero lhe pertence, isso todas as mulheres já sabem.
- Um dos motivadores ao aborto é a situação de pobreza e/ou abandono das mulheres que buscam-no como último recurso. Nisso está incluso a grande maioria de homens que participam do ato sexual, voluntário ou não, e depois desprezam a gravidez.

Mas deixando de lado quem não lê o texto e ainda assim comenta, passemos para ele.

Horrorosa esse relato da fiel da igreja. Pior ainda o gráfico que traz a origem das denúncias. O sigilo médico-paciente não é sagrado. É ESTABELECIDO NO CÓDIGO DE ÉTICA das profissões vinculadas à saúde. Se há crime no caso relatado, o crime foi cometido pela EQUIPE DE SAÚDE que submeteu a mulher em questão ao imenso sofrimento relatado.

Fica a pergunta: quem procuraria um serviço de atenção à saúde sabendo que haverá denúncia à polícia?

Por um acaso médicos denunciam pacientes em caso de ingestão de medicamentos? Em caso de uso de substâncias ilegais? Quantas dondocas que tomaram o remedinho de dormir junto com um copo de vinho e foram parar no hospital foram denunciadas como criminosas às autoridades policiais?

Assim como se faz a lista negra daqueles que praticam o cerceamento de liberdade colocando trabalhadores em situação análoga à escravidão, defendo que se liste os PROFISSIONAIS QUE NÃO SÃO CONFIÁVEIS e que se boicote seus serviços.

Estou lembrando do caso de uma mulher que tão logo recebeu atendimento médico em consultório para ver sua situação após um aborto saiu do consultório algemada.
Preferem ver essa mulher presa ou morta? Não há outra opção quando não se cumpre o CÓDIGO DE ÉTICA, o qual se comprometeram a cumprir.

Por último, espero que os intransigentes pensem que cada vez que se manifestam "pela vida" e execram o aborto, o tiro sai pela culatra e podem estar condenando uma mulher à morte. Paradoxal para quem tem mais de 2 neurônios. Para quem tem menos, tanto faz...

mh disse...

PS: ao Anônimo 11:20

Há quem diga que mulheres ainda se casam porque vibrador não tira o lixo nem abre vidro de conserva com a tampa emperrada!

Anônimo disse...

Eu nunca tinha ouvido falar nessa história de médico denunciar a mulher que abortou para a justiça, já que o código de ética profissional impede exposição do que é relatado em consulta, com exceções bem restritas. Na verdade nunca ouvi falar de nenhum caso de mulher estar respondendo criminalmente por isso (é lógico que deve acontecer, mas nunca vi).

Quanto a descriminalização do aborto, diferentemente da legalização, isso é algo que o próprio STF já deveria ter consolidado em jurisprudência.

Anônimo disse...

12:30 Que nível heim!Argumentos nada!Pesquisa no Google pelo menos se atualiza.Bem menos antes do que vc imagina robôs estarão fazendo nosso trabalho

Anônimo disse...

Anon das 12:30

O sexo feminino não tem força para exterminar o masculino e não é interessante para o sexo masculino exterminar o feminino.
Acostume-se com o sexo oposto!
Devemos tolerar as diferenças.

Marina disse...

Pastor X, acho mto legal alguém que está inserido nesse meio conservador levantar a bola da descriminalização do aborto. Concordo com mto do que vc diz e discordo veementemente de um ponto, o aconselhamento obrigatório. Não acho que deva existir essa exigência. Veja, a questão é a autonomia da mulher sobre seu próprio corpo e obrigá-la a passar por um aconselhamento é violar essa autonomia tbm. Penso que é interessante ter centros de acolhida e aconselhamento para as mulheres que optam por isso, mas passar ou não por esse aconselhamento deve ser uma escolha da mulher e não uma imposição, sob o risco de continuarmos a patrulha sobre o corpo feminino.

Rafael disse...

"É... só se for da igreja do capeta. Aliás não entendo por que abortar se existe anticoncepcional,camisinha e vasectomia para mulheres que não querem ter filhos.A Lei disponibiliza o aborto para mulheres que tenham sido estupradas ou cujo feto ofereça riscos a mulher."

A pessoa que escreve esse tipo de coisa nunca teve um relacionamento, ou relações sexuais frequentes, simplesmente gravidez é um "risco" presente para quem faz sexo com ou sem proteção. Mais empatia, por favor.

Anônimo disse...

Inclusive uma das pautas do Bolsonaro é a descriminalização do haborto

Anônimo disse...

Meu filho eu não me impirto nenhum um pouco se vão criar gente por laboratório. A questão é que as mulheres FAZEM aborto quando não querem exercer a porra da maternidade e elas tem todo o direito de fazer. Quando não querem ser mães e engravidam contra a vontade, fazem o aborto. Ponto.
Não adianta chora, tanto o útero quanto o feto pertencem a ela.

EriCab disse...

Esse texto é genial, propõe a solução definitiva para acabar com abortos provocados:

"Se você quiser parar a prática do aborto, você precisa prevenir a gravidez indesejada. E os homens são 100% responsáveis pela gravidez indesejada. Sem exagero, eles são. Talvez você esteja pensando: “Duas pessoas são necessárias!” E, sim, são necessárias duas pessoas para se obter uma gravidez intencional."

"Mas toda gravidez indesejada é causada pela ejaculação irresponsável dos homens. Ponto. Não acredita em mim? Então, acompanhe meu raciocínio."


Texto completo:

https://medium.com/@provocacoesfemininas/vamos-acabar-com-o-aborto-be85c982401e

Anônimo disse...

O médico tem o dever de sigilo apenas no que diz respeito ao estado de saúde do paciente.
Ele não pode revelar a doença, o tratamento, etc. Mas pode e deve comunicar às autoridades a ocorrência de crime de que eventualmente ele tome conhecimento no e exercício da função médica.

É por isso que eles notificam o conselho tutelar quando uma criança aparece com sinais de maus tratos, ou um vulnerável aparenta ter sofrido violencia sexual. O aborto ainda é criminalizado infelizmente, por isso a obrigação da comunicação.

Na prática, porém, isso raramente ocorre. Muitos médicos tem um entendimento progressista, assim como promotores que atualmente quase não oferecem denúncias criminais por aborto (a não ser contra donos de clínicas clandestinas).
Claro que nada disso substitui a certeza de uma descriminação.

Alicia

Anônimo disse...

Quanto ao STF, existem várias decisões isoladas favoráveis a descriminalização até o terceiro mês, mas por enquanto sem efeito vinculante.

Alicia

Anônimo disse...

Sobre o texto.

Primeiro, como ateia convicta, eu pouco ligo pra validação das minhas opiniões por gente do clero/igreja. Geralmente parto da premissa de que se um pastor pensa assim, provavelmente eu penso assado. Mas fico feliz que existam cerebros pensantes dentro de ambientes que incentivam tão pouco o raciocínio lógico e a busca pela verdade.

A descriminalização do aborto é questão de (pouco) tempo no brasil, e vai ser pelo STF interpretando a constituição, assim como foi com o reconhecimento do direito à União estavel por casais homoafetivos. Não esperem progresso do congresso.

Eu já tive um posicionamento mais conservador em relação ao aborto e ainda tenho várias ressalvas quanto ao exercício desse direito (principalmente em relação ao tempo e a garantia de que o feto não sinta dor), como a exigência básica de orientação sexual aos jovens, acesso aos metodos contracepivos, orientação quanto ao planejamento familiar.
Eu sei que metodos contraceptivos falham, mas existem meios de minorar isso (combinar 2 métodos, não transar no dia da ovulação e nos dois anteriores/subsequentes).
Eu converso com amigas e vejo o quão ignorantes a maioria é em relação ao corpo. Não sabem identificar quando ovulam (tem mil sinais do corpo), não sabem nem a data da ultima menstruação. Enfim.
Ainda sim, filho tem que ser planejado, querido. Que usemos esse direito com responsabilidade (ou melhor, que nunca precisemos usar).

Alicia

Anônimo disse...

Na verdade a reprodução da humanidade é muito mais fácil e possível sem homem, sem a participação ínfima e insignificante do macho. Mas enfim, a questão é que ninguém deve ser obrigada a engravidar, permanecer grávida e ser mãe sem querer isso.

Anônimo disse...

Mulheres são mais fortes do que você imagina, seu moleque machista de merda. Mas de qualquer maneira não é preciso o uso de força física para parar de reproduzir o sexo masculino, basta usar o cérebro.

Anônimo disse...

Exatamente. Concordo plenamente com o seu comentário.

Anônimo disse...

Sim! Perfeito.

Jane Doe disse...

Poisé, Anônimo 27 de setembro 11:20. E você, o que tem feito para prevenir gravidezes indesejadas e abortos? Tem usado camisinha regularmente em todas as relações? Já procurou um urologista para fazer uma vasectomia? Ou você é mais daqueles sujeitos pró-morulas, anti-mulher, "pariu Mateus que embale", educação sexual é ensinar putaria?

Leia os dados que a Titia postou. Leia bulas de anticoncepcionais para saber sobre como interação medicamentosa e problemas gastrointestinais alteram o funcionamento dos contraceptivos. Elas podem ser encontradas na internet.
Considere o fator humano - ninguém é infalível e quase todo mundo já esqueceu de tomar um comprimido ou uma camisinha já falhou. Pense nos adolescentes descobrindo a sexualidade pela primeira vez e os erros que eles cometem.
Você acha mesmo que jovens de 15 anos tem qualquer condição de serem pais?

Já ouviu falar de parentagem responsável? De como criar seres humanos é exaustivo mas de suma importância? De que pessoas devem ter preparo pra isso?

Você não acredita mesmo que filhos deveriam ser uma forma de punição e não resultado de uma decisão consistente e pensada?

Apenas reflita...


Do mais, há médicos que não servem nem pra trocar curativo... Negar socorro se ainda não é, deveria se tornar crime punível com prisão, o bosta deveria perder o diploma e jamais pisar num hospital novamente. Nem pra limpar o chão...

Anônimo disse...

Uma das MINHAS pautas é enfiar o socão (de preferência vários) na cara de mascutroll otário folgado e sem noção do perigo...

Anônimo disse...

Não precisa! O sexo masculino se extermina sozinho mesmo kkkk

Marina disse...

Alicia, tá falando besteira em relação ao sigilo médico. O médico não é obrigado a reportar possível aborto, assim como pode até perder o CRF caso o faça -

http://direito.folha.uol.com.br/blog/aborto-medico-que-quebra-sigilo-pode-ser-processado

https://jus.com.br/artigos/37693/dever-de-sigilo-medico-crime-cometido-pelo-paciente

Anônimo disse...

Marina, realmente, falei besteira. O médico não apenas não eh obrigado, como também não deve comunicar abortamento provocado pela paciente.

De fato, o medico deve guardar sigilo, com raras exceções, como quando tem o dever legal de fazê-lo/justa causa. Anteriomente, entendia-se que o aborto era uma dessas situações de obrigatoriedade de comunicação.
Hj, porém, entende-se que a garantia do sigilo é um incentivo a paciente buscar ajuda médica qualificada.

Isso obviamente não se aplica às situações anteriores que mencionei (maus tratos, etc).

Obrigada por informar!

Alicia

Anônimo disse...

Alicia, você é um nojo. Troll repugnante.

Anônimo disse...

Justamente, Marina. Obrigada. Ia pontuar o mesmo!
Causa certa estranheza ver alguém que óbviamente tem enorme preocupação em fundamentar todos seus argumentos com letra de lei/jurisprudência/excertos de artigos jurídicos, escrever um absurdo desses!
Alícia (se é mesmo esse seu nome e gênero), vc trabalha no MPT, né? Claramente nao tem contato e familiaridade com direito penal/processual penal.

Anônimo disse...

Trabalho no MPF e tenho a humildade de reconhecer um erro, ao contrario de você que não tem nenhuma quando acerta. :)

Mas, se é do seu interesse, aborto eh um tipo penal não apurado na justiça federal, realmente não tenho contato profissional algum.

E por fim, obrigada por considerar meus comentários fundamentados. (Apesar de eu nunca ter trazido jurisprudências).

Alicia

Felipe Roberto Martins disse...

Gostei Lola. É preciso a ampliação de um debate sério, honesto e científico sobre o tema, acima de tudo, humano.

Anônimo disse...

Ué, querida(o), não foi vc que disse "Quanto ao STF, existem várias decisões isoladas favoráveis a descriminalização até o terceiro mês, mas por enquanto sem efeito vinculante" ??
Se isso não é citar um entendimento jurisprudencial eu nao sei o que é...
Não me falta humildade, de maneira alguma. Apenas desconfio das suas intenções e discordo de posicionamentos. Mas de fato, é possível que vc seja mesmo uma mulher (conservadora).

Anônimo disse...

Ah sim, mas vc deu a entender que isso era costumeiro da minha parte.
Enfim, se acalme. Realmente o stf vem decidindo assim isoladamente e eh questão de tempo termos uma decisão vinculante. Mas isso não eh pq sou da area, eh pq leio notícias.
A questão do aborto e do médico, foi realmente uma falta de indormac minha, nao pesquisei e nao tenho qualquer contato com a matéria no trabalho. Seguindo a lógica, por ainda ser crime, pensei assim.
Enfim.
Eu nao tenho intenção nenhuma comentando aqui e nao sei que proposito obscuro eu poderia ter... para de ser paranóica.
Eh irrelevante eu falar que sou mulher a nao ser que eu te passe meu nome verdadeiro e a gente converse por video, como isso obviamente nunca vai acontecer, fique aí como suas dúvidas.
Alicia