quinta-feira, 12 de novembro de 2015

GUEST POST: ME PERDOE POR EU TER TE ODIADO

Recebi este relato da Mikaela.

Olá, Lola. Faz uns 2 ou 3 anos que leio seu blog e no começo cada texto novo era como levar uma tijolada na cara. Mas foi bom e hoje em dia até gosto quando isso acontece.
Quero ser bem direta então não vou falar muito sobre mim, só o bastante pra contextualizar.
Desde uns 3 ou 4 anos sei que sou bissexual e desde sempre a estética alternativa/ underground/ gótica me atraía e norteava a formação da minha identidade. 
Com 8 anos descobri rock n'roll e minha banda preferida foi Nirvana. Desde então o meio rock e metal se tornou o meu quintal. Fui crescendo ampliando meu leque de gostos e anexando "terrenos" a esse meu quintal (e estamos falando de nichos conhecidos por seus participantes misóginos, reaças, racistas e homofóbicos). Inclua aí HQs, games, RPGs, animes e mangás. Me sentia o suprassumo da exclusão e fingia não ligar pra isso. E minha válvula de escape era destilar ódio para todos os lados, especialmente contra mulheres. 
Até que no segundo ano do ensino médio chegou uma garota nova na escola. Era a época que o tal "rock colorido" estava na moda e eu, como metaleira fucking tr00 from hell defensora da moral e bons costumes, não tolerava esse tipo de coisa. E essa menina adotava esse estilo. Mas ela também curtia coisas alternativas "não coloridas" como screamo (que eu também desprezava). Ela dizia gostar de games, animes e ser bissexual.
E isso me incomodava, porque quem ela pensava que era pra chegar invadindo e usurpando meu quintal desse jeito? E o pior de tudo -- ela seria apenas uma attwhore que quando exaurisse todos esses nichos iria abandoná-los e ir atrás de outros para conseguir continuar saciando sua sede de atenção e deixando pra mim o fardo de devolver algum valor para aquilo que ela deturpou. Mas de início deixei rolar porque achei que com o tempo ela perceberia que isso é dar um tiro no pé, já que eu já me identificava há tempos com aqueles meios e isso nunca me fez popular, só me trouxe exclusão.
Mas não. Ela acabou ficando popular e querida por todos. 
Então começaram a me associar a ela. Perguntar se eu gostava de "rock" (não se referiam a power ou heavy metal e sim a Restart), falavam de como anime era maneiro e que a T. curtia animes sendo que eu tinha 3 anos de animes acumulados no hd do note e sempre que eu tentei apresentar pros meus colegas eles diziam que era ridículo. Que a T. ficava com meninas e isso era maneiro. 
Quando vcs falam em cookie
de macho eu penso nisso
Ok! Agora ela tinha ido longe demais! Eu estava apaixonada pela minha colega de classe e não podia contar isso pra ninguém e ela chega usando A MINHA sexualidade para se posicionar como a carne mais suculenta do mercado, sendo que eu não podia sequer contar pra minha mãe que estava perdida de amores pela minha colega (e também pelo meu namorado), e ela usando um assunto sério e que me angustiava para ganhar cookie de macho?! 
Eu declarei guerra. Passei a atacar ela de todas as maneiras possíveis. Bullying, cyber bullying, stalking, difamação. Tudo! Mas o pior é que todos os ataques que eu fazia estavam diretamente atrelados à sexualidade dela e à maneira como ela a expressava. E eu me achava com toda razão de fazer isso. Afinal eu era "pura" *cof cof*, só tinha tido o meu namorado, quase uma virgem, mulher pra casar. 
E o que mais me perturbava era a liberdade que ela tinha. Para se expressar, para ser criativa, para ser sexualmente livre. E a coragem, sem ligar para a opinião alheia, com que ela o fazia. E isso porque a mãe dela apoiava e incentivava. E eu morria de inveja disso. 
E ela, essa menina, era o espelho do que eu era, do que eu sou, e tentava afogar. Nela canalizei todo o ódio que sentia por ser tão covarde e não me mostrar pro mundo como eu era. Eu transbordava do veneno que me deram para matar quem eu era. E funcionou. Eu não ia permitir que ela também não fosse envenenada como eu fui, que não morresse como eu morri e que não sofresse como eu sofria. Eu fiz daquele ano ser o inferno da vida dela. 
E como me arrependo.
Depois que comecei a ler sobre feminismo analisei muito essa situação pelo espectro feminista. E hoje remoo como fui cruel, burra e misógina. Choro muito ao lembrar tudo que fiz. Choro por que deixei passar a chance de cultivar uma gostosa amizade, de sair da minha exclusão social e minimizar minha depressão.
Se eu conseguir fazer com que esse texto chegue a ela, quero deixar um recado:
T. sinto muito por tudo que fiz. Entendo se não quiser ter nenhum contato comigo, afinal não mereço depois de tudo. 
Não foi certo e foi muito cruel canalizar todo o ódio que eu nutria por mim, pela minha família e pelas pessoas em ti. Deixei todo o veneno que eu tinha acumulado em mim escorrer sobre ti e hoje em dia cogitar que posso ter te corroído com ele me dói.
Vi que tu optou seguir carreira como programadora no mundo dos games e queria dizer que te admiro muito por isso, pois precisamos de mais garotas nos games. Tanto jogando quanto produzindo, e tu está fazendo isso, tu tá agindo pra atenuar o sexismo, a falta de representatividade e misoginia no meio gamer.
Esteja preparada, pois tu vai encontrar muitos igual a mim e piores do que eu fui nesse meio.
Mas não deixe eles te assustarem (como eu acho e espero não ter deixado que eu te assustasse), pois a dinâmica aqui é a mesma que com aranhas: eles têm mais medo de ti, do que tu tem medo deles.
Beijos, por favor me perdoe e espero que esteja feliz.

UPDATE: E hoje mesmo a Teti leu e respondeu! Fico tão feliz com essas coisas! Espero que daqui pra frente Mika e Teti possam ser amigas!

278 comentários:

«Mais antigas   ‹Antigas   201 – 278 de 278
Bru disse...

Querido, você fez isso comigo bem antes. De honestidade você não teve nada nos seus argumentos, desde o momento que eu debati contigo você me atacou pessoalmentw da forma mais desonesta possível.
Eu até adivinhei que vc é homem, pois é algo comum na linha de vocês: sempre que uma mulher debate à altura tentam desqualificar suas palavras e sua forma nos fazendo passar por incoerentes mesmo que sejam necessárias distorções, e quando contra atacados tentam falar polidamente pra tentar simular uma sobriedade não existente.
Não caio nessa. Só não vou chutar sua formação pra não ser preconceituosa com as outras pessoas.

Bru disse...

Desde quando generalizar opressor tem algo de preconceito?

Bru disse...

Foi genial. Eu sabia que era homem mas não tinha percebido o momento exato que deixou isso claro.

Raven Deschain disse...

Noffa, anon. Parabéns.

Toma aqui teu Selo Olavo de Carvalho de Psicodelia Argumentativa.

Pode ir procurar sua rola agora.

Anônimo disse...

@Bru, realmente, a sua perspicácia em supor que sou homem por causa da forma que discordo de você foi brilhante! Só não é mais inteligente que: "Desde quando generalizar opressor tem algo de preconceito?" isso sim é uma pérola!


preconceito: conceito prévio, qualquer coisa que se pensa de algo ou alguém antes de experimentar de fato.
generalizar: supor as mesmas características de um em todo um grupo.

Ou seja, ao generalizar você está sendo preconceituosa...

mas se for contra homem vale né? afinal tem os alienígenas, digo os illuminati, ops, o patriarcado que tudo justifica se for contra os malvados homens!

Anônimo disse...

pergunta: Se uma mulher e bissexual então ela pode optar em se relacionar tanto com homens quanto com mulheres certo?! Então porque a maioria sempre opta por relacionamentos duradouros com homens e não com lésbicas as tratando mais com fetiche e aventura?

Se você tem o conhecimento sobre a militância feminista e sabe quem são os agentes do patriarcado e que são os oprimidos por ele, faz parte do grupo oprimido e tem a opção de se relacionar com ambos, não logico e digno que escolha se relacionar com quem tem a mesma situação em comum que você e não o opressor?


Eu me descobri assexual, mas vejo que o gênero feminino e muito mais belo e de um ponto de vista distanciado muito mais sedutor que o masculino, homens definitivamente não tem graça sexual alguma, não há nada no masculino de atraente, então vocês sentem atração em exatamente o que neles a ponto de por suas seguranças em risco entrando em um relacionamento "suicida" dom eles?

G.LI

Anônimo disse...

Nossa!
Tem um desequilibrado total falando com todo mundo (chamando de @fulano e sem assinar) aqui!
E é mesmo homem porque é na linha "você não entendeu o que eu disse" total!
Mas não conseguiu atrapalhar a discussão construtiva (mesmo derrapando) de Bru, Fernanda, Raven e Rê Bordosa.
Valeu galera e boa noite!
(vamos deixar o maluco aqui sem trela que ele desiste já, já)

Anônimo disse...

"mulher persegue mulher por causa da beleza por sentir-se como objeto, tem meninas que batem em outras só por elas serem bonitas, eu nunca vi um homem bater no outro por ele ser bonito"
_
Então você não sabe o que apanha moleque bonito (dentro dos padrões) em escolas de periferia, trabalho com educação e afirmo que ate perigo de morte eles sofrem.

Anônimo disse...

Nego dá chilique até por um comentário simples de eu achar que video game é coisa de criança? Meio que prova sua própria infantilidade não?

O fato de uma delas ter o cabelo azul também implica ainda mais coisas.

As vezes penso que o quê dá má imagem ao feminismo nem são as mulheres atrás de "biscoito de macho" (ou seja lá o que for isso), mas sim as sem noção de ridículo. Se não querem ser generalizadas, trolladas, enfim, tenham pelo menos um bom senso. Uma coisa é se ofender com comentário tipo os do machão alí (que aparentemente é o Marcelo), outra é se sentir atacada por qualquer coisinha. Assim são alvo muito fácil.

Anônimo disse...

O termo "ganhar biscoito de homi" usado muito no facebook por feministas (Geralmente do Feminismo radical) na verdade não tem a ver com chamar mulher de cadela propriamente falando, mas sim com mulheres que fazem papeis de amestradas, que fazem de tudo pro aprovação feminina ate algumas que se declaram mulheres anti feministas(olha o absurdo) Mulheres que acham que sexo com homem e a oitava maravilha do mundo (quando se sabe que quase a totalidade das mulheres que tem relação com homem não sabem o que e orgasmo)

Feminismo e emponderamento feminino, tem posição sim, tem recorte de gênero sim, e esta em sua militância histórica fundamentado em combater e desconstruir tudo o que e masculinidade,machismo na sociedade, e não e "pagando pau pra homem" sexa sexualmente,afetivamente socialmente ou seja lá o que for que se faz isto

Dafne disse...

A pessoa que comenta usando @ está se esforçando para uma crítica *racional* ao feminismo. Criticar um movimento que se fundamenta justamente na crítica ao status quo é fácil, pois sempre que esses questionamentos são postos em debate, é retoricamente muito simples imputar preconceitos e intolerâncias a quem critica o que se convencionou chamar de *natural*. O que essa pessoa faz é usar as ferramentas do patriarcado (do próprio opressor) para continuar o seu jogo, o jogo da opressão, imputando ao crítico os defeitos do sistema. É assim que ele, *o sistema*, se mantém desde sempre. Então, eu gostaria de ler, deste crítico tão dedicado, uma análise do próprio sistema. Não uma crítica a quem questiona o sistema, mas uma crítica ao próprio sistema. Acusar o crítico de preconceituoso é apenas continuar o jogo do opressor.

Dafne disse...

O @ está dizendo que existe ou que existiu em qualquer tempo e lugar uma equivalência entre promiscuidade feminina e masculina? Promiscuidade masculina nem mesmo é nomeada. É uma categoria de comportamento sexual que sequer existe. Quando um homem é classificado como promíscuo, ele é sempre homossexual e sempre o que se convencionou chamar de homossexual *passivo*, ou seja, o homem que desempenha o papel feminino no sexo. Assim está claro que a promiscuidade está indelevelmente associada ao feminino.

Anônimo disse...

http://odia.ig.com.br/noticia/mundoeciencia/2015-11-05/estudo-indica-que-mulheres-sao-bissexuais-ou-gays-mas-nunca-hetero.html
O contato fisico entre as mulheres e muito natural, diferente dos homens, o que ja facilitaria uma aproximaçao sexual, mas motivada mais emocionalmente do que sexualmente. Tanto e que, temos varios casos de mulheres que depois de terem tido decepçoes amorosas com homens, se envolvem com mulheres. Eu nunca li que um homem começou a se relacionar com outro homem, depois de um chega pra la de uma mulher.rs !

Anônimo disse...

"Desde quando generalizar opressor tem algo de preconceito?"

exatamente, a figura do opressor e clara no patriarcado, se beneficiam do machismo portanto não esperem que o desconstruam em sim como erroneamente esperam algumas feministas, o emponderamento feminino diante da sociedade e que vai obriga-los a se readequarem.
Apelam sempre para o homensplicanismo, rebaixam tudo o que e feminino, mantem sempre a ameaça do estupro no ar mesmo que de forma velada deixando claro portam armas biológicas entre as pernas, alias o falocentrismo e a descoberta do homem que poderia usar o pênis como arma de subjugação e dominação foi o marco zero da criação do patriarcado juntamente com a dita propriedade privada, onde homens se tornaram donos de terras,m familia e mulheres.

Alina disse...

Eu fico feliz que as duas vão poder conversar e se acertar. No meu caso isso não deu certo.

Morei até os 15 anos em São Paulo, estudava em um colégio foda, tinha uma vida foda mas aí aconteceu uma super zica familiar e fui parar no interior do estado numa cidadezinha de 50 mil habitantes daquelas que todo mundo é mais ou menos parente de todo mundo, vão aos mesmos lugares etc. Era um tempo que internet não existia, cartas eram a única opção e ligações fora do estado eram feitos com uma ficha prateada nos orelhões, ou seja, perdi contato com geral. Meus pais na maior boa intenção me colocaram em um puta colégio da cidade. Então eu, uma adolescente paulistana, que vivia de preto, que só queria saber de colecionar LPs, quadrinhos do Conan e fazer desenhos imitando capas de disco do Yes fui jogada ali no meio de uma cultura social completamente diferente da minha.

No geral, até que não foi tão problemático. Sou "levemente" introvertida, socializo de boa mas prefiro ficar na minha e os desenhos sempre me abriram portas nesse sentido. A escola usava o sistema do Anglo e tinha material didático próprio, com um leãozão na capa, e antes de 15 dias de aula quase todo mundo na minha sala tinha ganho um leão "personalizado" por mim. Galera curtiu, MAS SEMPRE TEM UM DESGRAÇADO PRA INFERNIZAR SUA VIDA né? No meu caso era uma desgraçada também.

Na boa, eu nem sabia o nome da cidadã. Todo mundo sabia quem eu era mas amizade mesmo, só fiz com uma boa meia dúzia então a garota era invisível pra mim. Só que de repente eu comecei a receber uns bilhetes-ameaça, a encontrar isso no local onde costumava sentar e até no meio do meu material. Acostumada a resolver minhas picas sozinha, fui ter com a diretora da escola, levei os bilhetes pra ela e escutei que isso era "coisa de adolescentes" e que não era pra me preocupar. Só que continuou. E eu levei os tais bilhetes mais 3 vezes ao conhecimento da Direção, sem falar sobre isso para mais ninguém e sempre ouvindo a mesma história. Então eu decidi abrir o jogo com geral, só que do meu jeito, fazendo histórias em quadrinhos e esculachando meu "admirador secreto". Essas historinhas rodaram a escola toda. Pedi ajuda pra descobrir quem era o artista que fazia isso. Não tardou até que eu flagrasse a garota colocando o bilhete na minha cadeira, um bem virulento, falando inclusive em arrumar gente pra me estuprar. Tanto não sabia quem ela era que tive que perguntar o nome. Cristina.

Só que esse bilhete eu levei para meus pais, contei a história e no outro dia estávamos lá eu, eles, a Diretora e a coordenadora da escola, as duas fazendo aquela cara que não sabiam de nada e eu falando "sabiam sim, já vim 4 vezes aqui pra expor o problema, cadê os outros bilhetes?" e claro que os tais papéis "sumiram". Indiquei quem era, a garota foi retirada da classe e trazida à direção. Ela deu um show, acabou tomando uma suspensão mais pelo que fez na sala da direção do que pelo que fez comigo. Pedi para meus pais me mudarem de escola mas não ia rolar, tinha que terminar aquele ano pelo menos para não ficar defasada.

Exposta e humilhada, a garota perdeu o freio. E o que era bilhetinho virou agressão verbal, virou me esperar perto da escola com um pedaço de pau na mão, virou me tacar uma pedra na cabeça dentro da quadra poliesportiva e aí foi a gota d'água do abuso pra mim e eu fui pra cima dela e arrebentei a infeliz na porrada.

Continua...

Alina disse...

Parte 2 de 3

Aí a Direção resolveu agir. Eu, com a cabeça sangrando da pedrada e as costas do uniforme lavada de sangue fui suspensa. Mas tudo bem, de fato eu quebrei a cara da menina. Meus pais se revoltaram, falaram q eu fiz bem-feito e que era só ter um pouco mais de paciência que assim que acabasse o ano letivo eles iriam providenciar minha matrícula em outro lugar. OS PAIS da garota ficaram do meu lado também. A mãe dela veio conversar comigo, expliquei tudo e até mostrei, em uma outra oportunidade, o bilhete com a ameaça de estupro, com a letra dela mal disfarçada. A mulher me pediu desculpas e disse que tomaria providências em casa. Galera da classe se voltou em peso contra ela e ela acabou ficando isolada de praticamente todo mundo pelo resto do ano. Finalmente eu tive sossego, o ano acabou e a vida seguiu. Ela me evitou em todo tempo que morei na cidade.

DEZ ANOS DEPOIS,

Estou eu voltando do trabalho, em SP, e escuto alguém na rua, "Alina! Alina!", olho e vejo uma mulher toda esbaforida na minha direção. Não reconheci. "Você é a Alina, que estudou no Anglo de [nome da cidade] uns 10 anos atrás?". Sou sim, mas não estou lembrando quem é você, desculpe. "Eu sou a Cristina".

Nunca iria lembrar, ela estava irreconhecível, bem diferente daquela menina magrinha de cabelo espigado que um dia me ameaçou de me arrumar amigos para me estuprarem.

"Você não mudou nada, continua linda!", ela começou. E do nada, no meio da rua, plena entrada do Metrô Sé, ela agarrou minhas mãos e começou a contar a história dela. Vomitar, na verdade.

Que quando eu cheguei à escola, uma forasteira, ela se sentiu ameaçada pelo súbito interesse de todo mundo por mim. Que ela, que tinha passado a vida toda na cidade, não admitia (oi?) que uma estranha tomasse o lugar dela (oi???) e começou com os tais bilhetes. Que o "crush" dela, como se diz hoje, na época se apaixonou por mim e contou pra ela (só pra ela, porque pra mim ele nunca falou nada) e que ela só não fez mais para tentar me destruir porque além de ter apanhado de mim, apanhou em casa também, até porque quem é mais velho sabe que é assim que se educava filho até não muito tempo atrás. Que o "crush" nunca mais falou com ela depois que toda a história apareceu. Que os amigos se afastaram dela, quando a história espalhou de verdade. Que ela teve depressão, síndrome do pânico, que tentou me procurar algumas vezes mas que ninguém sabia do meu paradeiro depois de ter mudado de lá e voltado pra Capital.

Escutei tudo o que tinha pra ouvir naqueles longos minutos de lamúria e por dentro eu não sentia absolutamente nada. Eu via aquela mulher envelhecida na minha frente mas na cabeça eu via aquela menina espigada de outrora e continuava a não sentir nada. E finalmente, veio o pedido de perdão.

- Não.
- Por que você não quer me perdoar?
- Porque não precisa. Eu não me fiz nada de ruim nessa história, eu agi direito comigo e não carreguei nenhuma mágoa pra frente. Pelos meus atos eu respondo, pelos seus, responda você.

Eu acho engraçado esse povo que "pede" perdão mas na realidade está te dando uma ordem para você falar que perdoou. Pedir perdão é uma pasmaceira, não muda nada, acho uma patifaria inclusive. A pessoa que se perdoe se ela quiser e pronto, se ela não quiser, problema dela também. Melhor jeito de ter consciência tranquila é não fazer merda na vida das pessoas, só acho.

Continua....

Alina disse...

Parte 3 de 3

Aí ela contou que participava de um grupo de ajuda (não vou lembrar qual agora, é um desses qualquercoisa-anônimos) e que um dos passos para a recuperação era fazer reparações com as pessoas que você magoou no passado. Que quando ela me viu na rua, me reconheceu na hora e viu aí a oportunidade única de fazer isso e por isso foi atrás. Que ela estava implorando o meu perdão. E de novo, falei não. Que não havia nada a ser perdoado, que eu não carregava mais nada comigo e nem pensava na história (tudo verdade aliás).

Ela ficou me olhando com uma expressão vazia, de inconformidade. Fiz um sinal com a cabeça e desci as escadarias do metrô. Isso tudo não deve ter durado nem 15 minutos, creio.

Alguns anos depois essa maluca me acha no Facebook e solicitou amizade. Antes de bloquear, fui lá fuçar no perfil. Jesus pra lá, Jesus pra cá, salmo de não sei das quantas, pedidos para compartilhar foto de criança doente porque o facebook daria 0.50 por compartilhamento. Vai com Deus, filha.

E ano passado o pessoal da sala acabou me encontrando no Facebook também, estavam planejando uma "festa virtual dos alunos de 199X" da escola, que nem existe mais por sinal. Adicionei várias pessoas, inclusive o crush da discórdia, que relembrou por iniciativa própria a história da Cristina e me deu detalhes adicionais. Ela chegou a falar com os pais dele que estava grávida quando tudo se deu por perdido (e era mentira, eles nunca tiveram nada) e atazanou a vida de uma namoradinha que ele teve depois que eu não estudava mais lá, suspeita-se até dela ter envenenado o cachorro da menina ou seja a fia é BICHO RUIM mesmo. Eu contei o que aconteceu no metrô e ele só disse: fez bem em não dar perdão pra essa desgraçada.

Isso posto, aqui vai minha lição pessoal de moralidade.

Eu acho bonito quando as pessoas reconhecem os erros do passado, especialmente na intenção de não fazer mais isso. Acho digno. Alguém poderia dizer ora, mas ela era jovem, menor de idade, não sabia o que estava fazendo. Pois bem, eu era jovem e nunca mandei carta ameaçando mulher de estupro, nunca esperei ninguém com pedaço de pau na mão, nunca envenenei cachorro e nunca fingi gravidez. Ninguém precisou me ensinar que isso tudo era errado e também nunca tive vontade de fazer tais coisas, eu gostava muito é de cuidar da minha vida, dos meus discos e dos meus desenhos. Ninguém precisa de feminismo ou de religião pra fazer brotar um caráter dentro de si, essas coisa na verdade a gente já nasce com elas. No meu trabalho, conheci pessoas sem um mínimo de instrução, gente até meio rude pela vida que eram pessoas maravilhosas e outras, com graduação, pós graduação, doutorado e boa família que eram agressores das companheiras, OU SEJA, será que certas coisas dependem mesmo de "educação" e "esclarecimento" para serem vistas e entendidas como imorais ou mesmo ilegais? No meu entendimento, o buraco fica mais embaixo.

Eu não dei perdão a ela porque juro, não havia nada pra ser perdoado da minha parte. Até porque eu me saí bem disso tudo então não fiquei revivendo trauma, não havia nada a ser revivido. Sobre ela, bem, problema dela, o que ela fez comigo não foi só comigo e se quer carregar culpa, be my guest.

Desejo sorte às duas e em especial, para a garota agredida, desejo que ela seja bem verdadeira com seus sentimentos e que ela não faça caridade com quem nunca fez por merecer. Lembre o que você passou e avalie se você quer MESMO essa pessoa na sua vida. Se não quiser, tô contigo, você não é obrigada. Beijão sua linda, não te conheço mas já te admiro.

Anônimo disse...

Claro que não existe nomenclatura para promiscuidade masculina. E que continue assim poxa, não quero perder meus direitos.

nadiaschenker disse...

Eu já. Atacar verbalmente, fisicamente. Claro que ninguém admite que era por isso. Mas era.

nadiaschenker disse...

Concordo!

nadiaschenker disse...

Sobre liberdade das mulheres no rock, Jenny Fabian, uma famosa groupie dos anos 1960 disse em entrevista "era muito melhor para os homens do que para as mulheres. As mulheres pensavam ser livres porque passou a existir pílula, a gente fumava maconha, mantínhamos a mente aberta para as muitas formas de liberação do ser humano." E ela diz que no fim das contas, elas apenas ocupavam um papel em relação aos homens, tinham os apelidos que eles davam, só podiam fazer o que eles queriam, como eles queriam, então liberdade para eles era diferente de liberdade para elas.
Eu curto rock, tenho 37 já, e digo que no rock cabe à mulher conquistar seu espaço porque o rock é machista sim. Desde o Blues. Mas é também um caminho para a conquista de uma certa liberdade de pensamento e expressão. Nasceu machista mas não precisa morrer machista. Bjs

Anônimo disse...

Bem isso!! Vários coxinhas inrustidos. Rss

Unknown disse...

Sempre vou viver a vida e perco a mão dos comentários e tenho que comentar mil anos depois mas foda-se.

Sim, a pessoa pode fazer da aparência dela o que quiser, independente do julgamento alheio. Não adianta cagar regra na vida dos outros mandando "procurar o tom que combina". FODA-SE. O cabelo é dela e ela usa a cor, textura, tamanho que quiser. DEAL WITH IT.

Tbm não adianta querer mandar na depilação ou presença de pelos da pessoa. Quer ser peluda: seja feliz. Quer ser pelada: seja feliz... seja feliz!

As pessoas só podem decidir por si próprias, aí quando vêem alguém com coragem para ousar, ficam de "mimimi não pode fazer isso que é feio". Feio é a fome no mundo, valeu? Por essas e outras que temos o relato das meninas acima. A Mikaela tinha problemas pq a T tinha liberdade que ela não. Felizmente, pelo que li acima, ficou tudo bem entre elas, torço para que consigam se falar e sanar toda essa mágoa, pelo menos um pouco. Parabéns meninas!

Death disse...

O maior problema para o Feminismo Radical ultimamente é a interpretação errada que as mulheres que estão conhecendo agora fazem da palavra "Radical".

Elas acham que ser Radical é ser intransigente e querer impor sua opinião. Mas o significado de Radical no Feminismo tem o sentido de ir "a origem do problema", algo como "Radical" do verbo, que você acaba voltando a raíz do significado da palavra, a sua origem. Totalmente diferente de você ser uma pessoa egoísta e um tanto míope.

Logo, essas gurias se cansam de ser assim e muitas deixarão de ser "Rad".

Enquanto isso, elas seguem queimando o filme.

Unknown disse...

"Aff gente vamos parar com esse discurso que pode fazer tudo, tem certas cores de cabelo que não combina com a pele da pessoa e ponto final, tem que parar de achar que tudo é opressão."

Se não é opressão é o quê mesmo? Explica! Ninguém explica quem veio e ditou que um tom tal não combina com pele tal. Mas se tentarem explicar vão ver que é tudo cagação de regra.

Rê Bordosa disse...

Bru,

Fiquei sem internet ontem, mas respondendo antes tarde do que nunca sobre problematização:
Não vejo nada de errado em questionar algo! Sussa! Tranquilo! Mas há uma grande diferença por exemplo, entre as situações:

A)
-Porque você se depila?
-Porque eu gosto
-Certeza? Será que não seria por (coloque aqui o argumento que quiser)
-Será? Talvez, nunca tinha pensado nisso
ou
-Não mesmo! Eu gosto de me sentir lisinha e a depilação total aumenta a área de contato para o sexo oral, o que torna tudo muito melhor.
-Vc faz o que quiser da sua vida e do seu corpo, mas pensa ai no que te falei, continue amadurecendo essa ideia

B)
-Toda mulher que se depila é um mico de piroco! Uma erotizadora da própria opressão, uma não empoderada! Tadinha!
-Não é bem assim, eu me depilo porque gosto.
-Ninguém depila porque gosta! Você depila para agradar macho
-Não mesmo! Eu gosto de me sentir lisinha e a depilação total aumenta a área de contato para o sexo oral, o que torna tudo muito melhor.
-Me dá pena de gente que nem você! Você é um atraso para o feminismo! Devia ter vergonha de dizer esse tipo de coisa aqui num espaço feminista, pra influenciar outras mulheres a serem cadelas de macho que nem você! Você não é feminista de verdade, é só mais uma validadora!
-Ow! Vai cagar regra pra lá! A vida é minha!
-Absurdo, absurdo! Ta me chamando de caga-regra só porque sou rad! Ta atacando as rad!
-Nem sabia que vc era rad, pra mim era só uma babaca me dizendo o que fazer com meu corpo.
-Você sempre ataca as rad, sempre!!! Mico de piroco! Validadora do machismo!

Muita diferença entre a situação A e B, né? Muito se fala em questionamento, mas na segunda situação nem há questionamento de fato. Nada é QUESTIONADO, a mina já chega dizendo "depilação é opressão e ponto final", não há o que questionar, não há reflexão. O outro lado é obrigado a concordar cegamente ou ta errado. E no fim das contas, se depois de exposta aos argumentos anti-depilação, anti-maquiagem ou qualquer que seja a mulher quiser continuar se depilando, maquiando, etc, não há o reconhecimento do direito individual e da liberdade da outra... Ela merece ser xingada, insultada, excluída, etc. Cadê o "meu corpo, minhas regras" nessas horas? A prioridade deixou de ser a sororidade e passou a ser ganhar um debate a todo custo, mesmo que o custo seja atacar outra mulher em nome do feminismo... E em nome geralmente do feminismo radical (pra infelicidade das radicais e pra fama do feminismo radical).
É um bate-boca que não leva a nada, porque quando o debate deixa de ser no campo das idéias para ser uma guerra pessoal de "bora disputar quem ta certo" ambos tendem a se fechar aos argumentos do outro, ficar na defensiva e manter o argumento até o final pra poder "vencer".
As caixas do blog estão lotadas de barracos do tipo, infelizmente.

Rê Bordosa disse...

Death,

Tipo isso... Radical é interpretado como "pé na porta e soco na cara"... Inclusive por muitas que assinam Rad aqui.
Queima o filme do feminismo radical? Queima muito!

Anônimo disse...

AS PESSOAS TEM VERGONHA DE EXPOR REALMENTE SEUS SENTIMENTOS
ACHAM Q é EXPOSIÇÃO OU SER TAXADO DE OTARix

TD SERIA MAIS FACIL NA CONVIVENCIA SE AS PESSOAS NAO TIVESSE PUDOR EM AMAR SEM PREOCNCEITOS DOGMAS ETC ...

ISSO é SER SINCERx .....


MARCELLA
=)

Vicky_ disse...

Feminismo Radical significa ir na raiz do problema, procurar soluções eficazes para "cortar o mal pela raiz" mesmo, por isso problematização é algo fundamental para nós. Eu problematizo alguns dos meus próprios comportamentos, não fico dizendo que é "uma vontade própria", é uma desconstrução que vai de dentro para fora, até você poder falar com orgulho que é feminista radical e busca a melhoria da sociedade! AMO isso!

É algo que você começa engatinhando na mudança até se sentir mais forte para dar o próximo passo.

Eu evito sempre usar palavrões e impropérios, mas sinceramente perde meu medo de ofender liberaizinhos, me chame de TERF, de mulher diaba ou qualquer porcaria do gênero, já há um tempo parei de ligar para isso, até minhas amizades homens sabem que sou RadFem, se eles não me aceitam assim, não serei eu que irei mudar.

Nunca chamei outra mulher de cadela ou semelhante, mas "afago masculino" faz sentido demais agora que li, vejo muito isso, aqui incluísse.

Okay, Kal das galáxias, já entendemos, você acha que mulheres feias são diabas que querem puxar os cabelos de todas as meninas que VOCÊ considera bonitas, você nem conhece a mulher do guest e nem deveria e compara Radfem com Neonazi, mas tipo, meu filho, feminista nenhuma vai sentir falta da sua companhia, só avisando, a gente não se importa com "pika das galáxias" do Super Homem. Se um homem assim me chamar de feia eu nem me sentiria ofendida, me sentiria mais seguro por ele não me querer por perto, é um sentimento recíproco. =D

Vou descansar um pouco, bater sempre na mesma tecla dá canseira.

Odara disse...

Rê Borbosa,
Eu fico pensando nisso que você falou pra Bru hoje... claro que sou totalmente a favor da postura A!
Mas também acho que, muitas vezes, a resposta da questionada vem de um lugar comum que precisa ser desconstruido com mais cuidado.
Tipo:
-Por que você pinta seu cabelo a cada 15 dias?
-Ah, porque eu gosto. Acho que cabelo branco envelhece e dá a impressão de desleixo.
Essa "opinião" merece uma reflexão maior e muitas vezes o refúgio de "meu corpo, minhas regras" é um modo de encerrar o debate sem mexer na ferida, entende?
Não estou defendendo a postura B e sou totalmente contra ofensas, intolerância e imposição de regras. Só acho complicado o modo como esse discurso de livre arbítrio pode servir de escudo para questionamentos mais profundos....
Beijo ;)

Raven Deschain disse...

Alina, tou passada com a tua história.

Que pessoa horrorosa!

Anônimo disse...

Apesar de tudo, o Feminismo precisa e muito do Feminismo Radical (mas do feminismo radical que vai direto na raiz dos problemas, e não das doidas que ficam rugindo)

Anônimo disse...

Kkkkkkkk
O problema é que tem mais doidas rugindo que qualquer outra coisa. ...

Rê Bordosa disse...

Odara,

Eu concordo sim que tem que o assunto não se esgota no "porque eu quero", mas a forma de continuar a discussão e de abordar a questão é o que pega.
E no mais, só da pra discutir o assunto com quem ta disposto a discutir, só da pra ajudar quem aceita ajuda. No momento que alguém se fecha e diz "vou continuar assim e pronto" não há o que fazer, é redirecionar a discussão a quem ta disposto a ouvir... E esperar que suas palavras tenham tocado aquela pessoa pelo menos um pouquinho e saber que alguns levam um tempo pra digerir o que foi dito ali e se reabrir ao debate.
Caso contrário vira discurso de fanático e isso cansa.

Exemplo: sabe aquela pessoa que acha que a religião dela é a única que salva? Que insiste para os outros "venha para minha igreja! Vc tem que se libertar! Aceita Jesus! Aceita, aceita, aceita! Você precisa aceitar. Dizer "eu sou ateu" não encerra o debate, você precisa mudar ou vai pro inferno! Daí toca a campainha da casa dos outros às 5 da manhã de domingo pra dizer "quer ouvir a palavra?" quando a pessoa só quer dormir e acha que ta fazendo caridade com isso.
Não é uma pessoa má... Talvez seja bem intencionada, afinal pelo que parece, acredita realmente que tem a missão de salvar a outra do fogo do inferno... Mas na prática é alguém que enche o saco. Que discute aspectos da vida do outro que não estão abertos a discussão... E acaba por julgar o outro um "condenado" e "peca" em não reflexões sobre o próprio estilo de vida. Além da vaidade de querer mostrar para os outros religiosos "olha como eu sou bom pregador, to espalhando a palavra", conseguindo aprovação do grupo.

E nesse aspecto vai aqui uma reflexão:
Muita gente me acusa de dizer coisas aqui só para "agradar macho"... Mas se eu quisesse agradar homem, não teria mais lógica eu estar comentando num blog mascu da vida? Que homem eu to agradando aqui, numa caixa de comentário cheio de mulher?
E será que as moças que chegam com tudo acusando e xingando as outras, com o feminismo "pé na porta e soco na cara" estão de fato preocupadas com o bem estar feminino ou será que só querem a aprovação das amigas? Será que não querer mais é se sentirem acolhidas por um grupo? A outra extremista dando tapinha no ombro e dizendo "arrasou! Isso aí, você disse pra essa validadora o que ela merecia ouvir, ela não é como nós, empoderada! Nós somos especiais"...
Quem dentre nós está buscando aprovação? Será que alguém não está? E será que é tão condenável assim alguém querer aprovação? Somos seres sociais, todos nós temos as nossas carências... Hipócrita daquele que diz que não tem.

Anônimo disse...

Mulheres sendo retratadas como sinônimos de batom e outras coisas que apenas nos oprimem é o fim.

Essa Clarice não é aquela casada (feminista casada, rs) com o ex-reaça do Duvivier?

Anônimo disse...

Ainda: EX-REAÇA SIM. Antes de começar a posar de esquerdista, ele falava mal de Bolsa Família no twitter. Eu lembro! Não acredito que as pessoas podem mudar assim da noite pro dia. É o que falo sempre: 80% da esquerda e do feminismo atual é pura ilusão. É tudo teatro.

Anônimo disse...

Só não fiquei com mais nojo do clipe que do Bruce Jenner falando que o que é mais difícil em ser mulher é ter que escolher roupa.

Anônimo disse...

Inveja das mais populares do blog kkkkkkkkkkkkkkk
eu tenho inveja é da beyoncé !

Odara disse...

Discurso de fanático cansa mesmo. Cansa e afasta possíveis apoiadores!
Aqui em cima agora:
"(feminista casada, rs)"
Quer dizer que mulheres casadas não podem ser feministas? Ah, que cansaço....
Por outro lado, eu tenho encontrado cada postura validadora fantasiada de opinião! E, às vezes, é difícil achar uma forma de contribuir....dá uma tristeza.
A última foi uma mulher pra quem eu presto acessoria esporadicamente me dizendo que queria palestrantes homens para o dia tal.
E eu: - Por que homens?
Ela:- Porque eu notei que eles tem melhor aceitação do público.
Eu: - É verdade, mas isso é o machismo da nossa sociedade. Já pensou se o seu chefe pensasse da mesma forma e só contratasse homens?
Não adiantou nada! A criatura disse que queria resultados e então precisava de homens pra palestrar :(


Anônimo disse...

Sobre as feministas de facebook sinto que falta e falta muita capacidade de discernimento e crítica. O feminismo tem o espaço acadêmico e o espaço social e os dois devem conversar entre si, jamais um se sobressair ao outro. No entanto, quando vejo (dos dois lados) certos questionamentos, me indago se elas realmente entendem o que repetem.

Ex. A (Libfem)
"Meu corpo, minhas regras"
"A p***** da b**** é minha!"

Beleza ter esse discurso de empoderamento. Mas será que esse empoderamento é genuíno? Desde que tivemos mais liberdade sexual, tivemos backlash nisso tudo. Por conta do nosso maior poder reprodutivo (privilégio que nossas avós não tinham), não é raro sermos culpadas pela "degeneração familiar" ou pelo aumento da criminalidade (essas mães que não educam os filhos) e principalmente pelos estupros (se não tivesse bebido, se não estivesse com essa roupa...). Também por isso vemos crescer uma erotização da opressão. Atenção neste ponto: entendo por erotização da opressão a educação porn e pornografia impregnada nas nossas relações. Entre os estereótipos de santa e puta, somos ensinadas a sermos recatadas o suficiente para sermos mulheres e mães de "bem" ao mesmo tempo que somos condicionadas a fazer o necessário para manter nossos homens. Quantas revistas femininas nos ensinam do cuidado com a casa ao oral perfeito? Uma que vejo frequentemente é a insistência dos parceiros em praticar ménage com as companheiras e uma terceira mulher ou a insistência em fazer sexo no primeiro encontro a fim de não ser taxada de frígida. Quantas dessas pequenas concessões não são exemplos de como estão usando a nossa liberdade sexual e reprodutiva contra nós.

Por outro lado, vemos meninas jovens repetindo pérolas como a de "virar lésbica". Esta foi uma falácia que estamos abordando há muito tempo aqui no blog, como isso pode virar um instrumento para referendar a cura gay proposta pelos conservadores. Feminismo não se trata de obrigações, de uma cartilha, de um clubinho das Luluzinhas. Não se trata de santificar mulheres por elas serem... mulheres. E nem de demonizar homens por serem... homens. Acredito que o empoderamento que queremos seja o de que mulheres sejam pessoas com direitos e deveres, com consciência de seus atos e respeitadas como qualquer ser humano.

Anônimo disse...

Não Lucas.

Na primeira barata eu pego o Baygon mesmo. Mais barato e mais útil que macho.

Anônimo disse...

12:54
ótima colocação, também acho o que mais vejo é mulheres usando a sua sexualidade para homens ainda hoje e não para o próprio prazer as revistas femininas ainda repassam os conceitos velhos mas com uma nova forma de opressão disfarçada de liberdade sexual.

Anônimo disse...

Concordo, e tem cara que ainda põe a mulher para transar com outro homem, como se fosse um reles objeto, um brinquedo para se emprestar.

Anônimo disse...

Odara, essa aí da sua história percebeu o machismo do mundo e resolveu contribuir para continuar tudo como está, que merda!!!

Anônimo disse...

"também acho o que mais vejo é mulheres usando a sua sexualidade para homens ainda hoje e não para o próprio prazer"

para manipular homens você quer dizer. Ate porque mulher não sente prazer em sexo com homens segundo todos aqui em seus comentários ( E não me venham com esta de "aaain e vc que num... HOMEM NENHUM DÁ PRAZER SEXUAL A UMA MULHER, E AS FEMINISTAS PROVAM O QUE DIGO), e pesquisa recente de um importe centro psiquiátrico mundial provou que não existe mulher heterossexual. o prazer da mulher na minha singela opinião esta em domar um homem fisicamente mais forte e financeiramente mais abonado através do sexo, devido a alta libido feminina.
"Se sexo fosse droga, homem era viciado e mulher traficante"

Odara disse...

Exatamente :(

Anônimo disse...

"Concordo, e tem cara que ainda põe a mulher para transar com outro homem, como se fosse um reles objeto, um brinquedo para se emprestar"

Eles a obrigam ou elas concordam e tira vantagem disto?Será que se submter a isto em troca de boa vida sustentada, cartão a vontade no shopping, e trepadas com homens mais jovens na frente do corno fetichista pagador de contas não está nos planos delas? E eu so vejo ricos em clubs de swing, prova que somente o machismo de homem pobre incomoda as mulheres.

Rê Bordosa disse...

Odara,
triste isso dela achar que homem pode ser melhor palestrante... parece até que dormiu numa câmara creogênica na Idade Média e acordou agora...

Rê Bordosa disse...

Anônimo 12:54,

Eu entendo a necessidade de questionar essa cobrança social em cima da mulher, que diz que ela tem que ser boa dona de casa, boa mãe, boa esposa, boa de cama, ser sexy, bem sucedida e tudo isso se descer do salto alto.
Há cobrança sobre o comportamento da mulher para ser liberal no sexo? Sim. Mas será que dá pra levar pra extremos, generalizar, como muitos fazem e achar que tudo que uma mulher faz na cama é para o prazer do homem e nunca pelo próprio prazer? Tipo "todo munda mulher que faz menage quer agradar macho", "toda mulher que faz oral quer agradar macho", "toda mulher que se depila quer agradar macho"... E onde fica a sexualidade feminina nesse discurso? É invisível? É inexistente? Nenhuma mulher pode gostar de menage, ou de chupar um pau ou de ser depilada? Mulher gosta de carinho enquanto homem gosta de sexo? Que tédio!
Para os machistas nossa sexualidade feminina sempre foi invisível... Agora para o feminismo será invisível também? Acho que isso também vale questionamento e problematização e desconstrução de preconceitos sim.

Rê Bordosa disse...

Odara, parece que vc entrou para o clube das "odiadas do blog".
Pega aqui sua carteirinha, kkkkkkkkkkkkkkkkkk

Anônimo disse...

"Famosas" Rê Bordosa e Raven

Caraca, tem Hall da Fama aqui no blog??

Odara disse...

Rê Borbosa,
Se o clube é formado por você e Raven é uma honra ;)

Zero disse...

Rê,

se me permite opinião, eu vejo como um grande equivoco uma mulher fazer algo pra agradar homem, ainda mais uma mulher consciente dos malefícios dessa relação.

claro que existe um abismo entre isso e um "apartheid de gênero" ou "virar lésbica".

mas não vejo beneficio ou poder nisso, em agradar alguém que te menospreza. (ou tens certeza que os homens que tu conhece são isentos disso ? )

pergunte pra um cara qualquer se ele faria com ele mesmo o que ele "pede" pra mulher fazer ? e não me refiro a coisas de cunho sexual, qualquer coisa mesmo.

homem faz o que pra agradar ou minimamente gerar um conforto pra mulher ? homem ajuda em tarefas domesticas, com os filhos ou é pelo menos companheiro ? não. pra homem conversar / ouvir a mulher é algo horrível de se fazer. pense nisso.

não tenho intenção alguma de te controlar ou te dizer o que fazer, é apenas uma ideia. e também nem toda mulher vai ver os "benefícios" masculinos que tu vê.

mas que liberdade plena seria viver sem eles e não em prol deles, seria.

Anônimo disse...

A Rê Bordosa incomoda muita gente, a Raven incomoda, incomoda, muito maaaais.

A B. incomoda muita gente, a Anon A incomoda, incomoda, muito maaaais.

Anônimo disse...

Eu queria ser uma batatinha.

Não uma frita, uma com casca e tudo mesmo.

Rê Bordosa disse...

Bjus, Odara!

Rê Bordosa disse...

Zero, entre a castidade e o "sexo para agradar homem" exite outra alternativa: sexo para agradar a si mesma (para aquelas que não são assexuais).
É disso que to falando: mulher gosta de sexo, sabia? Pelo menos muitas delas gostam.
Porque sexo com um homem tem que ser uma coisa suja, que uma mulher fraca da cabeça faz, numa tentativa desesperada de segurar marido? Porque não pode ser uma interação consensual e divertida entre dois adultos?
Essa invisibilidade da sexualidade feminina, do desejo feminino tão presente no seu discurso é que eu não concordo.

"homem faz o que pra agradar ou minimamente gerar um conforto pra mulher ? homem ajuda em tarefas domesticas, com os filhos ou é pelo menos companheiro ? não. pra homem conversar / ouvir a mulher é algo horrível de se fazer. pense nisso."

Falo por mim e pela minha experiência pessoal: meu marido divide as tarefas domésticas, cuida dos gatos, cuida de mim quando estou doente, me apoia e me escuta quando estou com problemas... Nesses 14 anos ele nunca demonstrou que era um sacrifício me escutar... Ele é meu melhor amigo, conversamos, saímos e jogamos videogame juntos... Bebemos vinho e filosofamos sobre a vida, o universo e tudo mais...
Então se eu resolvo não ser um cubo de gelo na cama com esse cara que é tão especial para mim eu to agradando macho e sendo anti-feminista? What?!!!

Sério, eu não vou fingir que sou infeliz no casamento e que meu marido é um monstro só pra apoiar o discurso "homens são o inimigo"... Até porque isso seria de uma desonestidade intelectual tremenda.
Também não acho que a minha realidade seja a única e que nenhuma mulher é abusada e agredida em casa. Quando eu digo "meu marido é um cara legal", não estou dizendo "todo homem é legal", apenas que alguns deles podem ser. É tão difícil assim interpretar isso?


Então é muito simples, moças: se seu marido/namorado/peguete é um babaca escroto e você não sente vontade de transar com ele, não transe. Se ele é um cara gente boa e te apetece o desejo, fique a vontade.
E iso vae pra qualquer pessoa, independente de gênero e desejo sexual.
E se vc é assexual ou celibatário, esteja a vontade pra fazer qualquer coisa da sua vida também e viver como bem entender.

Anônimo disse...

Rê Bordosa

O Post não é sobre você. Pegou a doença do Zero?

Carlos disse...

Um amigo meu falou que a aposentadoria mais cedo pra mulher é privilégio, pois o argumento de que as mulheres ficam com as atividades domésticas é papo furado. Que a divisão das tarefas domésticas é um assunto de foro íntimo do casal enquanto que a aposentadoria é um assunto do Estado (entidade estatal) e que se devia misturar os dois.

Ele também falou que no caso de um homem que se recusa a fazer as atividades domésticas as mulheres tem três alternativas;
1_ Fazer as atividades domésticas sozinha
2_ não fazer as atividades domésticas e deixar a casa suja
3_ abandonar esse cara
E ele também disse que qualquer das decisões é culpa da mulher arcar com as consequências dessa decisão, assim como do homem a culpa por fazer a mulher ter que tomar uma dessas decisões.

Eu não soube responder a isso! como eu poderia respondê-lo?

Zero disse...

ok, agora tu fizeste um discurso sensato, e concordo contigo. embora eu ainda vejo os outros malefícios pós "divertimento de dois adultos". mas gostei da tua postura.

enfim, eu pessoalmente acho muito risco pra pouca coisa, mas cada um sabe de si.

"Também não acho que a minha realidade seja a única e que nenhuma mulher é abusada e agredida em casa"

exato. por isso deverias compreender e/ou aceitar melhor porque há mulheres que detestam homens, nem todo mundo tem que ver o mundo como vemos. discordo de quem quer te impor como viver, mas também não podes querer que todas vejam as maravilhas masculinas. (não que tu faça isso, é só expressão).

Rê Bordosa disse...

Anônimo, muito esperto da sua parte fazer um comentário direcionando sua atenção a mim, pra reclamar que eu to roubando a atenção do post.
Muito esperto, muito lógico!
Só que não!

Anônimo do recalque recalcando... Nada de novo sob o sol!

Rê Bordosa disse...

Zero,

Eu me solidarizo com quem tem trauma de homem, com quem já passou por experiências ruins com homens... Até porque todas nos passamos por algo assim em maior ou menor grau. Imagino que toda mulher tenha passado alguma situação ruim envolvendo homens, desde a cantada de babaca na rua, até violência física.
Eu jamais vou dizer a uma mulher traumatizada "você tem que fazer as pazes com o gênero masculino", você precisa casar, precisa se relacionar com homem, etc. Seria um absurdo.
Mas da mesma forma eu espero respeito e não vou aceitar que ninguém venha julgar minhas experiências pessoais e me pregar lesbianismo político ou assexualidade política.
O fato da mina ser traumatizada não dá a ela carta branca ou autoridade pra cagar regra pra vida alheia. Da mesma forma que minhas experiências pessoais não me dão autoridade pra determinar como alguém deve viver.
É apenas respeito a liberdade individual, simples assim.

Anônimo disse...


Obviamente, o post não é sobre a Rê Bordosa mas ela não tem culpa de ser interpelada a todo momento com observações sobre sua sexualidade e estilo de vida. Depois reclamam de temas desvirtuados, porém quem desvia os holofotes para a Rê Bordosa (sendo que a Raven e o Zero também costumam ser alvos frequentes de ataques) senão quem lhe dirige seus argumentos?

Ainda que essas pessoas tentassem monopolizar as atenções nas caixas de comentários, seria impossível ganharem destaque se não lhes direcionassem as postagens.

Zero disse...

consegui te entender agora. mantenho minha posição, respeitando a tua. é que muitas vezes tu acaba soando de outra forma, mas agora fostes bem exata e compreensível.

Unknown disse...

Anônimo 00:15

Como você deve ter notado a reportagem foca na vitima que sofreu agressão apenas pelo simples fato de ser bonita, se a agressora é bonita ou feia, isso é totalmente irrelevante. O que eu discordo de você é que seja um mito, o que não falta na internete é vídeo de garotas sendo espancadas/torturadas por por outras garotas, pelos motivos mais fúteis, sendo o mais comum a vitima ser mais bonita que a agressora. Ser bonita ou feia não é crime, mas agredir uma garota apenas por ser bonita é sim um crime gravíssimo.

Anônimo disse...

Kal da Casa do El,

Vale lembrar que o contrário também ocorre. Vários casos de bullying em que a vítima é agredida fisicamente por outras garotas (e garotos) por não se encaixar no padrão de beleza que seus agressores julgam digno. Geralmente, a agressão física (estou incluindo também a sexual) ocorre depois de muito tempo de agressão psicológica e humilhação, quando a vítima já está no fundo do poço.
Lamentavelmente, vejo muitos casos de garotas se agredindo e se tornando inimigas por causa de namorados. O feminismo precisa muito ajudar essas garotas.

A.

Unknown disse...

"Lamentavelmente, vejo muitos casos de garotas se agredindo e se tornando inimigas por causa de namorados. O feminismo precisa muito ajudar essas garotas."

Sim, é exatamente nesse ponto que eu queria chegar, no mais concordo contigo, tem total razão.

Vicky_ disse...

Meu comentário não foi postado DE NOVO? Eu sequer usei impropérios!
Já chega, irei parar de comentar aqui, não dá pra comentar onde você sequer é bem vinda, e terra de Donatiens eu não quero nem por qualquer porcaria nesse mundo.

Se alguém alguém lia meus comentários, já estou avisando. Eu ainda participo de outras comunidades da internet, lá serei tratada verdadeiramente como um indivíduo.

A partir de agora só lerei os posts. Já sabem o que postaria nas matérias, estão fiquem com a memória dum daqueles grilinhos da consciência que eu sou. rsrsrs

Inté, gente.

Raven Deschain disse...

Aproveita então que tua inveja é pela Beyoncé e some daqui.

Vai lá trollar a página dela.

Anônimo disse...

Não vá embora, Vicky!!
:/

Anônimo disse...

Lolinha, pq vc nao publicou os comentários da querida Vicky?

Anônimo disse...

Quando uma mulher atinge orgasmo com um homem ela está apenas colaborando com o sistema patriarcal, erotizando sua própria opressão
Sheila Jeffrys professora feminista lésbica e ativista política

Unknown disse...

Não é segredo para ninguém que eu tenho muitos pontos de discordância com certas posturas radicais e com ideias (sou a favor da legalização da prostituição, por exemplo. Não por que acredito que viver de sexo é algo sempre fofo e cor-de-rosa, e super 'empoderador' mas por que acho que se pode controlar melhor os danos regularizando a atividade - sim, eu sei: a exploração nunca vai morrer).

Em outros pontos, sou totalmente a favor. Mas se tem algo que eu discordo profundamente é com essa falta de noção de história do feminismo no Brasil. Li aqui que a década de 1960 foi uma época de feminismo não-popular de choque. Para quem? Para as mulheres brasileiras às portas da ditadura militar é que não, certamente. Talvez para as muitas senhoras brancas, ricas e bem-nascidas do movimento família, tradição e propriedade? Tampouco, não eram feministas e muito se orgulhavam disso.
Nossas mulheres contestadoras da década de 1960 estavam em redes clandestinas de apoio, estavam com metralhadoras nas mãos em facções da luta armada (mais radical que isso, impossível), estavam em muitas congregações religiosas (do candomblé, do protestantismo, da igreja católica) e quando caíram nas mãos dos algozes militares, foram torturas com estupros, tática número um utilizada para mostrar o lugar de mulher delas.
As que se salvaram foram para o exílio, e aí encontraram o feminismo. E foi na luta pela redemocratização (levada sobretudo por mulheres) que talharam mudanças institucionais importantes na linguagem dos direitos (e que hoje muitas militantes feministas parecem desprezar), incluindo o de manifestação.
Isso que hoje fazemos tão facilmente sem sermos presas, torturadas, estupradas e mortas por que ousamos discordar. Ainda é duro? Muito. A Lola que o diga, já que os viúvos da ditadura aqui estão lhe ameaçando e a difamando todo dia, por anos... E aí Bru, desculpa a franqueza: sendo as críticas certas ou erradas, me choca ver que nenhuma das radicais aqui seja capaz de escrever a lola uma frase de apoio. Considero antiético da sua parte, nesse momento, dirigir críticas a uma mulher que faz do apoio do movimento feminista a linha defesa contra ameaças de morte. Eu não tô falando do sagrado direito de contestação (que feministas, seja qual for a vertente têm por causa do sangue das militantes marxistas, socialistas, anarquistas e cristãs dos anos 60, 70 e 80), que envolve sim o seu direito de questionar o que você quiser. Eu estou falando de perder a vida por ser feminista. Francamente, não é a hora nem o lugar de reivindicar respeito a sua 'imagem' de radical atacada, quando a sua irmã que lhe dá espaço de debate tá tentando não perder a vida, a sanidade e a dignidade.

Lola Aronovich disse...

Vicky, desculpe, eu joguei no spam um comentário que vc fez de manhã. Vc fez o mesmo comentário repetido, duas vezes, e sem querer eu deletei os dois, quando era pra ter deletado apenas um. Não foi proposital, ok? Todo mundo comete erros. É só avisar que eu dou uma olhada (claro que é muito mais fácil quando o comentário não é anônimo, como no seu caso).

Odara disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Chegar atrasada no post, yay \o/
Teve bastante coisa interessante, inclusive tou pensando numa forma de responder o anon que falou de aposentadoria/trabalhos domésticos.
Mas voltando ao assunto original mesmo. E saindo um cado do feminismo e desviando um cado pra minha historinha.
Entendo a Mikaela. Não querendo "passar a mãozinha" na cabeça dela, nem tirando da Teti a autonomia de decidir se perdoa, se esquece, ou não. Mas também fui a menina mais "alternativa" da sala e meio excluída por conta disso. E me mordia de inveja e frustração quando chegava outra menina com gostos parecidos com os meus e que recebia carinho e atenção com pouco tempo na escola em que eu estudei a vida inteira. Ao contrário da Mika, entretanto, minha forma de defesa era me isolar mais ainda. O que pode não ter machucado outras pessoas, mas certamente me feriu muito. Depois de alguns anos de recuperação e reflexão, depois de conhecer outras meninas que foram como a gente, cheguei a duas conclusões:
1) A principal, a crucial diferença entre meninas como a Mika e meninas como a Teti, é que uma é introvertida e a outra é extrovertida. Como nos cansamos de companhia mais rápido que as pessoas extrovertidas, acaba que não nos comunicamos tão bem assim. E as pessoas interpretam como antipatia/apatia, se afastam da gente (não que seja incompreensível). Ainda mais na infância e na adolescência, quando se sentir parte de um grupinho é particularmente importante, os que não são tão carismáticos acabam ficando meio abandonados, mesmo.
2) Adequação aos padrões também é importante. Enquanto a "alternativa" magra, branca, com rostinho de boneca, mesmo introvertida, vai ser "misteriosa", "doidinha" ou no máximo "metida", a "alternativa" mais gorda (ou magérrima), negra, com espinha no rosto, vai ser sumariamente ignorada na melhor das hipóteses.

Luana disse...

Cruzes, q encosto! Cuidado, T.! A fia tá arrependida mas repara q ela tá por dentro de toda a sua vida. Gente assim exige cautela... perdoar é uma libertação, mas não esqueça daquele provérbio "o lobo perde o pelo, mas não perde o vício". Se ela te odiava sem nem te conhecer e fez da tua vida um inferno, sabemos que se trata de um sentimento de paixão, e que este pode muito bem voltar à tona. Perdoe esta menina e seja feliz , mas não se esqueça: cuidado.

Luana disse...

T. , cuidado com essa MIkaela. O lobo perde o pelo mas não perde o vício. Repare q até hj ela tá por dentro do que vc faz da vida. Esse sentimento de paixão encubada em uma pessoa desequilibrada pode ser uma bomba relógio, CUIDADO! No mais, desejo que vc consiga perdoá-la verdadeiramente. Liberte-se de qualquer resquício de maldade que essa garota fez com vc, e siga a vida com a consciência limpa e coração leve. Seja feliz!
ps: eu comentei antes mas meu comentário sumiu. Se for repetido, Lola, pode apagar um dos dois. Abs

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