terça-feira, 10 de maio de 2016

GUEST POST: MEU PRIMINHO E O RACISMO NA INFÂNCIA

A J. me enviou este relato: 

Eu me chamo J. e sou de Recife. Gosto muito do seu blog e sempre que posso dou uma visitinha. Ainda estou em um processo de construção do meu feminismo, e os textos do seu blog tem me ajudado muito.
Estou escrevendo para falar de algo que tem me deixado com um misto de tristeza, revolta e decepção: um caso de racismo na família. E ainda mais vindo de uma criança, meu primo de oito anos.
Eu vi esse menino nascer e crescer, dei todo o meu carinho e minha atenção. Infelizmente ele se tornou uma criança mimada, cheia de vontades, que não respeita nem nossa avó. Vejo essa personalidade dele, em parte, como um reflexo da negligência da mãe, que nunca foi uma pessoa responsável e paciente a ponto de educar um filho. Quando ele vem aqui em casa a gente tenta impor respeito, ser paciente com ele. Mas é só ele voltar para casa que as coisas pioram; as tias continuam mimando, a mãe e a avó continuam acobertando as birras.
De uns tempos para cá, meu primo tem passado dos limites. Recentemente fiquei sabendo que a mãe dele andava ameaçando colocá-lo em uma escola pública, devido ao baixo rendimento nos estudos, e ele dizia que não iria de jeito nenhum pois nessas escolas "só tem menino negro". Outra vez, a mãe dele contou para mim que ele ficava irritado quando alguém dizia que "estava preto" devido ao bronzeado da praia. E ela ria, achando graça, mesmo sendo negra assim como minha avó, minha mãe e minhas outras tias. Imediatamente eu rebati e disse a ela que deveria censurar meu primo sempre que falasse essas coisas. Ela entendeu e assegurou que iria fazer isso, mas logo percebi que não adiantou de muita coisa.
Semana passada ele passou alguns dias na minha casa. No sábado eu e minha irmã fomos levá-lo de volta, e no meio do caminho para o ponto de ônibus, meu primo se distanciou de nós e saiu da calçada, indo para o meio da rua. Antes ele tinha murmurado algo como "fulano vai roubar vocês", mas no momento eu não entendi.
No fim do percurso, ao longe nos deparamos com um idoso que mora na mesma rua que a nossa. Ele é negro e tem algum tipo de deficiência na perna. Ao vê-lo se aproximar, meu primo chegou perto de mim e sussurrou "a gente vai passar perto do deficiente?" ou algo do tipo.
Aí eu não aguentei mais. Depois de passar pelo senhor e cumprimentá-lo, repreendi meu primo. Chamei a atenção dele por zombar da deficiência alheia e perguntei, com todas as letras, se havia ficado com medo de cruzar com o senhor porque ele é negro. Minha irmã se juntou a mim e contou que havia notado meu primo indo para o meio da rua por causa de um rapazinho negro que havia saído de uma das casas. Ralhamos com ele, demos destaque ao fato de que ele próprio tinha traços negros e que não podia se sentir superior a ninguém por causa da cor da pele. Ele ouviu tudo calado, ressabiado, e não disse mais nada.
Não consigo deixar essa história pra lá, Lola. Contei tudo para minha mãe, que também ficou triste e chocada. As pessoas costumam rir nessas situações, ignorar, afinal "ele(a) é só uma criança". Para mim é justamente aí que está o problema; quando uma pessoa começa a reproduzir discursos preconceituosos desde pequena, a situação só tende a piorar. 
E meu primo está crescendo, logo entrará na pré-adolescência. Meu medo é que ele passe de racismo velado a atitudes mais extremas, como discriminar algum colega negro, agredir. Que ele se torne um desses machistas nojentos, homofóbicos e racistas que andam por aí; pois sei bem que, onde há um tipo de opressão, o espaço se abre para muitas outras.
Aqui neste site
Fico pensando quantas crianças por aí reproduzem os mesmos preconceitos, zombam do coleguinha do "cabelo ruim", do "nariz de porrote", como se diz por aqui. Como futura educadora, me preocupo com essas questões. O fato de ser alguém da minha família, que vi crescer e por quem, apesar de todos os fatores negativos, nutro afeto, dói muito. Mas poderia ser o primo de uma amiga minha, o irmão de uma desconhecida, a filha do padeiro da esquina. 
E ainda vem gente me dizer que não existe racismo no Brasil, sinceramente...
Desculpe a prolixidade do texto, Lola, mas eu precisava contar isso. Demonstrações de preconceito durante a infância deveriam ser tratadas com mais seriedade, é o que penso.

40 comentários:

Anônimo disse...

Tenha esperança, o futuro dele não está traçado. E porque digo isto? Porque eu por volta dos 5 anos falei que não queria ir com uma determinada senhora porque ela era “preta”, oras eu tinha só 5 anos, não dá pra acreditar que aquilo tenha saído assim da minha cabeça, pois bem tempos depois descobri que alguns familiares meus faziam comentários racistas perto de mim, então foi dai que saiu essa aberração. A diferença é que na época minha mãe me repreendeu, brigou comigo e nunca mais fiz aquilo, hoje abomino coisas desse tipo.
Crianças reproduzem e muito o que veem os adultos próximos fazerem, você não comenta, mas cabe uma pergunta, e o pai dessa criança? não tem atitudes racistas? talvez não explicitas mas será que não em casa? em particular? Mesmo que sutis?
A filha de uma conhecida, faz comentários maliciosos, zombaria mesmo, com quem fala errado, fala do cabelo e da cor das pessoas, da condição social, detalhe a mãe e o pai dela são negros, é pobre (mas acha que é rica) enfim, mas eu convivo então sei que muitas das atitudes dela foram absorvidas da mãe.
Sandra

Mila disse...

Passo por uma situação parecida na minha família. Meu tio é um homem bem escuro e se casou com uma mulher branca, por consequência, seus filhos têm a pele mais clara, mas ainda assim são negros.
A família dele é muito racista e ele, para se proteger ou rir ou sei lá o que, embarca nesta onda de racismo. Ele vive a se referir à família como "os pretos". E junto com esta alcunha, nosso tratamento é bem diferenciado. Incentivados pelo pai, os filhos reproduzem desde pequenos preconceitos sempre tratando "os pretos" com desdém, principalmente por nós estudarmos.
Minha mãe e minha outra tia vivem se queixando de ser tratadas diferente das outras tias por serem negras. Eu mesma já desisti dessa galera, quero distância.

Anônimo disse...

É bom não ignorar brincadeiras infantis do crime de RACISMO. Por meio destas "brincadeiras", muitas vezes a pessoa internaliza que a zoeira é merecida e não identifica quando está sendo desonrada em virtude do foi "só uma brincadeira". Quem é/foi vítima de bullying sabe como é o processo. Às vezes uma brincadeirinha entre amigos que você tem vergonha de dizer um "Paraê mano, isso não foi legal" evolui para uma zoação desenfreada. Tem gente que não consegue discernir entre uma piada entre amigos e leva isso para a sociedade. "Ah, mas meu amigo negro não se incomoda, logo todo negro não deveria se incomodar".

Sem contar que a desculpa de brincadeira ou mal entendido é usada como forma de disfarçar seus preconceitos. É a carta na manga de racistas e homofóbicos de plantão que, incapazes de arcar com as consequências do que dizem ou fazem, se valem da desculpa de "foi só uma brincadeira" ou fui "mal interpretado". Não é incomum que o ofendido enfrente pressões sociais ao denunciar atitudes racistas, principalmente dentro da família ou amigos.

Anônimo disse...

Se o racista for menor de idade, como o feminismo deve agir?
medidas sócio educativas, comunicação aos pais, ou o menor sabe o que está fazendo e deve ser punido

Anônimo disse...

A criança é o reflexo daquilo com o que ela convive. Erro dos familiares em geral não corrigir, não educar corretamente.

E odeio essa desculpa de "é só uma criança", em alguns casos entendo perfeitamente a criança falar ou fazer algo e na sua inocência achar que está certa, ou está sendo engraçada...mas num caso assim, não entendo, até porque a criança já tem uma idade em que entende sim certos assuntos.

Tenho um sobrinho negro que é adotado, e muitas vezes saio com ele e vejo o quanto as pessoas olham torto, adultos, adolescentes e crianças. Acho o cúmulo o preconceito ainda estar tão enraizado em algumas pessoas e elas transmitirem isso para seus filhos.

Dificilmente esta criança mudará seus pensamentos e atitudes, pois ele acha que está certo e não é repreendido pelos principais pontos de referencia para ele, os pais.

Anônimo disse...

Lolinha, qnd ler, apaga o comentário das 13h55.

Vms ao texto: é lamentável, né?? Minha sobrinha tb tem tido alguns comentários racistas e gordofobicos. Acho que é influência principalmente de alguns colegas da escola.
Penso que, como seu primo gosta mto de vc, sua influência sobre ele tem mto valor, e pode ser determinante no desfecho dessa história. Tente conversar com ele, tatnto pra repreender qnt pra ensinar. Mostrar pq certos pré conceitos, esteriótipos, são os racistas, discriminatórios e errados.
Boa sorte!!

Anônimo disse...

* mostrar pq certos pré conceitos e esteriótipos são racistas, discriminatórios e errados.

Anônimo disse...

Aconselhar a boa saúde é gordofobia?

Anônimo disse...

Anonimo das 14:34

seria voce mais uma daquelas pessoas bem intencionadas que está preocupada com a saúde alheia ? Cm tem gente boa e preocupada no mundo, né ?!
será que tem gente assim preocupado com as minhas contas tb ?

Anônimo disse...

Fala sério. Contrariar um preto agora é racismo. Daqui a pouco brancos não vão poder sair nem de casa.

Anônimo disse...

Acho que todo mundo já foi preconceituoso uma vez porque é algo que ta impregnado na sociedade. Eu ouço comentários racistas toda hora e esses comentários são feitos por familiares meus que são na maioria negros.

Anônimo disse...

Também detesto isso de "ah mas eh só uma criança". Criança não eh burra não! Entende muito bem muitas coisas, isso pra mim eh só uma desculpa pra quem tem preguiça de educar. Daí ficam passando a mãozinha na cabeça.

Anônimo disse...

"É bom não ignorar brincadeiras infantis do crime de RACISMO. Por meio destas "brincadeiras", muitas vezes a pessoa internaliza que a zoeira é merecida e não identifica quando está sendo desonrada em virtude do foi "só uma brincadeira". Quem é/foi vítima de bullying sabe como é o processo. Às vezes uma brincadeirinha entre amigos que você tem vergonha de dizer um "Paraê mano, isso não foi legal" evolui para uma zoação desenfreada. Tem gente que não consegue discernir entre uma piada entre amigos e leva isso para a sociedade. "Ah, mas meu amigo negro não se incomoda, logo todo negro não deveria se incomodar".

Sem contar que a desculpa de brincadeira ou mal entendido é usada como forma de disfarçar seus preconceitos. É a carta na manga de racistas e homofóbicos de plantão que, incapazes de arcar com as consequências do que dizem ou fazem, se valem da desculpa de "foi só uma brincadeira" ou fui "mal interpretado". Não é incomum que o ofendido enfrente pressões sociais ao denunciar atitudes racistas, principalmente dentro da família ou amigos."

Reitero totalmente

Anônimo disse...

Eu tive uma diarista branca que era casada com um negro. Quando ela se referia à família do marido, frequentemente utilizava a expressão "negror", tipo, "...daí desceu aquele negror lá em casa", para dizer que a família do marido tinha ido à casa dela. Ela falava isso em tom de brincadeira, mas eu ficava chocada e sem ação. Nunca soube como agir.

B. disse...

"A miscigenação dá nisso aí."

Jogo de adivinhação: quem escreveu isso (ok, troll, mas que tipo de troll?
a) Racista com ideias eugenistas/nazistas
b) Atividade do "Novo" movimento negro que defende "relacionamento afrocentrado" e combate à "palmitagem". Tá difícil essa...

Sobre o post: me irrita o "ain, é só criança", por outro lado, muitas crianças mudam, eu fui uma criança com preconceitos, dizia coisas horríveis, as quais hoje abomino, pois tive uma boa educação e fui recriminada ao falar essas bobagens.

Anônimo disse...

"Recentemente fiquei sabendo que a mãe dele andava AMEAÇANDO colocá-lo em uma escola pública, devido ao baixo rendimento nos estudos"

Vejam onde começam também os problemas da escola pública, essa demonização, como se toda escola pública fosse mesmo uma fábrica de traficantes como disse o tal do kim. A mãe AMEAÇA mandar para a escola pública, certamente a criança vai achar que tem algo errado lá. A maior parte dos negros estudam em escolas públicas, dizer que lá é fábrica de bandido é só mais uma forma de ser racista, percebendo essas coisas você vai saber de onde seu primo tem tirado essas ideias.

Anônimo disse...

Tu ainda diz coisas horríveis.
Mas a culpa é das mulheres e negros (etc.) que não te consultam antes de decidir como lutar por seus direitos.

Anônimo disse...

Só lembrando que:
Se um negro é racista com os próprios negros, isso não dá autorização para um branco ser racista também.
Existe negro racista
Existe mulher que é machista
Existe gay homofóbico
Existe gordo gordofóbico

titia disse...

Esse "Ai, é só uma criança, é engraçadinho quando elas dizem/fazem merda" é justamente o problema. Não é fofo não, colega, é um tipo de 'semente do mal'. Porque um moleque que ouve um "Ai, que fofo" quando diz alguma merda racista, beija uma coleguinha sem ela querer, dá uma mordida em outra criança vai achar que está sempre certo e vai virar o cara que reclama de "racismo reverso", chama negro de macaco e diz que "foi brincadeira", que passa a mão na desconhecida no ônibus, quebra o braço de mulher que não quis beijar na balada, que agride outra pessoa por causa de discussão pequena ou puxa logo uma faca pra resolver discussões no trânsito. E é daí pra pior, ou você acha que os criminosos que agrediram a doméstica no ponto de ônibus ou tocaram fogo no índio Galdino não ouviram que era "engraçadinho" quando diziam que prostituta tinha que apanhar e mendigo tinha que morrer?

Pra criar um adulto decente, colega, você não pode passar a mão na cabeça da criança quando ela diz/faz merda. Não é preciso sentar a porrada nem botar a criança na cadeia, é só orientar bem, explicar que aquilo é errado, magoa e prejudica as pessoas, que todos são seres humanos e portanto tem os mesmos direitos, e mais do que tudo, ser o EXEMPLO principal do seu filho. Crianças não morrem se levarem bronca, forem corrigidas ou ficarem de castigo (espancamento e violência psicológica NÃO é educação), podem educar seus filhos sem medo. E se não quer educar seu filho, favor não ter um. Compre uma boneca Baby Alive ou um ursinho de pelúcia. O mundo não precisa de crianças mal educadas nem de pseudo-pais irresponsáveis.

Anônimo disse...

Isso me faz lembrar como serão os adultos que hoje são crias dos coxinhas. Os meninos fazem desenho de morra dilma e lula na escola e os pais acham bonitinho.

Anônimo disse...

"Esse "Ai, é só uma criança, é engraçadinho quando elas dizem/fazem merda" é justamente o problema. Não é fofo não, colega, é um tipo de 'semente do mal'. Porque um moleque que ouve um "Ai, que fofo" quando diz alguma merda racista, beija uma coleguinha sem ela querer, dá uma mordida em outra criança vai achar que está sempre certo e vai virar o cara que reclama de "racismo reverso", chama negro de macaco e diz que "foi brincadeira", que passa a mão na desconhecida no ônibus, quebra o braço de mulher que não quis beijar na balada, que agride outra pessoa por causa de discussão pequena ou puxa logo uma faca pra resolver discussões no trânsito. E é daí pra pior, ou você acha que os criminosos que agrediram a doméstica no ponto de ônibus ou tocaram fogo no índio Galdino não ouviram que era "engraçadinho" quando diziam que prostituta tinha que apanhar e mendigo tinha que morrer?

Pra criar um adulto decente, colega, você não pode passar a mão na cabeça da criança quando ela diz/faz merda. Não é preciso sentar a porrada nem botar a criança na cadeia, é só orientar bem, explicar que aquilo é errado, magoa e prejudica as pessoas, que todos são seres humanos e portanto tem os mesmos direitos, e mais do que tudo, ser o EXEMPLO principal do seu filho. Crianças não morrem se levarem bronca, forem corrigidas ou ficarem de castigo (espancamento e violência psicológica NÃO é educação), podem educar seus filhos sem medo. E se não quer educar seu filho, favor não ter um. Compre uma boneca Baby Alive ou um ursinho de pelúcia. O mundo não precisa de crianças mal educadas nem de pseudo-pais irresponsáveis."

Endosso

Anônimo disse...

"Bons tempos da infância politicamente incorreta."

Pois é, não é à toa que os adultos da infância politicamente incorreta são tão pacíficos.

Anônimo disse...

Mimimi pq vcs deveriam se preocupar só com o que eu quero

Essa geração de bunda-moles que só reclama na Internet e não faz nada. Essa geração de moleques mimados que acham que só a opinião deles importa. Ragnar vc é um exemplo disso. Aqui mesmo a gente já criticou a forma como a mídia quer adultizar crianças e infantilizar mulheres.

Anônimo disse...

a) O racismo deve ser combatido na infância o que os conservadores que defendem a tese que o mundo politicamente correito é chato querem na verdade discriminar e não enfrentar punição

André disse...

A menos que você seja médico e o gordo tenha solicitado seu parecer técnico e você esteja com os exames dele em mãos então "aconselhar boa saúde" é gordofobia. Ou você sai por aí aconselhando meninas de saia curta sobre os perigos das doenças venéreas?

André disse...

14:58

Contrariar um Preto não é racismo, reduzir o racismo a esse espantalho é racismo.

Anônimo disse...

É hoje meus queridxs amigxs!
Brasil, pra frente, com Temer presidente!!!

Aquele currículozinho maroto já foi feito?
Pq os cortes já comećam a ser feitos na semana que vem!!!

Agora sim esse país toma rumo!
Temer é um homem íntegro, aliado ao guerreiro Eduardo Cunha, outro homem íntegro e de moral imaculada (apesar das fraudulentas tentativas petralhas de ligá-lo a contas na Suíca).

Chega de corrupcao!

Anônimo disse...

Se preocupar com o peso alheio com a desculpa de que está se preocupado com a saúde da pessoa, é gordofobia disfarçada.

Mas no caso da minha sobrinha, é mto mais óbvio... ela não quis fazer um trabalho com uma coleguiha porque 'ela é gorda'. Não tem desculpa. Levou uma baita bronca e ficou de castigo.

Anônimo disse...

Dilma foi a pior presidente que o mundo já presenciou. O PT morre hoje.
Mas, falando do assunto do blog, EU nunca tive discriminação com ninguém por causa de cor de pele. MAS, graças à política desse país petista - até então - fui APROVADO em um difícil concurso público e tive minha vaga ROUBADA na cara dura por algum preto que tirou nota bem mais baixa que eu, e que foi nomeado no meu lugar. Fiquei com tanto ódio por essa desonestidade e sacanagem patrocinada pelos esquerdistas, que hoje não convivo com nenhum preto, não quero nemhum deles perto de mim nem de minha família, ensino meus filhos que pretos são inimigos deles porque concorrem deslealmente nos concursos e universidades e que eles devem sempre se manter afastados desses desonestos. Por causa do PT nasceu uma família inteira contra os pretos, qie nada tinham contra eles, mas graças às políticas públicas errôneas e desleais, culminaram em criar um problema onde não existia. Por isso o menino os associa a ladrões, pois eu fui uma vítima dos pretos, por exemplo.

Clara Grizotto disse...

crianças reproduzem aquilo que veem. quando tinha uns 9 anos estudava com uma menina negra que usava black power. perguntei umas três vezes pra ela pq não alisava o cabelo, ia ficar mais bonita. ela ficava sem graça e dizia que já haviam dito isso pra ela, mas a mãe não deixava. hoje lembro disso e me dá um aperto no peito... fico pensando o impacto disso e de tantas outras manifestações racistas que ela passou na infância. se tivesse o contato dela pediria desculpas, mas não lembro nem o sobrenome.

hoje sou bem diferente, me desconstrui ao longo do tempo e sigo desconstruindo. parte disso foi por conta dos puxões de orelha que tomei. por isso, acho importante frisar o quanto ele está errado. vivo repreendendo meu primo de 9 anos qdo ele reproduz machismo. pd até ser q eles não mudem a visão - again, eles reproduzem aquilo que ouvem -, mas pelo menos tento fazer pensar e refletir.

Anônimo disse...

Se você fosse assim tão bom quanto prega, teria tirado uma nota alta o suficiente para garantir a sua vaga na livre concorrência. Não culpe os negros por sua incompetência.

titia disse...

12:33 quem você acha que engana? Sabemos que você não tem filhos.

Putz, incompetência aí tá braba, hein? Eu fiz dois vestibulares sem estudar matemática, física e química (todas essas provas foram no chute) e passei! E no primeiro vestibular que eu fiz, adivinha? Passei! Ninguém "roubou" a minha vaga não, eu que tive sorte nos dois vestibulares que fiz sem estudar (pra áreas de humanas, admito) e ralei muito no primeiro vestibular que fiz. Passar a tarde toda assistindo filme pornô e vomitando racismo, misoginia e homofobia na internet sem estudar nem uma cartilha de ABC e depois reclamar que alguém "roubou" a vaga dele por ser negro?

Anônimo disse...

Quanto à injustiça das cotas raciais em vestibulares e concursos:

Ainda bem que existe um tal "desemprenho mínimo - nota de corte" previsto nos editais, pq senão, realmente, as vagas seriam 100% tomadas pelos de pele escura/índios/etc...
Imaginemos um concurso com 100 vagas, com concorrência de 1.000 candidatos/vaga. Total de 100.000 candidatos. Desses, uns de 33.300,00 são negros (média).

Quando vemos a lista de aprovados (sem cotas, com nota de corte), todos os 100 primeiros são brancos. O 1º negro aparece lá pela 300º posição. Nenhum negro seria aprovado. Dos 100.000 candidatos, somente 5.000 conseguem a nota de corte (desempenho mínimo). Desses, somente 200 são negros.

PORÉM, se não existisse essa nota de corte, como 200 negros foram aprovados, TODOS ELES passariam NA SUA FRENTE e os 100 primeiros negros seriam convocados e nomeados NA SUA FRENTE, e ocupariam indevidamente TODAS AS VAGAS DO CONCURSO, sem terem a mínima capacidade para tal. Todo serviço público e todo órgão público seria 100% ocupado por pretos.

AINDA BEM que limitaram a taxa de furto de vagas (cotas raciais) em 30% no total (pretos/índios). Isso quer dizer que das 100 vagas líquidas, 70 somente são livre concorrência, e serão ocupadas por BRANCOS. As outras 30 são FURTADAS na sua cara, colocando os 30 negros que ficaram entre 300º até 5.000º colocação NO LUGAR DOS 30 BRANCOS que ficaram entre 71º-100º lugares.

Pergunto: Isso é justo? Onde? Só se for no mundo da lua esquerdista. E PIOR: E se não existisse o tal "desempenho mínimo"? Aí nem precisava fazer o concurso, né? Era só fazer uma chamada pública para os 100 primeiros negros que aparecerem e já dar a nomeação para eles, porque na prática isso inviabilizaria o concurso público.

E ainda acho que como concurso público é algo bastante lucrativo para as empresas e para o estado, somente por conta disso é que a esquerda radical ainda não emplacou essa ideia esdrúxula no governo. Mais alguns anos de governo de esquerda seria assim no futuro.

Anônimo disse...

Roubar vaga de branco? Por acaso, vaga tem dono? Vc comprou vaga? A sua cor comprou vaga?

E não sei pra que tanta choração. Nas universidades e nos concursos, negros e brancos estão sujeitos à avaliações de desempenho. Para quem não sabe, avaliações de desempenho seguidamente ruins culminam no seu desligamento do serviço público ou universidade. Portanto, next!

Então anônimo racista, estude e estude muito para passar em alguma coisa. Pelo nível de obtusidade, tô vendo que nunca passará num processo seletivo decente. A não ser, é claro, que entre pelas portas dos fundos com a indicação de alguém. Nessas horas, a meritocracia dá um pause.

titia disse...

Amigolino injusticeiro das cotas, deixa eu te explicar bem mastigadinho, tá? Pra passar num concurso ou no vestibular, você TEM que ESTUDAR. Tá ligado? E estudar de verdade, pegar os livros e sentar duas ou três (ou mais) horas pra ler o texto com toda a atenção e fazer os exercícios. Você TEM que dedicar TEMPO ao estudo. Tem concurseiro que precisa ficar estudando por dois ou três anos e fazendo cursinho antes de ser aprovado. Você precisa sentar sua bunda na cadeira, desligar o computador e ESTUDAR. ES-TU-DAR, tá entendendo? Ficar o dia todo de bobeira na internet vendo filme pornô e mimizando sobre "racismo reverso nas cotas" reclamando sobre como o mundo é injusto com os pobres machos brancos héteros em sites feministas não serve pra te fazer passar em concurso. Ninguém vai te dar um cargo público de presente só porque você se sente injustiçado. Quer passar num concurso ESTUDA, CARALHO!

Anônimo disse...

Sou lésbica e outro dia mesmo, presenciei um garoto de uns 12 ou 13 anos fazendo um comentário preconceituoso a meu respeito para a mãe dele. Não ouvi a resposta da mãe mas pela postura me pareceu condescendente.

Senti um misto de vergonha e nojo. Não reagi porque não quis me aborrecer mais ainda. Mas torço do fundo do meu ser para que um dia eles façam o mesmo com alguém violento e voltem para casa com o olho roxo. Talvez assim aprendam a respeitar as pessoas. A enxergar que por trás do diferente existe um ser humano que tem sentimentos e merece respeito.

Crianças que tem esse tipo de comportamento tolerado, crescem achando normal ser preconceituoso, racista, homofóbico. A culpa nem é delas, mas dos adultos responsáveis. A autora do post faz muito bem em reprimir as atitudes do primo.

Anônimo disse...

Amiguinho racista, deixa eu te explicar uma coisa sobre as cotas...

Se a pessoa for negra e passar dentro do limite da ampla concorrência, mesmo tendo concorrido como cotista, ela ocupará a vaga da ampla concorrência.

Vou te dar um exemplo do concurso que fiz recentemente da ANAC. Vai lá na lista de aprovados pra segunda etapa e verifica os nomes com *. Essas pessoas se inscreveram como cotista e passaram nas vagas de ampla concorrência. Então, sua teoria de que as 100 melhores notas seriam de brancos, é fajuta.

Além do mais, e você deve saber disso mas continua sendo um racista idiota, os negros que tiram notas piores e que entram por cotas, não concorrem em pé de igualdade com você.

Pensa que, o 'privilégio' que eles têm num concurso, é igual ao privilégio que você tem NA VIDA! Então para de chorar e vai estudar um pouquinho mais, já que você recebeu quase tudo de mão beijada.

Ou você trocaria sua vidinha privilegiada de branco, pela vaga que um negro 'roubou' de voce??? Topa? Trocar a cor da sua pele pela vaga no concurso? Aposto que não!! No fundo, você deve saber que essas cotas raciais não 'compensam' nem um pouco as dificuldades que um negro encontra ao longo da vida, mesmo que ele seja de classe média e alta.



Anônimo disse...

"Não reagi porque não quis me aborrecer mais ainda. Mas torço do fundo do meu ser para que um dia eles façam o mesmo com alguém violento e voltem para casa com o olho roxo. Talvez assim aprendam a respeitar as pessoas. A enxergar que por trás do diferente existe um ser humano que tem sentimentos e merece respeito."

Hmmm... Acho que uma experiência como essa só serviria para convencê-los que por trás do diferente existe um monstro.

Anônimo disse...

Realmente, o certo é distribuir flores e beijinhos para preconceituosos. Violência física nem sempre é necessária, mas uma boa resposta e um belo processo são sempre bem vindos.

Anônimo disse...

Anonimo das 20:59, esse aí de cima provavelmente só veio trollar. Condena a REAÇÂO mas faz vista grossa para a ação. Monstro, para mim, são os hipócritas e homofóbicos. Estes, sim, deixam feridas muito mais dolorosas que um olho roxo.