terça-feira, 17 de outubro de 2017

A REVOLUÇÃO VIVE: CEM ANOS DA REVOLUÇÃO RUSSA

Em “A Caixa de Pandora e a polícia voluntária”, um dos capítulos do excelente livro Os Homens Explicam Tudo para Mim, Rebecca Solnit diz que, depois que a caixa de Pandora (que na realidade era um jarro) foi aberta, não pode mais ser fechada.
“O fato de que uma mudança tão grande", diz ela, referindo-se à emancipação das mulheres, "tenha sido realizada em quatro ou cinco décadas é incrível; o fato que nem tudo tenha mudado de maneira permanente, definitiva, irrevogável não é um sinal de fracasso”.
E uma coisa influencia outra. Por exemplo, complica falar da Revolução Russa de 1917 como um fracasso. O pensador anarquista David Graeber diz: “a Revolução Russa de 1917 foi uma revolução mundial; em última instância, foi responsável também pelo New Deal [as medidas econômicas e sociais realizadas por Roosevelt na década de 30 nos EUA] e pelos Estados do bem-estar social na Europa, tanto quanto pelo comunismo soviético. 
"A última da série foi a revolução mundial de 1968 – que, tal como em 1848, estourou em quase todos os lugares, da China ao México, e não tomou o poder em nenhum lugar, mas mesmo assim mudou tudo. Foi uma revolução contra a burocracia estatal e a favor da inseparabilidade da libertação pessoal com a libertação política, e seu legado mais duradouro provavelmente será o nascimento do feminismo moderno”.
Sim, definitivamente: assim como há ligações estreitas entre o feminismo e a revolução socialista (já que o feminismo é, por si só, uma revolução), também há ligações entre o capitalismo e o machismo. Para Solnit, o capitalismo “encarna o pior que há no machismo, enquanto destrói o que há de melhor na Terra”.
Apesar de todas as forças conservadoras, as mulheres nunca se renderam. Solnit é otimista. Ela diz que tudo mudou, e que não há volta. “Naquela época [anos 1960], argumentar que as mulheres deveriam ser iguais aos homens perante a lei era uma posição marginal; hoje, argumentar que não devemos ser iguais é uma posição marginal nesta parte do mundo, e a lei está, de modo geral, do nosso lado”.
(Pessoas queridas, vou aproveitar o post para tentar de novo sortear entre quem deixar algum comentário aqui o incrível livro de Solnit. Mas vocês precisam ficar atentxs! Quem ganhar precisa me mandar um email com o endereço no mesmo dia, por favor!).
Agora é Outubro Vermelho, mês da Revolução Russa, mas não é um outubro qualquer -- é o centenário da revolução. Por isso, é muito pertinente avaliarmos sucessos e fracassos. Deixar de falar da Revolução Russa porque a União Soviética se esfacelou em 1991 parece ser uma tentativa de apagar a história.
Pra quem não sabe, antes da Revolução, que na realidade se deu em duas fases, em fevereiro e outubro, cem anos atrás, a Rússia vivia um modelo praticamente feudal, com uma monarquia comandada por um czar. 
Hoje considera-se que, sem as greves realizadas por mulheres operárias em fevereiro de 1917, a Revolução poderia não ter ocorrido. Tampouco teria acontecido se não fosse a 1a Guerra Mundial (e a imensa miséria causada por ela). Assim, com a intenção de acabar com a guerra e de lutar contra as opressões, a União Soviética se tornou o primeiro país socialista do mundo.
Volkov, 91 anos, neto de Leon Trotsky, falou anteontem (em vídeo apresentado no Congresso da Conlutas) da importância em "restabelecer a verdade histórica e deixar claro que o stalinismo é a antítese do comunismo e do socialismo, e vem sendo um dos maiores obstáculos".
Outra pessoa que falou no Congresso, através de um vídeo, foi a historiadora feminista americana Wendy Goldman, que lembrou que a Revolução Russa soube respeitar a questão das mulheres:
"Eles tiveram um dos programas mais radicais já vistos em respeito da emancipação das mulheres. Este programa ainda tem muita relevância. A ideia de mulheres emancipadas se baseou em três princípios básicos. O primeiro foi a ideia de amor livre, na qual nem o Estado, nem qualquer religião poderia atuar sobre os relacionamentos livres das pessoas. Para concretizar essa visão, tiveram que mudar aspectos da vida material. O primeiro foi que as mulheres precisavam ter independência financeira e autonomia. O segundo princípio era a total socialização do trabalho. Tarefas típicas de mulheres na época passaram a ser remuneradas. Finalmente, em 1920, a União Soviética tornou-se o primeiro país do mundo a legalizar o aborto".
Já em 1920 uma grande ativista, Aleksandra Kollontai, escrevia, mostrando que a Revolução também foi feminista: "O capitalismo colocou um fardo pesado sobre os ombros da mulher: a converteu em trabalhadora assalariada, sem reduzir seus cuidados como dona de casa ou mãe".
Para falar do centenário da Revolução Russa, convido o pessoal de Fortaleza para hoje, 17 de outubro, das 10h ao meio dia, comparecer a UFC. 
O socialismo foi/é uma alternativa a um sistema que concentra nas mãos de oito homens a riqueza de 3,6 bilhões de pessoas. Sim, é verdade: oito caras têm o mesmo patrimônio que metade da população mundial. Se você chama um modelo econômico desses de "sucesso", não quero nem ver o que você considera um fracasso. 

66 comentários:

Karen disse...

Oi, quero participar do sorteio.

Anônimo disse...

Sério mesmo que você acredita que a Revolução de 1917 foi benéfica para o povo russo? Com certeza o Czar Nicolau tinha sérios problemas, mas o que veio depois?

-A Guerra Civil russa, que durou até 1921 e devastou o país que já estava assolado pela fome.
-O falido governo de Lénin que não conseguiu recuperar o país arrasado por anos de guerra, fome e desunido.
-Com a morte de Lénin, outra grande luta interna pelo poder, com as principais forças sendo Trostky e Stálin.
-A Ascenção de Stálin, que se tornou no ditador absoluto da União Soviética, com perseguições políticas, prisão e assassinato de opositores, que culminou num longo período de terror que se calcula o número de morto na casa dos milhões.

Eu não me considero de direita, odeio o Bolsonaro e temo pelo país se houver um golpe Estado que traga os militares ao poder de novo. Justamente por ser contra esse tipo de governo, que eu não apoio ditador dito "comunista", "socialista" ou qualquer outro eufemismo e que não tem nada a ver com o real comunismo proposto por Marx, que não pregava um Estado gigante, mas que todos os trabalhadores fossem donos das suas produções - o que se assemelha mais com as cooperativas de hoje que esse governo russo tirânico.

Anônimo disse...

Quantos milhões morreram nesta revolução? e os direitos humanos na União Soviética eram respeitados?

Unknown disse...

Sempre leio, nunca comento. Mas agora que vai rolar um sorteio, cá estou porque quero o livro da Solnit rs. Espero que tudo bem... Beijos, luciano.

Wellington F disse...

O capitalismo é um sistema que cria desigualdades e as naturaliza. Foi o capitalismo que ajudou a consolidar a ditadura do homem, branco, heterossexual e burguês. Apesar do socialismo "não ter dado certo", ele ao menos provou que é possível vivermos numa sociedade mais justa e igualitária.

mariana. disse...

Oi Lola! Quero participar do sorteio :)

Anônimo disse...

A Prof. Dana Heller disse que a autora tinha uma "visão social anárquica" e o Manifesto tinha "teorias quase utópicas" e uma "visão utópica de um mundo em que a automatização e os sistemas de (re)produção em massa tornarão o trabalho, o intercurso sexual e o sistema monetário obsoletos". De acordo com a revisora do Village Voice B. Ruby Rich, "SCUM era uma visão global firme, inflexível" que criticava os homens por muitas falhas, incluindo a guerra e não curar a doença; muitos, mas nem todos os pontos, eram "bastante precisos"; alguns tipos de mulheres também foram criticados, sujeitos à mudança das mulheres quando os homens não estão por perto; e o sexo (como em sexualidade) foi criticado como "explorador".

Heller argumentou que o SCUM Manifesto mostra a separação das mulheres em relação aos recursos econômicos e culturais básicos e, por causa da subordinação psicológica aos homens, a perpetuação feminina dessa separação. Robert Marmorstein do Village Voice disse que a principal mensagem de SCUM incluía que "os homens estragaram o mundo" e "não são mais necessários (mesmo biologicamente)". Jansen disse que Solanas considerava os homens "biologicamente inferiores". De acordo com Laura Winkiel, o Manifesto quer que o capitalismo heterossexual seja derrubado e os meios de produção assumidos pelas mulheres. Rich e Jansen disseram que a tecnologia e a ciência seriam bem-vindas no futuro.

Anônimo disse...

Excelente artigo. Mas acho que faltou a ponderação pelos milhões que morreram em regimes comunistas/socialistas, seja defendendo o sistema em guerras ou aniquilados por serem subversivos às ditaduras de esquerda; Eis alguns números: desde a Revolução Russa, só na União Soviética (20 milhões), na China (65 milhões), entre outros. Não sei se os pró-socialismo falam desses números, e sei também que o Capitalismo é um sistema que tende a concentrar renda, mas acredito que não haverá mais oportunidade ao Socialismo no mundo. Há de se fortalecer em cada sociedade a democracia e promover distribuição de renda via impostos, taxar pesadamente grandes fortunas. Não vejo outro caminho. O resto é sonhar com o paraíso...
Gilbert

Anônimo disse...

Vai passar umas férias num gulag, vai, Lola.

Camila Primieri disse...

Comentando porque eu quero o livro (:

Guidi disse...

Quero participar do sorteio!
Beijocas

Unknown disse...

Comentando para concorrer ao livro!

Unknown disse...

Tb sempre leio e nunca comento. Mas, como quero participar do sorteio, cá estou eu!

Carol Machado disse...

Eu quero o livroooo tá na minha lista mas tá faltando $$$

Unknown disse...

Adorei o texto e quero o livro! Bjos

Anônimo disse...

Revolução socialista e feminismo estão ligados? As atletas olímpicas da ex URSS mandaram lembranças.

Unknown disse...

Oie lola conheci seu blog ontem nem sei como mas ja adoro esta me ajudando a entender melhor sobre oq esta acontecendo aos redores e dessa forma organizar melhor meus pensamentos enfim quero particiapar do sorteio bjos adorl seus textos

Maisa Tuasca disse...

Olá! Gostaria muito de ganha o livro, pois, vai me ajudar na minha pesquisa de mestrado sobre a representação feminina nos cartazes para recrutamento militar. Muito obrigada! Abraços!

Clara Cissa disse...

Oi Lola, quero participar do sorteio. Nunca comento, só observo!!! Prefiro o Twitter ��

Anônimo disse...

Hora de aceitar que o Capitalismo não deu certo

E que podemos criar um novo sistema

Esse não é um texto escrito por um cara de esquerda, que sempre levantou a bandeira do socialismo.

Esse é um texto escrito por um cara que sempre foi um capitalista.

Desde que eu comecei a formar minha visão de mundo, eu fui influenciado pelas maravilhas do mundo capitalista. Eu era daqueles que achava incrível a meritocracia, que achava que eram as grandes corporações que promoviam a evolução da sociedade, que precisávamos do livre mercado.

Nas aulas de história eu secretamente comemorei a vitória dos Aliados sobre o Eixo, mesmo sendo de origem japonesa. Eu queria que conseguíssemos criar um Estados Unidos da América aqui no Brasil.

Ou seja, eu tenho todos os motivos para ter vergonha de mim mesmo hoje. Mas não tenho. Tudo isso foi preciso para eu compor minha visão de mundo e compreensão da vida.

Quando eu começo a criticar o sistema, algumas pessoas dizem. “Mas o socialismo não deu certo”

E é aí que eu digo que o Capitalismo também não.

Me desculpem, mas um sistema que leva ao esgotamento dos recursos naturais e desconexão com a natureza, à vidas infelizes com empregos de merda, à desigualdade de oportunidades e padronização de uma vida mecanizada e valorização das pessoas erradas não pode ser considerado um sistema que deu certo.

Vou explorar aqui alguns pontos.

https://blog.gustavotanaka.com.br/hora-de-aceitar-que-o-capitalismo-n%C3%A3o-deu-certo-ce0ab6125049

aiaiai disse...

viva a revolução!

e viva o sorteio. Eu também quero o livro da Solnit.

Non Exzyklon disse...

As táticas variaram ao longo dos anos e tornaram-se mais moderadas ou mais duras em momentos diferentes. As táticas comuns incluíam confiscar propriedades da igreja, ridicularizar a religião, ofender seus seguidores, e propagar o ateísmo nas escolas. Ações contra religiões específicas, no entanto, foram determinadas por interesses do Estado, e as religiões mais organizadas não foram proibidas.

Algumas ações contra padres e crentes ortodoxos, juntamente com execuções, incluíam a tortura, sendo muitos enviados para campos de prisioneiros, de trabalho forçado ou hospitais psiquiátricos.[25] [26] [27] [28] Muitos Ortodoxos (junto com grupos étnicos de outras religiões) foram também submetidos à punição psicológica ou tortura e experimentos de controle da mente, a fim de forçá-los desistir de suas convicções religiosas.[26] [27] [29] Durante os primeiros cinco anos do poder soviético, os bolcheviques executaram 28 bispos e mais de 1.200 padres ortodoxos russos. Muitos outros foram presos ou exilados.[1]

Flora Valls disse...

Oi, quero participar do sorteio :D

Anônimo disse...

a) Lola eu gostaria de sugerir um post sobre a vereadora Taliria Petrone que foi atacada na net ela ate fez um video ela e feminista negra vereadora em Niteroi

Lola Aronovich disse...

Anon das 18:19, vc pode deixar um link pro vídeo da vereadora, por favor?

Anônimo disse...

E foi um sucesso em, Stalin, Lenin grandes homens que influenciaram depois na China Mao Tsé Tung. Só gente boa, não e fácil deixar Hitler em quarto de uma lista.
E ate hoje tem seguidores fieis, basta ver aqui em Banania como os canhotos fecham os olhos para as barbaridades que ocorrem na Venezuela de maduro.
Bem mas como dizia Mao; " A revolução não e um convite para danças" seguido por Ché "Fuzilamos e continuaremos a fuzilar"
E via la revolucion.

Anônimo disse...

Vocês sabiam que hoje na Polônia tanto nazismo quanto socialismo/comunismo são proibidos pela constituição?
Sim, a Polônia conhece os dois sistemas de perto, na pratica. Quando os nazis invadiram a Polônia mataram como loucos, dai o exercito vermelho de Stalin tomou a Polônia dos nazis e...mataram 3 vzx mais, inclusive queimavam igrejas ortodoxos com fieis dentro para afirmar a "laicidade do estado"

Anônimo disse...

E os ideais de revolução Russa foram tão bons que ate hoje a Russia e comunista, A União Soviética e um sucesso, centenas de cidadãos de Miami fogem da opressão ate Havana em jangadas improvisadas com garrafas pet e em Berlin ocidental a população derrubou a marretadas o murro que os capitalistas fascistas levantaram para ninguém fugir indo em seguida para uma boa fila de pão. :)

Anônimo disse...

Hoje a Russia e o maior país territorial do mundo e totalmente subpovoado. Os ideais comunistas da revolução russa são sentidos ate hoje na baixa taxa de natalidade do país, o que afeta diretamente a economia. O comunismo matou o conceito de família do povo russo, destroçaram a religiosidade, induziram a juventude a bebedeiras de vodka e a infidelidade conjugal, e logico em um estado comunista não existe o direito de herança então para que gerar
bastardos sem pai onde o estado prometia o céu e entregava o inferno, junte-se isto a uma politica abortista degenerada em uma ideologia coletivista fanática sem freio moral e pimba, fracasso de um país rico em recursos mas de povo traumatizado e subpovoado.

Anônimo disse...

"A ideia de mulheres emancipadas se baseou em três princípios básicos. O primeiro foi a ideia de amor livre, na qual nem o Estado, nem qualquer religião poderia atuar sobre os relacionamentos livres das pessoas."

Como eram tratados os(as) homossexuais nessa época?

Anônimo disse...

Nós cristãos conservadores resistimos ao Império Romano, aos Hunos, aos Mouros,resistimos aos comunistas. Acham mesmo que um bando de feminazi gordo mau amada e uns maricas vão nos destruir?

Unknown disse...

Adoro literatura, principalmente se ligada ao socialismo/comunismo.

Um dos pais do socialismo cientifico, Carl Marx, concordava um anarquista francês chamado Pierre-Joseph.

Pierre-Joseph afirmava que: Em uma sociedade pós-revolucionaria, as mulheres deveria se oporem a tudo que fosse privado, inclusive o casamento. Na visão desse francês: o casamento era uma forma de propriedade privada exclusiva, e que para combater essa propriedade privada as mulheres deveria sair do privado e passarem a pertencer ao coletivo.Ou seja se prostituirem.

Não é a toa que dentro da revolução-cultural socialista , a prostituição tem merecido um destaque.

Sou mais um a concorrente para ganhar o livro. Quero ver o que essa feminista tem a dizer.

Unknown disse...

...deixar claro que o stalinismo é a antítese do comunismo e do socialismo... (sic)

Como é que é? Antítese?

Stalin foi mestre insuperável da dialética marxista em todas as suas diversas atividades de estadista, na esfera da vida econômica e política e no terreno das relações do país socialista com o mundo capitalista.

Só depois da fracassa experiência da sociedade soviética, mas foi do jeito que Marx e Engels desenharam, é que o discurso mudou: "Interpretar Marx errado", "Existe uma antítese entre a Stalim e Marx", " A URSS não foi obra de Marx" e ...

Me poupe.

Bela Campoi disse...

Oioi, Lola... Gostaria de participar do sorteio.
Bjs

nádia c. disse...

quero participar do sorteio!!

Natália disse...

Olá, Lola! Gostaria de participar do sorteio :)

Cristiano Machado disse...

Belo texto mesmo...

Manda esse livro pra mim, Lola, vou dar de presente pra minha companheira :)

renata disse...

Oi Lola, gostaria de participar do sorteio. Bjs

Mel disse...

Quero participar! 😘

Unknown disse...

Gostaria de participar do sorteio :) Ótimo texto!

Thaís disse...

Adoraria ter um comentário pertinente mas só tô comentando pelo sorteio, vai que cola, né?

Vincitrice disse...

Mais um post excelente! Quero esse livro para carregar comigo e mostrá-lo toda vez que um homem resolver me explicar alguma coisa que eu já sei.

Marina Oliveira disse...

Quero participar do sorteio Lola!
😘

Anônimo disse...

O legal é que a revolução Russa e a Cubana deram muito certo né Lola? Tanto que um monte de Americanos arriscam a vida em pequenos botes na fuga para Cuba...

Unknown disse...

Gostaria de participar do sorteio. Li uma entrevista da autora do livro e gostei muito

Unknown disse...

Nossa, tanta bobagem nesses comentários... Lola, seus textos são sempre tão bons! Obrigada por isso :)

Anônimo disse...

Estou escrevendo um livro também, chama se " Como ser um idiota"
Capítulo 1- gaste metade do que você ganha com impostos.
Capítulo 2- gaste a outra metade com serviços que o estado prometeu mas não cumpriu.
Capítulo 3- culpe o capitalismo.

Anônimo disse...

Quem são as grandes feministas, ativistas gays e ativistas trans dos países comunistas e socialistas puros?

Rafael disse...

O século XX começou com essa Revolução.

donadio disse...

"Stalin tomou a Polônia dos nazis e...mataram 3 vzx mais, inclusive queimavam igrejas ortodoxos com fieis dentro"

Igrejas Ortodoxas? Na Polônia?

Por que eu tenho a nítida impressão de que você não tem a mais remota ideia do que está falando?

donadio disse...

"Um dos pais do socialismo cientifico, Carl Marx, concordava um anarquista francês chamado Pierre-Joseph."

Se Marx concordava tanto com Proudhon, por que se deu ao trabalho de desmontar as teses de Proudhon em "Miséria da Filosofia"?

Êêêêêêêêê inguinorança...

donadio disse...

"Quem são as grandes feministas, ativistas gays e ativistas trans dos países comunistas e socialistas puros?"

Alexandra Kollontai, Inessa Armand, Nadejda Krupskaia.

Você está misturando a aula de história com a aula de química. Não existe essa bobagem de "comunismo puro".

Também, até por definição, não existem nem podem existir "países comunistas", puros ou não. Comunismo só pode existir como um sistema internacional.

A União Soviética foi o primeiro país a legalizar o aborto, em 1920, assim como o primeiro país a revogar a legislação repressiva contra a homossexualidade (em dezembro de 1917).

Anônimo disse...

"Nós cristãos conservadores resistimos ao Império Romano"

Vocês não resistiram ao império romano. Vocês são a unica institução do imperio romano que sobreviveu a sua queda, governou a europa por mil anos e continua existindo até os dias de hoje.

Unknown disse...

É maravilhoso que a Revolução Russa e a instauração do comunismo (tristemente mal conhecido, por voluntária ignorância da grande maioria) também tenha sido feminista. O capitalismo não liberta as mulheres e nem ninguém.

Unknown disse...

"Miséria da Filosofia"????

Nesse livro, o idiota, só tocou em assuntos econômicos.

Argumentou contra Adam Smith, Ricardo e Pierre-Joseph no campo da economia, sobre os valores, da divisão das classes e ...

Respondendo para mais um atingido pelo raio idiotizador de Paulo Freire.

Anônimo disse...

"Vocês não resistiram ao império romano. Vocês são a unica institução do imperio romano que sobreviveu a sua queda, governou a europa por mil anos e continua existindo até os dias de hoje"
Antes do império Romano se tornar cristão no reinado do imperador Constantino, os cristão por seculos eram presos e jogados aos leões nas arenas pelos romanos.
E mesmo depois de os ramnos se tornarem cristãos resistiram ao terrível império Otomano (meus descendentes armênios não tiveram a mesma sorte, 1,5 milhão mortos apernas por serem cristãos em 1917)
E graças a esta resistência na segunda cruzada hoje não somos obrigadas a usar burca ou hijab.

Anônimo disse...

Tem razão Donadio, Stalin nunca mandou matar ninguém e defendia os cristãos russos, ucranianos e poloneses. Você sabe exatamente do que fala, reconheço.

Anônimo disse...

A revolução russa deixou seu legado. Mas agora as suas cinzas estão se apagando.

O capitalismo é mal executado, porém me parece o ideal.

donadio disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Cara Valentina disse...

No livro "Libido Dominandi: Sexual Liberation and Political Control", E. M. Jones conta em um capítulo sobre Alexandra Kollontai, sobre como as suas ideias de dirigente feminista foram logo rechaçadas, não apenas por Lênin e Stálin, mas pelas próprias mulheres das populações rurais. Até hoje os russos acham essas modas ocidentais coisa de gente fraca e suicida. A aristocrática Kollontai abandonou um filho e um marido para convencer mulheres pobres a fazerem o mesmo, e quebrou a cara, graças a Deus.

A URSS, principalmente no início, foi esse glamouroso parque de diversões apenas para os visitantes progressistas ocidentais. Na casa de Jorge Amado há uma fotografia dele e Zélia Gattai em Moscou no melhor estilo "férias da elite em Miami". Tão logo se cansavam do show "pra esquerdista aristocrata estrangeiro ver", voltavam para suas confortáveis vidas no Ocidente.

donadio disse...

"Tem razão Donadio, Stalin nunca mandou matar ninguém e defendia os cristãos russos, ucranianos e poloneses."

Deixa de maniqueísmo, babaca. É evidente que Stalin é responsável por um bom número de mortos, e que não "defendia cristãos", fossem russos, ucranianos ou poloneses (até por que para defender uns, teria de usar violência contra outros - matar cristãos ucranianos era um antigo divertimento para cristãos poloneses, e vice-versa).

Mas mentira é mentira. Stalin não matou "3x mais" poloneses do que Hitler, e não é difícil verificar isso. Hitler exterminou cerca de 8 milhões de poloneses - incluindo 3 milhões de judeus. A população da Polônia antes da guerra era de 35 milhões. Se Stalin tivesse matado três vezes mais, teria matado 24 milhões de poloneses. E a população da Polônia no fim da guerra seria de... 35 milhões - 8 milhões mortos por Hitler - 24 milhões mortos por Stalin = 3 milhões de pessoas. Mas era de 24 milhões (e recomeçou a crescer imediatamente após o fim da guerra), então suas contas simplesmente não fecham.

Não é por que eu não gosto do Hitler que eu vou sair por aí espalhando que ele invadiu o Império Otomano só para estuprar as mulheres do harém do sultão. Ficaria ruim pra mim, não pra ele.

"Você sabe exatamente do que fala, reconheço."

Bem mais do que você, que não tenha a menor ideia do que está zurrando.

Cara Valentina disse...

@donadio:

"A União Soviética foi o primeiro país a legalizar o aborto, em 1920, assim como o primeiro país a revogar a legislação repressiva contra a homossexualidade (em dezembro de 1917)."

O governo da URSS ia e voltava com essas medidas. Largavam e puxavam a coleira de Kollontai, por exemplo, de acordo com as necessidades demográficas, como se o povo fosse gado. Ora usavam o feminismo ocidental, ora a tradição do povo russo para expandir ou reduzir a força de trabalho de determinadas regiões. Nas mãos do planejamento estatal, aborto e homossexualidade são ferramentas técnicas.

Não teve "caixa de Pandora". Essas opções são milenares, a URSS apenas as instrumentalizaram como vários outros Estados modernos vinham fazendo desde Vestfália.

donadio disse...

Sérgio Carneiro, você nem sabe o nome do homem, que você insiste em chamar de "Pierre-Joseph".

As discordâncias entre Marx e Proudhon são profundas, e não é possível isolar o assunto em que você insiste (a famosa posse comum das mulheres) da economia. Por quê? Por que a crítica que Marx vai fazer a essa posição é justamente que ela trata as mulheres como um assunto econômico:

Mas os comunistas iriam introduzir a comunidade de mulheres, grita a burguesia em coro.

O burguês vê a sua esposa como mero instrumento de produção. Ele ouve que os instrumentos de produção serão explorados em comum, e, claro, chega à conclusão de que o destino de serem exploradas em comum tocará também às mulheres. Nem suspeita de que o verdadeiro objetivo é acabar com o status das mulheres como mero instrumentos de produção.
(Marx, Manifesto do Partido Comunista, 1848)

E você repete ipsis literis a mesma bobagem que o burguês satirizado por Marx: como você acha que mulheres são meios de produção, e portanto propriedade, para você obviamente a propriedade coletiva dos meios de produção implica a propriedade coletiva das mulheres. E repete a asneira desmascarada por Marx, 170 anos depois. E eu é quem sou idiota...

Não é segredo para ninguém que tenha estudado o assunto que a influência maior sobre Marx, no que toca à questão feminina, entre os precursores do socialismo, nunca foi Proudhon, e sim Fourier, e o que Fourier pensava era o seguinte:

A mudança de época histórica pode sempre ser determinada pelo progresso das mulheres em direção à liberdade, pois é na relação entre mulher e homem, entre fraco e forte, que a vitória da natureza humana sobre a brutalidade é mais evidente. O grau de emancipação da mulher é a medida natural da emancipação em geral.

Por outro lado, você erra também em relação a Proudhon. A posição deste em relação ao assunto pode ser lida no seu "Catecismo do Casamento" (http://libertarian-library.blogspot.com.br/2012/06/p-j-proudhon-catechism-of-marriage.html). É fácil de ver que Proudhon está bem mais próximo do padre católico vulgar do que da posição que você lhe atribui.

Enfim, você parece simplesmente repetir, acriticamente, posições atribuídas a Marx ou a Proudhon por detratores que não leram as obras, ou que simplesmente propagam mentiras ideologicamente interessadas. Em outras palavras: não acredite no que Olavo de Carvalho escreve, por que você passará vergonha em qualquer discussão com pessoas que entendam minimamente do assunto. O homem é um charlatão da pior espécie.

Anônimo disse...

Excelente texto. Recomendo também o canal da Editora Boitempo no YouTube, com vários vídeos sobre os 100 anos da Revolução Russa, com destaque para o motor revolucionário que foi o papel das mulheres: https://www.youtube.com/user/imprensaboitempo/videos

Sofia disse...

Oi, Lola!
Também quero uma chance de ganhar o livro, se ainda estiver rolando o sorteio \o/

Não querendo abusar da sua boa vontade nem nada (sei que o blog e o livro são seus e vc faz como vc quiser), mas peço que vc considere quando for fazer um sorteio deixar a data que vai sair o resultado. Isso pode favorecer uma resposta rápida da parte de quem ganhar. De qualquer forma, obrigada por sortear esse livro at all.

lola aronovich disse...

Pessoas queridas, com muito atraso, sorteei o livro, finalmente. Antes, fiz uma lista com todas as pessoas que participaram dos comentários (excluindo os anônimos. Gente que comentou mais de uma vez, eu só coloquei a primeira vez que comenta). Veja a lista aqui.
E o resultado do sorteio (e anúncio dos próximos sorteios) está aqui.