quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

GUEST POST: CULPA E VERGONHA POR TER SIDO ESTUPRADA ENQUANTO INCONSCIENTE

Recebi este email da D.

Curiosamente navegando pelo Google e buscando informações sobre “Boa Noite Cinderela”, acabei no seu blog e fiquei chocada com o que li neste relato. Isso me deu coragem para dividir a minha história com vocês.
Bom, em 2015 eu conheci um cara legal do trabalho, saímos algumas vezes e logo quando percebi que ele não me dava a mínima e só queria se divertir (não que eu ache isso errado, apenas não era meu propósito no momento, que fique bem claro), decidi por um ponto final. 
A partir desse dia ele ficou insistindo para nos vermos, disse que me levaria para jantar, cinema ou qualquer lugar que eu quisesse porque gostava de mim, mas eu não aceitei. Não quis mais por perceber que o cara não passava de um enrolado. 
Logo depois ele começou a namorar uma moça do trabalho e não tivemos mais contato. Por volta de seis meses depois surgiu a oportunidade de eu trabalhar no departamento dele a convite do nosso atual chefe e aceitei. Porém, ele voltou a me chamar para sair e eu sempre recusando. Quem organizava o happy hour da galera era ele mesmo, então eu nunca ia nesses encontros.
Em agosto de 2015 recebi o convite novamente e comentei que estava pensando em ir, ele falou que seria legal, que ia bastante gente. Eu realmente estava a fim de ir, então fui, eu e uma colega de trabalho de carona com ele. Chegamos ao bar e só tinha mais uma pessoa (engraçado que o resto da galera não foi nesse dia). 
Bebemos cerveja e não me lembro de mais nada, simplesmente apaguei e acordei na cama dele nua (eu estava menstruada e fiquei constrangida, pois além de estar nua havia uma mancha de sangue na cama). Quando acordei fiquei assustada. Ele me disse que eu havia passado muito mal, mas não precisava ficar preocupada que ele havia cuidado de mim -- brincou. Pediu desculpa por ter me dado banho, mas como ele mesmo disse, já tinha me visto assim. Eu, que ainda estava meio grogue, ri. Ele estava excitado e me fez carinho, me abraçou por trás e me lembro que logo dormi novamente. 
Quando acordei, por volta das 11 da manhã, me dei conta de que eu tinha faltado no trabalho e fiquei desesperada. O telefone da casa dele estava tocando, atendi, e era ele, falando para eu ligar para minha família e avisar que estava tudo bem e para deixar a chave com o porteiro. Na hora fiquei envergonhada em pensar o que eu ia falar para minha família, afinal teria tomado um porre de bebida e nunca fiz isso na minha vida. Liguei no trabalho e falei que estava no médico, mas meu erro fatal que não me perdoo foi não ter ligado pra minha casa. 
No momento não pensei direito, eu não assimilava muito bem, do jeito que sou preocupada com o trabalho e minha família, teria agido diferente, só que isso não aconteceu, eu estava mal, meio confusa e me considerava uma bêbada, senti vontade de vomitar, mas não tinha mais nada para colocar para fora e saíam lágrimas do meu olho de dor, meu corpo tremia, fui ficando sonolenta e o sono aliviava minha dor, então dormi de novo, estava com uma baita dor de cabeça, minhas roupas estavam nojentas, cheias de vômitos e eu não lembrava sequer de ter vomitado. 
Quando acordei novamente já eram por volta das 16h, tomei um baita banho, fui ao shopping, comprei uma roupa nova.
Procurei meu celular, não encontrei, mesmo assim fui comprar uma roupa, pois a minha estava sem condições de uso e eu não tinha coragem de chegar em casa naquela situação. Vou poupar os detalhes do trajeto, mas passei muito mal, inclusive na farmácia, onde a atendente ajudou. Quando voltei, liguei para casa e estavam todos desesperados, já haviam publicado no Facebook, me dado como desaparecida pela polícia. E o tão gentil amigo foi trabalhar, viu todo sufoco da minha família e não falou absolutamente nada para eles. 
Eu primeiramente falei que havia sido assaltada (já planejava isso), me assustei com a quantidade de pessoas em casa, pois não queria falar do porre de cerveja, que vergonha imensa seria.
A partir desse momento que encontrei minha família só sabia chorar por me sentir culpada de fazer todos eles passarem por aquilo e confesso que até agora não consegui superar essa culpa. No dia seguinte, com mais calma, chamei minha família e expliquei direitinho, mas não falei que acordei nua.
Depois o dito cujo me encontrou no trabalho e me contou que eu havia passado muito mal no bar, que eu havia vomitado tanto que todos do bar se afastaram e que ele me levou para casa dele porque já me conhecia e já tivemos um caso e ele quis ajudar. Perguntei a ele se realmente havíamos feito sexo enquanto eu estava inconsciente, ele riu e disse: "Claro que fizemos e você sabe que queria isso, não venha dizer que foi culpa do meu carinho, não parecia que você não queria, você quis". Então eu ainda sem entender que havia sido abusada, apenas envergonhada, logo perguntei se ele usou camisinha. Ele disse que não porque eu não pedi.
No dia seguinte chamei minha colega do trabalho que havia ido conosco e falei que estava envergonhada porque havia passado mal no bar e vomitado muito. Para minha surpresa ela disse que não cheguei a vomitar muito, que eu comecei a ficar sonolenta e vomitei um pouco perto da mesa, e nosso amigo “bonzinho” pediu para ela pegar o carro que ele iria me levar embora (mas não disse para onde). Ela ainda me falou que ele me carregou nos braços porque eu estava praticamente desmaiada e ela chegou a comentar se não seria melhor me levar ao médico, e ele disse para não se preocupar.
Minha mente ficou uma confusão: eu era culpada, mas ele não era? Por que não me levou ao médico? Por que não me levou pra casa? Por que não avisou a minha família? Simplesmente foi trabalhar e me deixou desacordada no apartamento dele.
Pior: eu defendi esse covarde no início, pensei na sorte que tive por ter sido socorrida por  alguém que já me conhecia. Claro que ele pode ter se aproveitado [Nota da Lola: Isso tem outro nome: estupro], mas quem me verá como vitima se já me relacionei com ele no passado? Até eu pensava assim, me calei para não perder o emprego. 
Com o tempo na terapia entendi realmente que deveria superar isso. Lógico que as pessoas vão me julgar, achar que eu quis. Passo por isso na minha família. Não contei aos meus pais sobre a relação com o cara, pois não sei como minha família reagiria a isso. Mas aos mais próximos, irmãos, amigos, contei (foi a pior coisa que fiz, porque tirando minha irmã, todos me julgam). Me sinto triste e culpada por não ter avisado as pessoas que amo, mas que droga, porque fui dormir e não liguei?!
A novidade é que ele conseguiu outro emprego e saiu do trabalho, só assim pude superar isso em paz.
Obrigada pelo seu blog, obrigada por todo apoio.

98 comentários:

A mãe dos gato tudo disse...

D., espero de coração que você tenha superado.
Eu sempre tive essa preocupação com beber entre "semi" conhecidos. Sempre fui em pouquíssimos happy hour, nas festas que ia/vou nunca deixo meu copo na mesa se vou ao banheiro ou dançar por exemplo e não bebo em copo que alguém, quem quer que seja, pegou pra mim. Só bebo quando o garçom traz ou vou no bar pegar.
Uma vez bebi tanto que quase tive um coma alcóolico, vomitei, sentei no chão do banheiro da festa em que estava e fiquei quase 2 horas grogue até um amigo (amigo de verdade) entrar lá e me trazer pra (minha) casa. Eu não apaguei, lembro de tudo, e lembro que em momento algum ele tentou qualquer coisa que seja.

Infelizmente sei que esse meu amigo é exceção, mas sonho com o dia que não seja.

Anônimo disse...

Nunca se relacionem de novo com o mesmo homem, nem no sentido de amizade, dá essa merda ai.

Anônimo disse...

E esse cara ainda deve se considerar um cidadão de bem... que nojo desses caras...

titia disse...

D. admiro muito a sua força em vir aqui e contar tudo. Não sinta vergonha e nem culpa, porque você não tem culpa de nada, o único culpado é o canalha criminoso que se aproveitou da sua boa fé pra te estuprar. Ele é que deve sentir a culpa e a vergonha de ter feito o que fez. Não se culpe nem mesmo por não ter ligado pra sua família, afinal você ainda estava processando o que te aconteceu e precisava desse tempo. Não se culpe por nada, porque nada disso é sua culpa. Nada. Também desejo de coração que você consiga seguir em frente e se libertar cada vez mais do mal que ele te fez. Você é forte e corajosa, há de conseguir a vitória no final.

E só quero dizer uma coisa: mulherada, não tenham medo de serem grossas. Se algum idiota estiver te pentelhando, seja ex que quer reatar, seja amigo que quer "sair da friendzone" e não esteja entendendo uma recusa educada (ou esteja fingindo não entender, claro) manda logo tomar no cu. Se grosseria é a única linguagem que esse tipo de babaca entende, então vamos falar sem medo.

Marcia. disse...

D., eu sinto muito por tudo o que lhe aconteceu. Esse cara foi um canalha, e ele o sabe.
Caso contrário, por que não te levar para a casa da sua família? Por quê não avisar para alguém que você estava mal no dia seguinte? Um canalha estuprador, como tantos outros... Não duvido nada que ele mesmo não tenha drogado você.

A culpa não é sua, a culpa nunca é de nenhuma vítima. O que aconteceu com você poderia ter acontecido com qualquer uma de nós.

Espero que você fique bem.

Alan Alriga disse...

Por isso que o Brasil precisa de pena de morte para estuprador.

Anônimo disse...

Na moral, como é que vocês podem afirmar que ela foi estuprada e não ficou bebada e deu pro cara porque quis? Nem ela chama de estupro

Anônimo disse...

Querida D., diria que a primeira coisa que você deveria fazer parar se se culpar, pois isso visivelmente está te consumindo. Você não é culpada de nada. Certamente sua família ficou preocupada e sofreu, mas e você? Foi você a abusada, certo? Pense em você e se trate bem, se perdoe.
Queria poder te dar um abraço,mas fica aqui um axé bem grande e o desejo de superação total.
(Caso ajude, pense que sua felicidade provocará o mesmo sentimento em sua família, sua irmã e todos que se preocupam com você.)

Beijos

Anônimo disse...

Anônimo das 17:31, é simples, muito simples: ela não disse sim, e ela estava bêbada.

Não se faz sexo com uma pessoa bêbada, Mesmo que ela diga sim, o que não foi, nem de longe, o caso.

E a maioria das vítimas não chama estupro de estupro por que babacas como você as julgam o tempo todo. Parabéns por passar pano para estuprador...

titia disse...

17:31 porque ela não estava em condições de consentir. Ela estava semiconsciente e nem mesmo conseguia ficar em pé enquanto o amigo estava perfeitamente sóbrio, ou seja, ele aproveitou que ela visivelmente não tinha condições de consentir (porque OBVIAMENTE quem não consegue ficar em pé e andar sem apoio não está em condições de consentir com um ato sexual, por que eu ainda tenho que explicar isso pra um adulto supostamente inteligente?) e estuprou a D. Essa história de que a mulher tava bêbada ou drogada a ponto de nem ficar em pé sem apoio mas consentiu só existe em filme pornô, coleguinha; na vida real isso é crime e se chama estupro. E não esqueça que a D. foi DROGADA com um boa noite cinderela, quem você acha que fez isso e com que objetivo? A amiga, pra roubar a bolsa dela? A conhecida do cara, pra rir da D. enquanto ela vomitava? De novo, por que eu tô tendo que explicar isso pra um adulto supostamente inteligente? Sei lá por que a D. não chama de estupro, mas o fato é que FOI. Não chamar estupro pelo devido nome não faz com que não seja estupro. Repito, por que tô explicando isso pra um adulto supostamente inteligente?

Aí depois quando dizemos que as mulheres NUNCA, mas nunca mesmo devem confiar em homem nenhum, nós é que somos as feminazis misândricas que merecem ser queimadas na fogueira...

Anônimo disse...

Eu já passei por isso e o pior nem foi a violência em si, porque a droga não fez todo o efeito esperado e na hora da tentativa de estupro consegui reagir, me arrebentei inteira mas ele não me estuprou (era um desconhecido). O pior foi a minha mãe me falando que eu era uma vagabunda por ter saído desacompanhada de macho e, depois, meu namorado dando a entender que a culpa de tudo tinha sido minha.

Não existe um crime em que se culpe mais a vítima do que o estupro, é fato.

Anônimo disse...

Adoro os comentários da titia. Ela é verdadeira e direta.

Sobre o relato em si, só queria desejar o seguinte: Tudo de bom para você, D. Espero que o que aconteceu deixe de ser (ou continue não sendo) mais um problema na sua vida.

Anônimo disse...

Que bom que os comentários estão sendo moderados. Está mais agradável comentar alguma coisa (e ler o que já comentaram).

Anônimo disse...

"mas quem me verá como vitima se já me relacionei com ele no passado?"

Mulher que é estuprada pelo próprio marido passa por isso também. Inclusive estupro marital não é crime em tantos países assim.

Anônimo disse...

Eu também gosto dessa moderação mas dá pra melhorar né?

A pessoa manda guest post, abre o coração, passou por uma experiência horrorosa de vida, acho que ela não precisa ficar lendo gente questionando se foi estupro ou não.

Revitimziar a vítima é dar continuidade a essa tortura e, de certo modo, ser conivente com a situação.

Anônimo disse...

Que tristeza existir homens assim que acham que as mulheres são objetos sexuais sem direito algum ,porque esses homens repugnantes não se masturbam sozinhos hora bolas pq o abuso que ele fez contra vc não foi sexo foi uma violência. Força querida tente superar e seguir a vida já que não pode denunciar esse verme por hj não ter mais provas.Tente esquecer é o único jeito focar em outras coisas para não se consumir de dor e revolta.Um abraço de paz para vc e lembresse vc é a vitima que caiu numa cilada de forma alguma vc fez algo para merecer um estupro.

Anônimo disse...

Lola, gostei do seu blog. Um assunto bacana que você poderia abordar seria o racismo implícito que é feito de forma sutil pela grande mídia. A ideia de que só o padrão europeu é o belo, enquanto o resto é considerado feio e repulsivo. Ou que os europeus são inteligentes enquanto os outros são "burros". Na minha opinião, essa é uma estratégia racista de colocar um grupo como superior aos outros de uma forma camuflada para que as pessoas não notem. As crianças e adolescentes assistem isso e acabam desenvolvendo complexo de inferioridade, que pode se refletir na vida adulta. Se apontarmos isso e começarmos a contestar tal racismo enrustido, nós poderemos pelo menos começar a melhorar essa realidade.

Anônimo disse...

D. vc fez uso do PEP (profilaxia pós exposição) para evitar o HIV?

Anônimo disse...

Obrigada pelo apoio pessoal, hoje falo no assunto porque sei que já superei muita coisa, apesar de doer ainda já sei lidar com julgamentos.

Segunda parte absurda dessa história: Fui fazer os exames apenas no domingo (sexta voltei pra casa e ainda não estava entendendo tudo, chorei muito, sábado me isolei totalmente por vergonha, depois minha irmã entendeu o que havia acontecido e me levou ao médico no domingo).
Fiz os exames e a equipe médica falou que pelo fato "aparente" de não haver violência, ou seja, eu não estar com hematomas, não seria necessário o uso do PEP, fiquei apavorada nem se quer pediram exames, fui desabafar com meu ginecologista e ele me passou todos os exames incluindo de HIV, fiquei mais aliviada porque os exames não apontaram nada.

Fui atendida no Hospital Perola Byington

Aninha disse...

O cara te socorre levando para a casa dele. Que socorro gentil!

Foi uma pena vc acordar zonza, senão poderia ter acusado o cara de sequestro.

Anônimo disse...

Não é a mesma coisa dar e depois não se lembrar de nada, de dar enquanto inconsciente.

A pessoa podia ter perfeita consciência no momento do ato e depois não se lembrar de nada devido ao fenômeno chamado amnésia alcoólica.

Muito importante fazer essa distinção, porque é isso que seria discutido num tribunal.

titia disse...

Que bom que você está livre do HIV, D., e que maravilha que julgamentos de idiotas não te afetem como antes. Desejo muita força e sempre o melhor pra você.

Obrigada anon 21:08. Juro que não entendo o que é tão difícil: se alguém está bêbado, drogado, dormindo, em qualquer estado mental muito alterado ela não pode dar consentimento para o sexo. Sem consentimento, é estupro. Quer dizer, é tão simples quanto 2+2=4. O que nesse fato é tão difícil que esses lixos não entendem até hoje?

Marcia disse...

D.; fiquei chocada... se o atendimento foi assim no Perola, o que esperar de outros lugares? Falta tanto para humanizar o tratamento de que sofreu violência sexual...

Anônimo das 10:38, não para a lei brasileira. Se a pessoa está embrigada, ela não pode consentir, portanto é estupro. Não existe meio consentimento. Como já disse a Titia, uma pessoa adulta, com o mínimo de humanidade, sabe que não se deve fazer sexo com uma pessoa bêbada.

Simples assim.

Anônimo disse...

Infelizmente sua tese não encontra respaldo no Poder Judiciário. São consideradas situações distintas, em que as particularidades tem que ser discutidas e não "tudo a mesma coisa".

mariana. disse...

Passei por algo parecido também há uns anos atrás.
Eu ficava com esse menino quando eu tinha 15 anos, ficamos por tipo 1 mês, depois nos afastamos, mas anos depois (quando eu tinha 19) nos reencontramos no FB, começamos a conversar, ele tinha casado, tido um bebê, estava recém separado, estava fazendo o curso para o qual eu estava prestando vestibular. Saímos duas vezes como amigos, em uma delas ele tentou me dar um beijo na despedida e eu sutilmente virei, achei que tivesse ficado claro que eu só queria um amigo.
Outro dia ele chamou pra ir numa festa na casa de amigos de faculdade dele. Chegando lá, era ele e mais três caras. Foi incrivelmente tranquilo, nenhum dos caras tentou passar nenhum limite comigo, e eu bebi bastante. Como eu morava longe, ele me ofereceu pra dormir na casa dele, que ele morava com a avó. aceitei, né? Meu amigo, mora com a avó, um taxi pra minha casa sairia 30 reais e eu não vi nenhum risco nisso.
Chegando lá, eu deitei no sofá da sala, mas ele muito gentilmente acordou a avó e pediu pra ela trocar de quarto com ele (lembro muito mal disso, eu estava bem apagada). a cama da avó era de casal. Deitei, apaguei. Aí vem flashes. Ele me apalpando, ele em cima de mim. No outro dia acordei e fui direto vomitar. No banheiro, na pior ressaca da minha vida, com os flashes que tinha e as infos de que "eu já tinha ficado com ele", "eu sabia que ele queria me beijar" e "eu aceitei dormir na casa dele", eu entendi que eu tinha bebido demais e dado pro meu amigo pq essa era a vagabunda que eu era.
Eu tinha uma vida sexual relativamente calma antes disso e depois eu fazia muito sexo casual. Depois que eu percebi esse episódio como um estupro eu entendi que o meu comportamento sexual após ele era um reflexo, era eu incapaz de dizer não pq "eu sou assim" pra qualquer cara (ainda tive relações casuais depois dessa consciência, mas a partir daí é que eu realmente passei a consentir com elas, e não só deixar que fizessem o que quisessem comigo pq eu tava ali pra isso mesmo).
5 anos depois eu dormi na casa do meu melhor amigo (broder mesmo, militante desconstruídão, sempre dormia com ele, na mesma cama, e sempre me senti muito segura, ele sempre me respeitou), mas nesse dia eu estava podre de bêbada. Lembro que eu "sonhei" que a gente tinha se pego hard à noite, mas quando acordei achei que tinha sido só um sonho inconveniente mesmo.
Até ele me cumprimentar com um beijo na boca de manhã.
Saí correndo de lá, sem coragem de confrontar ele e nem de perguntar o que de fato aconteceu entre a gente. A amizade nunca mais foi a mesma, hoje mal nos falamos. Eu nunca falei desse episódio com ninguém, até esse momento, na vdd sempre evitei mesmo pensar nisso.

Esses dois episódios me fazem achar uma merda ser mulher e não poder nunca confiar em pessoas, mesmo que sejam amigas de anos, mesmo que sejam "super do bem", se forem homens. Me fazem sentir uma merda de feminista porque eu nunca denunciei nenhum desses caras - o primeiro, pq eu fui perceber muito depois, e "poxa, ele tem um filho pequeno", e eu me responsabilizava ainda e parte de mim ainda se culpa; o segundo, porque era alguém do meu círculo mais íntimo, companheiro de coletivo, e que muy provavelmente eu seria tachada de maluca, pq ele jamais assumiria, ele me chamaria de racista (porque ele sempre usou a raça como escudo quando era acusado de algum comportamento machista - e eu sou negra, rs), porque seria um caos e eu nem sabia direito o que tinha acontecido, e eu tava bêbada, e "e se fui eu que parti pra cima dele?" - ele é o rei do discurso.

Força, D., sinto muito por todas nós.


Anônimo disse...

Ahhh só uma observação: os exames que eu digo que eles fizeram foram sexológicos a fim de identificar violência, mas nada para detectar DST's.

Anônimo disse...

Primeiramente, que bom ver a seção de comentários sem flood daquele-tipo-de-gente que tava tomando conta nas férias da Lola.
Segundamente, me solidarizo com vcs mulheres. Sou homem e acho totalmente abusivo e violento que se faça esses tipos de coisa com alguém sem condições de consentir. E pior ainda, com pessoas que se tem certa confiança.

Marcia disse...

Anônimo das 11:54, que o judiciário brasileiro é tacanho em relação à violência contra mulher, não temos dúvidas. Aqui, todavia, num site feminista, palavra de vítima vale. Solidariedade total para toda e qualquer pessoa que sofre por ter sido estuprada. Sem esse apoio social, nunca haverá mudanças na jurisprudência. Quer direito não arrancamos, a duras penas, do judiciário e do Estado, em geral?

mariana, você não é uma merda de feminista, nem de pessoa, muito menos de mulher. A decisão de denunciar, não é a mesma decisão de lutar contra. Cada uma de nós sabe onde os cortes da alma doem mais, e você merece todo apoio independente do que fez ou deixou de fazer em relação à denúncia.

Força, espero que você supere tudo isso.

titia disse...

Mariana. você não é uma merda de feminista, de jeito nenhum. Cada pessoa reage de um modo diferente ao estupro, e sua atitude foi um jeito de reagir que não é incomum. Não se culpe por ter confiado em quem não merecia; afinal, nós não somos adestradas pra isso desde meninas? Não estão sempre nos ensinando que é feio pensar o pior dos outros? Que devemos sempre "dar uma chance"? Que nunca devemos julgar alguém que acabamos de conhecer, principalmente se for homem? Que "nos amigos, você confia"? Quando falamos que não fomos com a cara de alguém, não nos chamam de ridículas histéricas e nos mandam parar de ser paranoicas, de pensar mal do "pobre coitado" sem termos sequer conhecido ele? Os filmes e romances não estão cheios de mulheres que desconfiam dos homens pra depois ficar provado que elas eram umas histéricas ridículas, que o santo e puro homem jamais lhe faria mal? É, essa merda é cagada na nossa cabeça desde pequenininhas, a sociedade machista faz lavagem cerebral nas meninas pra que esses machos bostas continuem fazendo vítimas, e é difícil largar esse maldito condicionamento. Até hoje eu dou uns escorregões e sou educada com gente que não merece um pingo de respeito, apesar de conhecer todos esses truquezinhos sujos. O importante é limpar essas bostas da nossa cabeça e nos protegermos em primeiro lugar.

Aliás, assisti - ou melhor, tentei assistir - um filme que retrata bem essa manipulação. No filme Mulher Solteira Procura 2 (engraçado que no original em inglês ninguém tá procurando nada) a personagem principal mora com uma psicopata assassina que a imita doentiamente, usando o mesmo corte de cabelo e mesmas roupas, e tenta afastar os amigos dela, e quando descobre que a colega não bate bem da cabeça o que a personagem principal faz? Vai pro apê de um amigo homem que está visivelmente interessado em transar com ela, e o carinha se comporta do modo mais civilizado possível, cedendo o quarto pra moça e passando a noite toda no sofá sem nem mesmo passar a mão nela. Posso contar nos dedos de uma mão quantas mulheres nesse blog contaram uma história em que o homem NÃO se aproveitou. Nos dedos de uma mão só. Engraçado que a moça aparentemente não tinha mãe, irmã, prima, amiga mulher pra pedir ajuda, né? O grande salvador da lavoura e protetor da mocinha tem que ser um homem, enquanto na vida real a mulher saltaria da frigideira apenas pra cair no fogo. E em quantas novelas da rede Bobo a mãe era a vilã opressora e invejosa e o homem o grande herói que veio libertar a pobre mocinha oprimida? Eu realmente fico Puta com P maiúsculo quando vejo essas merdas.

titia disse...

10:38 quem não está sóbrio o suficiente pra lembrar do que fez a noite passada não está em condições de consentir com sexo. Ponto final. Consentimento só é válido se os dois participantes do ato estão em perfeitas condições mentais. Se os dois envolvidos no sexo estão no mesmo nível de embriaguez aí pode-se questionar se foi estupro ou não. Mas se um está tão embriagado que tá trocando as pernas e o outro só tomou duas cervejas e tá alegrinho, então SEM A MENOR SOMBRA DE DÚVIDA E SEM QUALQUER ESPAÇO PRA ESPECULAÇÃO teremos um estupro. Pode despejar aqui todo o rosário machista de culpabilização da vítima que NÃO ADIANTA. Se você força sexo com quem não está em condições de consentir, é estupro e ponto. Mimimi de machista estuprador enrustido não vai mudar isso.

Rafael disse...

Sem culpar a vítima ou eximir culpados, mas nesses casos está ai mais um problema do alcool,e outras drogas.

Mila disse...

Infelizmente sinto que a questão da violência sexual será um assunto difícil de solucionar - tanto na esfera jurídica quanto na social. Ainda temos o mito que o brasileiro odeia estupro, o que a gente vê que acontece em situações muito específicas.
Imagino que no caso acima, assim como em outros casos, seja muito difícil para a vítima se convencer que possa ter sido violentada, embora os violadores saibam muito bem o que estão fazendo. Imagino ser muito difícil para uma mulher denunciar que o crime ocorreu nestas circunstâncias, além de todo o julgamento em cima do seu comportamento, com certeza iriam pairar dúvidas sobre a veracidade do estupro por ser cometido por alguém que você já tinha tido relações. Em caso de estupro marital, então, deve ser muito pior, porque fica bem difícil de provar o não consentimento, haja vista que culturalmente o sexo entre cônjuges não é passível de consentimento prévio.

Alan Alriga disse...

Mariana, sinto muito pelo o que aconteceu com você, e isso de feministos desconstruídos que "abusam" (ESTUPRAM) de suas amigas íntimas SEMPRE acontece, conheço várias mulheres que passaram por isso, confiaram em feministos e foram ESTUPRADAS, e adivinha eles sempre se vitimizando, (sou negro, sou bissexual, perdi um braço, fui assalto) sempre uma desculpa para colocar a culpa na mulher, mas sempre que eu falo isso me chamam de FACISTA, só porque eu sou de estrema direita militarista conservadora, e eles são as vítimas da sociedade.

Anônimo disse...

Acho um perigo chamar de estupro esse tipo de situação, pois, não houve violência e as partes envolvidas estavam com estado mental muito alterado, dando brecha tanto para uma má interpretação da situação pelo rapaz, quanto para a falta da lembrança do consentimento pela menina. Ou pior, as duas coisas em conjunto.

Corre-se o risco, assim, de banalizar a alegação de estupro, com potencial prejuízo para aquelas mulheres que são estupradas mediante violência real.

Não que a atitude do cara seja justificável, mas difere muito de estupro ou, no mínimo, demandaria o esclarecimento de muita coisa para ser enquadrado indubitavelmente como estupro.

Ingrid Bezerra disse...

10 de fevereiro de 2017 16:14
Acha isso porque não é com você né cara?!
Falta de empatia do caralho.
Como se não fosse mais corriqueiro do que sentir fome um sujeito se aproveitar de mulher bêbada e estuprá-la.
Ai que nojo. Nojo desses caras procurando razões para defender estupro e estuprador. Provavelmente fazem isso porque queriam, já fizeram ou fazem o mesmo. Um estuprador defende o outro.

Carlos Eduardo disse...

Finalmente alguém tocou nesse ponto.

A banalização ou dilatação constante do conceito de estupro está fazendo com as vítimas de estupros verdadeiros percam a credibilidade.

Um estupro onde a própria vítima parece insegura em afirmar se houve estupro, nunca resultará numa condenação judicial. Porém fará aumentar ainda mais o número de absolvição nos demais casos.

Muito complicado.

Anônimo disse...

Se tivesse pena de estuprador no brasil e ela realmente funcionasse não sobraria nenhum homem vivo no país.

Anônimo disse...

Qualquer atividade sexual com pessoas que não podem aceitar conscientemente é estupro. Se você acha isso errado, provavelmente é um estuprador também ou defende estupradores. Nojo, nojo e nojo.

Anônimo disse...

É horrível, já vi vários comentários de homens achando que não deveria ser crime estupro marital, que isso faz parte do contrato de casamento. Sério, imagina se esses mesmos caras se casarem a merda que vai acontecer. Você casaria com alguém que te estupraria?

Anônimo disse...

"Acho um perigo chamar de estupro esse tipo de situação, pois, não houve violência e as partes envolvidas estavam com estado mental muito alterado, dando brecha tanto para uma má interpretação da situação pelo rapaz, quanto para a falta da lembrança do consentimento pela menina. Ou pior, as duas coisas em conjunto."

Na hora em que alguém comer seu rabo enquanto você tá dormindo, gozar dentro e te passar 15 doenças venéreas diferentes, você vai mudar suas ideias sobre a importância do consentimento claro.

Anônimo disse...

E Lola pelo amor de deus isso aqui é um blog feminista, você vai mesmo deixar passar comentários questionando a vítima do seu guest post? De que lado você está minha filha?

Anônimo disse...

Você fez boletim de ocorrência? Esse cara continua a solta?

Anônimo disse...

Com certeza ele colocou alguma coisa na sua bebida, não acho que vc tenha desmaiado e ficado desacordada por tanto tempo só porque tomou cerveja. Esse cara usou algum boa noite cinderela. Então vc não estava apenas bêbada, provavelmente estava dopada mesmo. Para haver estupro não precisa ser apenas violência física tradicional, abusar de uma pessoa bêbada é estupro sim ou pelo menos deveria ser considerado e se esse cara estava bêbado e ainda dirigiu assim então ele é duplamente um criminoso.

Uma feminista apareceu revoltada por causa de um filme. A maioria das feministas se revoltam quando a existência de mulheres psicopatas e abusivas é exposta e se irritam também com a existência de homens que não são monstros. Tanto que se uma mulher é vítima de alguma outra mulher abusiva e psicopata, seja mãe ou ''amiga'', a vítima em questão não tem o menor apoio das feministas e as vezes pode ser até criticada pelas feministas enquanto a abusadora e psicopata é que recebe todo o apoio e sororidade das feministas. Se uma mulher recebe apoio de um homem as feministas falam que é o ''machinho/ominho ensinando feminismo'' e ainda pressionam a vítima que elas mesmas desprezaram a dispensar o apoio. Parece que nem amizade com homem uma mulher pode ter mais, agora mulher tem que ser obrigada a ter só amiga mulher mesmo que seja uma mau caráter ou ser obrigada a ter uma parente do sexo feminino em qualquer cidade e que a mulher procure obrigatoriamente essa parente do sexo feminino mesmo que seja uma pessoa ruim, distante e fria apenas por ser mulher. Nossa, por isso que muitas mulheres querem cada vez mais distância dessa militância.

Anônimo disse...

Vou tentar adivinhar, você fez o mesmo que o cara com uma mulher alcolizada e veio a um blog feminista dizer que isso não é estupro para tentar limpar a sua consciência pesada de criminoso?

Anônimo disse...

No codigo penal brasileiro é estupro sim, simplesmente aceite.

titia disse...

16:14 o cara estava perfeitamente sóbrio e botou um boa noite cinderela na bebida da D. pra estupra-la. Você ao menos LEU o post pra saber do que está falando? Repito: se um dos dois não estava em condições de consentir (e quem não consegue ficar em pé sem apoio OBVIAMENTE não tem condições de consentir) é estupro. ES-TU-PRO. Ponto final. Foi estupro SIM e não há mimimi de estuprador enrustido que mude isso.

É o que eu digo, depois a feminazi misândrica sou eu...

titia disse...

É muito estuprador enrustido nesse blog, K7!

Anônimo disse...

Mas isso é exatamente estupro, abusar da vítima adormecida,alcoolizada ou que por alguma outro motivo não pode mostrar seu consentimento conscientemente. É o que acontece nessas festas universitárias em que abusam das meninas que beberam, estupro. Na minha universidade proibiram festas por motivos parecidos com esse.

Anônimo disse...

Uma dúvida: alguém sabe a porcentagem de quantas pessoas no Brasil não acham que estupro conjugal deveria ser crime?

Anônimo disse...

Se você estudasse mais sobre a relação entre a mídia e as mulheres, entenderia o porque das feministas reclamarem. Nós estamos cansadas. E não eram os machistas que diziamqie não existe amizade entre homem e mulher? Acaba que infelizmente eu concordo com eles nesse ponto, vendo o tanto de casos que os "amigos" abusam da mulher. Você quer distância do movimento? Torça para não ser a próxima vítima, porque a melhor coisa do feminismo trouxe para mim foi me fazer uma mulher esperta e não uma idiota que confia em tudo que os "homens de bem" falam.

Anônimo disse...

Será que as mulheres que falam que o "feminismo é extremismo" já tiveram contato de como as mulheres são atacadas por grupos de mascus e masculinistas? Porque se acham que o que nós falamos é discurso de ódio, esse povo é muito inocente com o que existe no mundo.

Anônimo disse...

Se você acha ruim o feminismo, porque veio a esse blog? Se acha desnecessário, case com um mascu e seja feliz em seu casamento tradicional, mas existe motivo para tudo o que nós falamos.

Anônimo disse...

No brasil eu não sei, mas em relação a esse tema, diversos países não reconhecem esse crime, como a india, e no brasil só foi criminalizado em 1993 se não me engano. Voltando no caso da Índia, diversos grupos de mulheres foram protestar mas um grupo de homens que dizem "proteger a família" são contra o movimento. Irônico, a esposa que é a basa da família não possuir ajuda de grupos pro-família...que no final das contas, deveriam ser chamados de pro-homens misóginos e estupradores.

Anônimo disse...

Eles surgem como se fossem baratas. E parece que em todo blog, ,grupo feminista é assim, até em vídeos de feministas americanas sobre a cultura do estupro tem homem defendendo uma mudança de lei para diminuir a punição do estupro em relacionamentos.

Anônimo disse...

É surpreendente como mesmo com tudo isso algumas mulheres continuem se relacionando. Sério me expliquem: eu sou jovem e nunca namorei e acho que é melhor nunca se relacionar com o tanto de merda que acontece. Porque vejam só, as primeiras a tomarem porrada são sempre as esposas e namoradas, exatamente as que os homens dizem amar. Quando não existe lei contra a violência doméstica, as casadas morrem, quando estupro marital não é crime, as esposas são estupradas, quando o estupro em geral não é crime, novamente as que possuem relacionamentos com homens são as maiorias das vítimas. Pela seleção natural, só as solteiras que sobrevivem em um mundo misógino.

Anônimo disse...

Se a mulher beber,mas está apenas alegrinha e não quase caindo de tão embriagada,é estupro?

Se a mulher estiver sóbria e o homem estiver embriagado é estupro?

donadio disse...

"Pela seleção natural, só as solteiras que sobrevivem em um mundo misógino."

E no entanto, a maioria das mulheres casa, e as mulheres sobrevivem, aliás notoriamente mais do que os homens. Há algo errado na sua equação.

E por outro lado, a "seleção natural" não está baseada na sobrevivência, está baseada na reprodução. De nada adianta as solteiras sobreviverem, se não passarem à próxima geração os genes da solteirice.

titia disse...

22:44 se a mulher tomou uma ou duas cervejas ou uma caipirinha, só está alegre e relaxada, com todas as suas faculdades mentais no lugar e consente, então não é estupro.

Se o homem está completamente embriagado e a mulher sóbria, sim, é estupro. Sexo com qualquer pessoa, homem ou mulher, que não está em condição de consentir é estupro.

Anônimo disse...

22:59 vc ainda não se convenceu de q as mulheres muito em breve desenvolverão partenogênese, né, imbecil

Anônimo disse...

"Se o homem está completamente embriagado e a mulher sóbria, sim, é estupro. Sexo com qualquer pessoa, homem ou mulher, que não está em condição de consentir é estupro."

Se for assim um monte de homens já sofreram estupro de mulher.

Anônimo disse...

Se a mulher disser algo como "hoje eu vou beber todas e dar pra todo mundo" é estupro?

Se a mulher estiver bêbada,tirar a roupa e começar a beijar o cara querendo sexo,é estupro?

Se a mulher estiver quase sempre bêbada ou drogada e sempre fizer sexo nessas condições,é estupro?

Anônimo disse...

Acho que toda pessoa que acha ok fazer sexo com alguém inconsciente deveria ser preventivamente presa, eis que um estuprador em potencial. Pra dormir bem gostosinho na cadeia em uma cela infestada de pessoas bacanas e compreensivas que entendem perfeitamente as noções fundamentais sobre consentimento sexual. Seria bem pedagógico.

Anônimo disse...

Donadio não perca seu tempo conversando com o anônimo das 10:15, isso aí é troll.

Anônimo disse...

Não, nenhuma dessas situações é estupro. Estupro é quando você forca a pessoa a transar sem ela querer. Não importa o quanto bebada a mulher esteja se ela quizer dar a bussa não é estupro.

Bêbada tem direito de querer dar a buceta, não é estupro.

titia disse...

Isso mesmo, 11:15.

12:22:

Se a mulher estiver apenas alegrinha, não, não é estupro. Se ela está tão bêbada que nem consegue ficar em pé sozinha então sim, é estupro, independente do que ela disse quando sóbria. Afinal, e se ela mudou de ideia e resolveu só beber e não dar pra ninguém, ou só estava brincando, ou só quer dar praqueles seus dois amigos e não pra você? Fique longe.

Se a mulher estiver completamente embriagada, significa que ela não está em pleno uso de suas faculdades mentais. Se você está sóbrio quando ela começa a fazer isso e prossegue sabendo que ela não está em perfeitas condições de consentir então sim, é estupro, porque você estaria se aproveitando do estado vulnerável dela. Saia de perto dela e só quando estiver sóbria volte a falar em transar.

Se a mulher sempre estiver bêbada ou drogada quando transa, então ela precisa urgente de um psicólogo ou trocar de homem, porque ou tem algum trauma/problema psicológico que a impede de ter uma vida sexual saudável ou arranjou um traste tão detestável que só consegue transar bêbada ou drogada. Ah, e se você estava perfeitamente sóbrio enquanto a mulher está chapada sim, é estupro.

Não adianta tentar dar voltas. Se aproveitar de alguém que visivelmente não está em condições de consentir é estupro. Não importa quantos cenários você já tenha visto no pornô, era tudo mentira ok? Se.APROVEITAR.DE.ALGUÉM.SEM.CONDIÇÕES.DE.CONSENTIR.É.ESTUPRO.

Ingrid Bezerra disse...

Admiro muito a Titia pela paciência. Ela super desenhou, só não "entenderá" quem está mesmo com vontade de estuprar.

Anônimo disse...

Já perceberam que segundo a própria visão do machismo, segundo a própria visão dos homens, são os homens que são sujos, imundos, contaminadores, que sujam tudo que eles tocam? Segundo a própria visão dos homens, se uma mulher nunca foi tocada por um homem ela é virgem, pura, limpa, sem mácula. Mas assim que um homem a toca ela se torna suja, impura, e quantos mais homens a tocarem mais suja ela se torna. Isso explica porque os homens evitam contatos mais íntimos uns com os outros, diferente das mulheres que podem tocar umas às outras sem problemas, os homens não tocam muito outros homens, porque isso teria conotações sexuais e os tornaria "mais sujos".

Também explica porque segundo praticamente todas as religiões (que são criadas pelos próprios homens) eles precisam constantemente se purificar, se tornar o mais limpos possível através da expurgação de seus pecados e de evitar a própria sexualidade.

Depois os machistas dizem que as feministas demonizam os homens e veem todos como predadores sexuais maliciosos, apenas porque elas dizem a verdade do que elas veem, quando na realidade são os próprios homens que se enxergam e enxergam os outros homens como seres de pura luxúria, extremamente sexuais, sujos, contaminadores, que pervertem e sujam tudo que tocam, que deixam uma mulher suja se a tocarem, que se sujam ainda mais se se tocarem uns aos outros.

titia disse...

13:10 ela até pode querer dar, mas se não estiver em condições de dar consentimento você não pode aceitar. Se aceitar, é estupro. Ponto final. Se você é um ser humano tão detestável que só mulher bêbada cogita transar com você, o problema é você e não a sobriedade das mulheres. Mude, vire gente e transe com mulheres sóbrias em perfeitas condições de consentir.

Eu repito de novo: por que tô tendo que explicar isso pra um adulto suspostamente inteligente?

Biana disse...

Esse assunto de bebida alcoolica e sexo me lembra um filme sul-coreano excelente chamado Hope disponível no Netflix; nele uma criança é violentada e espancada por um homem no caminho em que ela ia para a escola. (spoilers) A pena do cara é atenuada para apenas 12 anos (a menina ainda nem chegaria a completar 20 quando ele saísse da cadeia) justamente porque a defesa alegou que ele estava bêbado e não se lembrava de nada. Paralelo impressionante com o desse relato do post; até quando quem bebe é o homem e não tem consciência de seus atos ele leva a vantagem.

Anônimo disse...

"Depois os machistas dizem que as feministas demonizam os homens e veem todos como predadores sexuais maliciosos, apenas porque elas dizem a verdade do que elas veem, quando na realidade são os próprios homens que se enxergam e enxergam os outros homens como seres de pura luxúria, extremamente sexuais, sujos, contaminadores, que pervertem e sujam tudo que tocam, que deixam uma mulher suja se a tocarem, que se sujam ainda mais se se tocarem uns aos outros."

Deve ser a velha tática de pegar as pessoas que comentam sobre uma verdade exposta que é inconveniente pra eles e culpá-las por falarem sobre esses fatos ou acusá-las de alguma outra coisa que eles mesmos fazem.

Em outras palavras: os homens podem tudo que eles quiserem, até se odiarem uns aos outros, falarem "coisas ruins" sobre homens em geral e revelarem verdades inconvenientes sobre eles mesmos que os deixariam completamente desmoralizados, mas as mulheres não podem nada disso ¬¬

Anônimo disse...

12 coisas que os homens podem fazer que as mulheres não podem

Existem muitas leis e restrições ou regras estabelecidas que impedem as mulheres de fazer o que o sexo oposto pode fazer. Aqui estão alguns exemplos ao redor do mundo.


1. Rejeitar um membro do sexo oposto sem estar em perigo.

• De acordo com a polícia de Detroit, um homem atirou e matou Mary Spears, 27, depois que ela rejeitou seus avanços em outubro. Ela era mãe de três crianças.

• No ano passado, Elizabeth "Lizzi" Marriott, de Westborough, Massachusetts, foi estuprada e morta por rejeitar os avanços sexuais de Seth Mazzaglia.

• Por rejeitar uma bebida comprada para ela por um homem na Carolina do Sul, uma mulher teve uma bola de boliche jogada em sua cabeça.

• Na verdade, existe um Tumblr chamado When Women Refuse que se dedica a documentar ocorrências da vida real do que acontece quando uma mulher rejeita um homem.

2. Dirigir legalmente um carro.

Selvi é a primeira mulher taxista no sul da Índia. Ela apoia o direito das mulheres de dirigir.
- Filme das Irmãs da Velocidade (@SpeedSisterFilm)

• Na Arábia Saudita, as mulheres são proibidas de dirigir um carro. Nos últimos quatro anos, as mulheres desafiaram essa proibição e publicaram vídeos e fotos de si mesmas dirigindo carros como parte da campanha #Women2Drive.

3. Praticar esportes.

• De acordo com a imprensa local na Nova Zelândia no início deste ano, uma mulher foi proibida de jogar em uma competição de rugby do clube Southland-wide.

• Foi só depois da indignação nacional que uma jogadora de futebol de 11 anos – que foi expulsa da equipe de futebol da Organização da Juventude Católica local porque era uma menina – foi autorizada a jogar novamente.

• Dutee Chand, uma adolescente da Índia, foi banida dos Jogos da Commonwealth e dos Jogos Asiáticos porque ela tinha hiperandrogenismo, que é a presença de altos níveis de testosterona no corpo. Ela está atualmente lutando contra a proibição no tribunal.

• Mas as restrições contra as mulheres não são apenas em relação a praticar esportes: existem leis contra as mulheres que gostam de esportes também. Mulheres iranianas são proibidas de entrar em estádios esportivos. Recentemente, Ghoncheh Ghavami e outros manifestantes foram presas por exigirem permissão para entrar em um estádio em Teerã.

4. Caminhar pelas ruas sem o medo de ser importunada, assediada, ou de estar em perigo.

• Seja andar pelo seu bairro à noite, com fones de ouvido, ou mesmo apenas estar sozinha, há sempre um medo de ser assediada.

• No início de 2014, Stop Street Harassment encomendou uma pesquisa de 2.000 pessoas nos Estados Unidos, que descobriu que 65% de todas as mulheres haviam sofrido assédio de rua: "23% delas foram sexualmente tocadas, 20% seguidas e 9% forçadas a fazer algo sexual".

• Uma pesquisa realizada pela End Violence Against Women Coalition revelou que 43% das mulheres jovens em Londres (18-34 anos) passaram por assédio sexual em espaços públicos em 2012. Estes são apenas alguns exemplos de estudos que revelam a verdadeira extensão do assédio de rua.

• Enquanto isso, o projeto Stop Telling Women To Smile (Pare de Dizer para as Mulheres Sorrirem) aborda o assédio de rua baseado em gênero com impressionantes cartazes.

5. Votar.

• Na Arábia Saudita e na Cidade do Vaticano, as mulheres ainda não podem votar.

• Em partes dos EUA, relatórios sugerem que as mulheres eleitoras são "desproporcionalmente afetadas" por partes das leis de seu estado, especialmente mulheres negras.

6. Vestir o que quiser, quando quiser.

• De um véu, a uma saia que é "muito curta", a calças que são "muito apertadas", a pessoas que perguntam "... mas o que você estava usando?" para uma sobrevivente de agressão sexual, restrições e julgamento sobre o que as mulheres vestem podem ser vistos a cada dia.

Anônimo disse...

7. Obter acesso à saúde sexual que precisa.

• Alguns estudos mostram que apenas sete estados nos EUA garantem que as prescrições de controle de natalidade das mulheres serão preenchidas. "Quando uma mulher entra em uma farmácia com uma receita de controle de natalidade, ela deve sair com a medicação - sem intimidação, atraso ou assédio", afirma a organização.

• Em todo o país, as proibições federais e estaduais e as restrições ao aborto são comuns. Falsas clínicas administradas por pessoas que são anti-aborto também são abundantes nos EUA.

• Na América Latina e no Caribe, dos 4,4 milhões de abortos realizados na região em 2008, 95% eram inseguros. Em sete dos 34 países, o aborto não é permitido, e em oito outros, é permitido apenas para salvar a vida de uma mulher.

8. Ficar bêbada ou deixar bebidas sem vigilância sem ter de ser "cautelosa".

• Quase todos os conselhos dados às mulheres para evitar estupro ou agressão sexual são "não beber tanto" e "nunca deixar sua bebida sem vigilância". Como Jessica Valenti escreve em The Guardian: "Advertências para evitar o álcool, a fim de evitar ser estuprada enviam uma mensagem clara para as mulheres: você nunca pode cometer um erro, ou qualquer crime cometido contra você será pelo menos parcialmente sua culpa."

• Sobreviventes de estupro e agressão sexual têm maior probabilidade de tentar ou considerar suicídio do que não vítimas.

9. Defender-se contra o estupro.

• Reyhaneh Jabbari, do Irã, foi enforcada por matar um suposto estuprador, relata a Anistia Internacional.

• Somente nos últimos anos foi terminada uma seção na lei que permitiu que estupradores se casassem com suas vítimas, a fim de escapar da punição em Marrocos. Isso aconteceu depois que uma menina de 16 anos se matou depois de ser estuprada e forçada a casar com o homem que a estuprara.

• De acordo com Women Under Siege, "muitas nações ainda têm em vigor políticas de casamento para estupros que obrigam a sobrevivente a se casar com seu estuprador. Estes incluem Venezuela na América Latina, Indonésia na Ásia, Camarões e Chade na África, e Dinamarca e Rússia na Europa."

10. Falar contra a violência contra as mulheres.

No início de 2014, uma nova lei no Afeganistão que iria silenciar as vítimas de violência contra as mulheres foi implementada. A Human Rights Watch diz que a mudança de lei "deixará os agressores de mulheres e meninas fora de alcance".

11. Usar rede sociais e aplicativos de namoro sem medo de receber mensagens abusivas ou explícitas.

Deixe a conta de Instagram "Bye Felipe" lembrar você do que as mulheres têm de enfrentar em apps de namoro.

12. Receber mais dinheiro - e não ter de enfrentar machismo ou assédio sexual - em um local de trabalho.

• As mulheres no exército também dizem que foram demitidas por terem sido estupradas. Um estudo do Pentágono estima que o número de agressões sexuais a cada ano no exército dos EUA é de cerca de 19.000. Em um estudo, mais de dois terços das mulheres que trabalham no futebol dizem que haviam experimentado machismo no local de trabalho.

• Não nos esqueçamos da diferença salarial entre homens e mulheres, o que significa que os homens ganham muito mais do que as mulheres no local de trabalho.

• O Projeto Machismo de Cada Dia recapitulou recentemente alguns dos cenários machistas que as mulheres relataram ter sofrido no trabalho, incluindo ser considerada um "risco de maternidade", ser confundida com a secretária e "ter uma ideia ignorada apenas para ser repetida por um colega do sexo masculino cinco minutos depois e ser recebido com interesse e aplausos".

Unknown disse...

Anônimo, se uma das partes não disse sim, é estupro. É violência trancar com alguém que não pode consentir. Diz para mim, por quê você faria sexo com uma pessoa que está atordoada por álcool, ao ponto de não poder dizer sim, ou não? Violência não é só agressão física.

titia disse...

Obrigada, Ingrid. A gente tenta porque, né? Vai que alguém está sendo sincero na sua ignorância quando pergunta se fazer sexo com alguém bêbado, dormindo ou drogado é estupro; tem tantas mídias colocando nas cabeças das pessoas que isso é normal, e as próprias famílias dizem esse tipo de bosta pras crianças que um monte de gente acaba achando isso normal. Pode ser que uma explicação de por quê é estupro fazer sexo com alguém sem plenas condições de consentir seja exatamente o que esse pessoal precisa pra entender porque não pode - e também não fazer.

Anônimo disse...

Homem não liga de ser estuprado. Qualquer mulher que quiser vocês é lucro, fazer sexo é a função de vida de vocês. Mas as mulheres precisam ser protegidas.

Anônimo disse...

Já vi esse filme e chorei muito. Muito mesmo. Mas mesmo assim, na minha opinião, é o melhor filme que conseguiu retratar a dor e a superação de uma violência sexual, dando ênfase aos sentimentos da vítima, da família, todo o apoio que ela teve das pessoas, mas que a punição para crimes como esse continuam sendo mais leves.

Biana disse...

"Já vi esse filme e chorei muito. Muito mesmo. Mas mesmo assim, na minha opinião, é o melhor filme que conseguiu retratar a dor e a superação de uma violência sexual, dando ênfase aos sentimentos da vítima, da família, todo o apoio que ela teve das pessoas, mas que a punição para crimes como esse continuam sendo mais leves."

Também chorei muito, anon, e concordo com você, é o melhor sobre violência sexual que eu já vi até agora, porque além da história, o elenco, a direção e a trilha sonora são impecáveis, e é muito lindo ver a família recuperando aos poucos. Coreia do Sul mostrando novamente que tá a dois passos à frente de Hollywood.

"Na Arábia Saudita, as mulheres são proibidas de dirigir um carro. Nos últimos quatro anos, as mulheres desafiaram essa proibição e publicaram vídeos e fotos de si mesmas dirigindo carros como parte da campanha #Women2Drive."

Não sabia disso, agora faz toooodo o sentido o clipe de Bad Girls da M.I.A.

Anônimo disse...

Homem não liga de ser estuprado? Por outros homens eles se importam sim, viu.

Anônimo disse...

Só consigo imaginar uma mulher estuprando um homem enfiando um pênis de borracha ou um cabo de vassoura ou um taco de beisebol no cu dele contra a vontade dele.

Qualquer coisa diferente de algo assim é no máximo assédio/abuso sexual. Mas a gente não vê e nem se sabe de muitas mulheres que fazem algo desse tipo contra os homens, já o contrário...

Kasturba disse...

Nossa!!! Li o post, e estava lendo os comentários, quando acabei de perceber uma coisa: Eu também já fui estuprada. Eu estava ficando com um carinha há umas duas semanas, já tinha ido pra casa dele e dormido junto dele na cama. Mas já tinha dito que não queria fazer sexo (ainda), porque não estava me sentindo à vontade com ele o suficiente pra isso (não gosto de sexo casual, acho algo muito íntimo e não me sinto confortável de fazer com um "desconhecido").
Um dia estávamos com uns amigos num hostel de uma amiga. Bebemos por lá, e depois ela disse que poderíamos dormir por lá mesmo. Fui pra um quarto com esse cara que eu ficava (eu estava bem bêbada), e acabamos transando. Eu nunca considerei estupro, porque ele realmente não usou de força ou violência, mas eu não queria, ele "forçou um pouquinho" e eu acabei cedendo. No outro dia chorei muito, mas nem saberia explicar exatamente o porquê. Depois namorei com ele por 3 anos, depois casei com ele, e permaneci casada por 4 anos (agora já me separei). Mas, embora o sexo com ele fosse bom, eu nunca consegui me "entregar" completamente. Nunca me senti realmente confortável. Sempre me sentia usada por ele. E eu sempre soube que era reflexo dessa nossa "primeira vez". Agora as coisas começaram a fazer um pouco mais de sentido. Eu nunca consegui confiar nele porque ele me estuprou. Bem óbvio.
Ah, e depois disso ele nunca mais me forçou ao sexo, mas ficou alguma "marca" dessa primeira vez que eu nunca consegui superar direito (até hoje sinto vontade de chorar quando lembro)

Anônimo disse...

Sério, sem querer te ofender, como você ainda pode namorar e casar com esse cara? É um absurdo, depois culpam todas as mulheres de ações idiotas por relatos como o seu. É de esperar que você não era feminista na época, porque eu não consigo imaginar uma pessoa consciente de toda a cultura do estupro fazer uma cagada dessa. Ainda bem que se divorciou.

Anônimo disse...

40% das mães americanas são mães solteiras. No Brasil, o número também é alto. Países nórdicos possuem altos níveis de mães solteiras, e incentivam, como forma de aumentar a natalidade. Mas diferentemente do Brasil, onde normalmente essas mães são pobres, nos países desenvolvidos uma boa parte possui ensino superior, uma boa carreira e não querem se casar,mas se utilizam da produção independente. O número de mães solteiras está crescendo tanto que masculinistas jogam a culpa do crescimento doentio dos meninos nelas.

Anônimo disse...

Lembrando ainda que no Afeganistão, ,india entre outros países as mulheres comem em quartos separados de seus maridos, não possuem nenhuma ajuda médica no parto (o índice de morte materna e de recém-nascido são altas), depois de parir são consideradas imundas e se for menina, ou ela é afogada ou terá que viver o resto da vida como subalterna. As árvores genealógicas excluem qualquer ser do sexo feminino, o ensino é escasso, grande parte delas são analfabetas e além da violência doméstica, se forem estupradas são culpadas por não terem simplesmente deixado o crime acontecer. E a religião do hinduísmo aprova a morte de uma viúva queimada viva junto com o marido falecido como cerimônia espiritual.

Mordred disse...

Culpabiliza mais ainda a vítima que tá pouco, anônimo de 08:26.

Pessoa desnecessária, escrota.

Marcia. disse...

Anônimo das 08:26, seu argumento é ridículo. Você deveria ter vergonha de ser um rascunho mal acabado de ser humano.


Kasturba - Infelizmente, casos como o seu estão longe de ser raros. A maioria das pessoas, incluindo as vítimas, não consegue identificar o que é estupro, exatamente por que o tema é tabu. Nunca debatemos que mulheres podem ou não querer fazer sexo, nunca debatemos o que é violência sexual, sem acabar naquele tabu da virgem atacada contra a vontade num beco. E, tenha certeza, quando esses casos acontecem, essas vítimas também são culpabilizadas pelo crime.

O debate sobre a sexualidade da mulher, no ocidente, está focado na seguinte questão: se mulheres gostam ou não de sexo. Esse debate ignora que gostar ou não de sexo, não resolve automaticamente a questão do consentimento individual como essencial.

Se uma mulher gosta de sexo, ou se ela pretende fazer sexo, então ela 'sempre consente'. Essa é a mentira que nos contam, essa é a mentira que a maioria dos homens acham conveniente acreditar. Afinal, se ele gosta da mulher, a mulher gosta dele, ué, óbvio que deve haver sexo, sempre que ele quiser. E é aqui que mora a dominação sexual que tão corriqueiramente homens impõe as mulheres.

Essa posição de poder (não estou falando que todo homem a ocupe sempre, mas ela está aí, a disposição de todos), é a razão de tantos estupros, e do fato que nossos desejos individuais, não são socialmente tão importantes quanto os desejos dos homens.

E ninguém nos ensina a dizer não para as pessoas que gostamos. Aliás, algumas mulheres são educadas para nunca dizerem não há outro homem. Ou a dizer sim para quem a família mandar dizer sim.

Posso gostar de sexo, mas isso não significa que eu irei fazê-lo sempre que um homem o quer. Posso não gostar de sexo, e, ainda sim, posso decidir fazer com alguém por n motivos que não tesão, e esses casos podem ou não acontecer cercados por violência.

Para o patriarcado, o que sente ou deseja uma mulher é insignificante. A questão toda 'deve se resolver' na vontade do homem. Daí não ter muita importância se a mulher realmente está ou não afim.

Não é fácil, para nenhuma de nós, nos relacionarmos nessa sociedade, que entende a liberdade sexual de um jeito tão torto. Há tanto 'idealismo' e 'tabu' em torno do sexo, que a violência se torna corriqueira. Disse tudo isso para lhe dizer o óbvio: NÃO FOI CULPA SUA.

Aliás, pelo que você conta, seu parceiro soube muito bem interpretar como violência a primeira vez de vocês, tanto que ele não repetiu 'a pressão' - violência, outra vezes. Soube, assumiu o risco de te ferir, e ainda sim o fez. Guardou consciência de que era errado, mas se aproveitou do fato de que você acreditava que vocês seriam felizes, portanto, iria esquecer. Mas dizer sim, todas as outras vezes que vocês transaram, não apaga, de jeito algum, o fato de que você não disse sim da primeira. E não dizer sim, significa uma coisa, e uma coisa só: NÃO. E era seu direito, e você devia ter sido respeitada.

Eu sinto muito. Espero que você fique bem, obrigada por compartilhar, sua história vai ajudar outras mulheres a reconhecerem esse engodo.

Anônimo das 08:44 uga buga, mas quanto 'homi malvado' nesse oriente, não é mesmo? E aqui, no Brasil, tudo santo? Tu não tem mesmo nada, nadinha, para reclamar da situação da mulher no Brasil? Por quê essa xenofobia disfarçada de feminismo não me convenceu nem por uma linha. Conte alguma novidade que não foi denunciado pelo feminismo faz 100 anos sobre a situação das mulheres na Ásia, e me explique o porquê que você não citou Japão como exemplo de desigualdade de gênero. Combater maldade seletivamente, não me interessa.

donadio disse...

"Lembrando ainda que no Afeganistão, ,india entre outros países as mulheres comem em quartos separados de seus maridos"

Homens e mulheres indianos comendo juntos:

http://s3.india.com/wp-content/uploads/2015/07/kalyan-jewelers.jpg

"não possuem nenhuma ajuda médica no parto"

Maternidades em Nova Delhi:

https://www.medifee.com/list/best-maternity-hospitals-in-delhi

"grande parte delas são analfabetas"

Proporção entre meninos e meninas no sistema educacional indiano:

http://www.tradingeconomics.com/india/ratio-of-girls-to-boys-in-primary-and-secondary-education-percent-wb-data.html

Não sei qual o tesão que as pessoas têm de propagar preconceitos sobre países estrangeiros.

Anônimo disse...

"Se uma mulher gosta de sexo, ou se ela pretende fazer sexo, então ela 'sempre consente'. Essa é a mentira que nos contam, essa é a mentira que a maioria dos homens acham conveniente acreditar. Afinal, se ele gosta da mulher, a mulher gosta dele, ué, óbvio que deve haver sexo, sempre que ele quiser. E é aqui que mora a dominação sexual que tão corriqueiramente homens impõe as mulheres.

Essa posição de poder (não estou falando que todo homem a ocupe sempre, mas ela está aí, a disposição de todos), é a razão de tantos estupros, e do fato que nossos desejos individuais, não são socialmente tão importantes quanto os desejos dos homens.

E ninguém nos ensina a dizer não para as pessoas que gostamos. Aliás, algumas mulheres são educadas para nunca dizerem não há outro homem. Ou a dizer sim para quem a família mandar dizer sim.

(...)

Para o patriarcado, o que sente ou deseja uma mulher é insignificante. A questão toda 'deve se resolver' na vontade do homem. Daí não ter muita importância se a mulher realmente está ou não afim."

A mais pura verdade.

Disse tudo!

É tão isso que os homens se acham no direito de decretarem quando uma mulher quer sexo (ou que ela "precisa de sexo", de acordo com muitas falas masculinas). Eles acham que sempre sabem tudo, especialmente quando uma mulher quer sexo, mesmo que ela não tenha informado nada a respeito disso. É muita presunção e prepotência...

Anônimo disse...

Fora das grandes cidades, e principalmente dentro das tribos a misoginia corre solta.

Anônimo disse...

Desnecessário ficar surpresa com mulher que é estuprada por um amigo e CASA com ele? Essa é a cultura do estupro, dar uma vida social plena a um estuprador sem acontecer nada com ele porque além da sociedade, a vítima é ignorante.

Anônimo disse...

O brasil é uma merda para as mulheres também. Uma desgraça. Mas pelo menos aqui tem mais mulheres atentas ao feminismo, diferente de lá, que mesmo tendo ativistas, a misoginia é intensa. Lá tem aborto seletivo de meninas, a mídia oficial defende estupradores assim como a religião também. Acha ruim eu criticar apenas a Índia? Pois bem, a coreia do sul já foi um dos impérios mais misóginos do mundo, as mulheres relegadas a seres secundários, os pais pobres rezavam para as filhas morrerem e assim poder custear melhor os meninos, a educação era apenas para homens,a maioria das mulheres eram analfabetas. Mesmo no século XXI uma atriz coreana se suicidou por não aguentar a pressão da sociedade por ter se divorciado por violência doméstica. E a China? A china tem seleção de recém-nascidos por sexo desde os tempos imperiais, meninas eram asfixiadas quando crianças,os pés eram presos e lesados mas as mulheres tinham que aguentar pelos homens acharem bonito pés pequenos e garotas andando com dificuldade e dor. No Japão as mulheres não podiam aprender os caracteres chineses que eram fundamentais nas relações de poder, não tinham herança, tinham que ser submissas e filhos gomens eram preteridos. Apenas as gueixas tinham uma independência relativa, por controlarem seu próprio dinheiro. Conclusão: mesmo o brasil sendo falho em relação as mulheres, pelo menos não temos milênios de imperios, rituais e filósofos misóginos.

Anônimo disse...

Mas você não cita as meninas que moram fora das grandes cidades, que não podem ir a escola, tocar nos objetos da casa e comer junto da família por estarem menstruadas. Pode citar maternidades em nova Délhi, que além de serem caóticas como toda saúde de país em desenvolvimento (brasil idem) grande parte da população não tem acesso, a menos se for para ver o sexo do bebê e fazer aborto, mesmo sendo ilegal muitos fazem, preferem gastar dinheiro com isso do que ter garotas. Entre o grupo dos G20 em relação a qualidade de vida e desigualdade das mulheres,a Índia fica em último, lugar perdendo até para a arábia saudita. Da América o melhor é o Canadá, seguido pelos estados unidos ,argentina e depois o Brasil e o México. Nós temos muito o que melhorar também.

Anônimo disse...

Não é preconceito, é a realidade. Seus links não anula milhares de pesquisas mostrando a situação da mulher na Índia. Sabe quem gosta de negar a misoginia lá? Os indianos misóginos, que para eles a Índia é um "matriarcado" só porque as garotas não aceitam mais se casar com estupradores.

Anônimo disse...

Mostrar a misoginia presente no mundo não é a mesma coisa de xebofobia. É claro que deve ter uma seleção de refugiados entrando nos paises ocidentais (segundo a ONU a maioria dos refugiados são homens solteiros em idade adulta, cadê as mulheres, crianças e idosos?) e não simplesmente negar qualquer pessoa de certos países de entrarem.

Anônimo disse...

O próximo passo do ocidente é sacrificar a segurança das mulheres em troca dos refugiados misóginos? Não vêem que é novamente a preferência a favor de homens estrangeiros do que mulheres nativas?

Anônimo disse...

A verdade é que os homens sempre precisaram oprimir as mulheres em todas as sociedades porque os machos não têm valor algum, são inúteis e completamente dispensáveis. Daí eles têm que rebaixar as mulheres, criar um sistema falso de valor para eles mesmos, dominar a sociedade por meio de todos os artifícios possíveis e manter essa dominação. Como os homens também não têm um pingo de compaixão, honra ou dignidade, alcançar e possuir a "glória" do domínio e do poder, nem que seja só sobre mulheres e crianças, para eles vale a pena causar todo dano e sofrimento que eles causam.

donadio disse...

"O próximo passo do ocidente é sacrificar a segurança das mulheres em troca dos refugiados misóginos? Não vêem que é novamente a preferência a favor de homens estrangeiros do que mulheres nativas?"

Estão chegando milhares de refugiados indianos ou afegãos ao Brasil?

A segurança de mulheres nativas de qual ocidente? Você não vê que esse "ocidente" não nos inclui, e que se prepara, aliás, para construir um muro para impedir o nosso acesso a ele?

Como se salta imediatamente da questão de que os relatos orientalistas a respeito de uma Índia mistificada, nivelada por baixo às suas aldeias mais isoladas (enquanto os Estados Unidos são nivelado por cima, a Miami ou Nova Iorque, não aos infernos racistas e rurais do Tennesee ou Mississipi), como se salta disso à questão de refugiados?

E vamos fazer de conta que isso não é xenofobia?

Anónimo disse...

Todos sem exceção sao doentes , pqp, gente , se leiam, e a garota que deu o depoimento junto com essa galera :( tristissimo abracos e melhoras a vcs

Anônimo disse...

Não tem muito a ver, mas me lembrou a vez que eu estava voltando de madrugada de uma festa sozinho, a pé e na chuva e encontrei duas mulheres abraçadas estateladas na calçada de tanto que beberam decerto. Eu tava com o capuz do moletom olhando pra baixo e quase que eu piso em uma delas.

Então, chamei uma ambulância disse mais ou menos o endereço e vazei rapidão. Senão, capaz do pessoal do SAMU querer que eu acompanhasse. Não tava a fim de ficar sabe-se lá quanto tempo no hospital e ainda todo molhado.

O que me marcou na memória foi a cena das duas dormindo abraçadas bem tranquilas na calçada debaixo da chuvarada forte.

Acho que nunca vou esquecer. XD