segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

UM OSCAR EM QUE A MAIOR EMOÇÃO FOI LADY GAGA, QUE PERDEU

Numa festa marcada pelo #OscarsSoWhite (pelo segundo ano consecutivo), contamos com o comediante Chris Rock, que já chegou dizendo: "Se eles indicassem os apresentadores, eu nem conseguiria este trabalho. Vocês todos estariam vendo Neil Patrick Harris agora" (aqui toda a transcrição do seu discurso, em inglês). 
"Nós queremos oportunidade. Queremos que atores negros tenham as mesmas oportunidades que atores brancos. É isso", declarou Chris. E também: "Este ano, na montagem do 'in memoriam', serão apenas negros que foram mortos pela polícia quando estavam indo pro cinema".

Chris explicou que Hollywood é racista, mas é um outro tipo de racismo. E claro que é. É o racismo da invisibilidade, da falta de oportunidades, dos eternos papéis coadjuvantes para atores não brancos, da falta de representatividade. Mas não deixa de ser racismo. 
É importante ressaltar que "pessoas não brancas" têm um outro sentido nos EUA e incluem também latinos, asiáticos, índios (chamados de americanos nativos), árabes... Lá apenas 13% da população é negra. Aqui no Brasil, é mais de 50%. O discurso de Chris, centrado apenas nos negros, ressuscitou a tag #NotYourMule (não é a sua mula), que discute a falta de apoio entre minorias. 
Cuáron e Iñarritu
Vi vários comentários de reaças usando o discurso de Chris para reforçar o que eles dizem sempre: que racismo não existe. Para eles, a prova definitiva é que os últimos quatro Oscars de direção foram para pessoas não brancas: dois para Iñarritu, um para Alfonso Cuarón (ambos mexicanos), um para Ang Lee. 
Bigelow ganha o Oscar em 2010
Nenhuma mulher. Porém, para Chris, isso não é sexismo. No seu discurso de abertura, ele disse não entender por que temos categorias separadas para atores e atrizes. Deve ser porque, se houvesse uma categoria única, só homens seriam indicados? Assim como só brancos são premiados? Assim como, na categoria de direção, em que entram homens e mulheres, só quatro mulheres foram indicadas na história do Oscar, e só uma ganhou
O momento mais desastrado do discurso do Chris, pra mim, foi quando ele fala de Jada Pinkett-Smith não comparecer porque seu marido não foi indicado: "Jada boicotar os Oscars é como eu boicotar a calcinha da Rihanna. Eu não fui convidado". Pô, isso de deslegitimar uma luta política por motivos pessoais (Jada só estaria boicotando a cerimônia porque "seu homem" não foi indicado) é no mínimo deselegante.
A piada de Chris que mais repercutiu nos EUA tem pouco sentido pra gente: ao explicar como Hollywood é "racista-sororidade", ele disse "Nós gostamos de você, Rhonda, mas você não é uma Kappa".
Chris afirmou que, nas outras 71 vezes que não houve indicados negros, "negros não protestaram. Por quê? Porque tínhamos coisas sérias pra protestar na época. Estávamos ocupados demais sendo estuprados e linchados para ligar pra quem ganhou melhor fotografia. Quando sua avó está pendurada numa árvore, é muito difícil ligar pro melhor curta de documentário estrangeiro". 
Muita gente boa decidiu que Chris estava sendo irônico ao ridicularizar os pedidos de boicote. Eu não vejo assim. Ele foi irônico ao criticar Jada e Will Smith e Spike Lee? Ele foi irônico ao sugerir que ativistas só prestam atenção no Oscar porque não temos mais problemas sérios? (como se ao lutar por uma causa tivéssemos de nos desligar de todas as outras). Ele foi irônico ao descartar a importância de outras pautas?
"Nem tudo é racismo. Nem tudo é sexismo", disse Chris Rock, ao criticar o movimento #AskHerMore, que simplesmente pede que atrizes respondam a perguntas mais relevantes que sobre o vestido que estão usando. Chris demonstra um desconhecimento enorme sobre machismo ao dizer que só perguntam essas coisas pras mulheres porque as roupas dos homens são idênticas. Não, Chris. Perguntam sobre a aparência das atrizes porque vivemos num mundo em que todas as mulheres são avaliadas sobretudo por sua aparência (o que não acontece com os homens). E Chris, como pai de duas meninas, já deveria ter percebido isso. 
Pra quem tem alguma dúvida sobre por que o discurso do Chris Rock não foi bacana, sugiro ver o que reaças e demais pessoas abertamente racistas acharam dele. Ficaram extasiadas. Pra mim isso é uma regra: se as piores pessoas do mundo estão achando uma coisa legal (ou ruim), e se você tem a mesma opinião que elas, reveja urgentemente a sua opinião.
Eu gostei da gravação em que Chris vai a um bairro negro (EUA continuam sendo um dos países mais segregados do planeta) e pergunta sobre os filmes indicados. Me identifiquei com uma mulher que nunca tinha ouvido falar em Ponte dos Espiões e duvidou se era um filme de verdade.
Também gostei da montagem dos filmes indicados com atores negros em "papéis brancos". Sem dúvida Joy seria uma história completamente diferente se tivesse uma protagonista negra, e A Garota Dinamarquesa nem existiria (trans e negra? Esqueça). O segmento de Perdido em Marte foi o mais divertido: os atores dizendo "Oi, astronauta negro" e perguntando "Será que poderíamos só deixá-lo lá?"
Mas e a piada de Chris sobre as três crianças? Alguém entendeu? Ele estava falando de trabalho infantil? Jogar uma piada de meros segundos e mandar o público checar soa como preguiça das grandes.
E a coroação do "nem tudo é racismo" veio ao convocar Morgan Freeman pra anunciar melhor filme. Freeman é um grande ator, sem dúvida (se bem que quase todos os papéis que interpreta são para fazer com que o protagonista branco cresça como pessoa), mas ele também é famoso por um vídeo que os reaças aplaudem de pé: aquele em que ele lamenta que exista um "mês da história negra" porque, pra ele, isso é desnecessário, e o jeito de acabar com o racismo seria parar de falar no assunto.
Um momento emblemático sobre a falta de diversidade de Hollywood ocorreu quando a figurinista britânica Jenny Beavan se dirigiu ao palco para receber sua estatueta por Mad Max. Jenny, sem maquiagem, sem pintar o cabelo, foi com roupa "normal". Este gif realmente é impressionante. Caras, ela acabou de ganhar o Oscar. Ela é colega de vocês, trabalha na mesma indústria. Custa aplaudi-la só um pouquinho? Certo, talvez eles já tivessem aplaudido antes. 
Talvez Iñarritu, com os braços cruzados, estivesse bravo porque Mad Max ganhou mais uma (e sua principal concorrência na maior parte dos Oscars técnicos era com Regresso). Mas que pegou mal pacas, pegou. E não é só a falta de aplauso. São também os olhares de desaprovação, as risadinhas, a medição de cima pra baixo.
Em outra premiação, nos Baftas, Stephen Fry a havia chamado de "bag lady" (mendiga). Isso só porque ela não se veste de modo convencional. Esta foi a décima indicação de Jenny e sua segunda vitória. Ou seja, ela é hiper bem sucedida na sua área. Mas, pros colegas e pro público, é um escândalo ver numa noite de gala uma mulher idosa acima do peso usando calça e jaqueta de couro. 
Mais tarde, o vice-presidente Joe Biden entrou no palco para pedir um compromisso de todo o país para intervir em situações em que o consentimento não pode ser dado (ele estava falando de estupros nas faculdades) e apresentar um número de Lady Gaga. 
No momento mais emocionante da noite (um dos poucos que fizeram o público aplaudir de pé), a artista cantou (cheia de dor e raiva, diva absoluta) "Til it Happens to You", canção do documentário The Hunting Ground, que trata de cultura de estupro. 
No fim, entraram dezenas de sobreviventes com dizeres escritos nos seus braços ("Não é sua culpa", etc). Ninguém entendeu como a canção mais linda e poderosa das cinco não ganhou. Ganhou a de 007 Spectre, em que o vencedor Sam Smith se autoproclamou (incorretamente) o primeiro cara abertamente gay a receber um Oscar.
Pouco depois Brie Larson levou seu merecido Oscar de melhor atriz pelo lindo O Quarto de Jack, em que ela interpreta uma sobrevivente de sequestro, abuso de todos os tipos e estupro. No discurso, Brie não falou nada de violência, mas pelo menos fez questão de abraçar todas as sobreviventes que participaram do número incrível de Lady Gaga. 
Na vitória mais esperada (e festejada) e toda a cerimônia, Leonardo DiCaprio usou seu prestígio para alertar sobre a mudança climática: "A mudança de clima é real, está acontecendo agora mesmo, é a ameaça mais urgente a nossa espécie, e precisamos trabalhar juntos e parar de procrastinar. Precisamos apoiar líderes em todo o mundo que não representem os grandes poluidores e as grandes corporações, mas que representam toda a humanidade, para os povos indígenas do mundo, para as bilhões de pessoas sem privilégios que são as mais afetadas, para os filhos dos nossos filhos, e por essas pessoas cujas vozes foram apagadas pela política da cobiça". É sempre bom ver um superastro que não pensa apenas em si mesmo.
"Como assim, vocês apostaram no
Regresso?"
As maiores surpresas da noite, além da inexplicável derrota da canção de Diane Warren cantada por Gaga, foram Stallone perder o Oscar de coadjuvante (ele era o favorito) para Mark Rylance, a estatueta de efeitos visuais para Ex-Machina (essa categoria era das mais indefinidas, mas esperava-se Star Wars, Mad Max ou Regresso), e filme. O Regresso tinha um leve favoritismo, mas A Grande Aposta havia levado o prêmio do Sindicato dos Produtores. Venceu o que abordava o tema mais sério, digamos assim: Spotlight, sobre a investigação jornalística dos abusos sexuais cometidos por membros da igreja católica. 
Mas foi um Oscar chatinho, morninho, e, na minha opinião, sem discursos (ou filmes) que entrarão para a história (talvez tirando Mad Max, que muda pra sempre o padrão do cinema de ação e, quiçá, a participação feminina dentro desse cinema). 
No Brasil, se falou mais da Gloria Pires comentando o Oscar do que o Oscar em si, pelo pouco que pude acompanhar. Parece que não foi bonito.
Meu tradicional bolão do Oscar foi bem interessante, embora eu só tenha acertado 14 das 20 categorias. No bolão pago, com 14 participantes, o vencedor absoluto foi Rafael Moreira Fabro, que acertou 18 (ele só errou ator coadjuvante e efeitos visuais; acertou até melhor canção, o desgraçado!). 
Até uma certa hora, Rafael esteve empatado ou seguido de perto por Camila, Claudemir e George, mas no final eles, que terminaram em segundo lugar, fizeram três pontos a menos. Parabéns, Rafael! Me mande sua conta para que eu possa depositar os R$ 280. 
Lolinha Furiosa grita no meio do
deserto
No bolão grátis, que contou com 243 participantes, cinco pessoas ficaram empatadas em primeiro lugar, com 16 acertos cada: Eduardo Harger, Dandan, Isabel Wittmann, Livia Matos, e Andrei Ferreira. Parabéns a vocês também, pessoas! Espero que ano que vem vocês arrisquem a sorte no bolão pago, seus pão duros miseráveis! 
Quem chegou para animar a festa
Mas, em outras palavras, o Rafael ganhou de todo mundo. Que nem eu em 2015! Bons tempos... O maridão disse que ainda me ama, apesar de eu não ganhar o bolão há um ano. 
Agradeço de coração a todxs que participaram dos bolões e ao Júlio César, que mais uma vez organizou tudo. Sem você, o bolão não aconteceria. Ainda me lembro quando eu preenchia as apostas de todo mundo à mão...
Espero que o Oscar 2017 tenha mais diversidade e seja mais memorável.

domingo, 28 de fevereiro de 2016

OSCAR 2016 - É HOJE!

É hoje o Oscar 2016! 
Ainda não sei em qual parte da internet o verei, mas ano passado foi tranquilo. O certo é que pela TV aberta é impossível, já que a Globo, que compra os direitos da transmissão, só começa a passá-lo depois do BBB (ou seja, no mínimo uma hora depois).
Será emocionante! Ok, a verdade é que muita coisa é previsível. Se não houvesse favoritismo em várias categorias, as apostas nos bolões não seriam tão parecidas. As únicas categorias mais indefinidas mesmo são filme, diretor, maquiagem e efeitos visuais, quiçá montagem (quase sempre, quem ganha montagem também ganha melhor filme). 
Pra filme, faz dez anos que o filme que leva o prêmio do sindicato dos produtores leva o Oscar. Nisso o favoritismo fica com A Grande Aposta. Mas O Regresso ganhou o Globo de Ouro e o Bafta e, sei lá, tem "mais cara de Oscar". E não dá pra descartar totalmente Spotlight. Eu apostei no Regresso.
Pra diretor, tudo indica que será o mexicano Iñarritu. Só que ele ganhou ano passado, por Birdman. Se ele levar a estatueta hoje, será a terceira vez na história que um diretor ganha o Oscar dois anos consecutivo. Apenas John Ford e Joseph L. Mankiewicz conseguiram essa façanha, e isso faz meio século. Além do mais, o segundo nome mais forte na categoria é o de George Miller, que está com 70 anos, nunca havia sido indicado, e fez um filme (Mad Max) que as pessoas gostam mais que o de Iñarritu (O Regresso). Eu ainda aposto no mexicano, mas... Creio que o favoritismo é pequeno.
Em todas as categorias técnicas, haverá uma disputa acirrada entre O Regresso e Mad Max. Eu e a maioria dos participantes do bolão colocamos Regresso na maior parte delas, mas não sei bem porquê. Talvez porque esteja melhor cotado pra melhor filme que Mad Max
Maquiagem é uma dessas categorias em que ocorre o duelo Mad Max vs Regresso. A maquiagem e os penteados de MM são sensacionais, todos eles, em praticamente todos os personagens. No entanto, no Regresso vemos todas as dilacerações e cicatrizes causadas por um ataque de ursa no protagonista. E aí, quem leva?
Parte da equipe de efeitos visuais de
Star Wars
Já aviso: o que praticamente vai definir quem vence o meu bolão pago é a categoria de efeitos visuais. Quase todo mundo pôs Star Wars. Eu escolhi O Regresso. Silvinho, vulgo maridão, aposta em Mad Max. Eu acho que tá bem equilibrado entre esses três. Se eu tivesse que escolher hoje, e não sexta às 10 da noite, que foi quando organizei os meus chutes, eu ainda escolheria O Regresso
A maior barbada da noite é indubitavelmente a estatueta pro Leonardo DiCaprio, merecida no mínimo desde O Lobo de Wall Street. A jovem Brie Larson, a esta altura, também é imbatível (e está incrível em O Quarto de Jack). Atriz coadjuvante para Alicia Vikander e ator coadjuvante para Stallone também parecem consolidados. Será que teremos a embromação do Globo de Ouro de ver o Stalla (que, convenhamos, é quase sempre um canastrão de filmes fascistas) ser aplaudido de pé pelos colegas?
Diane Warren e Lady Gaga, a dupla
por trás da linda "Til it Happens
to You"
Outras quase unanimidades no meu bolão pago são roteiro original (vai pra Spotlight) e adaptado (vai pra Grande Aposta; aliás, alguém explica por que Regresso não foi indicado a roteiro?), fotografia (Regresso), design de produção (Mad Max), trilha sonora (Os Oito Odiados), Animação (Divertidamente; desculpe, O Menino e o Mundo, do brasileiro Alê Abreu, não tem chance), filme estrangeiro (O Filho de Saul, por ser sobre o holocausto), e canção original, para a bela "Til it Happens to You", do documentário The Hunting Ground, que trata de estupros nas universidades americanas. A compositora Diane Warren, na sua oitava indicação pro Oscar (ela nunca ganhou), deve fazer o discurso mais feminista da noite. 
E vamos esperar vários cutucões do Chris Rock em relação ao Oscar tão branco.
De resto, estou mais preocupada com o bolão. 14 pessoas participaram do bolão pago. As apostas do Júlio César e do George, por exemplo, são idênticas, e só são diferentes da minha em uma das vinte categorias (efeitos visuais). Sem dúvida será um bolão dos mais concorridos (só entrou gente meio profissional!).

No bolão grátis, 243 pessoas participaram (obrigada, gente!). Vamos ver no que dá... Será que vamos repetir 2014, em que nada mais, nada menos que sete pessoas no bolão grátis acertaram 100%? Não, espero que seja um repeteco do ano passado, quando uma tal de Lolinha ganhou o bolão sozinha acertando 18 categorias!

Mais à noite estarei por aqui pra comentar algumas coisas sobre o bolão durante a cerimônia. Apareçam também! E tomara que os entrevistadores tenham aprendido com a campanha do #AskHerMore (faça perguntas mais interessantes às atrizes além da "quem fez o seu vestido?") no ano passado. Ou precisaremos de outra?

sábado, 27 de fevereiro de 2016

GUEST POST: SUGESTÕES DE ANIMES, PARTE 3

Chega à parte 3 (a última) a ótima série de animes sugeridos por Laura, uma garota de 17 anos que quer ser policial militar. Leia a parte 1 e a parte 2

- Another: é uma recomendação para quem gosta de histórias de terror. E também há muito suspense na história. É um anime curto, do mesmo tamanho de Madoka Magica. Mostra um garoto chamado Sakakibara Koichi. Ele é orfão por parte de mãe, e, por causa do trabalho do seu pai, ele foi viver com seus avós e sua tia em uma cidade no interior do japão. Nessa cidade, ele conhece uma garota misteriosa chamada Misaki Mei, que seria sua colega de escola. 
Novamente, apesar de Sakakibara ser o protagonista, a personagem mais interessante é Misaki. Sakakibara começa a frequentar a Escola Yomiyama e logo percebe um clima estranho entre seus colegas de sala. Misaki está sempre sozinha, sendo ignorada pelos outros alunos, e Sakakibara sente que escondem algo importante dele. Logo é descoberto que existe uma maldição que afeta essa turma, causando a morte de pessoas relacionadas com a turma (alunos, professores, e parentes de primeiro e segundo grau dos alunos). 
Na minha opinião, esse anime é mais de suspense do que terror. Os primeiros episódios têm um ritmo mais lento, muitas dúvidas e nenhuma resposta. Mas eu gosto das explicações que vêm depois, sobre a maldição e sobre o passado de Misaki. Se for assistir, não procure informações sobre o anime na internet antes (como eu já disse, ninho de spoilers). Eu gosto muito do anime, e, se fosse para apontar algum defeito, eu diria que os personagens não foram bem explorados emocional e psicologicamente. Mesmo assim, eu recomendo. E a lição que esse anime me deixou é: deixe os mortos em paz.
- Assassination Classroom, ou Ansatsu Kyoushitsu. É um anime que nos parece estranho à primeira vista, até para os que estão acostumados com animes. A história gira em torno da Escola Kunugioka, na sala 3-E. Kunugioka é uma escola de elite, conhecida por formar os melhores alunos, mas nada é perfeito. 
Nessa escola, existe um rígido sistema de hierarquia. O terceiro ano possui cinco turmas, A, B, C, D e E. A sala E, conhecida como End Class, é a turma excluída, a turma que reúne os alunos que não foram capazes de acompanhar o padrão da escola. Eles sofrem bullying das outras turmas, e os professores e o diretor não apenas não impedem, como apoiam tal prática. Essa atitude seria uma forma cruel de "incentivo": estude, ou vai parar na classe E. 
Os alunos da Classe E não se mostram otimistas. Tendo sido deixados de lado, muitos pararam de acreditar em si mesmos e em seus futuros. Isso começa a mudar com um evento que abala o mundo: 75% da lua foi destruída. Aquilo que a destruiu foi uma criatura criada em laboratório. Tal criatura não podia ser contida ou destruída por qualquer exército existente na Terra. 
Porém, essa criatura deixou-se capturar pelo governo japonês, e fez um acordo com eles: ela queria dar aulas para a turma E do colégio Kunugioka. O governo acabou aprovando, sob a promessa de que ele não faria mal a nenhum dos alunos. Como não podia ser morta, a criatura ganhou o apelido de Koro-sensei ("Korosenai" seria "imatável" em japonês, e "sensei" é professor). 
É uma história incomum, mas o anime é bem envolvente. Há muitas cenas leves e engraçadas. Mas o que me agrada no anime é a forma que Koro-sensei faz com que os alunos enxerguem suas habilidades e seu potencial. Koro-sensei é basicamente tudo o que um professor deveria ser. Ele é capaz de enxergar os talentos e personalidades dos alunos individualmente, e os ajuda e superar suas barreiras e crescer. 
Também acho que há uma forte crítica ao sistema generalizado de educação, que não respeita as diferenças entre os alunos. De qualquer forma, eu gosto dos traços do anime e as cores são bem vivas (isso torna o anime mais agradável). E também tem uma boa distribuição entre os personagens e eles têm boas personalidades (bem o contrário do que falei sobre Another). 
A primeira temporada está completa, e a segunda está sendo lançada (sai episódio novo toda sexta). A única coisa que eu não gosto é a imagem sexualizada de Irina, mas como é uma característica da personagem, e não do anime geral, é perdoável.
- Nº 6: se passa em um país dividido em seis setores, que são cercados por um muro que os separa do resto do mundo. Shion é um garoto que vive no sexto setor, por isso o nome do anime. Esse lugar é, aparentemente, uma utopia, mas há muitos segredos que o governo guarda. Ao redor dos muros, há miséria e fome, uma espécie de favela onde as pessoas tentam viver como podem, enfrentando diferentes ameaças. 
Shion vive cercado de privilégios, sem saber a verdade sobre o mundo. Uma boa pessoa, mas que vive no seu próprio universo, sem saber o que acontece ao seu redor. Como a maior parte de nós. Quando era criança, ele conheceu um garoto da idade dele, chamado Nezumi, que estava ferido e estava sendo perseguido. Shion, mesmo sem saber o porquê dele estar fugindo, não consegue dar às costas a um garoto ferido e o ajuda. 
Alguns anos se passaram, e Shion estava trabalhando. Ele acidentalmente descobre coisas que o governo não queria que ninguém soubesse, e é capturado. Mas é salvo por Nezumi, que volta para pagar sua dívida. Nezumi, que estava vivendo na área ao redor dos muros, leva Shion com ele. 
Mas todo o assunto do governo é mais um plano de fundo do anime, que vai se focar, a partir daí, na relação dos dois garotos. Shion e Nezumi são muito diferentes entre si, e têm diferentes visões do mundo, mas acabam tendo que conviver, e Nezumi está sempre protegendo Shion. Não demora muito para notar um clima romântico entre os dois (até porque o anime é curto mesmo). 
Shion e Nezumi são, provavelmente, meu casal fictício favorito. 
Também acho muito interessante a personagem Inukashi (guarda-cães), uma garota que mora do lado de fora dos muros também.
Esses foram meus animes favoritos. Também há outros dos quais eu gosto, como Owari no Seraph e Shingeki no Kyojin. Eu ficaria muito feliz se a própria Lola pudesse assistir um desses (creio que gostaria de Angel Beats) e dar sua opinião.