terça-feira, 31 de maio de 2016

É GRAVE! É GREVE!

Sim, estamos putas! Nós mulheres estamos revoltadas com o ódio contra nós, com a cultura do estupro, com a impunidade, com gente que encontra mil e uma maneiras de justificar a violência e culpar a vítima. 
Vários protestos lindos já aconteceram na semana passada, e há muitos outros marcados para amanhã, dia 1/6. Em algumas cidades do Brasil acontecerá o #PorTodasElas (Nós) (no Rio às 16h na Candelária; em SP às 16h no Masp; em BH às 17:30 na Pça. 7 de Setembro; em Fortaleza às 17h na Pça da Gentilândia; deve ter na sua cidade também). 
Marcha das Vadias de Recife no último
sábado protestou contra estupros
No dia 4, sábado, também há protestos agendados (como o Meu Corpo é Só Meu, em Fortaleza, às 9h, na Av. Beira Mar). Participe! É importante!
Outra ideia que começa a ganhar força é a #GreveDasMulheres. Leia este excelente texto para entender qual é a proposta. Ele foi escrito por Carmela Zigoni, antropóloga e ativista de direitos humanos, e Keyla Amorim, estudante de doutorado em Psicologia da UFRN. 
Uma greve de mulheres no Brasil?
Atônitas, indignadas, feridas, temos assistido à ofensiva de violência contra as mulheres no Brasil. As proporções da violência se tornaram insuportáveis e a impunidade não pode continuar.
O caso da adolescente estuprada por mais de 30 homens no Rio de Janeiro ganhou visibilidade na mídia e está gerando comoção nacional. As instituições policiais e de justiça, que deveriam proteger a adolescente e punir os agressores, já estão agindo para culpabilizar a vítima, mesmo com um vídeo chocante divulgado na internet.
Feministas protestam em Ruy Barbosa,
Bahia, contra o New Hit, em 2013
Não é fato inédito. Nem será o último. Não nos esqueçamos de Queimadas, da Banda New Hit (os culpados cumprem pena), do médico Roger Abdelmassih, liberado por Gilmar Mendes (estuprou dezenas, em seu consultório, foi condenado a 278 anos de prisão), da agressão à deputada Maria do Rosário, para quem o deputado Jair Bolsonaro disse “Jamais vou estuprar você porque você não merece” (não foi condenado nem por falta de decoro).
Não nos esqueçamos dos mais de 50 mil estupros por ano registrados no Brasil, sendo esse número subnotificado do universo das 527 mil tentativas de violência sexual (dados do IPEA) -- em casa, na rua, de dia, de noite, mulheres, meninas.
Por décadas, nós, mulheres brasileiras, temos lutado para garantir nossos direitos, organizando nosso tempo para o trabalho, a criação dos filhos, o trabalho doméstico e a participação na esfera pública. Por vezes, é exaustivo, mas seguimos em frente, pois é necessário.
Mulheres contra Cunha: vários
protestos em 2015
Nos últimos anos, foram centenas de marchas. Margaridas seguem marchando todo ano, mas a violência no campo não diminui. Em 2015, as Mulheres contra Cunha ocuparam as ruas contra o PL 5069/13 (“PL do Estupro”), que dificulta o atendimento às vítimas, mas Eduardo Cunha (PMDB) continua mandando e desmandando no país, sendo um dos principais articuladores da ofensiva contra a democracia que estamos vivendo. 
Tivemos, ainda, a emblemática Marcha de Mulheres Negras de 2015, contra o genocídio dos jovens negros, contra o fato de que são as mulheres negras as mais vulneráveis de todas nós.
Aos casos de estupro se somam ainda mortes decorrentes do aborto inseguro, violência obstétrica, epidemia de cesarianas, misoginia no tratamento do Estado em relação ao Zika vírus, morte recorde de transexuais, assassinato de crianças indígenas, discriminação contra mulheres quilombolas e de religiões de matriz africana.
NÃO ESTAMOS SEGURAS. NÃO ESTAMOS SENDO OUVIDAS.
Estamos sendo ridicularizadas por instituições públicas que deveriam proteger as mulheres. Basta lembrar que um estuprador confesso se reuniu com o Ministro da Educação na última semana.
O que podemos esperar de nosso presente e futuro, de nossas próprias vidas e das nossas filhas, mães, irmãs, amigas?
Temos algo do nosso lado: somos trabalhadoras. Contribuímos para a economia e para a sustentação da sociedade. E se parássemos, por um dia?
Em 1975, na Islândia, elas decidiram parar. No “Dia de folga das mulheres”, como ficou conhecido, 90% das mulheres do país decidiram demonstrar sua importância entrando em greve, parando o trabalho não só fora de casa, mas também se negando a realizar as tarefas domésticas. O resultado foi o alcance de direitos sociais e trabalhistas, e mais cargos em espaços de poder.
Uma greve de mulheres no Brasil seria possível? Alguns coletivos já têm feito essa convocação via redes sociais. Acreditamos que cada mulher, em cada lugar do país, todas unidas e se apoiando, poderia parar.
Seria fundamental contar com o apoio de movimentos organizados de mulheres, sindicatos, coletivos feministas, movimentos de mulheres negras, lésbicas, trans, mães pela igualdade, mães contra o genocídio de jovens negros, e também as organizações comprometidas com os direitos humanos.
A gente grita: "Homens, parem!". Mas eles não param.
Estamos cansadas. Mas não de lutar por nossos direitos.
Então, agora quem para somos nós. É grave! É greve!
‪#‎GreveDeMulheres‬ ‪#‎EstuproNuncaMais‬

segunda-feira, 30 de maio de 2016

REAÇAS SE APROVEITAM DA COMOÇÃO PARA ODIAR FEMINISTAS

Cartum anti-feminista: Aham, é exatamente assim que o mundo é. 
Esta não é a saída apontada
por feministas para combater
estupros. Mas, se fosse, seria
melhor que a dos reaças
Desde quarta-feira, quando o caso do estupro coletivo no Rio tomou as redes, reaças decidiram que o mal a se combater não era o estupro, e sim as feministas, que combatem o estupro. 
De lá pra cá, reaças se juntaram para falar um monte de besteiras contra feministas. Nada disso é novo, claro. Eles só aproveitaram a ocasião para martelar mentiras na mente de gente que não pensa. Reuni aqui algumas bobagens que foram (e continuam sendo) espalhadas por reaças: 
- Feministas não fazem nada pelas vítimas. 
Clique para ampliar
Aí o Marcelo Freixo decide arranjar uma advogada (feminista) para a menina, e é chamado de oportunista político. Se não faz, é ausente, picareta, hipócrita. Se faz, é oportunista. Logo de cara a direita inteira se pôs a atacar a advogada que, ontem, foi dispensada pela família. Reaças comemoraram, se bem que a verdade é que a advogada foi dispensada porque a menina entrou no Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte (PPCAAM). Claro, reaças indiretamente comemoram que a garota esteja sendo ameaçada de morte!
- Feministas odeiam os pais. 
Semana passada pegaram no pé da cantora Pitty porque ela escreveu num tuíte: "Parem de relativizar estupradores como 'doentes', 'monstros'. Antes disso tudo, eles são HOMENS, e fizeram pq aprenderam que podiam fazer". 
Nenhum escândalo, nenhuma inverdade. É como eu disse outro dia: estupradores não são alienígenas que desembarcam no nosso planeta e se põe a estuprar terráqueas. Eles são cria nossa, prata da casa. Então não convém chamá-los de demônios, vermes, monstros, doentes etc. Eles são homens. 
Assim como existem (muitos) homens que não estupram nem batem nas mulheres, existem (muitos) homens que estupram e batem. Questionar essa masculinidade, que feministas chamamos de "masculinidade tóxica", é uma tentativa de combater uma ideologia -- que não é natural, é ensinada -- que leva muitos homens à violência. Fingir que esse é um probleminha individual que acomete poucos homens (e que assim que cometem um ato hediondo deixam de ser homens) não resolve. 
Mas esse tuíte da Pitty fez até que criassem uma hashtag contra ela, #processempitty. E os reaças aproveitaram para mais uma vez reforçar uma mentira que sempre divulgaram -- que feministas são mulheres que tiveram um péssimo relacionamento com o pai ou não tiveram sequer um relacionamento. Porque, sabe, feminismo é uma "doença" que tem cura (rola ou ter um filho macho) e tem causa (ser gorda, ter sido estuprada, não ter sido estuprada, não ter pai etc). 
Eu e meu amado pai quase
cinco décadas atrás
Ai, ai. Eu conheço um montão de feministas que adoram seus pais. Eu sou uma. Meu pai foi uma das pessoas mais importantes da minha vida. Eu o perdi quando eu tinha 26 anos e até hoje, 23 anos depois, é raro o dia em que não sinto saudades desse pai tão amado, tão presente em toda a minha vida. Ele era feminista, era de esquerda, e foi uma das minhas maiores influências desde que eu era criança. Então inventem outra, reaças, que essa "teoria do pai ausente" não tem nada a ver com a realidade. 
- Se feministas fossem a favor das mulheres, seriam a favor do porte de armas geral. 
Ahã. Imagina se eu junto um grupo de feministas e passamos a andar armadas. Imagina se a gente passar a atirar em legítima defesa. Tenho certeza que os reaças nos dariam o maior apoio, né?
Reaças estão divulgando fotos
(que podem ser montagens) com
rosto e nome de menor de idade
Até quando há uma vítima comprovada como a menina de 16 anos do estupro coletivo, reaças fazem tuítes assim, divulgando nome e foto de uma menor de idade que está correndo risco de vida. Mas e aí? A vítima posou com armas uns anos atrás. Isso muda exatamente o quê? Se a menina estivesse armada (pode, reaças? pistolas e metralhadoras pra menor de idade também?), ela teria impedido o estupro coletivo? Ela atiraria em todos os 33 caras ou só em alguns? E nenhum dos 33 estaria armado?
Reaças juram que praticamente qualquer estupro é denúncia falsa, invenção de feminazi, mentira de uma mulher que se arrependeu de ter transado. Então pra cima de moi que vocês vão ficar do lado de uma vítima que mata seu estuprador!
- Outros casos não tiveram essa comoção toda.
Felipe e Liana, brutalmente assassi-
nados em 2003
Vi vários reaças falando do terrível caso de Liana Friedenbach, garota de 16 anos que foi assassinada por outro menor de idade, Champinha, e seu grupo, após vários estupros coletivos. Um reaça disse que o caso não teve a mesma repercussão que o estupro coletivo do Rio agora. Olha o nível da besteira! Primeiro que o caso Liana causou gigantesca comoção, tanto que se fala nele até hoje. Segundo que ele aconteceu em 2003, quando a internet ainda estava engatinhando e não existiam Facebook, Twitter e outras redes sociais. 
Reaças também dizem que a esquerda defendeu Champinha, o que é outra grande mentira. Uma ou duas pessoas não representam "a esquerda". Perguntar se Champinha não seria também uma "vítima da sociedade" não tira dele a responsabilidade do ato. Alguém ser contra a redução da maioridade penal não quer dizer que essa pessoa defende menores infratores. Pô, não é tão difícil de entender! Sem falar que Champinha é um péssimo exemplo para mencionar a "impunidade dos menores de idade" porque ele segue internado até hoje. 
- Feministas não falaram nada sobre estupro coletivo no Piauí no ano passado. 
Que mentira! Não só foi um assunto de comoção nacional que gerou "textões" (aqueles que vocês odeiam tanto) de um monte de feministas, como também a senadora Vanessa Grazziotin, por causa do caso, apresentou projeto para aumentar em um terço a pena para estupro coletivo. 
- E se os 33 homens se declarassem mulheres?
Outra besteira que veio à tona com o caso do estupro coletivo: falar de mulheres trans usando banheiros femininos. Pois é, não tem nada a ver com nada, mas quem disse que reaças primam pela coerência?
Talvez o primeiro tuíte nesse sentido tenha vindo da ex-jogadora de vôlei Ana Paula, que continua famosa por ser reaça. 
Mas vi vários outros, inclusive o do ilustrador eleitor do Bolsonaro que foi demitido pelo estúdio. Em excelente posicionamento, a Chiaroscuro Studios anunciou que decidiu "encerrar o relacionamento com artistas não alinhados com valores que, para nós, são absolutamente inegociáveis". 
Pra usar um termo reaça, é de uma "desonestidade intelectual" imensa esse tipo de "dúvida". Pra começar, tá cheio de feminista que é contra mulheres trans usarem banheiro feminino (e nem por isso vocês gostam dessas feministas, não é mesmo, reacinhas?). Eu sou totalmente a favor de mulheres trans usarem banheiro feminino porque mulher trans é mulher, não é homem. 
Fora isso, não acredito que todo homem seja um estuprador em potencial. Mas vale lembrar que existem dezenas de casos de estupro e assédio em banheiros femininos. E, adivinhem? Esses atos criminosos não são cometidos por mulheres trans ou travestis, e sim por homens cis (ou seja, homens que sempre se identificaram e foram identificados como homens). Homens cis não vão se vestir de mulher para assediar ou estuprar mulheres nos banheiros femininos. Eles já estupram e assediam -- vestidos de homem mesmo. Portanto, mais uma vez, se reaça realmente quer combater estupro (o que eu duvido muito, vendo o número imenso de reaças que negam a existência de estupros), vocês estão escolhendo o alvo errado. Não são mulheres trans ou feministas que estupram. São homens! (e, mais uma vez, dizer que quase todo estuprador é homem é diferente de dizer que todo homem é estuprador).
- Feministas estão usando o caso para promover o feminismo.
Não estamos "usando o caso". Estamos revoltadas com a cultura do estupro, e muito antes deste caso em particular. A comoção existe, e sempre há um caso que serve de pontapé, assim como aconteceu com o Nenhuma a Menos, para protestar contra feminicídios na Argentina. Reaças são mesmo muito ruins da cabeça para achar errado realizar protestos contra estupros e feminicídios.
Depois do "feministas querem legalizar o aborto por causa do ego" (by Sara Inverno) e "feministas querem legalizar o aborto para praticar sexo ilícito", temos o "a revolta feminista é apenas por likes". Sério, um publicitário escreveu isso. Depois apagou.
Página no Facebook criada ontem, com o nome completo da vítima 
- Os heróis das denúncias do estupro não são as feministas, são os reaças.
Essa é bem bizarra, mas eu explico. O mesmo reaça que semana passada disse que a masculinidade salvou Ana Hickmann concluiu agora que houve heróis no caso do estupro coletivo -- os reaças zueros que passam a vida atacando ativistas na internet. Sim, segundo o gênio, foi um desses bolsonazis que printou os primeiros tuítes dos caras se vangloriando do estupro e pediu pra denunciar. 
Esse cara aqui, que evidentemente se importa muito com as vítimas.
Mais opiniões do "herói" que faz mais pelas mulheres do que todas as feministas juntas desde a história do mundo (ops, não, esse slogan é pra marca Bolsonaro).
Outro "herói", segundo o reaça, é um misógino obcecado por mim, um que já escreveu que sonha "com o dia em que ainda vou quebrar todos os dentes dessa mal comida", referindo-se a mim, e que é tão stalker meu que disse que observadores aqui no meu bairro (ou seja, ele pôs gente pra me seguir) garantiram que eu estava dando em cima de um homem casado (e não era meu marido! Até hoje não sei de quem eu estava dando em cima). 
Martorelli, "herói" das mulheres há anos
Esse herói chamado Martorelli já na quarta teria levado prints à Delegacia da Mulher no Rio. Um cara tão bem intencionado! Tanto que desde o início ele mudou seu avatar para o nome de "Marmitinha dos 33". Porque, né, esse sim se importa com vítimas de estupro.
Agora todos esses "heróis" estão celebrando que, segundo eles, este caso de estupro que causou comoção não foi estupro. A vítima era mesmo uma vadia, dizem eles. Eles comemoram que um laudo não apontou indícios de violência (porque a vítima demorou dias para fazer o exame) e aguardam ansiosamente o documento do secretário de segurança pública do Rio que pode "contrariar o senso comum". Para eles, será o fim de uma farsa (não foram eles os heróis que a divulgaram?) e o fim do feminismo.
Qual a novidade? Reaças acham que toda denúncia de estupro é mentirosa.
Cristiana Bento, a delegada encarregada do caso, já declarou: "Estupro está provado". O vídeo e o depoimento da vítima provam o abuso sexual. E ainda: "Não foram colhidos indícios de violência, o que não quer dizer que ela não aconteceu".
- A culpada pelo estupro não foi a cultura do estupro, e sim as feministas.
É tanta bobagem junta que não dá nem pra argumentar. Mas eu adoro como reaças dão às feministas muito mais poder do que nós realmente temos. Porque olha só, sem dinheiro, sem programas de TV ou colunas nos jornais a nosso dispor, sem igrejas para espalhar nossa ideologia, já conseguimos causar esse estrago todo! Acabamos com a civilização! Infelizmente, ainda não conseguimos acabar com o machismo. 
Do guru da extrema direita
O ódio contra as feministas virou pauta da direita. Já faz tempo, claro, mas esse ódio pode ser visto claramente no caso do estupro coletivo. Óbvio que isso tem fins políticos: o de tentar enfraquecer a esquerda (pois a enorme maioria das feministas é de esquerda, e a esquerda é feminista -- ainda que muitos de seus membros sejam machistas), e o de mais uma vez atacar as feministas, já que nós incomodamos e os reaças nos veem (corretamente!) como inimigas. 
Tuíte da Sara Winter
Mas é perturbador como reaças jogam baixo. Uma "ex-feminista" disse que os homens se f*deram a vida toda, em toda a história, fazem tudo para dar uma vida segura às mulheres, "e ainda assim vocês reclamam? Vão lavar uma louça!". Pois é, somos muito ingratas com o patriarcado. 
Outra começou um vídeo bradando que é contra os estupradores, mas em questão de segundos ajustou o seu ódio e passou os outros 3,5 minutos chamando feminismo de "movimento de bosta". 
Ela, e o outro reaça que fez "textão", disseram que ninguém é a favor do estupro, que esses caras não existem, que se a gente tem amigos que chegam dizendo que se aproveitariam de uma menina bêbada pra transar com ela, o problema está nas nossas amizades, não na sociedade. Porque, sabe, reaças não falam isso! É tudo invenção nossa! 
Ahn, reaças falam isso até na televisão em horário nobre, e vocês os aplaudem por isso!
Quer outro exemplo de ódio contra feministas? Rayzza Ribeiro, de 22 anos, foi encontrada morta, carbonizada, numa escola em São Pedro, RJ. Ao lado, algumas das mensagens sobre o assassinato da jovem, que era feminista.
Reaças nos odeiam tanto que chegaram a fazer um selo de "Eu luto pelo fim do feminismo" para se contrapor ao "Eu luto pelo fim da cultura de estupro", que muitas feministas e mulheres em geral colocaram em seus perfis. Que bom que vocês lutam por alguma coisa, reaças.

P.S.: Ontem gravei um breve vídeo sobre o caso para o Fantástico, mas imagino que não tenha ido ao ar, porque o enviei tarde, já que estava viajando. De todo modo, se alguém quiser ver o vídeo, está aqui. Não deixei os comentários abertos porque não quero receber mais um monte de insultos e ameaças, além de justificativas pro estupro da menina. 
Post de um major
P.S.2: O Labic fez uma análise interessante sobre como funcionou a rede de denúncias e solidariedade no Twitter, referente a este caso. Fico feliz por ter sido citada.
UPDATE: E o que sempre nos dizem: denuncie! Vá à polícia! Mas esta é a polícia que nós mulheres temos à disposição! Policiais reaças que zombam e expõem fotos de uma menor de idade! É desolador.