quinta-feira, 17 de outubro de 2013

GUEST POST: FEMINISMO E MATERNIDADE

A J. me enviou este texto polêmico e me pediu para que fosse publicado anonimamente. Não briguem comigo! (aliás, quem quiser contestar este texto, é só mandar um guest post pra cá). 

Lola, fiquei muito intrigada com uma discussão secundária que permeou um guest post publicado no seu blog e resolvi me posicionar, dando o meu testemunho. Aviso, desde já, que para legitimar minhas escolhas não pretendo desqualificar as demais. Falo por mim, e só.
Venho de uma família de mulheres intelectualmente proeminentes. Minha avó cursou medicina, nos idos de 1930. Exerceu de fato a profissão, embora com adaptações convenientes à época: atendia senhoras e crianças, e seu consultório funcionava em casa. Era também mestra e doutora.  Minha mãe, de igual forma, exerceu com muito sucesso a medicina. Formei-me em direito e fui aprovada em muitos concursos públicos. Hoje exerço uma função pública relevante, disputada por concurso, para o qual estudei incansavelmente, dedicando todo o meu tempo disponível durante um ano.
Paralelamente a tudo isso, casei com um homem que amo e tive dois filhos. Eles nasceram saudáveis e de parto cesáreo. Tirei as licenças maternidade a que tive direito, amamentei o quanto pude, estruturei minha casa com pessoas de confiança e com muita vigilância e voltei a trabalhar, imensamente feliz por fazer algo de que gosto tanto, por que tanto lutei, com tanto amor, e que tanto contribui para a distribuição da justiça na sociedade.
Hoje me espanta  a quantidade de discursos panfletários de mulheres que fizeram outras opções de vida e querem convencer a todxs de que aquele é o único caminho a seguir. Qualquer parto cesáreo equivale a uma “violência obstétrica” ou “extração cirúrgica do bebê”. Nem parto é mais! A mãe que trabalha e/ou contrata creches ou babás “terceiriza a infância dos filhos”. Até um novo verbo surgiu para explicar esse fenômeno, da renúncia à vida própria e do resgate da função de cuidadora da família: maternar. O certo, então, é largar a profissão, o emprego, e se dedicar com exclusividade a cuidar de marido, casa e filhos, sob pena de se causar dano irreparável à criança.
E os riscos que essa opção traz? Qualquer relacionamento é maduro ou democrático o suficiente para suportar essa desigualdade financeira, em que um dos parceiros depende integralmente de outro? O feminismo já está tão absolutamente consolidado em nossa sociedade, a igualdade entre mulheres e homens já é tão inquestionável, que a mulher já pode se dar ao luxo (novamente!) de depender do seu marido, sem risco de submissão e inferiorização? 
Seu relacionamento é assim, mulher “empoderada” (esse é o termo utilizado nas redes sociais de mães  para definir a mulher que “retomou as rédeas da criação dos filhos”)? Beleza! Deite e role, sem medo de uma separação conjugal em condições desiguais, pois para você não há riscos ao abdicar de uma carreira, para cuidar de casa e filho.
Mas essa não é a realidade de todas as mulheres brasileiras... Nem todas podem se dar ao luxo de viver como as suas avós (ou bisavós, no meu caso), sob pena de correrem o sério risco de pagar um alto preço, no futuro, por suas escolhas de hoje.
Se já senti culpa por não ter tido parto normal? Nenhuma! Não me sinto vítima de qualquer tipo de violência obstétrica, não me sinto iludida pelo sistema, que supostamente me condicionou a fazer uma opção inconsciente, não sinto que fui persuadida a sofrer uma intervenção cirúrgica desnecessária, não sinto que a minha obstetra tenha sido desleal ou preguiçosa, apenas para se “livrar do incômodo” de conduzir um parto normal.
Absolutamente! A escolha foi minha, e se dela pudesse derivar qualquer prejuízo para mim ou para meus filhos, tenho médicos que me amam em número suficiente na minha própria família para me convencer a fazer outra opção. Tive bebês grandes, com mais de quatro quilos, e preferi mil vezes a intervenção cirúrgica sofrida do que as possíveis consequências do parto normal a longo prazo (dentre as quais cito o prolapso de útero/assoalho pélvico, incontinência urinária e por aí vai). Por favor, parem de tentar me incutir uma culpa que não sinto!
Se me sinto culpada por trabalhar fora e deixar meus filhos sob o cuidado de terceiros? De jeito nenhum! Me realizo profundamente com o meu trabalho, e reconheço a sua importância social. Sou a melhor mãe que posso ser. Embora não execute pessoalmente todas as atividades do cuidado com crianças, delegando parte dessas tarefas às minhas ajudantes, permaneço atenta e vigilante, emocionalmente disponível, tenho muita paciência com eles  e sei que não há nenhuma sombra de dúvida em suas mentes acerca da intensidade do meu amor. 
Quero que eles tenham um modelo igualitário de mulher, que aprendam, em casa, comigo, que a mulher é tão capaz quanto o homem, que sintam orgulho da mãe deles, que sejam meus amigos e que usufruam de conforto, boa educação e boas oportunidades, para os quais a minha remuneração  é indispensável. Cresci assim, tendo como modelo uma mulher forte, intelectualmente ativa, que sempre trabalhou fora e que, ainda hoje, é a pessoa com que mais conto na vida. Nenhum trauma, só motivo de orgulho da mãe que tenho e da mãe que sou.
Percebo, contudo, que a dúvida acerca das próprias escolhas faz com que muitas mulheres que hoje abdicam de suas carreiras em prol da família passem a questionar a conduta daquelas para as quais a “queima de sutiãs” há mais de cinquenta anos atrás não foi em vão.  

Minha breve resposta: Eu defendo que as mulheres (as que têm escolha, o que por si só já é um enorme privilégio) trabalhem fora. Acho arriscado ser financeiramente dependente de alguém. Mas ninguém nunca verá neste blog um post meu condenando uma mulher (ou um homem) que fez a opção de abdicar da carreira para cuidar da família.
Eu acho temerário que o Brasil seja recordista mundial no número de cesáreas. Países bem mais avançados que o nosso insistem que cesáreas só devem ser realizadas em casos excepcionais, ou seja, em menos de 15% dos partos, e não na imensa maioria deles, o que acontece por aqui por motivos culturais. Creio que, como feministas, devemos questionar um sistema que força as brasileiras a fugir do parto normal. 
Mas ninguém nunca verá neste blog um post meu condenando uma mulher que fez cesárea de ser "menos mãe" ou qualquer coisa que o valha. 
E por aí vai. Eu critico o sistema, não as pessoas afetadas pelo sistema. E acho que, como feministas, devemos sempre questionar o status quo. No Brasil, o que é o status quo? Quem faz cesárea ou quem faz parto normal? 
Mas o que eu acho é que não precisamos brigar. Não há um modelo de mulher nem o jeito certo de viver a vida. Mulher que é mãe e cuida dos filhos, mulher que é mãe e trabalha fora, mulher que opta por não ter filhos, mulher que faz cesárea, mulher que tem parto normal, mulher que amamenta, mulher que não amamenta -- o feminismo pode ser empoderador para todas nós.

Leia a resposta da Ligia: Em sua luta contra o resto do mundo, de que lado você está?

281 comentários:

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MCarolina disse...

Não achei esse guest post polêmico. Um pouco bagunçado, talvez, com os assuntos. Quando à cesariana, ela é padrão no Brasil e a luta é pela mulher poder escolher o parto normal se preferir. Já vi muita reclamação de violência obstétrica, mas não que mãe de cesariana não é mãe, ou algo assim.
Quanto a trabalhar fora e se dedicar à carreira é a coisa mais normal, e acho muito saudável. Muitas mulheres tem culpa em relação à isso e é ótimo que a pessoa do guest post não tenha. Não tem que ter mesmo.

Lara disse...

Adorei o guest post, me identifiquei totalmente! Tô cansada dessas mães xiitas ditando regras e se gabando de serem melhores mães que todas as outras pessoas!

Thais disse...

Eu poderia ter escrito esse texto. Concordo com absolutamente TUDO.

Tam ires disse...

Achei confuso também. Mas não sinto essa rigidez toda quanto a vida. Só estudo as maneiras que eu posso fazer melhor dentro da minha realidade. E, dentro da minha realidade específica, eu preferi parir em casa, amamentar bastante, dividir tudo como marido, pôr na melhor escola para ela, trabalhar fora moderadamente, cuidar da casa, da alimentação, das atividades em geral, nutrir a relação próxima com aquele ser que nasceu de dentro de mim. Mas esta sou eu. Minhas condutas podem ir contra o que muitas pessoas "das redes" "pregam" e vão, principalmente, contra o que muitas pessoas ao meu redor pensam. A parada é você fazer a sua parada confiando no que você está fazendo. A segurança vem muito antes da escolha do tipo de parto. E eu acredito que a segurança faz a justificativa ser desnecessária.

Thaiane disse...

Lara onde foi q vc viu alguém dizendo ser melhor por ter tido parto normal!?? Acho q as proprias mulheres q escolhem cesárea se intitulam assim, elas mesmo usam a expressão "eu não sou menos mãe por escolher cesárea" ... O q acontece com a mlher q passa por um parto natural é q ela se sente mais mulher, mas não q as outras sejam menos q ela, ela apenas subiu um nível dentro de si...
E quanto ao XIITAS obrigada pelo elogio!!

Olga Thaûma disse...

Só a resposta da Lola salva nesse guest post tão mais do mesmo e generalista.

Kittsu disse...

O mais interessante da lavagem cerebral acerca do parto cesáreo é que ele é tão profundo e normalizado que as pessoas sequer percebem o que está se passando.

Roxy Carmichael disse...

"O q acontece com a mlher q passa por um parto natural é q ela se sente mais mulher, mas não q as outras sejam menos q ela, ela apenas subiu um nível dentro de si..."

não vou nem me dar o trabalho de comentar isso.

parabéns pra autora do guest post
concordo com MCarolina: esse texto desperta zero polêmica em pessoas que admiram a elizabeth badinter, como eu.

grande abraço lola!!

Bela Campoi disse...

Pode não ser o caso da autora do post, mas a imposição da cesária no Brasil é tamanha, que eu conheço uma mulher, de família abastada e esclarecida, que foi na onda do seu médico tão erroneamente, que o filho nasceu antes do tempo (o médico tinha que viajar!!!) e ficou mais de 10 dias na UTI. Não é de se indignar??!!

Feminazi Satânica disse...

Que história é essa de se sentir mais mulher depois de um parto normal? Isso é extremamente essencialista e afirma o destino biológico da maternidade.

Entendo o desabafo da autora.

Roxy Carmichael disse...

obrigada vitória.
e pra fofa: https://www.facebook.com/photo.php?fbid=572130986176041&set=a.339265022795973.82946.141048492617628&type=1&theater

Gabi disse...

Eu raramente comento aqui, mas também me identifiquei muito.

Acho fundamental que se questione o modelo, porque só assim as escolhas pessoais serão realmente escolhas, mas entendo do que a autora do post reclama, porque vejo muito julgamento em espaços onde se deveria debater o modelo, gerar informação, etc. Minha filha não nasceu no Brasil e eu passei pela experiência oposta da que ocorre aí. Veja, no princípio, eu queria parto normal mas quando estava com 39 semanas, uma bebê de mais de 4 kg e, ainda por cima, sentada, eu já estava implorando pra marcarem uma cesária. E quem diz que o médico queria marcar? Era véspera de um feriado e o hospital tinha proibido marcar cesária eletiva para aquela semana. Quem me ajudou, claro, foi uma mulher, a matrona, uma enfermeira obstetra que acompanha a gestação aqui e que acertou tudo com o médico e com o hospital. Além do mais também não parei de trabalhar. Tirei licença de seis meses, amantei exclusivamente por todo esse período e só agora estou começando a deixar de amamentar. O que fiz foi diminuir meu ritmo de trabalho, porque posso. Fico metade do dia no trabalho e metade em casa com ela. Se ela não está comigo, está na creche e apesar de ter contraído milhares de bichos durante o inverno, gosto que ela tenha uma rotina que inclua outras crianças. Me considero privigeliada por poder trabalhar com o que quero e ainda dedidar tempo a ela. Nunca me passou pela cabeça deixar de trabalhar para cuidar dela, por mais que a ame. Não consigo me imaginar pedindo dinheiro para alguém pra poder fazer natação ou comprar um chocolatinho. E isso pq tenho um companheiro maravilhoso, que jamais se "adonaria" de mim. O problema é que buscando informação na internet sobre temas relacionados a educação, crianças, etc. tenho visto muita imposição, muita regra e muito julgamento. É, de fato, um pouco deprimente,

Larissa Dias disse...

Sobre o assunto cesária, parto normal, parto humanizado. O sistema ditar para mim que devo ter uma cesária para não estragar o playground do marido é um machismo ativo sobre o meu corpo. Se a base do feminismo está em escolher, em ter decisão sobre assuntos que me envolvem, porque devo deixar de acreditar em mim e no meu poder como mulher, de protagonizar o nascimento do meu filho para deixar com que um médico o seja? Porque sempre deixar as escolhas aos outros e se contentar em apenas dizer "que foi sim escolha" quando na realidade é baseada no sistema. O mesmo sistema que nos molda como machista não pode moldar-nos para que deixemos de lado poucas coisas (quando a maternidade é uma escolha) que nos tornam protagonistas das nossas escolhas?

Unknown disse...

Sobre trabalhar fora, o que eu acho é que temos pouca opção de vivenciar os dois. Nossa licença maternidade (especialmente a de nós "não funcionárias públicas" não dá tempo nem de amamentar os primeiros e essenciais seis meses. Infelizmente nem todo mundo pode juntar com férias, licença prêmio, licença não remunerada, etc e ficar mais tempo com seu bebê recém nascido, tendo o trabalho garantido quando voltar. Seria muito bom se todas pudéssemos. Ia ter mais mulher se empenhando na sua carreira sem culpa, com certeza!

Unknown disse...

"acontece com a mulher q passa por um parto natural é q ela se sente mais mulher"

nossa,ridiculo,antes do parto normal ela era meia mulher?

é aquela outra crença podre,em que a mulher que transa pela primeira vez finalmente virou mulher,antes era o q ,um macaco?

Larissa Dias disse...

E para mim Larissa, apenas passando o que eu presencio. Mulheres muitas vezes feministas hoje ditando lado e chamando de xiitas quem fala de um empoderamento dentro da maternidade (até porque ninguém disse que você tem que ficar em casa para isso, afinal, grande parte delas ainda trabalha e estuda já que participo de vários grupos)e argumentar dentro das evidências é querer ditar? Pode sim se fazer uma comparação da xiita que mostra que você pode tomar as rédeas do seu parto assim como as feministas ditas radicais pela sociedade que dizem que você pode tomar as rédeas da sua vida, da sua sexualidade, e por aí vaí.

Unknown disse...

achei o post confuso,nunca ouvi ninguém se gabando pq teve parto normal.

thielly disse...

em choque de ver o quanto a pessoa não entende nada sobre a proposta de MATERNAGEM vem julgar e dar opinião sobre algo que nem sequer tentou se aprofundar e entender do que se tratava, e do quanto ela se sente incomodada com as opções alheias. bem estranho pra quem se diz tão segura de suas escolhas.
quem está seguro, não precisa se explicar. quem está seguro, segura a onda sobre suas escolhas e pronto, deu, pq dorme tranquila, sem nenhuma "pulguinha" mordendo...

Graciema disse...

Nossa...é certo que parte de ser mãe é ter aguentar meio mundo se metendo e enchendo o saco. Parece que todo mundo sabe mais e melhor que você.

Mas afora isso, acho o texto confuso e defensivo. Bacana, que você escolheu seu parto. Bacana que vc tenha mt grana e possa contratar gente pra te ajudar a cuidar dos filhos. Nada disso te faz menos mãe. Ao menos a olhos feminista, eu acho.

Agora, essa parte aqui...Qualquer parto cesáreo equivale a uma “violência obstétrica” ou “extração cirúrgica do bebê”. Não, ninguém fala que toda cesária é uma violência obstétrica. Honestamente. Dizer isso é quase má fé e é desqualificar a luta de quem briga pelo parto humanizado. Cesária é uma cirurgia linda, maravilhosa, que salva vidas todos os dias. Inda que não seja uma indicação médica, SE FOR ESCOLHA LIVRE E INFORMADA DA MULHER, é ótimo que haja opções. Mas é uma extração cirúrgica do bebê. Qual o problema nisso? Culpa? Medo de ser menos mulher? Ou aquela reação defensiva de quem não aguenta mais ouvir cagação de regra?

Agora, na boa...se sentir mais ou menos mulher por passar por qualquer tipo de parto, ou não passar de jeito nenhum...menos né gente?

Julia Niquet disse...

Desculpa, mas essa post não faz nenhum sentido. Não consigo entender como ela pode se sentir pressiona por ter feito cesária quando essa é a norma. De onde vem essa pressão por parto normal? Da minuscula minoria que consegue parir assim? E eu digo consegue porque para parir naturalmente é preciso lutar contra um poderoso sistema que dificulta a escolha da mulher.

Julia Niquet disse...

No mais: "O mais interessante da lavagem cerebral acerca do parto cesáreo é que ele é tão profundo e normalizado que as pessoas sequer percebem o que está se passando" é bem isso.

Claudia disse...

Nao achei polemico, achei desfocado. Trata de varios assuntos como se estivesse se justificando para alguem... Uma novidade dona autora do post: Ninguem esta incutindo culpa por vc ter parto cesareo, ter babas, etc. Assim como vc esta ai defendendo a forma q vc vive, quem defende amamentacao, parto humanizado etc vão defender a forma como elas vivem... Desculpe, mas isso vai continuar acontecendo, te ofendendo ou não. Se vc se sente culpada reflita internamente o motivo disso. A culpa não é uma coisa que os outros transferem para voce, mas sim vc que se coloca. Vai viver sua vida e pare de se preocupar com o que os outros pensam. Na boa, a unica coisa que me vem a cabeça ao ler esse post é: conservadores irão conservar... Entendedores entenderão.

Daneca disse...

Entendo o saco cheio de se sentir policiada, julgada, condenada (que mulher que não?), acho que devemos parar de propagar essa atitude, em todos os âmbitos, e a autora desse post faz com outras mulheres exatamente o que ela se queixa que fazem com ela.
Afinal nós acreditamos na liberdade individual, não é não?
Minha mãe trabalhou fora toda sua vida, eu sou independente financeiramente desde meus 18 anos, fiz faculdade, mestrado, fui selecionada para um trabalho em outro país, me mudei sozinha, aprendi a estar sozinha, conquistei meu espaço numa mina no meio de deserto (em turnos) em um ambiente onde ainda pouca mulheres estão...
Me apaixonei, me casei, agora estou grávida. Trabalho 9 horas por dia.
Se meu filhx desejar vai nascer de parto normal (é o meu desejo), minha escolha consciente e informada, no meu parto EU SEREI A PROTAGONISTA, não o médico, o meu esposo, o anestesista, o hospital... eu escolho, eu sempre vou escolher os caminhos da minha vida!
Quanto a ser mais mulher pelo tipo de parto, não sei se existe uma resposta prá isso, mas nesse exato momento eu quero ME parir, e nascer prá algo que eu desconheço, e começar a escrever mais um capítulo da minha história.
Minha tristeza é por quem não teve ou terá a chance de tomar essas decisões...
No mais faço minhas as tuas palavras, Lola.

june_miller disse...

Esse post me fez lembrar um artigo que li sobre a vida em kibbutz israelense (comunidades em israel com modo de vida baseada nos ideais socialistas). Lá, os filhos não viviam com os pais, mas em uma espécie de "creches" onde eram cuidados por um grupo de mulheres. Os pais podiam visitar os filhos todos os dias e passar algumas horas com eles. Algumas pessoas acharam que isso iria criar crianças problemáticas, com vínculos tênues com os pais, etc. O que aconteceu foi exatamente o contrário. As crianças que viviam com a "tribo" desenvolveram laços fortíssimos com os pais e muitas cresceram saúdaveis emocionalmente. Lógico que algumas crianças não gostaram da experiência, mas outras gostaram.

Livia Siqueira disse...

Olha, em primeiro lugar, vou ressaltar que não sou mãe, nem tenho a menor pretensão de o ser. Mas eu participo de um grupo de mães feministas e tenho uma amiga muito querida que ESCOLHEU (vejam que palavra chave) a maternagem e abdicar da profissão.

Eu acho que a autora e tantas outras mulheres que optaram pela cesárea ficam tão na defensiva com relação a isso que não prestam muita atenção no discurso dessas mães. Nenhuma das que conheço é contra a cesárea eletiva - elas apenas procuram alertar as mulheres a respeito da indústria em que isso se transformou no Brasil. E, sinto muito, mas o parto normal é muito melhor para o bebê e para a mãe SIM. Os riscos são menores e a recuperação é muito mais rápida. Isso, claro, qdo vc não pega um falso médico "bacana" que vai te retalhar numa episiotomia e dizer que foi apenas um "procedimento padrão".
E outra: eu vejo muitas mulheres (na minha família, inclusive) que preferem se iludir e dizer que quiseram uma cesárea qdo, na verdade, não foram corretamente instruídas a respeito do parto normal (não estou dizendo que esse foi o caso da autora do post). E outras tantas que foram empurradas para a cesárea por umx médicx que agiu da mais pura má fé (novamente, não estou dizendo que esse foi o caso da autora do post).

Tbm acho errado criar essa falsa simetria entre as mães em tempo integral x mães que trabalham fora. Atualmente, na maior parte dos meios, mães que ficam em casa são muito recriminadas. E, infelizmente, isso acontece mais ainda dentro de grupos feministas. Então eu acho meio absurdo alguém se sentir "oprimida" por elas. Elas são a minoria, elas são as recriminadas. Enfim, basta ler as repostas daqui pra constatar isso.

Brenda disse...

Concordo em tu-do com a Livia Siqueira.
Sem mais!!

Unknown disse...

Olha, acho que tem 2 problemas sérios com esse texto:
- primeiro: qual o objetivo? Ela está dizendo que é parte da maioria (a imensa maioria das mulheres da classe média brasileira passou por uma cesárea e trabalha fora), mas ainda assim é feminista. Ok, até aí tudo certo. Mas ela parece se queixar daquelas que não são a maioria (as que tem parto natural, as que não trabalham, as que amamentam prolongadamente) para defender o seu ponto. Não entendi. Feminismo não é defender o protagonismo da mulher? Se queixar daquelas que escolhem algo diferente não é defender o protagonismo, sinto muito. Lembrando que para defender as escolhas da maioria já tem, justamente, a maioria, né?
- segundo: mulheres e bebês estão morrendo no Brasil por causa de cesarianas desnecessárias. Defender o direito de escolha da cesariana é defender o que já está acontecendo e que tem implicações muito sérias de saúde. Ou seja: quem ganha com essa defesa? As mulheres não. Passar por uma cesariana escolhida não é violência obstétrica e não vejo ninguém dizendo isso, ser enganada e induzida a fazer uma escolha a partir de informações erradas, isso sim é violência obstétrica. Se não foi isso que aconteceu com a autora, muito bem, a carapuça não deveria servir.
Só para concluir: muitas situações diferentes podem ser empoderadoras: fazer faculdade, passar num concurso, escrever, viajar, ser independente financeiramente e também parir e cuidar dos filhos. Não tentem diminuir as experiências dos outros, elas são tão válidas quanto as suas! E se alguém diz que se sentiu poderosa em determinada situação essa pessoa NÃO está dizendo que você é menos poderosa porque não passou por isso.

Nine disse...

Enquanto as mulheres cairem nesse discurso opressor e tão patriarcal sobre ser menos ou mais que uns e outros, viveremos sob o julgo da culpa, das comparações desnecessárias. As mulheres tem que ter direito de escolha, assim como os homens, e ter direito de escolha significa estar de posse de toda a informação relevante sobre o que se tem que escolher. Os indivíduos são únicos, tem suas experiências e histórias pessoais. Não há julgamento sobre quem prefere deixar os filhos com terceiras pessoas (e isso é terceirizar, sinto muito se a palavra não é bem vista, mas é a verdade) para trabalhar 8, 10, 12 horas por dia. Escolher isso faz parte de uma parcela ínfima da sociedade. O outro lado, aqueles pais e mães que não querem terceirizar os filhos, mas precisam porque não tem escolha, é que deveriam ser o foco das discussões. Escolher uma cesárea eletiva (de verdade, e não por cair nos mitos sobre o parto normal e a pseudo salvação da cesárea), mesmo essa escolha sendo mais prejudicial para a mãe e o BB (outra realidade que não vai mudar porque não se gosta do que se lê) tb é uma parcela mais que ínfima da sociedade. 80% das gestantes querem parir! 80%! Mas apenas 48% delas conseguem isso hj no Brasil. Desses 48% muitas passam por um parto desrrespeitoso, desassitido (recomendo o documentário O Renascimento do Parto). Então não há que se falar em opressão por se escolher uma cesárea! Escolheu? Está bem com ela? Vc e seu BB sobreviveram a ela (há 3 vezs mais riscos de morte numa cesárea) ?Ótimo! Mas e a maioria das mulheres que não consegue o que quer escolher porque o nosso sistema obstétrico é sim opressor e violento? A autora do guest post pode ser uma ótima intectual e profissional e mãe, mas demonstra não conhecer bem sobre os assuntos que resolveu tratar. Elisabeth Badinter é ótima, mas não podemos nos esquecer que em nome da "liberdade da mulher" ela oprime com seus textos e livros, relegando quase a bestialidade e intelecto falho aquelas mulheres que fizeram e fazem escolhas diferente daquelas que ela preconiza. Para mim pregar a liberdade da mulher e associá-la a venda de produtos que teoricamente vieram para salvar a mulher de sua vida oprimida é no minimo hipócrita (falo de leites artificiais, creches e babás para BBs que nem falam ainda!). Para mim liberdade é poder escolher e eu hj não posso escolher muitas coisas pq minhas escolhas pessoais vão na contra mão do sistema. Ah e eu sou mulher, feminista, mãe, profissional, esposa...Beijos!

Juliana Moreno disse...

Concordo com a Thielly, quem está certo de suas escolhas não precisa ficar se justificando. Além do que, já que a pessoa é tão estudada e vem de uma família de intelectuais, poderia buscar mais informações sobre o que está falando. Meu filho nasceu de parto natural com 3.800 kg, 51 cm e aqui vai tudo ótimo, inclusive melhor que antes de parir. Se a autora optou pela cirurgia, por que está justificando que era pelo bebê ser grande?
Lembrando que nos países "desenvolvidos" como EUA e Europa, a cirurgia cesariana não é uma escolha, justamente porque os riscos dessa cirurgia de grande porte são cientificamente comprovados, sendo que, em alguns casos, o médico pode ser processado caso realize uma cirurgia sem indicação real (ou seja, por vontade da gestante).
Eu trabalho fora e terceirizo alguns cuidados com o meu filho e não me sinto nem um pouco incomodada com quem pode parar de trabalhar ou diminuir o ritmo para se dedicar mais aos filhos.
Acredito que toda mãe é a melhor mãe que pode ser pro seu filho, e que cada uma sim faz suas escolhas e deve ser respeitada por isso.

Renata disse...

Pena que é anônimo e tão defensivo.... defender o protagonismo da mulher no parto e na maternagem é justamente defender que ela não tem que se defender!!!!
Dizer que escolheu "parto cesarea" porque o bebê é grande, porque o risco de prolapso era X, Y e Z, é mais do mesmo.... mais do mesmo sentimento de submissão às crenças médicas nada pautadas em evidências cientificas. Tanta defesa para dizer que "não se sente iludida" e ainda difundir a crença do bebê grande, é como continuar insistindo no mito das vaginas dentadas.
Mulheres, vamos escolher cesareas e assumir que foi da ORDEM DO DESEJO. E desejo de ser dona do proprio corpo não é discutivel! Isso é protagonismo. Dizer que fez cesarea porque é muito amada pelos médicos da familia, gente, isso é tudo, menos feminismo.....

Renata disse...

Estou grávida, e pretendo ter meu filho de parto normal, por que, ao parar para estudar é uma evidência científica consolidada de que o parto normal tem inúmeros benefícios. E de que a cesária é sim o parto "anormal", ou seja, aquele que deve ser feito em caso de RISCO de vida pra gestante e bebê. QUando falo que quero parto normal, o que escuto são muitas e muitas histórias trágicas de morte e extrema dor no parto normal e muitos relatos de mulheres que queriam o parto normal "mas não pude pq o cordão tava dando volta"- ou qualquer outro motivo FALSO assim. É de apertar o coração, tantas mulheres sendo descaradamente enganadas. E isso é violência sim. Essa é ideia vendida. De que a cesária é melhor, mais segura (só que não) e indolor (quem já acompanhou um pós operatório de cesária vai rir agora). A cesária eletiva é melhor para 1) o médico, que faz o parto rapidinho. 2) pro hospital que libera o leito rápido. Pra mulher e pro bebê? NÃO É MESMO. Se, por exemplo, o ritmo cardíaco do meu filho diminuir eu vou fazer cesária? Claro, claro que sim. A cesária, quando necessária, pode salvar vidas. Quando não, aumenta o risco de morte! E eu achei foi graça na "ditadura das xiitas", pq ando peregrinando em obstetras e até agora, ninguém que faça parto normal! Não se faz mais! E ainda dizem pra você: mas jajá você muda de ideia!Te tratam como estúpida. é um crime, o que está sendo feito no Brasil, e o guest post vem falar em ditadura das xiitas do parto normal? Ah, me poupe.

Drica Leal disse...

Pelo visto, maternidade é um tema delicado no feminismo...

Não sou mãe, mas ainda não decidi se quero ou não ter filhos futuramente. Achei o post meio sem propósito em alguns pontos, mas achei válida a observação de que, apesar do feminismo preconizar que a mulher possa escolher entre viver exclusivamente parar cuidar dos filhos, da casa, do marido etc, será mesmo que já alcançamos igualdade social com os homens ao ponto dessa escolha não atrapalhar ainda mais a visão que se tem do papel da mulher na sociedade? Não se se fui clara, mas o que quero dizer é: será mesmo que já alcançamos e consolidamos essa igualdade fora do mundo doméstico ao ponto de cada vez mais mulheres fazerem essa quase apologia ao "retorno ao lar", vinda de muitas feministas, inclusive? Acho isso muito arriscado, pelo menos em países extremamente machistas como o Brasil.

Outra coisa é que me parece que muitas mulheres que defendem o que a autora do guest post chama de "maternidade xiita" é que elas colocam ser mãe como algo tão transformador, fantástico, etc, que sim, não tem como as mulheres que encaram as coisas de forma mais "pé no chão" não se sintam acusadas de "menos mãe" nas entrelinhas. Claro que minha opinião não conta muito, pois, como disse, nem sei ainda se quero ter filhos.

Se eu tiver filhxs, quero também que elxs se orgulhem de mim, que me vejam além da (boa) mãe delxs, sabe? Já vi muita mãe que se dedicou integralmente aos filhos depois ouvir deles que a mãe do colega ou amiguinho é melhor que ela justamente por ter uma profissão e eles admirarem isso, rs. E aí?

Ana Carolina disse...

Acho engraçado que esse papo de "menasmain" SEMPRE parte de quem fez cesariana, nunca ao contrário. Sempre são as mães de cesária que precisam afirmar aos quatro ventos que não são menos mães. Ué, não mesmo, quem tá dizendo o contrário?

(e aqui uma no cravo e outra na ferradura: "sentir-se mais mulher com o parto" é uma bobagem sem tamanho que só referenda isso. Sim, o sistema do parto é intrinsecamente ligado ao sistema da sexualidade feminina, mas nada pode ser mais subjetivo do que ser mais ou menos alguma coisa, ainda mais num conceito aberto como "mulher". Porque a mulher que escolheu cesária, a que não quer filhos, a mulher trans, bom, dá para diminuir a experiência individual delas? Não).

Mas voltando.

O ativismo do parto normal existe porque escolher cesária é estar dentro do sistema. Não existe dificuldade nenhuma em achar um médico que queira fazer, um hospital do plano de saúde (não que isso faça diferença especificamente para a anônima, que se tem cargo alto no judiciário pode bancar os melhores hospitais do Brasil). O grande problema estão nas mães que desejam o parto normal e não encontram atendimento e também nas mães que desejam parto normal mas, por um jogo de conveniências, são enganadas a fazer uma cesariana desnecessária. É lutar pela contramão da prática médica atual e esse é o xis da questão. Nenhuma ativista vai (ou não deveria) condenar uma cesária eletiva bem-informada e bem-escolhida - se o movimento, bem como o feminismo, pregam a autonomia da mulher sobre o próprio corpo, cesariana eletiva É autonomia!

(cont.)

Ana Carolina disse...

Continuando:

Sobre maternagem, sobre deixar o emprego para se dedicar aos filhos, acho que a Lola já respondeu, inclusive: é um privilégio ter essa escolha. Eu, por exemplo, não tenho. A grande maioria das mulheres não tem. Quando leio blogs sobre o assunto penso "ótimo que você tem condições financeiras para isso, eu não tenho nem mesmo a escolha".

E isso porque ainda sou de classe média, porque se fosse uma mulher de classe baixa, especialmente as chefes de família, as mães solteiras, as que precisam deixar seus filhos com outras pessoas para cuidar dos filhos de outra família, aí as coisas seriam ainda menos livres.

E mulher = culpa. Mãe = culpa. Esse é um jogo perigoso onde todas perdem o tempo todo.

Anônimo disse...

Quanta agressividade no depoimento dessa moça!

E não entendi o motivo da indignação... Se ela não sente culpa de absolutamente nada, se na vida dela é tudo lindo pq o desabafo?

Talvez ela esteja escrevendo pra ela mesma pq, sinceramente, não vejo essa cruzada contra mães que trabalham ou optaram pelo procedimento cirúrgico.

Eu ainda não sou mãe mas não pretendo deixar de trabalhar para viver exclusivamente em função da minha família. Minha mãe tb é uma profissional muito bem sucedida e eu sei que mãe que trabalha integralmente muitas vezes faz falta sim, mas faz parte da vida. Se o seu filho neurotizar com isso, o filho de quem optou por ficar em casa irá neurotizar com outras questões referentes a realidade dele. Tudo perfeitamente normal.

Se a moça do depoimento estiver lendo os comments, eu sugiro fortemente uma terapia. Talvez não seja o mundo que a esteja condenando...

E parabéns, Lola, pela resposta tão sensata!

Beatriz

mariana Lins disse...

Achei o desabafo dela ótimo, acho um porre essa ditação de regra de quem não quer ter parto normal e dominada pelo patriarcado e tal... Eu quero ter parto cesárea sim, é menos doloroso, é menos trabalhoso e é a minha opção... Não vejo problema algum em deixar os filhos com babá, avós, escolas integrais, povo parece tem filho para se sentir imprescindível... Mulher tem vários outros papeis que nao so mae em tempo integral e essa história\ de que filho melhora o ser humano, balela é igual a uma mulher muda o homem, cada um muda por si só, se e quando quer...

Feminazi Satânica disse...

Gente, posso fazer umas perguntas? O que é maternagem? É uma prática ou também é algo ideológico? Para quem a adotou, poderia me explicar isso? E o que ela tem a ver com o feminismo? Não entendo muito desse assunto e nas poucas vezes que ouvi falar sobre, me deu a sensação de ser algo extremamente essencialista, que afirma que existe algo na mulher que a faz desejar a maternidade. Minha cunhada chegou a dizer que a própria biologia da mulher lhe dá vontade de ser mãe. Algumas adeptas da maternagem acreditam nisso, ou minha cunhada é uma exceção? E se existir isso de determinismo biológico, isso não seria contra o feminismo? Desculpem se minhas dúvidas forem retardadas, mas eu gostaria mesmo de entender.

Carol Flor disse...

Individualismo de uma pessoa cheia de privilégios.

Nada de reflexão sobre feminismo e maternidade, a não ser na própria vida.

Ai Lola, que tristeza....

Monalisa disse...

Adoro esse feminismo elitista liberal... pra liberdade de algumas mulheres ser assegurada, a liberdade de outras deve ser sempre cerceada.
Sinceramente, ninguém vê nenhum problema nesse lugar social da babá e da empregada doméstica, sempre ocupado por mulheres pobres e quase sempre por mulheres pobres e negras do qual depende essa chamada liberdade da mulher de classe média alta?

Beatriz Correa disse...

Eu nunca vi alguém falar mal de quem faz cesárea.

Mas, recentemente, uma amiga grávida veio me contar, chocada, da reação de outras amigas que são mãe quando ela contou que teria parto normal.
Ficaram tão irritadas(??????) por ela escolher esse tipo de parto que começaram a agourar a criança, dizendo que ia dar complicação, que parto normal tinha sérios riscos de fazer com q a criança fique presa, fique sem oxigênio, só coisa positiva msm (só que não).

Gente, onde é que foi parar o significado da expressão "LIBERDADE DE ESCOLHA"??



Puta que pariu, é cada uma.

Sara disse...

J. O q te importa algumas criticas que vc receba??? Vc esta agindo de acordo com sua consciência, e que e lixe o mundo.
Embora até considere que realmente no Brasil se abuse de cesáreas, tb optei por esse tipo de parto depois de sofrer horrores no parto da minha primeira filha, pois o médico ao contrário da maioria segundo pesquisas, que dizem que os partos cesáreas são estimulados, esse médico insistiu até o limite das minhas forças em que eu fizesse um parto normal, depois de ficar das 3 hs da manhã até 11 hs da noite em trabalho de parto, qdo eu já estava pra desmaiar é q me levaram para fazer a cesárea, em outras palavras todo o meu sofrimento foi INUTIL.
Pra PQP quem venha me criticar, tô nem ai, qdo engravidei da segunda fui correndo exigir um parto cesárea e ta acabado.
Menos ainda eu te entendo com sua preocupação em dar satisfação sobre sua acertada (na minha opinião) decisão de continuar sua carreira, mesmo sendo mãe, tenho absoluta certeza que vc se arrependeria se fizesse o contrario, e vai ser difícil, pela minha experiência alguém me convencer do contrário.
Siga em frente, vc não deve satisfação a quem quer q seja, eu já desisti faz muito tempo de procurar aprovação de todo mundo, sigo minha consciência e só.

Sara disse...

Monalisa, não sei se vc é a mesma q costuma comentar aqui, e apenas mudou seu avatar, mas o que vc esta sugerindo? a classe de Empregadas Domésticas e Babas deve ser extinta é isso?
Vc alguma vez parou pra pensar em quantas mulheres perderiam seus empregos e renda se isso fosse realidade.
Não consigo ver qual repulsa que essas profissões te causam, se essas profissionais tem seus direitos trabalhistas, salários, horários e benefícios pagos com correção como todos os demais trabalhadores (alias como deve ser) pq essa discriminação em relação a essa categoria???
Antes que vc diga que estou falando em causa própria, saiba que não utilizo os serviços dessas profissionais, mas tenho profundo respeito por essas trabalhadoras.

@dddrocha disse...

Assunto muito avançado pra minha cabecinha... rsrs.
Achei que a autora só desabafou, sei lá. Tem gente que realmente exagera e aporrinha a vida alheia pra impor o que acha que se deve fazer.
Entendo ela.

Iraph13 disse...

Vocês só podem ta falando de realidade de classe média, hospital particular. Sou natural do Maranhão, capital São Luís e o que acontece por lá (SUS) é que ou a mulher pari normal ou PARI NORMAL. E tem seus filhos sozinhas, sem ajuda. Pra mim isso passa longe de parto humanizado. É proibido reclamar, gritar então... pois ofende a suscetibilidade de médicos e enfermeiras e se escuta humilhações na hora. No ultimo dos últimos casos se fazem cesárias. Penei 12 horas pra ter minha primeira filha esperando pra tê-la normal e só foi feita a cirurgia pq tinha alguém por mim que trabalhava com saúde. Sem sentir dor(contração) com apenas 2 cm de dilatação até o fim.... E morrem muitas sem subir ´pra sala de cirurgia. Sinto informar querida que comentou que motivos pra cesariana são FALSOS (assim em caps lock!?!) que a vida não cabe em receita.

Camila disse...

Eu tinha sacado que feminismo tinha a ver com protagonista feminino, apoio das mulheres às outras mulheres em suas escolhas e liberdade para escolher seu caminho. Então não me ficou claro qual a parte do guest post em que a mulher-mãe se coloca ao lado das mulheres e não de si própria.
Acredito que toda mulher tem mesmo o direito de escolher ser mãe ou não, parir ou não, criar seus filhos da forma como lhe parecer melhor. Mesmo eu tendo optado por dar um tempo na carreira pra cuidar dos meus enquanto são pequenos e demandam muito de mim ainda.
Quanto a se sentir mais mulher parindo... Sabe aquela sensação que o atleta tem ao completar a maratona? De superação, auto realização, satisfação? Parir é como isso, só que com ares sexuais. Parir é sexual, gostoso, profundo. Não conheço uma única mulher que o fez e se arrependeu!

Josiane Caetano disse...

Pra quem não é muito atualizado em blogs maternais, este tipo de desabafo parece até meio absurdo, mas entendo muito bem a autora anônima. Aliás, até entendo porque ela é anônima:não digo que há uma competição aberta de quem faz as melhores escolhas em relação a maternagem, mas muitas decisões defendidas causam a impressão de que estamos tomando a decisão errada se o filho não vier em primeiro lugar. Porque discutir tipos de parto é fácil, mas discutir educação dos filhos é outra coisa e poucos se aventuram neste assunto! Concordo com que a autora falou sobre trabalho, tenho verdadeiro horror em depender financeiramente de alguém e devemos dar o exemplo com nossas ações.
Mas pra ser sincera, este assunto nunca terá fim, pois cada mãe acha que faz o melhor e pronto.

Elaine Cris disse...

Gostei muito do texto, mas discordo da autora quando ela fala dessa exaltação do discurso das mulheres no lar.
Acho que na nossa sociedade atual, sobra pedra pra tudo que é lado. A que trabalha tida como mãe relapsa, esposa ruim e a que não trabalha tida como submissa ou interesseira.
Atualmente a crítica que tenho é em relação a mães que não trabalham e quando abre uma creche pública perto de sua casa, vão correndo colocar os filhos, pra terem algumas horas livres. O problema é que não tem creche pra todo mundo e as que trabalham e tem poucas condições ficam sem ter com quem deixar os filhos ou tem que pagar pra alguém olhar. Claro que toda mãe tem direito à creche pública, mas como não tem vagas pra todas, acredito que a prioridade deveria ser pra mãe que trabalha e isso não está ocorrendo. Mas aí já é outra questão que nem tem a ver com o texto...

mperri disse...

Pois eu defendo que feminismo é, ou deveria ser, defender que a mulher tenha direito a fazer sua escolha, seja ela qual for, sem julgada pelo que escolheu.
Ser feminista é escolher trabalhar, ou escolher ficar com os filhos, é escolher amamentar, ou escolher dar uma mamadeira, é escolher passar pelas dores de um parto natural, ou optar pelo conforto de uma cesárea eletiva.
Eu fiz as minhas escolhas, não as declararei aqui neste comentário para que não achem que defendo MEU mundo... também estou confiante de que fiz as melhores escolhas para mim... mas confesso que tem horas que me canso com os julgamentos que me são feitos!

Gab disse...

O texto é mesmo bem defensivo, além de fazer confusão exagerando uma polarização inexistente na vida real, pois a maioria de mães que defendem uma postura mais ativa e consciente na construção do vínculo inicial com bebês e crianças na 1a infância em geral são confrontadas com uma série de opções (ou falta de opções) similares.

A diferença é que umas ficam na negação (tipo "culpa, não"), enquanto outras tentam elaborar por que somos confrontadas com estas situações, e como é importante nos unirmos como mulheres pra dar conta de propor outros paradigmas, fora do que está dado como hegemônico, que nos respeitem integralmente como mulheres, mães, profissionais etc.

Neste ponto, Lola, é mesmo uma pena que a gente perca mais esta oportunidade, num blog tão bacana e com tanta visibilidade como o seu, de criar pontes importantes entre a discussão sobre maternidade e feminismo.
Pois toda a discussão em torno de opções mais ativas e conscientes e empoderadoras de maternidade tem absolutamente TUDO a ver com feminismo!

- Mulheres que sofrem tipos variados de violência obstétrica* em partos hospitalares, sejam vaginais ou cesáreos, indo desde agressões verbais até intervenções graves, frequentemente resultando em procedimentos desnecessários, com efeitos de curto e longo prazo para mães e, pior, para bebês.
Isso tem a ver com a discussão sobre resgatar a autonomia da mulher perante seu corpo e suas escolhas.
Isso tem a ver com feminismo!

* (o termo "violência obstétrica" está mal utilizado pela autora do guest post, que confunde com a realização de cesarianas. Pra mais informação sugiro que vejam o documentário de 2012, com este mesmo título, disponível no youtube)

- Mulheres obrigadas a criar rotinas de trabalho irreais pra quem tem bebês e crianças muito novas, acarretando uma série de processos complexos pra amamentação, construção de vínculo etc., porque, como estudos feministas vêm demonstrando sistematicamente, a demanda do mercado de trabalho reflete a mentalidade patriarcal e machista, e não leva em conta o acúmulo do trabalho produtivo com o trabalho reprodutivo (e sim, existem homens presentes e que efetivamente compartilham, mas eles são a exceção que confirma a regra, pois na maioria das vezes a jornada ainda é dupla, tripla, quádrupla pra mulheres - sem contar que muitas criam seus filhos absolutamente sozinhas, precisam ser mães e provedoras).
Isso tem a ver com a discussão em torno de redes de apoio públicas e privadas pra mulheres, a construção de políticas públicas efetivas, e a desconstrução de mitos e preconceitos sociais, para que o cuidado de crianças muito jovens seja efetivamente valorado e protegido, sem que suas mães tenham que fazer escolhas do tipo 8 ou 80 (mesmo porque, ao contrário do que prega o guest post, a esmagadora maioria de mães envolvidas nestas discussões trabalham fora de casa, sim! Eu sou uma delas, em período integral, além de ter finalizado um doutorado com a primeira filha recém-nascida!).
Ou seja, isso tem a ver com feminismo!

- Mulheres que precisam terceirizar (sim, o termo é adequado) o cuidado de seus filhos por muito mais tempo que gostariam, ou com profissionais não preparados, porque não contam com sistemas de apoios nem políticas públicas adequadas que garantam mecanismos que promovam a volta ao trabalho de modo alternativo ou gradual ou parcial para estas mães (e aqui de novo, eu não sou exceção, coloquei minha filha na escolinha com menos de 1 ano, e o segundo vai pelo mesmo caminho). Sem contar os ciclos de terceirização do afeto, onde crianças de classe média são maternadas por mulheres que por sua vez precisam deixar suas próprias crianças aos cuidados de outras mulheres, muitas vezes em cidades ou até países distantes - pois este fenômeno é mundial, e sim, também tem tudo a ver com as lutas por direitos das mulheres. Ou seja, também tem a ver com feminismo!

Gab disse...

(CONTINUAÇÃO)

Sabe Lola, precisamos é de mais informação, de mais debate, para que juntas possamos criar mais redes de apoio entre nós e pressionarmos por respostas efetivas do Estado e da sociedade.

Agora, uma coisa é falta de informação, ou de estímulo e apoio para se informar, e buscar a reflexão e a ação.
Outra coisa é bater no peito e dizer que se orgulha de tudo isso, e que não sente culpa por suas "escolhas" (que frequentemente não são escolhas) e se negar a processos de auto-reflexão e de reflexão coletiva - que são mais dolorosos, porém por isso mesmo mais fortalecedores, sobretudo quando feitos no coletivo. Aí, de fato, só podemos lamentar.

OBS: há muita coisa legal nesta blogosfera da maternagem ativa e consciente, e com uma pegada definitivamente feminista, como o blog da "Cientista que Virou Mãe" - mas veja só, é uma mãe e é profissional super-atuante... e com 2 doutorados!!!, ou vários blogs da "Vila Mamífera", inclusive um com viés mais jurídico, de uma advogada - e mãe - que esclarece muito sobre os direitos das mulheres-mães-profissionais, ou a omissão ou desrespeito ou violação deles). Fica a dica, pra quem realmente quiser se informar!

(Em tempo: o que salvou neste guest post foi sua resposta, generosa, democrática, esclarecedora, como sempre).

Bjo,

Gabriela

Anônimo disse...

Eu acho que devíamos ser mais solidárias. Vamos nos amar mais e nos julgar menos. Já temos a sociedade inteira nos dizendo o que é ser uma boa mãe e apontando o dedo o tempo todo para qualquer escapada da "normalidade".
Aliás, cadê os homens nessa história toda? Porque "terceirizar" é só quando a mãe não está presente? Onde está o pai? Por que não lutamos por uma licença paternidade digna desse nome?
Enfim, são tantas questões que o feminismo deveria se ocupar, que coisa boba ser mais ou ser menos qualquer coisa por trabalhar ou por fazer uma cesária e não um parto normal.
Eu questiono o papel dos homens na criação dos filhos. Isso é o que importa. Me ralei feio porque deixei de trabalhar quando minha primeira filha nasceu. Dois anos depois me vi separada e desempregada, que legal, né?

Anônimo disse...

Vou comentar somente a parte das cesáreas , especificamente este trecho :

" Tive bebês grandes, com mais de quatro quilos, e preferi mil vezes a intervenção cirúrgica sofrida do que as possíveis consequências do parto normal a longo prazo (dentre as quais cito o prolapso de útero/assoalho pélvico, incontinência urinária e por aí vai)."

Eu sou clinica geral, e nao GO, portanto nao sei se bebês de mais de quatro quilos contra - indicam o parto normal, mas todos esses " riscos" atribuídos ao parto normal são falsos.Falsos? Mentira,acontece sim,mas nao na proporção gigantesca e exagerada que contaram para você,nem ao ponto de fazer a mulher " temer " um parto normal e querer a cesárea,
Alias,os riscos da cesárea são bem maiores e mais assustadores do que esses do parto normal.So pelo fato de a cesárea ser um procedimento cirúrgico,com anestesia, ja eleva a chance de uma complicação para você e seu bebe,entao ela so deve ser feita mediante indicação formal,ou em caso de urgência ( sofrimento do bebe, por ex)
Os médicos da sua família nao te explicaram isso?
Conheço muitas pessoas que tiveram parto normal, entre elas minha mãe,e nem por isso tiveram essas complicações tão temidas por você.
Se a cesárea foi necessária pelo peso do bebe,ou se ainda você preferiu a cesárea por achar menos incomodo ou mais rápido que um parto normal, ainda acho compreensível , ( embora nao justifique se for o segundo caso- eu nao arrisco minha saúde fazendo um procedimento " mais rapidinho " aparentemente mas que traz mais riscos e mais inseguro,...mas cada um, cada um, e você sabe das suas escolhas )Ainda se for o caso, ok, mas dizer que nao fez o PN por causa desses riscos que vc citou, so posso dizer que os médicos da sua família estão muito mal informados,

Bem , eu sou formada numa das melhores faculdades públicas d Brasil e ainda assim tenho vergonha do que aprendi no estagio de GO,( um mes no quinto ano, dois meses no sexto), coisas do tipo " faz a episiotomia pra nao estragar o parque de diversões do marido dela" e coisas do gênero,...quando a gente tem 22 anos, não tem noção das coisas, da risada, ...hoje tenho vergonha de ter sido ensinada assim. E olha que a universidade e conceituada,imagina as outras,
Enfim, escrevi essa resposta para te esclarecer.Não sei qual a especialidade dos médicos da sua família,mas estão mal informados,
Mas de qualquer forma, fique bem com suas escolhas.o importante e que você e os bebês estão bem,;)

Lola:
Tenho uma colega GO que vive postando no Facebook coisas sobre parto humanizado,ela parece bastante engajada com essa causa,
Você gostaria que eu a convidasse para escrever um guest post aqui sobre a experiência dela? Nao tenho muito contato com ela, mas posso propor que ela entre em contato com você e ai vocês conversam,
Beijos ;))

Anônimo disse...

É legal ver que quem está do lado de lá (o lado das super mães, das parideiras) não enxerga como elas são malvadas quando dizem que o único sinomimo de "parir" é parto normal.

Eu acho sim que o parto normal precisa ser estudado/difundido/blablabla-do-ativismo. Isso não quer dizer que se possa dizer "cirurgia de remoção de feto" em vez de "cesária" sem parecer uma arrogante.

Eu (que não sou mãe, não quero ser, e tenho repulsa tremenda de gente que se define como "mãe de 3 filhos" na bio do tuiter) já li diversas postagens que maltratam as mulheres que não estão na "ativice"

Realmente importa porque um indivíduo escolhe o que escolhe? O que importa, pro ativismo, é o que uma sociedade escolhe! Pra que culpar a mulher que quer fazer cesária? Vá culpar todos os médicos.

Sobre o parto normal ser melhor irrevogavel e irremediavelmente do que a cesária, eu não sei, numa li nenhum paper sobre isso. Acontece que eu já li diversos papers, já estudei muita estatística para saber que você sempre consegue provar o que você quer!

O ponto que a mulher aí quer desabafar é que ela está de saco cheia de ter que viver sob as regras de um conjunto de "super mães"

Sabe, quer ser mãe 24h, quer usar a bio "mãe de joca, neto, bia" use! Só não vem dizer como eu faço as coisas!

Afê, sem contar as mães neuróticas, né? Mãe neurótica é invensão do século XXI, só pode!

Anônimo disse...

Eu só posso dizer uma coisa:

minha mãe teve 3 meninas, duas parto normal, a última cesária.

Minha mãe sempre disse: se você não tiver dinheiro pra fazer cesária, a gente rifa alguma coisa.

Eu fui com ela na cirurgia de levantar a bexiga. Eu lembro dela fazendo aquele pinguinho de xixi na calcinha sempre que estava apertada.

Pode ser que isso era a 40 anos atrás. Pode ser que isso era aqui no interior, e que nenhum médico prestava.

Eu sou engenheira. E tenho certeza de uma coisa: marido na sala de parto só ocupa espaço que poderia ser de um enfermeiro! pra que eu vou colocar mais um gerador de bactérias que vai desmaiar e ainda atrapalhar os médicos?

meu parto humanizado eu quero com anestesia

Mariana disse...

Gente, sou tímida com essa coisa de autodivulgação, mas acontece que escrevi um livro que trata justamente de maternidade e maternagem. Inclui minhas experiências pessoais, e também muitas leituras minhas a respeito. Assim, convido todos a darem uma olhadinha aqui:

https://clubedeautores.com.br/book/149449--Sermoes_de_Ser_Mae#.UmCXDBCUFnw

Anônimo disse...

Acredito que autora do guest post fala de uma experiência bem pessoal. Talvez mulheres do círculo dela feministas tenham dado essa impressão. Afora isto, julgar estas questões impasses do feminismo não tem nada a ver. Nunca vi algo que dissesse sobre uma mulher ser menos mulher por realizar cesarianas. A pauta no que diz respeito ao parto normal é outra. Não é deslegitimar as cesárias, é legitimar o parto normal. Sobre o trabalho e o cuidado com os filhos, o que eu vejo em todo o espaço em que se discute direitos das mulheres é como a nossa jornada se tornou dupla, a sobrecargas e exigências. Não vejo em espaços com feministas falar que por isso, uma mulher é pior do que uma mãe que fica tempo integral com os filhos.
Não entendi mesmo o texto. A articulação entre as temáticas tá confusa, e não tem uma ligação coerente. Só faz sentido se procurarmos pensar que estas questões são da vida pessoal da autora. Mas que, não tem nada a ver com restrições do feminismo aos desafios que ela tem na vida.

M.

Alessandra disse...

Gostei do post dela, mas fiquei chateada com a crítica sobre as "EMPODERADAS", porque eu tenho e acompanho blogs maternos, (acabei de ter um bebê), até onde eu acompanho, as meninas na blogosfera estão se unindo para trocar experiências e buscando a gravidez, são meninas tentantes que nada tem a ver com tipo de parto! É fato que surgiu uma onda de parto humanizado que chega a encher o saco mas eu não me ofendo, tô nem ai com o que pensam!

lu disse...


cara, é um saco esse argumento usado em um comentario ai em cima de que a autora do post deve procurar . terapia. ele é muito usado na blogosfera de maternagem. se alguem discorda de qualquer coisa e se orgulha da propria opção é porque nao esta certa disso na verdade, porque esta cheia de culpa, etc. parece ate que os blogs sao patrocinados por psicologos :P

Anônimo disse...

Meu nome é Elisa e posto anonimo só pq toda vez que tento me logar da erro. Pra quem vem falar sobre riscos ndna cesaria eu sugiro essa leitura.

http://www.scielosp.org/scielo.php?pid=S0034-89102004000100002&script=sci_arttext

Não ha comprovacao de maior incidência de problemas em partos tipo cesarea. Ese artigo fala especifixamenre sobre a mãe.

E qualquer discussão sobre isso, por favor, dados. De scielo e bireme pra cima. Poeque tem muita genre forma em medicina por ai que eu não sei pq nao esta atiando.

Anônimo disse...

Não gostei do guest post, e a razão não tem nada a ver com as escolhas defendidas pela autora - cesariana e trabalhar fora.

Mas quando ela diz que não executa "pessoalmente todas as atividades do cuidado com crianças, delegando parte dessas tarefas às minhas ajudantes", eu fico bem incomodada.

Ajudantes, assim, no plural?

Que diferença salarial permite a alguém que não seja milionária ter mais de uma pessoa cuidando dos filhos? Isso não se vê em nenhum país desenvolvido.

Coisas do nosso Brasil, e isso é o pior de tudo na história.

Anônimo disse...

Eu ia comentar, mas desisti, porque o único comentário aplicável seria:

Como o mundo seria melhor se cada um cuidasse da própria vida.

Mas, bem, ai eu já estou me preocupando com a vida de quem está se preocupando com a vida dos outros, não é mesmo...

Ana Carolina disse...

Sobre dados, "de scielo e bireme para cima":

www.thecochranelibrary.com
Compilação internacional

http://estudamelania.blogspot.com.br/
Compilação nacional

No Cientista que virou mãe também tem uma boa compilação de dados a esse respeito.

E muito me espanta uma estatística de que as complicações maternas de cesária e parto normal serem equivalentes, porque não corresponde nem mesmo aos índices da OMS. Enfim, contraria uma pancada de artigos, "scielo e bireme para cima" com os quais já tive contato anteriormente.

Gostam de pintar ativistas do parto normal como um bando de mulheres ignorantes - e é tudo o que NÃO somos.

Ursula Moon disse...

É legal quando seu salario é justo o piso da minha categoria gira em torno de 900 reais se pagar alguem para me ajudar em casa e com o filho, fico se o salario,melhor administrar do marido e trabalhar free lancer mesmo,Mãe é quem cria,se foi a empregada o amor da criança vai ser por ela confunde uma criança pequena.a dona do post é evoluida emocionalmente por demais.

Maria disse...

Lembrei de uma história que uma colega de trabalho me contou.

Disse que quando teve o primeiro filho, de parto normal, na maca ao lado tinha uma moça que estava tentando parir há horas, sem sucesso. Até que uma das enfermeiras (que também eram freiras) SUBIU NA BARRIGA DA MOÇA pra fazer pressão pro bebê sair.

Quanto à minha amiga, tem lembranças horríveis do parto, e diz que de agora em diante só faz cesárea. Acho que todo mundo tem esse tipo de história de abuso no parto normal guardadinha no inconsciente. Acho sim que se parto normal não fosse sinônimo de dor e desrespeito muita gente optaria por essa solução.

E lendo os comentários, eu só consigo pensar que se quiser fazer parto normal, se for possível, quero escolher x médicx antes de engravidar. É triste, mas estou pensando até em escolher a data da concepção de forma que não coincida com as férias dx obstetra.

Anônimo disse...

Vejamos o que as feministas dizem sobre a maternidade:

"as long as the family and the myth of the family and the myth of maternity and the maternal instinct are not destroyed, women will still be oppressed." - Simone de Beavouir

"we don't believe that any woman should have this choice. No woman should be authorized to stay at home to raise her children. Society should be totally different. Women should not have that choice, precisely because if there is such a choice, too many women will make that one. It is a way of forcing women in a certain direction." - Simone de Beavouir

Anônimo disse...

Olha, eu não li todos os comentários e apesar de de não ter e nem querer filhos, tenho amigas e parentas mães/grávidas e claro - eu tenho mãe - todas pessoas que amo do fundo do meu coração!! Por isso compreendo a angústia da mulher do post.

Uma das minhas amigas teve um parto natural e humanizado em um hospital da Europa,com o marido ao lado, doulas, parteiras médicos, enfermeiras, foi tratada com todo amor e carinho mas isso não a livrou de um parto extremamente doloroso e traumático. NEM TODO PARTO, mesmo que cercado de todos os cuidados emocionais e profissionais vai ser fácil e lindo.
A minha impressão de quando se fala de parto humanizado é que tudo é cor-de-rosa, tudo vai dar certo, tudo é uma experiência linda!! Tudo pode ser assim, mas eventualmente não será... coisas do organismo de cada um. Cada pessoa reage diferente, cada pessoa tem sensibilidade diferente a dor e sendo assim acho cruel desmerecer os medos e as experiências dessas mães.

A questão da amamentação é outra coisa interessante. Tempos atrás li um post escrito num blog feminista e por uma militante do parto humanizado/amamentação prolongada e fiquei chocada pela tamanha arrogância com que a pessoa falou do tema. Lá ela escreveu que quem não consegue amamentar é por falta de vontade e esforço. Mais uma vez o descaso com aquelas mães que tem "n" dificuldades na vida, que passaram por "n" experiências na vida, que muitas vezes tentaram de tudo para amamentar e não conseguiram ou desistiram pois aquilo estava sendo emocional- e fisicamente doloroso - e aqui meus amigxs, entrou a minha mãe!!!

Me doí muito quando vejo feministas julgando outras mulheres tão veementemente, tão cheias de razão e tão sabedoras de tudo. Será que já não basta o machismo pra isso?

Jane Doe

Anônimo disse...

Não sou mãe, mas entendo a autora. Ela está se desculpando sim ‘ desculpa, eu fiz cesarea, desculpa eu tercerizo a educação dos meu filhos’ porque se sente culpada, mesmo que diga o contrario. . senão não escreveria isso. Mas porque ela se sente culpada ? porque tem mil pessoas falando que césarea não presta. Mil pessoas falando que ‘pra que ter filhos se é pra tercerizar a educação ?’ ( engraçado que ninguém pergunta isso pro homem). Eu entendo sim que ela sinta essa pressão. Eu não tenho filho,mas se tiver, vai ser por cesaria e digo para quem quiser : vai ser por CO MO DIS MO. Não quero minha vagina do tamanho de uma melancia, e risco por risco, prefiro o risco de uma uma dor de ponto na barriga que ficar incontinente. Ué, é uma escolha.

E parto natural… furacão, terremoto também são naturais…. E vi essa semana uma reportagem sobre as hienas…quando elas parem, o clitoris dela se despedaça, e não volta nunca mais. E é natural. Se eu fosse uma hiena, com certeza faria uma cesarea….

Anônimo disse...

Anon 00.02 me desculpa, mas porque te incomoda saber que ela tem gente ajudando ela, 'assim no plurarl?' se fosse um homem, talvez você não achasse tão estranho.

E se ela pode pagar, e o estado não oferece, que bom pra ela. Eu moro na França, e aqui, um momnte de gente usa sim "ajudantes no plural". Talvez sejam duas babas, cada uma que trabalha 8 horas por semana, ou mesmo que coloquem em creche ( pasmem: mesmo aqui as creches não são suficentes, e você é obrigada a contratar uma babà, ainda que somente algumas horas por semana).

A gente vai criticar agora porque ela pode pagar uma babà é uma faxineira? Se paga tudo certinho, da um trabalho digno as pessoas, não vejo mal nenhum....

Anônimo disse...

Pra autora do post e cesaristas comentaristas que apareceram aos montes: discutir se o parto natural é melhor para a mãe e o bebê é tão óbvio que não vou entrar nessa questão.
Quanto a suposta discriminação sofrida pelas mulheres que fizeram cesáreas, isso não existe no meio materno engajado de mulheres que buscam ter total controle sobre seu corpo e suas escolhas. Grupo esse de mulheres empoderadas do qual me orgulho de fazer parte.
Tenho inúmeras amigas que fizeram cesáreas e jamais as consideraria inferiores ou piores do que eu. Esses sentimentos já estão dentro delas infelizmente, nessas tentativas desesperadas como da autora do post em justificar e legitimar sua "escolha". Já que afirmam ter sido uma escolha vivam bem e plenas com essa decisão, sem tentar tapar o buraco emocional que muitas parecem ter com ofensas a mulheres que conseguiram lutar pelo que desejavam.
Camila Oliveira

* posto como anônima por não conseguir logar com minha conta do google, já é minha terceira tentativa

Anônimo disse...

Concordo com a autora em tudo! Basta ver o tamanho das respostas das mães em tempo integral para perceber como são chatas, pretensiosas e metidas a superiores. Um saco!

Ana disse...

Não compreendo o porque de respostas tão agressivas como a da Camila. Pensar diferente dela é ter buracos emocionais? Achei a autora bem resolvida com as próprias escolhas. Só está de saco cheio com tanto patrulhamento na blogosfera materna

Rô Rezende disse...

Não achei o post polêmico, só achei que a autora deve ter algum problema com suas próprias escolhas se teve de se manter no anonimato e me pareceu mais uma justificativa de porque ela fez as próprias escolhas. O discurso de quem sente que é chamada de menos mãe porque não está conseguindo olhar para as questões internas.

De qualquer forma, acho que a discussão tem de ser levada para outro ponto. Por muito tempo a diferenças das escolhas femininas fez com que fossemos colocadas umas contra as outras. E pq? Porque juntas, unidas, com um só discurso (e cada uma com suas próprias escolhas) somos fortes demais. E que sociedade patriarcal e machista vai querer isso? A cultura atual nos enfraquece separando grupos e discutindo coisas como essas desse post.

Para mim a discussão não tem de ser "eu to certa de trabalhar fora e vc errada de ficar com seu filho" (ou vice e versa) e sim "como fazer para que cada uma tenha sua própria liberdade de escolha CONSCIENTE". Como o mercado de trabalho pode ser adaptado para que MÃES e PAIS possam se realizar na profissão e serem presentes e participativos na vida dos filhos?

Sobre a cesárea: NÃO É PARTO! É uma cirurgia que pode ser comparada (em porte) a de coração, isso não é um julgamento do "grupo xiita" isso é ciência. E sim, a maioria de familiares de médicos vai para cesárea porque no Brasil a medicina não é baseada em evidência científica e sim em achismo. Discorda disso? Então pode me enviar artigos científicos sobre a segurança da cesárea comparada a um parto natural.
Mas isso não quer dizer que a mulher que teve seu filho por via cirurgíca seja menos mãe, ou qualquer coisa assim (dá onde tiraram isso, sério?). Aliás, se a discussão cai nisso de menos mãe, vish, esquece, tem questões profundas demais e recomendo o post da Elaine Miragaia sobre o assunto: http://minhacasatemquintal.blogspot.com.br/2013/08/sindrome-de-menos-mae-algumas.html

E parir um filho naturalmente é sim uma forma de se sentir mais mulher nessa sociedade em que para sermos iguais aos homens acabamos deixando tantos traços femininos de lado. No meu parto entrei em contato com o que havia de mais feminino dentro de mim, mais animal, institivo. Parto é sexualidade, amamentação também... Não me acho mais mulher que ninguém, me sinto mais mulher do que me sentia antes do parto, pq cresci nessa sociedade que diz que ser mulher é usar maquiagem, salto alto, gostar de comprar... nunca tive paciência para essas 'pseudo-feminices' e até então eu nunca tinha entendido como ser mulher sem isso.
Aliás, outra discussão boa, né? Afinal o que é ser mulher? Tanta interferência externa que nos perdemos no que é ser mulher.

Para mim a gestação, o parto, e o maternar fazem parte de TODA MULHER. Isso é inerente da nossa biologia, do nosso instinto. Mas calma! rs...Não precisa ser mãe para se ter isso, porque fazemos isso com nossas ideias, nossos projetos, nossos sonhos, nossa profissão. Fazemos isso diariamente. Parimos nossa criatividade, parimos a nós mesmas a cada dia!
Seja escrevendo um texto, cuidando de um jardim, de um blog, de uma profissão, de um projeto... ou de um filho humano. Mas precisamos mesmo é aprender a fazer isso com a gente mesmo.

Recomendo a todxs o livro Mulheres que Correm com Lobos.

Alyne AG disse...

Na verdade a autora sofre de um fenômeno super comum entre nós mães. Quando ouvimos de um outro ser materno que ele pratica qualquer outro método de criação diferente do nosso, ficamos automaticamente na defensiva e entendemos que se trata de uma crítica mortal aos métodos que NÓS escolhemos. Já vi uma guerra mortal se iniciar com a seguinte frase: "eu não dou chupeta para o meu filho". Lí um post ontem que explica direitinho sobre esse mal http://vilamamifera.com/dadada/mae-nao-pode-ser-bicho-cheio-de-mimimi/

Drica Leal disse...

Quanta arrogância de algumas mães "empoderadas" O_O

Mas deixa estar, a resposta das "super mães" geralmente os filhos dão, considerando-as chatas, neuróticas e mimimizentas, quando passam a conhecer o mundo além dos domínios de controle absoluto da mamãe-deusa.

Ana disse...

E quando os filhos assumirem as rédeas da própria vida? O que sobrará para as mulheres que subiram um degrau ao parir? A síndrome do ninho vazio?

Gisele disse...

Eu nunca nunquinha vi um post falando que uma mãe é mais mãe pq largou carreira. Nunca vi um post nunquinha que falasse que quem tem os filhos por parto normal é mais mãe.
Agora eu questiono o porque uma pessoa que diz ter tanto orgulho de suas escolhas se nega a assinar seu próprio post.
J. está questionando as próprias escolhas e por isso não quer aparecer. Mas J, seguinte não tem problema nenhum em trabalhar fora, deixar as crianças com terceiros e nem em ter cesárea. Se são escolhas conscientes vc é sim uma Mulher Empoderada. Agora, o que questionamos é que a grande maioria das mulheres não faz estas opções. São engolidas SIM pelo sistema, desinformadas e fazem o que o sistema manda fazer. Onde está o feminismo aí?
A cesárea não é parto, fato. É uma cirurgia e daí? Não existe parto cesáreo tá? Eu tb nasci por cirurgia, tive dois filhos através de cirurgia e tá tudo bem. Eu não tinha informação. Eu estava enredada pelo sistema. A diferença talvez é que eu não optei pela cesárea e isso me fez sim pegar em armas porque eu me senti usada e enganada. Controlaram meu corpo e minha mente, me amarraram e me colocaram deitada e anestesiada...
Quando eu tive acesso à informação aí sim, fui lá e enfrentei o sistema. Tive mais duas filhas, essas sim de parto. Parto parido. E só está tudo bem porque foi opção minha. Conheço mulheres que tiveram parto (parido) e não estão bem, pq queriam cesárea. Sacou a diferença? A questão não é a via de nascimento (parto ou cirurgia). A questão é não ter as escolhas respeitadas, pior, ser enganada. O mesmo com o trabalho. Eu larguei carreira de executiva porque eu não estava feliz. Estava tomando remédios faixa preta. Estressada, infeliz. Comecei uma nova atividade, com o que me faz feliz (e me paga BEM MENOS). Mas estou bem, porque foi minha opção. É diferente quando a mulher está trabalhando ou não por falta de opção. O mesmo com as crianças na escola, o mesmo com amamentar em livre demanda. O que nos faz feliz é poder optar livre e conscientemente.
Abraço
Gisele Leal

Anne disse...

Acho mais do que interessante quando esse assunto invade as esferas do feminismo. Lamento somente quando a máxima "meu corpo, minhas escolhas" é utilizada em prol de uma falsa escolha - pela cirurgia.
No momento da cesárea, médico nenhum te conta dos riscos aumentados do procedimento. Como na idade média, médico nenhum te fala das opções para alívio das dores do parto. É coação pura e extrema, mulheres sendo absolutamente violentadas. Poxa, escolha é aquilo que a gente banca!! Escolheu remoção cirúrgica do bebê?? teve o filho por cirurgia? Bata no peito e diga: não pari. Não pari, e pronto!! Não queira um parto! Falta lucidez! O que acontece aparentemente com essa convidada é que não consegue bancar aquilo que (acha que, na minha opinião) escolheu. Eu sou à favor de toda e qualquer escolha, mas depois ficar buscando aprovação para elas, para mim, é sinal de que não houve tanta escolha assim.

Anne disse...

Ps: vá a uma marcha das vadias com um pensamento "xiita, radical, índia, super màe" ou qualquer outro rótulo que recebemos nós, mulheres interessadas em novos paradigmas para maternidade e feminismo e ouse duvidar que a violência obstétrica é um cerbe IGNORADO pelo feminismo. Olhamos para as mutilações genitais nos outros países e nunca questionamos as episiotomias nos nossos corpos. Olhamos para as burcas e não questionamos os "panos azuis" na frente dos nossos olhos quando o ápice da sexualidade feminina está ocorrendo. Um nascimento cirúrgico mal indicado, agendado por coação ou "escolhido" por falsas premissas desde bíblicas do "parirás com dor" até as mitologias acerca do fim do desempenho sexual ( a tal flacidez do assoalho pélvico) nada mais é do que uma castração feminina. O debate aqui não é o que a autora desse post sugere - coisa muito estimulada pela indústria = mães contra mães. As questões aqui são de ordem maior, enquanto ficamos distraídas nessa guerra imaginária em defesa de nossas escolhas, o Brasil é campeão mundial em número de cesáreas. Não há parto normal sem que nos cortem - de rotina - a vagina. Médicos e enfermeiros humilham mulheres em trabalho de parto, empurram suas barrigas, machucam seus corpos e seus bebês. Acorda gente! Cesárea não é parto e parto vaginal no Brasil está longe de ser "normal". Não é normal oprimir mulheres e seus bebês!

Unknown disse...

Não acho o post confuso e muito menos descabido. Acho sim que algumas pessoas simplesmente não conhecem o universo materno desse universo bloguístico.
Pra quem não entende o que a autora escreveu sugiro perder um tempinho olhando os blogs de mamães perfeitas que amamentam até os 3 anos de idade das crias, que só dao papinhas feitas na hora com alimentos colhidos na horta de casa, que usam fraldas de pano, que nunca usaram antibióticos pq acreditam em curas com unguentos aplicados de 5 em 5 minutos, durante o dia e durante a madrugada, e por aí vai.
Essas mesmas mulheres são praticamente forçadas a parar de trabalhar para manterem esse padrão de qualidade e perfeição no cuidado com as crias e começam a julgar indiscriminadamente mulheres que "terceirizam" os filhos.
Com meu primeiro bebe segui o caminho tradicional e voltei a trabalhar com o fim da licença maternidade, pronto. No segundo, com mais planejamento e mais grana, preferi ficar em casa por mais tempo. Mas não sou xiita, como tudo na vida, com bom senso e moderação é legal e funciona.
Tem uma frase da Dr. Zalman Bronfman que é perfeita e deveria permear a maternagem de todas nós:
"Faça o que dita o seu coração. Seu instinto de mãe é muito mais importante que mil teorias juntas. As teorias podem cair em desuso por ficarem fora de moda ou por serem equivocadas. O instinto materno é o mesmo a centenas de anos. Ninguém no mundo pode ser, para seu filho, melhor mãe do que você"

Ana disse...

Anne, ja li muito seu blog, você escreve bem, mas cansei da postura professoral que você adquiriu, como se fosse a única a conhecer " a verdade". A pessoa que expõe a própria opinião é necessariamente premida por uma culpa inconsciente, pois se fosse capaz de bancar suas escolhas não precisaria tocar no assunto, é isso? Bom, se sua premissa é verdadeira, o que justificaria a existência do seu blog? Porque você também toca em assuntos, também defende seu pensamento, também manifesta suA opinião. E porque a mesma premissa não se enquadra em você? Porque assumiu a obrigação de trazer a "iluminação" às incautas? Porque a autora é necessariamente mal resolvida? Porque não pensa igual a você é às demais ativistas da nova (velha) maternidade?

Unknown disse...

Como já falaram, achei o post bem confuso, mistura muita coisa. Mas a autora está certa num ponto: realmente existem pessoas que exageram um pouco nessa questão e humilham mulheres que fizeram cesárea, não amamentaram; julgam mesmo. Gente, isso existe sim. Só que o grande problema desse texto é que coloca como se a maioria das mulheres que advogam pelo parto normal, maternagem, fizessem isso, e aí cai em uma generalização perigosa.

Claramc disse...

Muitas já falaram, mas eu só quero reiterar:

Ninguém é mais ou menos mãe/mulher por nenhuma escolha. Quem usa esses rótulos só pode estar querendo justificar as próprias escolhas.

O que nós, ativistas a favor do parto normal, queremos é que exista ESCOLHA. Porque no Brasil não há escolha, em algumas maternidades do Rio de Janeiro há uma taxa absurda de 99% de cesárea. Vai me dizer que 99% daquelas mulheres escolheram a cirurgia?

E por parto normal, queremos dizer o normal mesmo: sem intervenções desnecessárias, a não ser quando escolhidas pela mulher, baseada em escolhas envolvidas por informações sobre todos os riscos envolvidos. Para isso é preciso estudar, conhecer, questionar.

Subir na barriga de uma gestante para empurrar o bebê não é normal, é violência obstétrica, a não quer que a mulher QUEIRA isso (mas quem?).
Cortar o períneo também. Raspagem dos pêlos também. Lavagem intestinal também. Me mandar deitar/ ficar calada/ parar de reclamar também. Não me deixar beber ou comer também.

O que as mulheres (não como indivíduos, como classe!) precisam é de informação. E poder para decidir o que quiser.

Claramc disse...

Muitas já falaram, mas eu só quero reiterar:

Ninguém é mais ou menos mãe/mulher por nenhuma escolha. Quem usa esses rótulos só pode estar querendo justificar as próprias escolhas.

O que nós, ativistas a favor do parto normal, queremos é que exista ESCOLHA. Porque no Brasil não há escolha, em algumas maternidades do Rio de Janeiro há uma taxa absurda de 99% de cesárea. Vai me dizer que 99% daquelas mulheres escolheram a cirurgia?

E por parto normal, queremos dizer o normal mesmo: sem intervenções desnecessárias, a não ser quando escolhidas pela mulher, baseada em escolhas envolvidas por informações sobre todos os riscos envolvidos. Para isso é preciso estudar, conhecer, questionar.

Subir na barriga de uma gestante para empurrar o bebê não é normal, é violência obstétrica, a não quer que a mulher QUEIRA isso (mas quem?).
Cortar o períneo também. Raspagem dos pêlos também. Lavagem intestinal também. Me mandar deitar/ ficar calada/ parar de reclamar também. Não me deixar beber ou comer também.

O que as mulheres (não como indivíduos, como classe!) precisam é de informação. E poder para decidir o que quiser.

Roxy Carmichael disse...

num dos primeiros comentários, a fofa não disse: me senti mais mulher (o que seria problema dela e ninguém aqui iria discutir, a não ser como disse a vitória acertadamente pelo DETERMINISMO BIOLÓGICO PURO. e depois reclamam dos mascus entusiastas da psicologia evolutiva). ela diz: a mulher sobe de nível. seja lá o que isso quer dizer. uma mulher que adota 40 crianças então tá no nivel mais baixo, a mulher trans, a mulher que não pode ter filhos ou a que não quer ter filhos então jamais saberão o que é ser mulher, ficarão eternamente iludidas achando que ser mulher é usar maquiagem...

a outra comparou com o esforço e o corpo de uma atleta no auge do seu esplendor que supera as adversidades. eu sei lá, acho isso ainda mais bizarro depois do filme que vi ontem sobre o mengele e sua piração no super-homem (da raça ariana, claro).

mas mãe que diz que é melhor que todo mundo é que nem caviar: nunca vi, nem comi, eu só ouço falar. entendi.

diminuir o interlocutor sugerindo que ele não é bem resolvido e precisa de terapia é assim a maior demonstração de tolerância que eu conheço. e depois reclamam porque a autora escreveu anonimamente seu desabafo sobre o policiamento maternal.

drica leal e uma outra comentarista que relatou a sua experiência sobre estar divorciada e desempregada após a decisão de fortalecer os vínculos com o bebê de mais tenra idade sinalizaram pra um debate bem interessante. eu também endosso o coro da autora do post: as relações são assim tão maduras, tão democráticas e estão à prova da inferiorização inerente à dependência financeira? esse pra mim é o ponto chave.

em relação às babás e empregadas domésticas acho bem importante aprofundar. por que a independencia financeira e autonomia da mulher é conquistada através do trabalho de outras mulheres que prestam serviços a essas primeiras e não por meio da divisão igualitária entre homens e mulheres do trabalho doméstico e da criação dos filhos? e se vc ainda acrescentar a estatística que o trabalho domestico concentra a maior porcentagem de mulheres no mercado de trabalho, significa duas coisas: que a maioria das mulheres é empregada e não engenheira, advogada, programadora, motorista de taxi, professora, cientista. isso significa que estou desprestigiando o trabalho doméstico?definitivamente não! apenas que às mulheres ainda está destinado o âmbito doméstico, enquanto aos homens está destinado o âmbito público. não vamos nos esquecer que a pec das domesticas saiu tem pouquíssimo tempo. era até então um trabalho desvalorizado que estava à margem das leis trabalhistas até ONTEM. sem contar o ranço de escravidão que sempre carregou.

os filhos de helena cintra e da josiane caetano me parecem os mais sortudos aqui.

Lidi disse...

Quando engravidei, há 2 anos, procurei um médico conhecido, que fez os dois partos normais da minha irmã. Ele me disse que se considerasse o histórico dela eu poderia também ter um parto tranquilo como o dela.
Porém, quase 42 semanas de gestação depois, sem 1mm de dilatação, sem contração, sem o bebe "abaixar", fiz uma cesarea.
Eu e meu marido conversamos com o médico, foi uma "decisão conjunta" e consciente. Não foi da forma como imaginei que seria, mas foi maravilhoso!! Ouvir o chorinho da minha filha foi emocionante. Amamentá-la minutos depois, porque não tive problemas para o leite descer, foi realizador.
Então é muito estranho, ouvir as pessoas dizerem que eu não "pari", que minha filha foi arrancada de mim. Definitivamente não foi assim.
Sou funcionária pública, então tive 6 meses de licença maternidade e com mais 2 meses de férias acumuladas, pude ficar com ela até os 8 meses. Mas não posso deixar de trabalhar para cuidar exclusivamente dela. E sempre escuto coisas desagradáveis por conta disto. Sempre me julgam menos mãe, ou uma mãe pior que tem coragem de deixar a filha com outra pessoa.
Minha cunhada que teve parto "normal", com uma enfermeira empurrando a barriga dela e um corte enorme, definitivamente não se sente mais mãe do que eu.
Enfim ... eu não me sinto como estas pessoas me veem, não me culpo e não acho que minha filha um dia vai me culpar por minhas escolhas, principalmente porque eu penso nela antes de tudo.
A discussão que tem que existir é outra. A falta de escolha e informação, a imposição, a violação dos nossos direitos, a violência que alguns profissionais praticam é que é um problema.
Uma mãe que planeja e sonha com o filho, curte a barriga e cada ultrassom, que espera 42 semanas para ele nascer e o faz através de uma cesárea, por ser esta a melhor opção naquela situação (ou por escolha consciênte mesmo), não é menos mãe que ninguém.

Lu Bento disse...

Acredito que exista sim uma certa animosidade com as mães que optam por uma cesaria, principalmente quando elas assumem o discurso dos médicos (todo o falatório que leva ao número absurdo de cesárias que vemos no Brasil). Até pq elas colaboram para que essa pratica contine se perpetuando pelo Brasil e que outras mulheres, que tinham a vontade de ter um parto normal sofram com a violência obstétrica e acabem não conseguindo parir. Ao mesmo tempo, acredito que toda a ênfase da militância a favor do parto normal acaba por oprimir mulheres que por n motivos não conseguem parir naturalmente, amamentar, se dedicar em tempo integral aos cuidados com os filhos... Agora então, com essa patrulha contra o mimimi dessas mães, não sobra nem um espaço pra compartilhar suas angustias.

Eu vejo a dona do post como uma mulher acuda, sozinha, precisando gritar que as escolhas dela não a fazem "menos mãe", "menos mulher". Quando uma mulher se sente assim, e muitas outras jogam a culpa nos problemas dela de auto-estima ou outras questões internas mal resolvidas, algo tá errado nessa sistema. Continuamos apontando nossos dedos umas pras outras e nos dividindo. Continuamos sem nos entender e sem acolher as nossas demandas.

Roxy Carmichael disse...

parir = ápice da sexualidade feminina???

é isso mesmo?

Juba disse...

O guest post me lembrou duas coisas: homexplicanismo e confundir feminismo com misandria. Cesaexplicanismo e confundir o movimento do parto humanizado com ataque a quem fez outra escolha.

Sobre o "sentir-se mais mulher", nunca usei a expressão, mas creio que possa explicar. Tive uma cesa e um PN. O PN representa um encontro com o biológico, o afloramento de alguns instintos até então desconhecidos (não estou falando de amor materno, atenção!), que tem consequências inclusive para a sexualidade. Nos sentimos mais libertas, de certa forma, e esse afloramento tem muito de fêmea (sem conotação pejorativa). Além disso, para se ter um pn é necessário lutar contra o sistema e contra nossas próprias barreiras psicológicas e isso é, sim, empoderador. Isso não significa que quem não pariu seja menos mulher ou uma mulher incompleta, tal como eu também não era.

Thalita disse...

muito me surpreende que uma pessoa intelectualmente tão proeminente não entenda a luta das mães pela humanização do parto e para que possam parir como quiserem. Sério mesmo. Gente, profissional do direito, com posição pública destacada, vem aqui desqualificar a violência obstétrica. É demais pra minha cabeça!
E o negócio de ficar em casa ou trabalhar... meu deus, é a defesa da liberdade de escolha, qualquer que seja ela. E que todas as mulheres tenham condições para sustentar essa escolha. Pq hj, as mulheres mais pobres não têm escolha nenhuma, elas PRECISAM terceirizar a criação dos filhos.
Mas enfim, só mesmo um post inteiro pra rebater esse texto infeliz.

Roxy Carmichael disse...

juba fiquei bem interessada no seu depoimento

mas você leu o que uma comentarista disse sobre o parto normal, que alguém da familia dela teve um parto bem assistido, com doulas de demais profissionais, além do pai da criança e não foi esse êxtase todo?

sobre lutar contra o sistema, viu o depoimento da comentarista maranhense que disse que lá em são luis, no sus, o sistema é o parto normal?

eu posso estar bem enganada, e por isso sou receptiva a correções, mas a impressão que eu tenho é que rola uma certa dose de idealização e uma nostalgia desse retorno ao natural, tanto às práticas, como às sensações, ou a esse estado fêmea anterior (que não deixa de ser algo essencialista)ao estado mulher, artificialmente construído por meio de apetrechos ditos femininos como maquiagem (desculpa rô resende, entendi que vc não disse que existem apenas dois modelos, a mãe ou a consumista, mas vc disse que não conseguiu enxergar muito além desses dois modelos, fiquei intrigadíssima com isso).

Juba disse...

E mais: embora em alguns espaços exista sim uma certa animosidade - sim, já sofri com ela -, jogar todas as mulheres que batalham pelo parto humanizado no mesmo balaio só teve o poder - se teve - de fazer a autora se sentir melhor. Quanto aos argumentos sobre o parto, estudar ajuda. Os fatos científicos não vão mudar, as estatísticas não se alterarão simplesmente porque te incomodam. Se, apesar desses fatos e estatísticas a mulher ainda sonhar com a cesárea e passar por ela, ótimo. Escolheu e bancou a escolha.

Como disse, tive uma cesa bem indicada e um pn, e os dois foram com a mesma equipe, aconteceram sem violência, de forma respeitosa. Se não fosse o movimento do parto humanizado, eu não buscaria uma equipe, eu desconheceria os motivos da cesárea, e ainda poderia ter tido dois bebês prematuros (os meus se desenvolveram mais lentamente e com 40 semanas não estavam maduras).

Anônimo disse...

Bem, alguém aqui comentou sobre o parto coincidir com as ferias do obstetra,

Ja falei isso aqui umas mil vezes entao vou chover no molhado : todo mundo aqui sempre me respondeu que nenhum obstetra e obrigado e ficar a disposição 7d/24h , que tambem e humano e tem direito a ferias,como qualquer ser normal.ate ai, ok.
So que na pratica a coisa e outra, vejo por amigas GO' s que so trabalham no sistema publico e desistiram de ter consultório porque raramente uma mulher aceita que o medico esteja de ferias na época do parto, e o que fazem? Nao aceitam mais aquele medico,
Dai ouvi de uma amiga GO que alguns fazem assim : seu parto vai ser no mes tal,mas eu tenho viagem, congresso , ferias,etc,vc se importa de fazer o parto com outro que eu indique ou prefere fazer o pre natal com outra pessoa?
( acho essa a melhor solução , pois abre um canal de comunicação e confiança )
Sobre a questão de tocar o parto normal,nao acredito que seja somente porque o profissional viaja,descansa, etc, que ele nao quer fazer,mas porque muitas vezes o cara tem consultório,l e o parto nao tem hora marcada pra acontecer,E ai?? Se acontecer na hora do consultórios,o medico vai lá tocar o parto e larga todas as outras que estão esperando sem atender ? Nao sei se isso e justo,nem se as outras pacientes do consultório compreenderiam, lembrando que ate no particular as vezes a fila de espera pra marcar consulta e de 2 meses ( experiência própria )
E nesse caso, qual a solução? E um parto prematuro , quando o medico nao esta na cidade ou disponível ?
Entendo todas as angústias e receio de ser atendida. De modo desumano por " qualquer um" e ser tratada como alguém que nao tem direito a escolhas,como um lixo
Mas so trouxe essas questões pra reflexão e pra ver se alguém consegue pensar em alguma resposta,porque eu nao sei a resposta pra isso.

Um segundo ponto que me chama a atenção,e que tenho amigos pediatras,e os que são homens, ou os que são mulheres SEM filhos frequentemente são discriminados por mães que dizem que nao gostam de pediatra que nao tem filhos porque " nao entende " de crianças.
Uma amiga minha pediatra discorda,- segundo essa linha de raciocínio , ela so e boa pediatra ha 6 anos...,

O mesmo raciocínio ouvi de uma amiga medica ( e por ela ser medica que fiquei pasma) " deus me livre, nao me consulto com ginecologista solteira "
Ha???em outras palavras pessoas solteiras nao entendem de sexualidade e nao podem conversar sobre isso??? Ouvir esse tipo de comentário me da ate preguiça de responder...

Bjs

Thalita disse...

Roxy, vou te escrever mesmo vc tendo dirigido seus questionamentos a outra pessoa.
Em primeiro lugar, parto humanizado não é parto natural, necessariamente. É, sim, um parto que atende às necessidades da mãe e do bebê da melhor forma possível. Uma cesariana pode ser humanizada, veja só. E, obviamente, pode haver o uso de anestesia. Esse depoimento sobre o SUS no Maranhão mostra que parto normal NÃO é parto humanizado. Não ter como fazer cesariana se necessário É violência obstétrica tb!

Entretanto, eu acho sim q há uma certa idealização em relação ao parto natural. Não é toda mulher que dá à luz feliz, óbvio. Há aquelas que sentem dores tão lancinantes que só com anestesia mesmo. Mas existem sim aquelas que não sentem dor,não é mito não :)
Só que eu vejo isso 1 - como questão pessoal, ou seja, se a mulher idealiza isso, qual o problema? e 2 - como uma defesa contra o sistema brasileiro que praticamente te obriga a fazer uma cesariana (eu quis normal, fui induzida à cesariana e ODIEI. Na boa, não sei como é o parto normal, mas minha experiência com cesárea foi horrível).
Vc entende o ponto? Acho que, quando a balança pesa muito para o lado de lá (o da violência obstétrica e o do uso de cesarianas para conveniência e conforto do médico e da mãe), a reação de quem não concorda acaba sendo forte. Não tem como não ser. Não dá pra culpar as ativistas. É a mesma coisa que dizer q o feminismo exagera.

Anônimo disse...

Ps : esqueci de comentar - no caso do GO que tem consultório particular , abri para discussão o tema : ele sai do consultório e larga as outras sem atender pra tocar o parto ?- isso pode ate ser cogitado se o consultório for particular,porém se o cara trabalha num serviço publico e o parto ocorre em horário de trabalho,l nem pode pensar em sair do posto de saúde ou dos hospital pra tocar um aperto particular,
( nao sei se acontece ou nao na pratica,porque as GO' s cm quem convivo so tem um tipo de vinculo - publico ou privado) ter os dois tipos de vinculo inviabiliza muitas vezes o seguimento das pacientes particulares,especialmente em emergências.
Bjs

Ana disse...

Talita, seu segundo comentário foi mais esclarecedor acerca do seu ponto de vista. Mas, perceba, a autora não nega a existência de violência obstétrica. Apenas disse que teve partos cesáreos tranquilos e não se sentiu violentada em nenhum momento. Acho que ela está mesmo é cansada do patrulhamento de quem acha que é dono da verdade. Me solidarizo com ela porque sinto da mesma forma.

Thalita disse...

Maria Valéria, sobre suas questões práticas, vou tentar responder o que penso

Em primeiro lugar, o sistema de parto está todinho errado no Brasil. Em gravidez de baixo risco, não há a necessidade de fazer o parto com o obstetra do pré-natal. Não há nem uma necessidade lá muito forte de fazer pré-natal com obstetra, pode ser com as obstetrizes (uso no feminino pq nuca vi um enfermeiro obstétrico homem, mas posso só não conhecer). E, em última instância, o parto também poderia ser assistido por obstetrizes. Se houver alguma intercorrência, o médico de plantão poderia entrar em cena.

Bom, mas no Brasil é assim. Todo mundo acha q o normal é ter seu próprio médico e que ele tem necessariamente que acompanhar seu parto. Aí fica difícil. Esse é um (dentre os inúmeros) motivos que levam à altíssima prevalência de cesarianas. É óbvio que tem paciente que não gosta de ter sua consulta desmarcada por conta de um parto, e nem o médico gosta de perder essas consultas. Por isso, acaba rolando cesárea desnecessária.
Uma amiga está grávida agora e me contou o seguinte. O médico dela apoia a escolha pelo parto normal. Ele já desmarcou algumas consultas de pré-natal para fazer partos. Sabe o que ele faz? Atende as pacientes desmarcadas em horários não convencionais, tipo 20h. Minha amiga adora, não precisa sair do trabalho, pegar trânsito, essas coisas. Aliás, nem sei pq não há mais médicos atendendo nesses horários, mas isso é divagação. Enfim, quem aceita um médico que desmarque consultas pra fazer parto é pq acha que ele vai estar disponível pra elas na hora delas tb, ou seja, é um sinal de confiança, não da falta dela.
Bom, sobre férias, aí não tem jeito, ou troca de obstetra ou faz o parto com outro médico. Aí não tem pra onde correr, dentro da realidade brasileira.

Thalita disse...

Ana, eu acho q ela desmereceu a luta contra a violência obstétrica sim. Com todas as letras:

"Qualquer parto cesáreo equivale a uma “violência obstétrica” ou “extração cirúrgica do bebê”."

Pq essa afirmação é mentirosa, não tem ativista que não defenda uma cesariana bem indicada.

Anônimo disse...

Thallita

Concordo em gênero , numero e grau,tanto enfermeiras obstetrizes quanto parteiras podiam auxiliar e são capacitadas para o PN.
Essa uma das contradições que vejo meus colegas reclamarem : por ex, no programa " mais médicos" reclamam que so chamam médicos, mas nao chamam outros profissionais da saúde.reclamam que o modelo assistencial e centrado no medico e nao deveria ser....
Mas ao mesmo tempo, nao querem que outros profissionais tão capacitados quanto eles façam os procedimentos,..difícil!!!so se escrever isso aqui ja vai ter colega querendo me linchar...:p
Beijos

Thalita disse...

Maria Valéria, a classe médica tem demonstrado que não prima exatamente pela coerência :) (ainda bem q não tenho amigos médicos)

Roxy Carmichael disse...

eu concordo plenamente com o a conclusão. realmente não dá pra abrir concessões quando o direito à escolha está sendo negado e a violência ocorre de forma sistêmica.

não vejo problema nenhum em se idealizar uma experiência. mas vejo problema em policiar as outras experiências a partir dessa idealização.

citei o exemplo do maranhão não como exemplo de parto humanizado. mas que esse país é complexo demais e grande demais pra advogar em nome de todas as mulheres na "luta contra o sistema". da mesma forma que entusiastas das empregadas e babás devem pensar um pouco mais também em questões como raça e classe social.

eu como não tenho filhos e não pretendo tê-los (e é melhor que seja assim porque tenho pavor de parto natural e pavor de anestesia!), realmente não posso ir muito além desse ponto da discussão porque realmente não sei, por isso a minha curiosidade se volta mais sobre a experiência do parto natural despertar/proporcionar uma experiência sexual. novamente, o problema aparece quando aparece o postulado que o parto é o auge da sexualidade feminina. eu pessoalmente não posso dizer, mas se tem um bando de mulher que não experimentou o êxtase nessa situação, penso que postulados como esse tem como resultado único, a frustração. eu super acredito que tem mulheres que tem parto natural lindo, assim como acredito que tem mulheres que tem orgasmo múltiplos!que se lute pelo direito à escolha, mas que ativismo jamais se confunda com doutrinação ideológica, como apareceu, aos montes, aqui só nesses dois dias. e então como deslegitimar o desabafo da autora pelo fim do policiamento maternal?desde que lugar? desde o lugar da negação de não ver que o ativismo por vezes se confunde com a patrulha e sugerir terapia pra quem reclama disso?

e realmente fico intrigada quando se opõe ao modelo negativo da mulher consumista, a mulher mãe abnegada (ou deveria dizer já mãe, porque é sinônimo de mulher?já que muitas aqui se sentiram, se descobriram mulher a partir da experiencia do parto). eu admiro milhares de mulheres muito diferentes entre si, e consequentemente milhares de modelos de feminilidade distintos. eu fico pensando se a gente perguntasse pra um homem o que o faz se sentir homem, ou ainda, quando ele experiencia esse retorno ao estado macho, será que as opções seriam tão reduzidas?imagino que apareceriam uma infinidade de respostas. então nisso, eu não posso discordar da expressão brilhante da ana: a meu ver a nova (velha) maternidade de certa forma recupera e idealiza o determinismo biológico.

e insisto num ponto: mulher no âmbito doméstico agora não mais por obrigação, mas por escolha, que consequencias isso pode trazer?

curiosidadessobreoparaguai disse...

Adorei o texto. É bem assim mesmo que acontece, muita gente querendo fazer de suas próprias escolhas as alheias.Cada mulher deve ter o direito de fazer o parto como achar melhor e se esse for uma cesárea, ninguém tem nada a ver com isso. Assim como se a opção for por parto normal, ninguém tem nada a ver com isso também. Cansada de ouvir esse discursinho de apoio ao parto normal como a melhor opção sempre. Cada uma sabe de si.
Parabéns à autora do texto.

Josiane Pinheiro disse...

Desculpa, mas podem me sinalizar aqui onde há julgamento de outras mães?
De boa mesmo, não é pegadinha minha... Acho que posso (ou podemos) ter naturalizado tanto o ativismo que não enxergamos esse julgamento. Ou talvez se fale de um jeito e se entenda de outro.
Eu queria saber para entender mesmo e quem sabe podemos esclarecer melhor isso e diminuir os conflitos.

Acho importante desnaturalizarmos alguns discursos e interpretações, abrirmos o coração, pq o fato de ser mulher já nos coloca como alvo de críticas, vigilância e julgamentos. Precisamos muito nos compreendermos mais, sermos mais solidárias entre nós. Mulheres unidas tem um poder muito grande. Concordo com quem disse que o sistema fica nos colocando uma contra as outras e fazendo nos perder tempo com isso.

Abraço e obrigada.

Juba disse...

Roxy, certamente existe quem tenha se desapontado. Idealizamos o parto, o bebê, a amamentação, o casamento, a formatura... e nada sai como idealizamos. Pode sair melhor, pior, ou apenas diferente.

Sobre o SUS, o habitual é o parto vaginal com todas as intervenções e violência obstétrica, na maioria das localidades. Não dá nem pra chamar de normal, entende? Eu queria um parto normal, não um parto vaginal violento, e raramente você encontrará no sistema ;)

Sobre uma suposta nostalgia do natural, do old school, eu não vejo problema. Acontece em vários aspectos da vida. Posso falar por mim: no meu caso, não foi nostalgia, foi evidência científica e o conforto de não ser violentada. Assim como para todas as outras coisas que a maternidade envolve, pesquisei antes de decidir.

A cesárea é linda e salvadora se bem indicada e bem executada, mas se antes as mulheres não podiam optar por ela, hoje não podem optar por um parto normal. Talvez seja uma nostalgia pelo direito de parir, de se sentir capaz...

Graciema disse...

Na verdade, acho que o cerne aqui, está numa colocação do texto: "Sou a melhor mãe que posso ser." Creio que todas as mães tentam ser a melhor mãe que podem, nas circunstâncias da sua vida, do seu pensamento e experiência. No entanto, somos todas humanas, faliveis, com outras aspirações também, lidando com o cansaço enorme que filhos muito pequenos nos trazem, com falta de paciência e com o amor avassalador que sentimos, dentre várias coisas.

Estou gostando da discussão. Tem mais de um tema candente para as mulheres e o feminismo aqui. Mas vi muito descaso com a experiência alheia também.

Mas sério, acho que toda mãe, e não só a que escreveu o guest post, está de saco cheio de tantas opiniões sobre tudo o que se refere a criar seus filhos. A forma como todo mundo se sente no direito de dar pitaco, policiar e encher o saco. Pro bem dela e preocupação com as crianças, claro.

Josiane Pinheiro disse...

Parto normal, cientificamente falando é melhor mesmo. Índice de mortalidade menos, menos riscos, melhor recuperação, é fisiológico. Claro que com uma boa assistência e intervenções somente e quando necessárias. Não são as ativistas que dizem isso.
Agora, subjetivamente, varia mesmo. Tem muitos discursos moldados pela cultura, a assistencia que é ruim e por isso histórias de dor, humilhação, terror... Tem a mídia que retrata o parto de forma dramática... Tem muitos discursos e representações que fazem com que uma cesariana seja melhor pra realidade daquela mulher.
Então o que é melhor pra cada mulher, subjetivamente, emocionalmente falando, pode variar sim. Uma mulher pode ficar frustrada com um parto ou uma cesária indesejada.

Unknown disse...

eu fiquei procurando a polêmica hehehe.

é que quando concordamos bastante com a autora, fica difícil identificar.

a parte do parto me lembrou um texto em que falava sobre como as grávidas são tratadas como incapazes. como são destratadas pelas equipes médicas, simplesmente como quando grávida tu te tornar-se um recipiente e tua opinião, dúvidas, perguntas ignoradas. então acho sim que a opinião da mulher é importante, que ela tem que ser ouvida e questionada, se for o caso, apenas pela equipe médica e pela família.

Carol Flor disse...

Cuidado!
Não amamente até 3 anos! Não diga que amou o seu parto natural que vc lutou como uma leoa para conseguir!

Não diga que sente muito prazer em criar os filhos, brinca com eles muito, faz a comida e dorme com eles na sua cama!

Você é "perfeita" e isso é um saco!

E me afeta, porque... porque...

?????????

Onde está a patrulha nessa história mesmo???

Josiane Pinheiro disse...

Fiquei pensando comigo... O aborto mata muitas mulheres, e a luta é para que ele se torne legal para que menos mulheres morram.
Se a cesárea feita sem indicação real (baseada em evidências científicas) aumenta as mortes maternas e fetais em até 3x em relação ao parto normal, assim como os partos mal conduzidos (não tenho índices, mas sabemos que intervenções desnecessárias criam iatrogenias e portanto são mais riscos e mais mortes) não deveríamos lutar por um sistema obstétrico melhor? E como poderemos lutar sem informações adequadas sobre os riscos de todas as intervenções e cirurgias que são feitas em nossos corpos para trazer nossos filhos ao mundo? Será que sabemos mesmo dos riscos e prejuízos da cesariana pra mãe e bebê? Será que sabemos mesmo dos riscos e prejuízos das intervenções feitas de rotina nos hospitais (sorinho, posição litotomia/ deitada, episiotomia, manobra de kristeller)?

Thalita disse...

bom, Roxy, vc levanta questões bem mais complexas do que o que foi discutido até agora.

Sobre o ápice sexual ser o parto, não tenho como testemunhar. Mas há alguma teoria por trás disso. Vou ver se encontro algo.

Eu não me incomodo muito com determinismo biológico em relação ás questões da maternidade pq, bom, só mulher pode ser mãe e há, de fato, um determinismo nisso. Não há como negar que as experiências do parto e da amamentação são exclusivas da ordem do feminino e que passar por elas pode trazer algum sentimento de transformação para uma certa parcela de mulheres.

A mim a amamentação trouxe um sentimento de satisfação em saber que meu corpo é capaz de alimentar meu filho e tb de perplexidade, encantamento, não sei bem nomear. Algo do tipo: nossa, olha isso que incrível. Mas não houve nenhuma mudança espiritual. Mas minha vida espiritual meio q inexiste,rsrsrs

Escrevi o que senti só pra dar uma noção de que as experiências são diferentes, acho q cada mulher explicaria isso de maneira diferente. Ou seja, qualquer pessoa que acha que sua experiência é melhor ou mais válida está equivocada.

Entretanto, não vejo doutrinação violenta. Dentro dos círculos da humanização existe muita troca de experiência, incentivo a permanecer dentro daquilo que se convencionou chamar parto humanizado/criação com apego/amamentação em livre demanda e coisas assim.

Mas eu vejo uma violência muito maior contra esses ideias do que a favor delas. Volto mais uma vez à balança. A sociedade de uma maneira geral defende ideias contrárias a essas: cesariana é a maneira moderna de parir, criança não pode ficar mal acostumada com colo, leite artificial é muito melhor e por aí vai. Quem não concorda com isso precisa de um apoio mais forte do que quem concorda com o pensamento dominante. Aí vem uma pessoa que concorda com o pensamento dominante e se diz perseguida? Como faz? Não concordamos que uma camiseta 100% negro é uma coisa e uma 100% branco é outra? Acho que essa analogia faz sentido. A autora do post faz o que todo mundo faz. Pq ela se sente tão atacada por ideias contrárias? Eu realmente gostaria de saber quem é que a está oprimindo dessa maneira.

O ativismo às vezes se confunde com patrulha? Onde? Isso continua sem ser uma pergunta retórica. Queria mesmo exemplos concretos. Aqui nesse post não vale, pois o ativismo foi atacado pelo texto. Acredito que tenha havido respostas inadequadas, e não as defendo, mas não fazem parte do cotidiano de ninguém. Ninguém entra na casa de mães que não amamentam ou que trabalham fora para fazer doutrinação.

Tenho outro ponto aqui. A criação de filhos é uma questão privada, mas com consequências óbvias para o mundo. A maneira de criar molda os seres humanos para a vida pública. Eu acho que o debate sobre a criação dos filhos deveria ser bem maior do que é, em todos os aspectos. E incluindo os homens tb, pq, né? Essa responsabilidade sempre cai no colo da mãe. Mas isso é só um ponto que eu tenho que trabalhar mais na minha cabeça, só queria citar pq acho importante lembrar que essas escolhas privadas e individuais têm reflexo no mundo. Então será mesmo ok escolher uma cesariana por conveniência, sabendo dos malefícios que isso pode causar para a sociedade? (mais uma vez a responsa caiu nas costas da mulher, mas não é que eu não defenda que as escolhas dos homens tb não devam ser debatidas, é que o asusnto aqui é parto).

Concordo com vc na questão das múltiplas vivências do que é ser mulher, ser homem, ser o que for. Tenho nada a acrescentar.

E tb acho que deveríamos pensar mais na questão empregadas/faxineiras como únicos possibilitadores da independência feminina, por mim eu criava um grupo de estudo!

Seu último ponto é tb tema pra um doutorado inteiro, né? As consequências são muitas, óbvio, podemos achar um jeito de pensar nesse assunto tb! (trabalho em casa, essa foi a minha maneira de não parar de trabalhar e não me ausentar muito da criação de filhos pequenos, mas sei que sou extremamente privilegiada nesse ponto e não sirvo como parâmetro de como as coisas devem ser)

Vi Concurseira disse...

O que mais me chamou atenção no texto foi uma mulher que se diz tão intelectualizada ser tão desinformada em algumas aspectos e ainda assim querer escrever sobre eles...
1° Esses possíveis problemas a longo prazo do parto normal é mito e vc encontra centenas de artigos científicos que comprovam isso...
2° Empodeirar = mãe que largou a profissão para ficar com os filhos??? Oi onde vc viu isso? me conte pq há algo errado aí!
3° Maternar = igual a renuncia a vida própria e o resgate a função de cuidadora? Primeiro que maternar não significa absolutamente largar tudo e cuidar dos filhos, segundo que parar de trabalhar para cuidar dos filhos não significa renunciar a vida própria a menos que para vc vida própria seja igual a trabalho!

HONRAR as mulheres que queimaram sutiã vai muito além de trabalhar ou não, acredito que elas o fizeram para que a mulher tenha liberdade de escolha e não apenas profissional, escolha no seu sentido mais amplo...escolher parceiro, escolher seu voto, não se sentir menos por ser mulher e por aí vai...

Unknown disse...

Vitória disse "Que história é essa de se sentir mais mulher depois de um parto normal? Isso é extremamente essencialista e afirma o destino biológico da maternidade".

Se sentir mais mulher depois de um parto em que nós mesmas somos protagonistas é a mesma coisa que conseguir fazer algo que todos disseram que vc não ia conseguir fazer pq vc é "magra demais, gorda demais, fraca demais pra aguentar a dor".. Enfim... algo que vc não iria conseguir fazer (pasmem) porque vc é mulher... Seu corpo grávido é uma bomba relógio prestes a explodir e, por isso, vc PRECISA SEMPRE da intervenção da medicina, do médico. ELE sabe o que é melhor... vc é só a "mãezinha"

Me sentir vitoriosa depois de um parto sem intervenções, um parto feito por mim, e não pelo médico, me coloca como protagonista do meu próprio corpo... Meu corpo deixa de ser objeto de intervenção de outros... Ele é meu! Eu o controlo! Controlo o momento de fazer força, controlo se quero beber água ou comer, controlo se quero que seja feita a raspagem dos meus pelos, controlo se quero ou não tomar um laxante, controlo se quero ser cortada pra 'facilitar' a saída do bebê pela minha vagina (episiotomia de rotina - que já é considerada mutilação genital)...

Todas essas intervenções, via de regra, são feitas vc querendo ou não, inclusive em um parto normal. Não é só pelo fato do parto ser normal que ele será respeitoso e que a mulher será a protagonista.

Sinceramente, não vejo como não considerar uma vitória uma mulher que quis a gestação inteira parir seu filho, mas que foi desencorajada e, não raro, humilhada finalmente conseguir realizar seu desejo de forma respeitosa e autônoma... e entendo perfeitamente que essa mulher se sinta sim, mais mulher, mais forte e mais dona de si depois disso...

A intervenção médica necessária e oportuna salva vidas, mas a resposta da Lola disse tudo: no Brasil, a intervenção médica nem sempre é necessária e oportuna. Ela é. Ela acontece em quase todos os casos.

A escolha pela cirurgia ou pelo parto deve ser sim da mulher... e (mais uma vez eu falando isso) optar pela cirurgia não faz de ninguém menos mãe. Mas entendo perfeitamente como se sente poderosa uma mulher que, contra tudo e todos, conseguiu parir...

Conseguiu uma coisa tão básica, pela qual toda feminista luta: ter o direito sobre seu corpo garantido e respeitado.

Roxy Carmichael disse...

certamente gravidez, parto, amamentação ou até mesmo aborto são temas que correspondem às mulheres em função de que esses eventos todos só acontecem no corpo feminino.

a questão do determinismo biológico está na constituição da mulher APENAS a partir da maternidade. está também no confinamento antes involuntário agora voluntário das mulheres ao âmbito doméstico porque a mulher é biopsicologicamente preparada para a criação dos filhos.

o que me incomoda é o binarismo. as opções são: trabalhar e delegar a outras mulheres ou ficar em casa. só li um comentário aqui que questionava a atual licença paternidade!

novamente: existe o modelo de feminilidade que se apoia nos apetrechos e no consumo (negativo já de cara) e o modelo de feminilidade a partir da maternidade (positivo já de cara).

a discussão se centrou quase que exclusivamente no tipo de parto. quando o texto aponta em várias direções, que eu, e umas poucas aqui tentamos recuperar. a ana resumiu em três linhas essa polêmica toda: "a autora não nega a existência de violência obstétrica. Apenas disse que teve partos cesáreos tranquilos e não se sentiu violentada em nenhum momento."

outro ponto é a suposta inexistencia da patrulha. a autora escreveu um desabafo em resposta à patrulha que alega sofrer. mas as comentaristas só tem uma reação: a negação! nunca existiu confronto. a autora que é uma insegura e quer se justificar sem nem mesmo ser atacada. outras mães vieram aqui na caixa de comentários reclamar dos mesmos problemas: patrulha das ativistas na blogosfera (são elas josiane e helen). eu que nem sou mãe me lembro de discutir com a cientista que virou mãe num post dela aqui. me posicionei em função da maneira extremamente dogmática, agressiva e violenta com que interpretei que ela agiu em relação a comentaristas que discordavam dela. a discussão foi parar lá no blog dela e felizmente chegamos a um entendimento. eu realmente não vou conseguir lembrar aqui o nome do guest post que despertou esse debate.

uma comentarista mencionou que "mãe empoderada de verdade" não patrulha ninguém. o que me fez lembrar dos debates sobre machismo, onde sempre aparece um pra dizer "homem de verdade" não estupra, não constrange as mulheres, logo isso é um desvio, logo não é um problema assim tão grave.

Thalita disse...

então estamos num impasse: ninguém aponta onde está a doutrinação, aí eu digo q não conheço e vc diz q deve existir pq tem gente que reclama dela. Não tem como avançar.
Ou as que se sentem oprimidas explicam como sofrem a opressão ou eu vou continuar sem entender. E eu não terei nenhum problema em reconhecer a opressão se ela existir, de verdade, estamos todas aqui para melhorar nossas posturas, eu acho.
Mas nesse momento, continuo com meu ponto. Quem reclama que da "minoria que patrulha" costuma não ter razão.

Josiane Pinheiro disse...

Sobre o julgamento X negação, acho importante relatar (sem agressões obviamente) onde estão para que sejam esclarecidos.
Eu sou ativista, sou muito suspeita de falar, mas acho que tem algum erro de interpretação e até de valores. Algumas pessoas valorizam alguns aspectos que se diferenciam de outros (eu prefiro parto normal e jamais faria uma cesárea pq é arriscado, prejudicial, blablabla... Eu falo pelas informações que busquei, por evidências científicas que corroboram para as minhas escolhas, logo me sinto segura de falar isso. A pergunta: estou patrulhando ao afirmar isso. Estou querendo dizer, tive parto, vc teve cesariana, vc é menos mãe?
Eu considero que ficar com os filhos é bom para o desenvolvimento, trabalho meio turno, fico com ele o resto do dia. Vc q trabalha integral e fica menos tempo é menos mãe?
Eu escolhi amamentar até os 2 anos pq é bom pra criança, tive apoio, considero ótimo pro vínculo. Vc que não fez isso, é menos mãe?
Estou dizendo isso com meu discurso? Isso é patrulhar?
Se eu considero algumas coisas melhores, tenho estudos que confirmam isso, tento aplicar pra minha realidade, você que não faz nada disso deve se considerar menos mãe? Deve se sentir oprimida com meu discurso?
Quero entender, eu juro.
A gente se informa, faz o que acha melhor, e nem sempre acerta (obvio). A outra deve se sentir "menos"?

Ana disse...

Bom, exemplos de patrulhamento e doutrinação: reduzir as colocações da autora à uma suposta culpa e insegurança quanto ao modelo de maternidade escolhido. Se ela redigiu o texto em tom de desabafo, concluem as ativista que ela SÓ PODE estar culpada e não de saco cheio de críticas. Mandar a autora fazer terapia. Alguém a conhece pessoalmente para concluir que ela precisa de suporte emocional? Eu não a conheço e atribuo tais conclusões ao patrulhamento puro e simples

Unknown disse...

roxy ponto principal do teu comentário, para mim, negar a pressão e o julgamento que o outro diz sofrer. acho isso super perigoso, demonstra falta de empatia, além de desqualificar o outro e sua vivência.

eu não sou mãe, meu comentário é sobre minha percepção sobre a questão, do que vejo, leio e estudo. não acho que isso faça muita diferença, mas só pra constar.

Roxy Carmichael disse...

compartilho alguns comentários que considerei problemáticos:

"Lara onde foi q vc viu alguém dizendo ser melhor por ter tido parto normal!?? Acho q as proprias mulheres q escolhem cesárea se intitulam assim, elas mesmo usam a expressão "eu não sou menos mãe por escolher cesárea" ...O q acontece com a mlher q passa por um parto natural é q ela se sente mais mulher, mas não q as outras sejam menos q ela, ela apenas subiu um nível dentro de si.." (thaiane)

"Como na idade média, médico nenhum te fala das opções para alívio das dores do parto. É coação pura e extrema, mulheres sendo absolutamente violentadas. Poxa, escolha é aquilo que a gente banca!! Escolheu remoção cirúrgica do bebê?? teve o filho por cirurgia? Bata no peito e diga: não pari. Não pari, e pronto!!"


um bom relato: Quando engravidei, há 2 anos, procurei um médico conhecido, que fez os dois partos normais da minha irmã. Ele me disse que se considerasse o histórico dela eu poderia também ter um parto tranquilo como o dela.
Porém, quase 42 semanas de gestação depois, sem 1mm de dilatação, sem contração, sem o bebe "abaixar", fiz uma cesarea.
Eu e meu marido conversamos com o médico, foi uma "decisão conjunta" e consciente. Não foi da forma como imaginei que seria, mas foi maravilhoso!! Ouvir o chorinho da minha filha foi emocionante. Amamentá-la minutos depois, porque não tive problemas para o leite descer, foi realizador.


uma reflexão muito mais interessante e humana e sem patrulha: "Então o que é melhor pra cada mulher, subjetivamente, emocionalmente falando, pode variar sim. Uma mulher pode ficar frustrada com um parto ou uma cesária indesejada."

quem está seguro, não precisa se explicar. quem está seguro, segura a onda sobre suas escolhas e pronto, deu, pq dorme tranquila, sem nenhuma "pulguinha" mordendo... (thielly)

"Se a moça do depoimento estiver lendo os comments, eu sugiro fortemente uma terapia. Talvez não seja o mundo que a esteja condenando..." !!!!!!!!!!

a lu disse que já viu isso antes: "cara, é um saco esse argumento usado em um comentario ai em cima de que a autora do post deve procurar . terapia. ele é muito usado na blogosfera de maternagem. se alguem discorda de qualquer coisa e se orgulha da propria opção é porque nao esta certa disso na verdade, porque esta cheia de culpa, etc. parece ate que os blogs sao patrocinados por psicologos :P"

mas voltando:
"Tenho inúmeras amigas que fizeram cesáreas e jamais as consideraria inferiores ou piores do que eu. Esses sentimentos já estão dentro delas infelizmente, nessas tentativas desesperadas como da autora do post em justificar e legitimar sua "escolha". Já que afirmam ter sido uma escolha vivam bem e plenas com essa decisão, sem tentar tapar o buraco emocional que muitas parecem ter com ofensas a mulheres que conseguiram lutar pelo que desejavam. "

"Eu sou à favor de toda e qualquer escolha, mas depois ficar buscando aprovação para elas, para mim, é sinal de que não houve tanta escolha assim."

Roxy Carmichael disse...

oi helen, eu me confundi, quis citar a helena cintra.

Juba disse...

Roxy, eu disse que existe sim animosidade em certos grupos... mas a internet é vasta o suficiente para que você seja normal, heroína ou maluca, a depender do grupo que você escolhe. Gente que ataca os outros, em qualquer lugar tem.

Agora é bem diferente falar "nossa, até dentro do círculo do parto humanizado tem imbecis que atacam os outros" e "todas as mães que querem parir e amamentar e ficar em casa são malucas agressivas que vivem de patrulhar a vida dos outros".

Muito parecido com "iuzomi?", na minha opinião.

Josiane Pinheiro disse...

Roxy, adorei os comentários que tu trouxe! Vou ler e pensar sobre eles. Não tenho como responder agora, até pq não foram minhas palavras, mas quero refletir melhor sobre esses discursos. Meu expediente acabou e internet só segunda \o/. Agora, descanso com a família :)
Torço muito para que rendam bons debates a partir daí.

Abraço a todas. Lembrem da SORORIDADE! Não vamos entrar em consenso (eu acho), nao dessa vez... Mas se avançar um pouquinho a empatia e a compreensão já terá valido a pena!

Roxy Carmichael disse...

queria só acrescentar que no depoimento da lidi ela diz:
"Então é muito estranho, ouvir as pessoas dizerem que eu não "pari", que minha filha foi arrancada de mim. Definitivamente não foi assim."

e antes que alguém diga que não tem ninguém falando isso, que a lidi é insegura, busca aprovação, que precisa de terapia pra lidar com uma culpa (que nada mais é que algo que a gente incute na gente, e não os outros tentam jogar pra cima da gente - isso tá em outro comentário lido aqui) vai aí o repeteco:
"Poxa, escolha é aquilo que a gente banca!! Escolheu remoção cirúrgica do bebê?? teve o filho por cirurgia? Bata no peito e diga: não pari. Não pari, e pronto!!"

Amelie disse...

Ira, eu estava me questionando sobre isso, até que cheguei no seu comentário...

Você vê que nos dois casos o caso é de violência contra a mulher?

Em um, por conveniência, ela é impedida de escolher, de ter uma experiência de vida, é empurrada para uma cirurgia que é desnecessária e que pode acarretar em riscos quando feita arbitrariamente.

No outro (no que você relata), por falta de recursos e de boa vontade, a mulher é impedida de realizar uma cirurgia que poderia salvar a sua vida e a do bebê.

Nos dois casos, seja qual for a situação, a mulher não é protagonista, não pode decidir, não tem à disposição o suporte de que precisaria num momento tão importante quanto a maternidade.

Achei muito bacana seu depoimento. Infelizmente, muitas vezes o debate se restringe a uma visão da classe média (não desmerecendo essa visão... mas é que quanto mais perspectivas diferentes, melhor, não?)

Thalita disse...

Roxy e Ana
Mas é claro que essa caixa de comentários está violenta! Olha a violência do post! Olha como a autora tenta desmoralizar a causa... Isso significa q uma agressão justifica a outra? Claro que não, mas a gente sabe como essas discussões rolam, e nem estou falando que é assim na internet, se isso se passasse num congresso, encontro de mulheres ou coisa assim tb seria uma loucura.

O que eu quero saber é quais foram os comportamentos que motivaram a autora do post a escrever. Se eu porventura fizer isso q ela reclama, vou poder entender e mudar meu comportamento e tentar impedir q outras mulheres sofram do mesmo. Será q isso se parece tanto com uma tentativa de desqualificar?

Sim, eu disse q acho q isso não acontece e que é uma reação de uma pessoa privilegiada que foi exposta a opiniões contrárias (até pq conheço pessoalmente gente bastante privilegiada que se sente ofendidinha com ativismo). Continuo achando. Mas se não é isso, quero saber. Continuo querendo, com toda a sinceridade

donadio disse...

""menasmain""

Juro que li isso como "men as main".

MCarolina disse...

Lendo os comentários entendi porque ela acha que algumas a julgam "menos mãe". Acho que ela deve estar bem por dentro desse nicho, que eu não conhecia muito. Só conheço a militância pelo direito de escolha. Não estava entendendo a opressão, já que quase todo mundo faz cesariana.

Ju disse...

Acho interessante o povo dizendo o que é melhor pra mãe e para o bebê com uma certeza danada...já param para pensar que o que é melhor pra mim, pode não ser para você?

Cada caso é um caso, e enquanto tem mães que vão se sentir super maravilhosas fazendo parto na banheira em casa, tem outras que vão ficar em pânico (como eu) e com certeza isso não vai ser bom nem pra ela nem para o bebê. Amamentar a mesma coisa...acho amamentar uma coisa linda e acho que seria muito bom se todos tivéssemos mais acesso à informações sobre o assunto, bem como orientação, pois conheço muita gente que queria amamentar mas não conseguiu. Na minha primeira gravidez amamentei até 1 ano e 6 meses mas, na segunda não consegui porque passei por uma situação difícil com filhos na UTI e já era um responsabilidade MUITO grande apenas segurar um bebezinho de menos 1kg. Já estava muito difícil, então não consegui lidar com MAIS essa responsabilidade de ser o alimento dela, coisa tão vital, para um bebe que nasceu tão pequeno. Cada um sabe o seu limite. Não me sinto pior mãe do que ninguém.

É que ser mãe não é nada disso, gente. É tão maior do que escolher se vai dar chupeta...

É saber ajudar os filhos a serem pessoas com auto-estima, nesse mundo de padrões de beleza inatingíveis. É ensinar a ter opinião crítica e não ser mais uma ovelha seguindo os outros. É ver seu filhx crescer entendendo que o certo é ser feliz, seja sendo hétero, gay, gordo, magro, católico, espírita, ateu e até evangélico, desde que vc RESPEITE os outros e procure sempre ouvir quem pensa diferente de você. É ser tolerante, além de ensinar a ser tolerante, porque o melhor pra você, não necessariamente será o melhor para o seu filho.

E sabe de uma coisa? Dá pra fazer tudo isso com chupeta, sem chupeta, com cesárea, com parto humanizado...

aquarela surrealista disse...

" Larissa Dias disse...

... devo ter uma cesária para não estragar o playground do marido é um machismo ativo sobre o meu corpo. Se a base do feminismo está em escolher, em ter decisão sobre assuntos que me envolvem, porque devo deixar de acreditar em mim e no meu poder como mulher...

17 de outubro de 2013 12:4

Olha gente,li quase todos ,me identifiquei com a preocupação de muitos coments,mas me identifiquei muito com o coment acima citado...eu realmente me incomodo é com o fato de que as mulheres querem ser tão independentes,mas ainda se preocupam tanto em quererem agradar aos homens,como se deles dependesse o seu folego...!E vou ser bem clara;eu sou mãe,de parto normal,sofri violencia obstetrica sim,mas em dois partos realizados em hospital particular... pasmem no SUS fui melhor atendida e meu ultimo parto foi domiciliar..foi meu melhor parto!Pari de costas,pude me acompanhar...a gente se sente poderosa sim...mas eu não tenho qualquer objeção(quem sou eu?)contra quem faz cesárea,seja por indicação ou necessidade,mas louvo o fato de que tenha sido no tempo certo,para não cair naquela de nenem tirado antes da hora(sim,acontece)...ri muito e fiquei"absurdada"com o parque de diversões do marido...sim,todas nós temos mesmo esse medinho,mas é mito na maioria das vezes!E,se o cara deixar de amar ou suster a mãe com os filhos por causa disso,ele é que não vale a pena mesmo...mas a boa notícia é que não fica larga coisa nenhuma não...a má notícia é que isto,pelo que eu sei vai depender de vários fatores inclusive genéticos,então eu entendo que até virgem pode ter um prolapso uterino...conheço uma moça que tinha tido 3 abortos involuntários(ela,na época muito triste,me contou,hoje é mãe de 3 meninas vivas,depois disso),porque seu colo de útero(segundo a equipe que a examinou)era aberto,não segurava nenem...e ela então ainda nunca havia sido mãe,nem sofrido traumas na região!
então,vamos com calma ae,meninas,nem tanto ao mar,nem tanto à terra,please...se precisares duma cesárea,sinta-se uma heroína por ter se permitido salvar seu filho e você,se for um parto normal,sinta se heroína do mesmo jeito...!Porque é natural,é bom,mas a medicina também tem feito grandes avanços e,apesar de ter muita vergonha e gente ruim no meio médico,eu ainda acredito que tem muita gente que se importa,sim,com a mae e o bebe...

Bom,outro ponto que eu queria levantar,mas muita gente aqui já falou,é que a autora do texto reflete um pouco de confusão e imaturidade,misturado com culpa(acho que,em dado momento,todas sentimos isso...)e não soube se explicar ,foi muito emocional a sua escrita...acho que falta maturidade da parte dela para entender que ela tem como escolher ser mãe e profissional(e fazendo o que ama),e ter muitas ajudantes,mas que tem milhares de outras mulheres que não possuem essa escolha,e nem por isso se queixam...mesmo tendo todo o direito e motivos infinitos para isto(acho que estas nem tem tempo para tanto)...mas nem esse é o ponto,acho que estou me dispersando um pouco(vou botar a culpa na sexta feira a tarde,hehehe!)..

Bem,queria deixar exposto aqui que,na verdade,nenhuma de nós ,pretas/brancas/japas/ruivas/magras/gordas/mestiças,etc...ricas ou pobres possui,de fato,o empoderamento de escolhas totais,sabe, que não sofram alguma influencia externa aos nossos reais desejos...e creio eu que seja aí que residem nossas culpas,medos e inseguranças,pois se escolhemos X e abdicamos de Y,parece que podíamos tem agregado ambos,se agregamos ambos e não damos conta,nos culpamos também...enfim...vai levar algum bom tempo para nos percebermos e nos unirmos nesta luta...

aquarela surrealista disse...

que lindo o terceiro parágrafo da Ju aí em cima...gente,sobre amamentar,eu nem me encano mais...sabe,eu me frustrei um pouquinho porque nunca consegui dar só o peito(sempre achei lindo!),meus filhos sentiam fome,o leite,apesar de eu fazer de tuudo o que me diziam para "subir",ele vinha beem pouquinho e eles choravam de fome,eu tive que completar com fórmula...sou menos mãe por isso,gente?Eu amamentava,mas era "misto,peito depois mamadeira...estão todos vivos,rsrs...

Elaine Cris disse...

Tô bem por fora desse ativismo por parto normal, mas uma coisa não podemos negar. O que apareceu aqui de comentário de mulher dizendo que não considera inferior quem faz cesárea ou "terceiriza" a educação, mas fica afirmando que elas se sentem inferiores, que tem "buracos emocionais", que tem culpa, que estão se justificando.
Tá mesmo muito estranho...
Gente, é só um texto com a opinião de uma pessoa. Se você não concorda com ela, ok. Mas daí a ficar falando de que se ela escreveu um texto é porque está mentindo, porque não está realmente feliz, porque está se sentindo culpada, porque está se justificando é um pouco demais.
Se for assim, então todo mundo que escreve um texto argumentativo é porque tem culpa e não porque quer criar uma discussão, expor sua opinião, enfim. Não faz sentido.

aquarela surrealista disse...

Oi Laurinha,não disse que ela só tenha culpas,mas pode ser que ainda não tenha se encontrado nesa...porque quem está convicta não precisa ser tão emocional assim,e não a estou condenando nem justificando...em dado momento eu disse que nenhuma de nós possui escolhas totalmente isentas,e,por tabela,sim,eu creio que isto é gerador de alguma culpa em todas nós;se trabalha,não presta,se fica em casa,não prsta,se é mãe,não tá bom,se não quiz filho,também não tá bom...entende?Não sei se me fiz entender...eu deixo bem claro que não sou por cesárea marcada,mas não sou ativista nem tenho o direito de condenar ninguém que pense o contrário de mim,mas acho que a autora,assim como todas nós deve se acertar,sim,mais emocionalmente...basta rever aqui,os vários comentarios,extremamente carregados de indignações,comparáveis com o guest post da autora!

Náy Rocha disse...

ótimo post!Tenha uma bb de 3 meses e OPTEI pela cesárea.Fiz o meu pré-natal pelo SUS até os 8 meses de gestação, quando aderi ao plano de saúde do meu esposo, justamente porque eu não queria o parto normal,mas sim fazer cesárea, o que me seria negado pelo SUS.Sei todos os prós e contras dos dois tipos de parto e optei pela cesárea.O médico que fez o meu parto NUNCA tentou me induzir a fazer a cesárea, fui eu quem quis.Quanto parar de trabalhar para criar os filhos,não julgo quem faz.No entanto, me sinto arrasada em pensar na possibilidade de não ser eu quem vai ensinar as primeiras palavras, os primeiros passos para a minha filha, por isso optei por uma atividade remunerada na com uma remuneração bem pequena,mas cuja a carga horária é pequena o que me permite passar mais tempo com a minha filha.Mas, sinceramente, se eu pudesse, não trabalharia fora durante os primeiros anos de minha pequena.Mas, como sou pobre, não tenho opção.Tenho que trabalhar fora.

Anna disse...

olha, lendo esses comentarios todos me deu vontade de falar que quem vive dizendo que fez parto normal e que nao alargou a vagina coisiissima nenhyma e porque na verdade alargou e se sente muito culpada por isso e entao precisa se justicar. mas eu sou muito madura e nao vou escrever isso nao.

Ana Beatriz disse...

Quem está achando estranho a autora do guest post ser recriminada por ter feito cesárea, já que a maioria faz isso mesmo, não frequenta blogs e redes sociais de gravidez, parto e maternidade.

Sim, as mulheres que fazem cesárea são massacradas nesses locais. São ofendidas, dizem que são "menos mãe" que aquelas que têm o parto normal, de preferência o parto normal sem anestesia e sem nenhuma intervenção médica. Se for dominiciliar então, ganha o troféu super-mãe.

Vocês não fazem idéia de como estão as coisas nesse meio.

Monalisa disse...

Em resposta a Sara:

Não, eu não costumo comentar aqui.
o.O
Eu tenho total respeito a classe das empregadas domésticas e das babás. Só lembrando que esses direitos que vc menciona, são MUITO recentes, felizmente eles enfim estão se solidificando para uma categoria que sempre foi explorada.
Agora, uma coisa é vc respeitar a categoria, outra coisa é vc ignorar todo o processo histórico, proveniente de um sistema escravocrata que torna esse trabalho tão comum e muitas vezes a única opção de muitas mulheres brasileiras.
Por favor, não misture as coisas.
Acho muito fácil essa posição que sempre vejo ser tomada aqui nesse blog e em comentários, recebe-se uma crítica, e ao invés de trabalha-lá ou rebater com argumento sólidos, acusa-se a pessoa que a fez.
Se vc leu meu comentário, fica bem obvio que eu respeito a categoria das empregadas domésticas. O que estou fazendo é questionar esse feminismo branco de classe média, que fala de sua própria libertação, sem nunca abrir para perspectivas de mulheres que nunca vão poder viver isso, pq liberdade pra elas talvez fosse poder cuidar dos próprios filhos em casa e não dos filhos dos outros.
Mas ai eu já não sei, exatamente pq eu não sou uma empregada doméstica e as narrativas são sempre de mulheres que não são, vê o problema?
É tão ameaçador assim pensar nas pessoas que dentro de uma narrativa ( como a desse post ) são só pano de fundo?


Anna disse...

monalisa, acho complicado esse pensamento de que a mulher que trabalha e tem filhos e conta com empregada é uma exploradora da falta de liberdade de outras mulheres que nao podem, coitadas, cuidar de seus proprios filhos para cuidarem da privilegiada que ganha mais. sao muitas questoes contidas, como por exemplo: nem todas as empregadas tem filhos. ou tem filhos crescidos, adultos ate. entao nao, elas nao queriam se libertar para ficar em casa cuidando dos proprios filhos. e liberdade para essa mulher, com filhos ou nao, pode ser ganhar o salario no fim do mes e ter o que comer. ou nao precisar depender totalmente de um homem, que muitas vezes nem existe. e a questao da exploracao do trabalho: se so as empregadas fossem "exploradas" que mundo maravilhoso nos teriamos. mas em um dia comum devemos utilizar o serviçod] de uns trinta profissionais mal pagos e explorados que deixam seus filhos aos cuidados de terceiros. sem culpa nenhuma. entao po rque essa carga toda em cima da mulher que trabalha e tem empregada?

Anna disse...

fica me parecendo uma armadilha com essa mulher: uma coisa assim "ahá, ta vendo como voce nao consegue sozinha! so da conta porque tem outras mulheres que fazem o serviço para voce. e ai? qual seria a solução? ela parar de trabalhar? a empregada parar de trabalhar? e ficarem todas felizes, e claro sem culpa, cuidando de seus filhos em casa?

Ana disse...

Em completo à Anna, ou isso ou sempre vai ter alguém pra dizer que, na verdade, você é cheia de culpas, insegura, imatura e necessitada de terapia. Basta um simples texto em tom de crítica para que essa conclusão seja adotada de pronto! Ninguém pode pensar diferente. Saiu do modelo de maternidade? Tem alguma coisa errada com ela...

Ana Beatriz disse...

Na blogosfera sobre maternidade está na moda tudo que é "natural". O tal parto "natural", que é diferente do "normal" para quem não sabe, a utilização de fraldas de pano, de slings ao invés de canguru, etc.

Costumam se preocupar mais se no local do parto poderá entrar a doula, vários convidados inclusive crianças, de poderá ter o parto na água, de cócoras, etc, do que verificar se na maternidade há UTI (adulto e neo), banco de sangue, etc. Esquecem de que mesmo em uma gravidez que evoluiu bem pode ocorrer algi durante o parto e pós-parto.

Estúdio Caramela disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Carol Antunes disse...

QAchei o guest post equivocadíssimo.

Primeiro: onde que o feminismo culpa mães que trabalham fora? Ao contrário: existem sim até um incentivo para que a mulher seja financeiramente independente em uma relação e que pai e mãe tenham a mesma responsabilidade na criação dos filhos. Algumas pessoas

Violência obstrétrica até onde sei é a praticada por profissionais de saúde na hora do parto, seja ele normal ou cesarea e infelizmente ela é muito comum no Brasil. Uma das "vantagens" do parto em casa é evitar essa humilhação e constrangimento em hospitais. O ideal porém é que esse tipo de agressão não existisse mais e que os profissionais que utilizassem dessa violência fossem punidos.

Que bom que a autora do post pode escolher o tipo de parto que queria. Para muitas mulheres que desejam ter um parto normal essa opção é negada ou motivo de várias desculpas esparrafadas dadas pelos médicos. Será que algum médico questiona uma mulher que quer fazer cesárea? A pergunta seria: é saudável que partos cesarea ( um procedimento cirurgico ) sejam feitos apenas por motivação fincanceira dos médicos?

Sobre mãe que opta pelo parto cesarea ser menos mãe: Mães de filhos adotivos são mães. Toda mãe é mãe e ponto. Qual o intuito de ficar criando termômetro de maternidade?

Ana disse...

Carol, a autora fala o contrário: que é um risco a mulher deixar da trabalhar para se dedicar apenas aos filhos, abrindo mão da independência financeira. Pelo que compreendi, ela entende que essa conduta é um retrocesso em relação ao feminismo

Sara disse...

Monalisa eu NÃO faço essa diferenciação que vc faz dessa categoria das empregadas domésticas das demais categorias, acho que é um trabalho muito digno, necessário e que da uma grande contribuição a sociedade, o único senão é que na minha opinião, deveria ser mais bem pago, mas nisso ele NÃO é o único, há diversas categorias que não são valorizadas.
Eu creio que com o tempo essa será uma classe de trabalhadoras e trabalhadores muito valorizada e especializada tb.
Talvez o serviço doméstico por ter sido durante milênios sempre executado por mulheres ou escravos, ainda tem essa conotação que vc levanta. Mas basta que vc pare pra pensar um pouco, no quanto esse serviço é indispensável e estrutural para toda a sociedade, para perceber que com o tempo deverá ganhar o real valor que tem.

Lara disse...

Quem frequenta blog's de maternidade sabe da pressão que a autora do guest post está relatando. Dizem que lutam para as mulheres terem opção de escolha de parto... mas se alguém escolhe cesárea é porque é "desinformada, foi manipulada pelo médico, não pariu, etc". Se vc precisou complementar o leite, é pq não se esforçou direito, e não vai ter o maravilhoso vínculo mamãe-bebê. Quando meu bebê nasceu há 4 meses, ele demorou a aprender a mamar. Chamei uma pessoa desses grupos de apoio a amamentação para me ajudar... usei sonda, copinho, etc, mas a mamadeira era o horror, não podia! Não podia usar bico de silicone. Mas acabei seguindo o pediatra e usei o bico no começo... assim ele aprendeu a mamar (e mamou com o bico por umas 2 semanas, depois mamou sem). Nessas 2 semanas me senti mal, pq afinal, eu como mulher, tinha que conseguir amamentar meu filho. (Andei lendo muito coisa na internet nessa época).
Quando finalmente conseguiu mamar no peito, ele não ganhava peso. Complementei com fórmula com muita dor no coração (afinal, não existe leite fraco, vc que não está deixando ele mamar o leite gordo do final da mamada - meu filho ficava 40 min no peito e nunca chegava no tal do leite gordo)... e morria de culpa, chorei muito. Até que meu filho começou a ganhar peso com o complemento... e eu "me empoderei". Toquei o f*-se pra todas essas regras da conduta da boa mãe da blogosfera e comecei a seguir minha intuição. Quando meu bebê começa a patinar no peso, eu complemento, e a culpa acabou, pq não vou deixar meu filho com fome ou ficando magrinho pq "eu sou mulher e eu tenho que ser capaz de alimentar outro ser". O que tiver ao meu alcance para o bem estar do meu filho, eu faço. Esses blog's de maternagem realmente não me fizeram bem por um tempo, fizeram me sentir uma incompetente (afinal, estava insegura, era meu primeiro filho, hormônios a mil, e sem conseguir fazer o meu papel de mãe, de mulher ...). Mas como agora eu ignoro o ativismo, aceitei minhas escolhas porque foram o melhor para mim e para o meu filho. Se elas fizeram outra coisa, ótimo. Só q eu não vou ficar ditando regras pros outros... quem quiser meu apoio, pode contar comigo. Mas por um lado, o ativismo ajudou a eu ficar segura das minhas escolhas! Só que sofri um bocado no caminho!

Aline disse...

O que eu nao consigo entender é: por que pouquíssimas comentaristas falam da participaçao do homem. Fala-se da dependência de outras mulheres (trabalhadoras doméesticas), fala-se de licensa maternidade mas nao se fala de creches adequadas e sobre a divisao igualitária do trabalho doméestico. Meu marido e eu estamos juntos há onze anos e nao pretendemos ter filhos. Porém todas - TODAS- as tarefas em nossa casa sao divididas. Nao porque eu pedi/impus mas porque numa casa onde vivem dois adultos é justos que os dois adultos da casa dividam as tarefas igualmente. Simples assim. Se nós decidíssimos ter um filho, seria igualmente dividido o cuidado com a criança. Óbvio que só eu poderia amamentar, mas ele poderia dar mamadeira de leite tirado do meu peito oras. E trocar fraldas e acordar de noite e preparar papinhas. Nao concordo com um feminismo onde o homem nao seja incluido e depende-se exclusivamente de terceiros (sejam eles maes, sogras ou empregados domesticos). Entre um casal, cuidar da casa ou dos filhos 'e tarefa igualitaria: todos sao responsaveis.

Unknown disse...

Em relação ao parto Cesária, quando tive minha primeira filha esperei até o ultimo segunda para ela nascer de parto normal, fiz Yoga,andei, fiz simpatia, e nada. No final fui chorando ter ela de cesárea.... Graças a Deus foi tudo ótimo ele nasceu linda. Mas não me esqueço de alguns comentários .... de quem teve parto normal... ah mas eu esperei mais ...ah mas eu andei mais...sugerindo que fui fraca... fiquei magoada, pois não achava e nem acho que era menos mãe do que outras... Sim continuo achando que o parto normal, natural, humanizado... é o melhor... e quando tenho amigas que estão gravidas recomendo que leiam muito, pesquisem, as mulheres tem que ser muito bem informadas sobre todas as opções, riscos e etc... Hoje em dia depois de ter tido minha segunda filha, de césarea tb de emergencia quando perguntam pra mim como foi meu parto falo: foi cesárea, infelizmente não consegui ter normal, mas minhas filhas estão lindas e fortes graças a essa intervenção cirúrgica.

aquarela surrealista disse...

Anna,mas é isso mesmo que eu disse;eu procurei desequivocar as mães,porque quem faz o parto normal,as pessoas também vivem enchendo de caraminholas na cabeça,sim,até você ter um bebe no meio do trajeto para o hospital,de cócoras dentro do carro,e perceber que aquele foi o seu parto mais humanizado,dentro de certos contextos,e chegar depois no hospital, de nenem ganhado,e a equipe do mesmo elogiar e dizer que nem precisa "levar pontos,pois não houve laceração"...foi assim,querida,que eu descobri que não precisava conviver com aquela neura que a mãe da cunhada da tia da dona da cocada preta inventou,que se parir vai alargar...

...e eu disse isso mesmo,que a gente vive se culpando em tudo que faz...em dado momento,precisaremos de parar de ficar só na defensiva e nos ajudar;se eu estou dizendo que passei por uma experiência boa no parto normal,isto não significa que é porque quero que todas tenham bebes por via natural só para se alargarem...eu não preciso disso,e acredito que mães de cesárea também não precisam se afirmar sobre ninguém...

...Anna,o mito da "mulher -mocinha" é machista,e estamos num blog feminista,vamos combater este preconceito bobo!Em nenhum momento eu disse que "não alarga",mas quis dar a entender"não fica largo",pois a natureza cumpre fielmente sua parte,outros hormônios entram em ação e promovem uma estética e bem estar perfeitos para a mulher!

Anônimo disse...

Lara, também tive filho há pouco tempo e concordo em tudo com você.
Parei de ler esses blogs e participar dessas comunidades porque estava me fazendo mais mal que bem.

aquarela surrealista disse...

lendo a Lara,me identifiquei,os meus tbm ficavam 40 minutos no peito e nuca chegavam no leite gordo,e eu complementei sem dó...a culpa some quando a gente vê o quanto eles dorme saciados depois...

não sei se o outro comentário vai,portanto ,lendo a Anna,entrei na carapuça,larguíssima,pois que serve a várias mulheres;sim,a mulher fica enorme lá no play,mas depois fica normal,mas não adianta falar,que não acredita,então,cada uma escolhe o que bem entender,eu nem leio blogues de maternagem(nem sabia o que era isso até cair aqui),então,nessa parte,sou mais eu e nem por isso menos mãe...mas tenho a impressão que a autora do texto,não fala só de blog não...

Vania Lacerda disse...

Gostei muito do guest post.
Tive duas filhas. A primeira, por parto natural. Foi tranquilo, sem dores horríveis, mas sem nada dessa apoteose, desse ápice que algumas mencionam.
A segunda, por cesárea. Foi igualmente tranquilo, me senti igualmente bem.
Pra mim, nos dois partos, o momento realmente emocionante foi quando aconcheguei o bebe nos braços.
A autora do post acerta em cheio quando fala em independencia financeira. Liberdade de escolha? A menos que a pessoa seja herdeira de alguma família muito rica, não vejo liberdade em deixar de trabalhar para cuidar dos filhos. Vejo dependência, apenas.

Feminista capitalista disse...

''Concordo com absolutamente TUDO.''

{+1}

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''maternar''

Que termo bonito... ENGRAÇADO que um verbo chamado ''paternar'' para estimular os homens a abandonarem a carreira e emprego o qual lutaram pra conseguir e ficar em casa 24 horas por dia vigiando o/a filho(a) não existe NÉ?


Que me desculpem essas mulheres que acham muito lindo e nobre abandonar completamente a carreira pra se dedicar integralmente a ser mãe, como se a mulher não fosse e nem pudesse ser mais nada, mas NÃO considero e nunca considerei essa linha de pensamento feminista.

PELA simples razão de que ao contrário do que elas pensam DESEMPODERA as mulheres (as torna vulneráveis aos caprichos dos homens) e de que essa idéia, ao invés de revolucionária é bem MAINSTREAM.

A mulher já nasce e é educada desde o primeiro ano de vida pra vir a ser mamãe, já é estimulada a pensar em si mesma como alguém que um dia será mamãe, e que quando essa dia chegar ela finalmente poderá sorrir e ser mamãe e NADA MAIS, muitas perdem até o interesse no sexo por isso (repressão).

NADA CONTRA uma mulher optar por fazer aquilo que bem entender de sua vida, inclusive ficar em casa cuidando da familia sem trabalhar (mas será que a familia cuida dela? será que depois ela não vai ser largada em um asilo?).

AGORA por causa disso bradar por aí,sobre como elas estão arrasando,sobre como são mães de verdade, e sobre como as outras são mães desnaturadas por amarem a carreira e entenderem que crinaça NENHUMA merece ser superprotegida e sufocada pela mãe 24 horas por dia. ISSO SIM ME INCOMODA.


Me desculpem se fui grossa, não quero chatear ninguém, mas é que essa culpabilização e demonização da mulher que tem uma carreira, feita pela sociedade me incomoda!
Isso não é feminismo,ñão ao meu ver.

Não quero fazer ninguém se sentir mal a respeito das escolhas da própria vida e principalmente sobre a PRÓPRIA MATERNIDADE, só que se a maternidade da mãe integral não merece ser achincalhada, a das outras que não podem se dar a esse luxo também não deve passar por isso, e por essa espezinhação toda.

Anônimo disse...

Nao sou mãe nem quero ser, mas nao vejo problema nenhum em largar o trabalho para se dedicar inteiramente aos filhos ( mas aqui no Brasil, so sendo rica ou casada com alguém rico e ainda pensaria duas vezes no fato de ser dependente financeiramente de um homem- mas são escolhas,cada um com a sua)
Aqui no Brasil, tem algumas que fazem um pé de meia, ficam sem trabalhar por alguns anos e depois voltam, sem problemas,o marido ajuda, etc.
Acho interessante comentar que tenho uma amiga alemã,e lá a licença maternidade e de TRES ANOS,
Mas nem se compara a realidade do Brasil!ne?;))
Beijos

Feminazi Satânica disse...

Nem sei se alguém vai ler isso aqui, mas fiquei refletindo sobre os comentários e fui atrás de sites sobre maternidade - a maioria em defesa do parto humanizado, natural e etc.

Agora eu entendo mais ainda o desabafo da autora desse texto. Me deparei com blogs que defendem a criminalização da cesárea eletiva, e comentários que afirmam que crianças nascidas de cesárea são mais propensas a terem problemas como ansiedade, carência, etc. Na Vila Mamífera, que parece ser um site muito visitado, uma comentarista chegou a dizer que problemas de ansiedade e nervosismo podem ser percebidos em adultos que nasceram de cesariana. Outra afirmou que pessoas nascidas de parto natural são mais inteligentes. E não foram meia dúzia de comentaristas defendendo esse ponto de vista, mas muitas delas. E apesar de eu não ser mãe, sei como outras mulheres podem se sentir hostilizadas por isso.

Já as perguntas que fiz ninguém respondeu, mas duas pessoas responderam ao meu comentário sobre determinismo biológico, afirmando que parir é lindo e que a pessoa se sente como se tivesse vencido uma maratona (?)

Minha opinião continua a mesma: da mesma forma que "ser mulher" é algo construído culturalmente, a maternidade também é, e volta e meia (ou melhor, sempre) a maternidade serve para justificar o nosso lugar social. Em muitas sociedades, inclusive a nossa, a mulher que não é mãe por não poder ou não querer ser, ainda é vista como "menos" mulher. Por isso não me espanta o tanto de mulheres inférteis com depressão que vemos por aí.

Sou a favor do tratamento ético, sou contra a violência obstétrica e acho que o movimento pelo parto humanizado tem muito a contribuir. Mas vi muitas mulheres se colocando acima do bem e do mal por terem feito essa escolha, e hostilizando mães que não optaram pelo mesmo caminho.

Anônimo disse...

Vitoria,

Nao so as mulheres inferteis com depressão , mas tambem aquelas que optaram por nao ter filhos e vivem escutando cobranças ou enchecao de saco de familia,parentes..etc..
Acredito ainda que a mulher casada que opta por nao ter filhos sofra mais pressão do que a solteira,afinal a casada " ja arrumou marido,quando vem o bebe ?" ... As solteiras ( como eu) pelo menos são deixadas um pouco mais em paz,
Bjs

Natasha disse...

Eu comecei a acompanhar a blogosfera da maternagem quando decidi que queria ser mãe. Ainda não realizei esse desejo, mas sigo me nutrindo com informações e concordo com a autora do post: há patrulha ideológica sim!
Acho que é uma pena perdermos a oportunidade de união na alteridade pra reiterar o quão maravilhosas são nossas escolhas.
Ainda mais irritante é a necessidade de revestir TUDO que se diz de ditas "evidências científicas" que ficam ainda mais obscuras em temas como criação com apego e desescolarização.
Acho que temos que tomar cuidado pra que esse discurso da mulher empoderada não se torne um dogma que exclui, aliena e envergonha aquelas que não podem/querem/conseguem se submeter ao modelo.

Josiane Pinheiro disse...

Sugiro a leitura desta apresentação deste material: "Violência na assistência ao parto: definições, impacto na morbidade e mortalidade maternas e propostas para sua superação" . É a apresentação feita pela professora Simone Diniz, do GEMAS/USP (Grupo de Pesquisa Gênero, Maternidade e Saúde) no IV Encontro do Comitê de Mobilização Social da Rede Cegonha, em Brasília, em junho do presente ano. É um riquíssimo material que define a violência obstétrica, traça um breve histórico, fala sobre o ativismo materno na luta contra a violência no parto, entre muitas outras informações imprescindíveis. http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/viole_parto.pdf
(contém imagens chocantes da realidade obstétrica atual brasileira)
Fonte: Blog Cientista que virou Mãe

Anônimo disse...

EU FIZ CESÁREA, MAS NÃO SOU MENOS MÃE!
Você mulher, mãe, que teve uma cesariana (necessária ou não) quando teve seu(s) bebê(s), antes de mais nada queria lembrar que nós sabemos que você é uma mãe maravilhosa, competente, amorosa e tão boa quanto qualquer outra mãe boa. A via de parto não nos faz mais ou menos mães, mais ou menos mulheres, mais ou menos seres humanos. (...)
Mas minha amiga, quando você ler uma mulher dizendo “O parto normal me fez mais mulher” ela não está dizendo que a tua cesárea te faz “menos mulher”. Ela quer dizer que o parto fez ela se sentir mais mulher do que ela se sentia antes, (...)Ela não está criticando você ou as suas escolhas. Ela está comemorando suas próprias conquistas, só isso!Quando ela diz “quando eu dei à luz, eu me senti muito mulher, muito feminina, muito poderosa” ela não está dizendo que a gente, por ter feito cesariana, é menos mulher, menos feminina, menos poderosa. Ela está falando só dela, não da gente, entendeu?
Concordo que se ela entrar em qualquer terreno seu, e se dirigir a você como uma pessoa inferior, daí não tem jeito mesmo, a pessoa está sendo estúpida. Mas em geral não é isso que a gente vê. Eu não costumo ver mulheres “cesareadas” como nós, sendo acusadas de sermos mães de pior qualidade. A cesariana no Brasil já é uma realidade, eu e você fazemos parte da maioria esmagadora! Ela, a sua amiga que quis e/ou teve um parto bacana, ela é pequena minoria e apenas está feliz por ter conseguido atingir seu sonho.
Todos esses movimentos que a mulherada está fazendo pelo direito ao parto natural, direito ao parto em casa, não dizem respeito a você e às suas escolhas. Elas dizem respeito a elas! (...) Essas mulheres querem que todas as mulheres tenham a chance de experimentar o que elas viveram, caso elas assim o desejem. Nunca ninguém desejou que o parto normal, ou natural, ou domiciliar, venha a ser algo obrigatório.
Por outro lado, uma coisa é certa: quando essas mulheres “xiitas” veem um relato de cesariana onde a mãe disse que fez a cirurgia salvadora porque tinha pouco líquido, ou cordão no pescoço, ou pé na costela, elas comentam mesmo, elas falam que isso não é indicação de cesariana. Você também chiaria se alguém fosse fazer uma cirurgia de varizes preventiva porque um dia vai que aparece uma variz, então é melhor operar. Cirurgias desnecessárias são uma questão importante em termos de saúde pública.
Só que, amiga, entenda, ela não está dizendo que você é uma mãe inferior! Ela está dizendo que seu médico fez uma cirurgia que não era necessária, só isso. Em nenhum momento ela está te julgando incompetente por ter aceitado a cirurgia proposta pelo seu médico, ainda mais com essa ameaça de que o bebê vai morrer ou sofrer. Em outras palavras, ela apenas está dizendo que sua cesariana não teria sido feita em nenhum país onde a saúde é levada a sério. Só no Brasil se opera com essas desculpas, e daí chegamos nos 94% do Hospital Santa Joana, por exemplo. A questão é de população, não de você.
Via de parto é apenas isso: via de parto. Não diz nada de qualidade de maternagem. Suas amigas “xiitas do parto natural” sabem que você é uma boa mãe. Também sabem que o parto normal não garante uma boa mãe (e vice versa). Não se ofenda quando você ler um post no perfil da sua amiga dizendo: “Eu quero ter direito à escolha“. Ela está falando apenas dela, e não de você.
Quando você se sentir enraivecida com essas notícias, posts, relatos e matérias sobre parto normal, natural etc., olhe para dentro de você e tente entender porque é que você ficou tão brava, tão chateada, tão mexida. Eu já fiz esse exercício diversas vezes e descobri coisas incríveis. Não perca essa oportunidade.
De Ana Cris Duarte (http://www.maternidadeativa.com.br/artigo16.html)

Letícia disse...

Sofri bulling então no grupo de vegetarianos! Todos se gabam de fazerem as melhores escolhas, de terem a melhor alimentação do mundo, fui "acusada" de comer defundo (ninguém me disse isso, mas foi oq entendi qdo me disseram que comer carne é comer bicho morto!)!
Esses vegetarianos são uns patrulhadores!!! Não dá nem pra comer um bife em paz!
Não sou menos gente pq como carne!

Anônimo disse...

SOBRE A ESCOLHA DA CESARIANA
http://www.maternidadeativa.com.br/artigo11.html
Antes de mais nada, preciso pontuar cinco idéias rápidas:
- Primeiro, entendo que a cesariana por escolha é um direito da mulher, ela tem direito e ela pode fazer e pronto.
- Segundo, a via de parto e a amamentação não definem a qualidade da mãe ou da maternagem.
- Terceiro, o objetivo dessa conversa não é trazer culpa a quem escolheu ou vai escolher, mas sim conhecimento para quem quiser entender essas opções.
- Quarto, algumas cesarianas são necessárias e paciência, não há o que se fazer, pois a vida da criança é mais importante.
- Quinto, a maioria das cesarianas indicadas nos serviços privados de saúde são sob falsas alegações, mas não tem como a mãe saber disso.

Ditas essas premissas, vamos às questões em jogo.

1) Uma das maiores razões para as mulheres escolherem a cesariana é a questão da dor. Deixando de lado todo o resto, acho que esse ponto é mesmo nevrálgico e merece uma atenção especial. Como o objetivo aqui é ser curta (e não grossa), lembro que hoje em dia existem analgesias muito boas que podem ser usadas a qualquer momento que a mulher deseje. Se quiser ter um trabalho de parto inteiro sem sentir nada (o que seria uma pena, mas é um direito e às vezes a única maneira de enfrentar o medo da dor), exija a presença de um bom anestesista. Fora isso, lembre-se que as coisas começam a ficar intensas mesmo depois da metade do trabalho de parto. Antes disso são apenas umas cólicas rápidas e curtas, perfeitamente suportáveis. A vantagem é que quando o parto acabar, você não está operada. Você levanta e vai cuidar da vida sem qualquer preocupação com uma cirurgia. Claro que você pode levantar e cuidar da vida após a cesariana. [Além disso existem métodos não farmacológicos de alívio de dor, massagens, posições, acupuntura, água quente do chuveiro na lombar (ou de uma banheira), estar se sentindo apoiada, segura e acolhida, tudo isso contribui para que a dor seja menor, a presença de uma doula pode ajudar]

(continua)

Anônimo disse...

http://www.maternidadeativa.com.br/artigo12.html
2) Outra razão comum é achar que o bebê corre menos risco na cesariana. Já existem tantos estudos científicos mostrando o quanto é maior o risco da cesariana para o bebê, que não vou poder enumerar aqui. Se você está na dúvida e só falta essa questão para escolher um parto normal, informe-se. A quantidade de vantagens para o bebê no parto normal é provada em todos os artigos, sem exceção. Não estou dizendo que nada acontece no parto normal, mas sim que muito mais coisas negativas podem acontecer na cesariana e que, portanto, ela é muito mais arriscada e menos benéfica para o bebê e para a mãe.

3) Tem gente que pensa que o parto normal é pior para a mãe. Essa informação não procede. Qualquer livro de medicina deixa isso bem claro. A mortalidade e a morbidade da cesariana é bem maior para a mãe. Posso atestar que o parto normal não vai fazer você ficar diferente "lá embaixo". Na dúvida, conheça o site www.mulheres.org.br/fiqueamigadela. E se estiver ao seu alcance, exija um parto sem episiotomia.

Anônimo disse...

4) Embora o parto não defina a qualidade da maternagem, e não defina quem vai ser aquela pessoa, o fato é que há uma grande diferença pra o bebê entre ser retirado do útero materno sem aviso prévio, sem os hormônios que o preparam para a vida fora do ventre materno, e permitir que ele passe pelo processo de forma natural, fisiológica, cumprindo as metas que a natureza selecionou durante mais de cem mil anos. O parto não é, para o bebê, uma perigosa tormenta, mas sim um caminho muito previsto e importante para prepará-lo para a vida. Assim como podemos evitar que bebês engatinhem para não se sujarem, colocando-os em andadores (que a sociedade brasileira de pediatria já atesta serem prejudiciais para o desenvolvimento do bebê), e eles não serão pessoas piores ou infelizes por isso, o fato é que esse tipo de salto não é benéfico e não tem como calcularmos objetivamente e em números concretos aquilo de que o bebê está sendo privado. Podemos sempre nos repetir e acreditar que são apenas minutos ou horas, e que isso não faz diferença na vida nossa ou deles. O melhor seria, no entanto, que todas nós tivéssemos acesso a um bom parto, para podermos oferecer aos nossos filhos e a nós mesmas um bom processo de nascimento. Até mesmo o choro de um bebê retirado de forma repentina e levado para um berço aquecido para os "procedimentos" é completamente diferente daquele que nasce devagar, sem pressa, na água, na cama, e é colocado imediatamente em contato pele-a-pele com sua mãe. Se achamos ruim deixar a criança chorando sozinha no carrinho "para acostumar", porque seria normal deixar um recém nascido se debater num berço iluminado cercado por estranhos que lhe inserem tubos no nariz, na boca, no ânus, e lhe pingam colírio cáustico e lhe picam a perna com uma injeção oleosa? Porque achamos que isso não faz qualquer diferença para a construção do indivíduo?

5) Por fim vem a questão mais importante para mim, que é o parto como um evento, e não como uma obrigação. O parto não é apenas o preço que temos que pagar para sermos mães de um bebê. Podemos inclusive adotar e sermos mães adotivas maravilhosas. No entanto o parto pode ser, por si só, um processo muito bom, divertido, intenso, cheio de momentos incríveis, para toda a família. Até os irmãos mais velhos podem ajudar e se sentir participantes dessa festa. O parto é algo que você pode recriar em sua mente, tentando esquecer aquelas histórias horrorosas que te contaram desde que você nasceu, porque essas histórias são de um modelo de assistência que não precisa ser utilizado. Você pode desejar, escolher e exigir um bom parto. Planeje, escolha pessoas interessantes e um modelo de assistência no qual você acredite. Fuja do estereótipo da mulher gritando nua na sala com as pernas abertas sob os holofotes e uma equipe de 12 homens olhando para o meio delas e colocando seus dedos e ferros nervosos lá dentro. Parto não é isso (ou não deveria ser isso). Existem opções. Natural ou com analgesia, mas com muito respeito, decência, privacidade, delicadeza, o parto pode ser um maravilhoso portal para inaugurarmos a maternidade. Pode ser também uma oportunidade impar para se superar os limites, para conhecer novas fronteiras. O bom parto não é uma obrigação. É apenas um direito de toda mulher e de todo bebê.

Anônimo disse...

6) O parto pode ser ou pode não vivenciado. O nascimento vai ocorrer, sempre, e o bebê vai ser muito amado independente de onde saia. O fato é que no Brasil é uma escolha que as mulheres têm, parir ou não parir, eis a questão. Você pode, se quiser, fazer uma escolha diferente e transformar o parto num lindo evento. Mais ou menos como o casamento, você pode viver com alguém sem qualquer cerimônia simbólica. O objetivo da cerimônia é mais do que dar trabalho e fazer a gente gastar um dinheiro enorme, e não é ela que define a qualidade do casamento. O objetivo é marcar o evento, transformar num dia marcante, porque os outros que virão estarão repletos de bons e maus momentos, e vai ser maravilhoso poder voltar naquele dia e lembrar "do dia em que nos casamos". Claro que ir morar junto, levar a mobília e guardar as escovas de dentes juntos tem todo um valor simbólico. Afinal foi "o dia em que fomos morar juntos". Não dá para dizer que é a mesma coisa que fazer uma cerimônia, essa é a verdade. E nem vai dar para chamar de "Cerimônia do Casamento" o dia em que pusemos as escovas de dentes no mesmo copo. Quando abrimos mão de um evento desses, não estamos fadando o resto ao fracasso, não se trata disso. Apenas estamos perdendo uma grande chance de fazer algo muito especial. Comparativamente, não vamos chamar de parto o dia em que nos deitamos para a cirurgia cesariana. No Brasil começamos até a usar o eufemismo "parto cesáreo", depois que a cesariana virou um produto de consumo como qualquer outro, para mudar a impressão que a sociedade tem dessa cirurgia. Até mesmo os médicos obstetras estão usando o eufemismo, evitando eles mesmos enfrentarem a cruel realidade de que estão operando esse absurdo número de mulheres todos os anos.

Em suma, você pode e deve exigir seus direitos. Você pode usar mecanismos legais para garantir o que deseja. Salientando mais uma vez, escolher um parto normal não vai fazer uma mãe melhor. Apenas vai garantir que o seu bebê passe e seja recebido no mundo de uma forma específica, diferente da forma como acontece numa cesariana. Vai também garantir e permitir que você conheça novas nuances das possibilidades do seu corpo. Novos limites, novas possibilidades! E depois tem todo o resto, que também é importante. A criação, a amamentação, os cuidados, o apego, o carinho, o amor, etc. Você pode pular apenas uma das etapas e dar o seu melhor em todas as outras. Você pode não pular a etapa. Você pode ser obrigada a pular etapas, quer por limitações físicas, quer pela força do sistema médico. Isso não implica em "mãe melhor e mãe pior". Tenha apenas a certeza de ter e olhar de verdade todas as cartas no baralho antes de escolher o coringa. Eu tenho certeza que você já é ou será uma ótima mãe. Mas não é disso que estamos falando, combinado?"

Texto de Ana Cris Duarte
http://www.maternidadeativa.com.br/artigo12.html

Letícia disse...

Sofri bulling das feministas também pq elas acham que eu não tenho q ser vaidosa, pq isso é opressão do patriarcado!
Imagina se não vou me depilar e me maquiar! Ou então fazer a unha, academia!!

Não sou menos feminista pq me depilo, me maquio, faço unha e academia!!!!
Abaixo a ditadura!

Letícia disse...

Cada um que banque suas escolhas! Chega de mimimi, sou "menas mãe"!
Se elas se sentem divinas maravilhosas e poderosas pq bancam suas escolhas e brandam aos 4 ventos, pq não fazer o mesmo? Afinal elas são minoria, né?
Agora, se incomoda, pq não questionar o que está incomodando?
Todo mundo é gente! Erra, acerta, exagera, se gaba, chora, ri, faz as melhores e as piores escolhas! Mas cada um tem o seu travesseirinho pra repousar a cabeça de noite!
Todo mundo tem sua história, suas vivências e experiências pra tentar fazer da maneira que acha melhor! E cada um paga suas contas!
Sobre os discursos "opressores", não espera que num grupo que defende parto normal a partir de estudos e evidências científicas, recomendações da OMS, Ministério da Saúde, etc... Que elas vão achar linda a sua cesárea eletiva! Claro, se vc foi enganada pelo médico (acontece muito achar que a cesárea foi necessária!!), elas devem sim te acolher, mas nem por isso vão deixar de questionar a indicação que seu médico deu pra te operar! Todo o grupo tem vários tipos de pessoas e discursos, inclusive no feminismo! Mas cada uma vai saber até onde isso faz parte da sua realidade, ou trazer para sua vivência! Eu sei até onde o feminismo fala das minhas verdads e onde incomoda. E mesmo quando incomoda eu tento entender pq, reflito, se não faz sentido, talvez faça pra outra pessoa! Cada um tem seu tempo e sua bagagem pra entender ideias que diferem do senso comum!

Anônimo disse...

Ninguém diz que um homem é mais ou menos pai porque ele trabalha fora ou não.

Anônimo disse...

Os comentários estão ótimos, a Lola podia explorar mais esse tema.

Juba disse...

Feminista Capitalista, infelizmente seu comentário foi agressivo ao ponto de ser grosso, sim.

Entendo seu ponto de vista, mas discordo dos julgamentos feitos a partir dele.

Sim, optar por cuidar dos filhos te coloca sim em uma posição de vulnerabilidade financeira. Só que isso não significa que sejam mulheres que pensam que uma mulher não possa ser outra coisa. E usar "essas mulheres", como você faz, já tem um valor claramente pejorativo.

Em países mais avançados, a licença maternidade é bem maior e permite uma pausa para os cuidados mais intensivos necessários nos primeiros dois anos, carga horária reduzida, etc. Em lugar de usar de agressividade contra quem reconhece essa necessidade dos filhos, que tal todas lutarmos por um sistema trabalhista mais justo, que contemple essas necessidades.

Sim, crianças têm necessidades (basta estudar a respeito), e quanto menores as crianças, maiores essas necessidades serão. É uma equação em que alguém sempre sairá perdendo. Algumas mulheres optaram por perder durante algum tempo, em lugar de impor essa perda às crianças. Aliás, para muitas é preferível depender financeiramente do marido que ser oprimida em algum emprego nada compensador.

Eu sou uma que pausei a carreira e sei, sim, o quanto isso custa e custará. Sei o que está envolvido, sei o quanto estou dependente. Sei também o quanto meu esposo gostaria que pudéssemos inverter isso durante algum tempo. Infelizmente minha área paga 1/10 da dele, e esse 1/10 não é o suficiente para suprir as necessidades financeiras, por mínimas que sejam. Temos, porém, alguns acordos, inclusive para o caso de um divórcio. Ele sabe muito bem o valor do trabalho que exerço no momento, e está modificando seus horários de trabalho para que eu possa já nos próximos meses retomar minha carreira enquanto ele cuida da casa e das crianças. Nunca precisei pedir dinheiro para nada, como algumas relatam, pois o que ambos ganham é para a família toda. Dividimos bem as tarefas.

Agora, não me acho melhor mãe, nem pior, que qualquer mulher que trabalhe em tempo integral. Mesmo quando falo da perda imposta às crianças, não estou afirmando que serão infelizes, ou menos inteligentes, ou que terão sequelas, ou que amarão menos. Nem que quem faz essa opção está sendo a bruxa malvada. O que contei foi a minha solução, que funciona na minha casa.

O que me assusta são algumas amigas que postam no facebook que dão conta de TUDO, absolutamente TUDO, descrevendo como mãe, esposa, profissional, dona de casa, esportista... São papéis definidos em função dos outros. Tipo, se orgulha de ser explorada, de cuidar do marido (wtf?). Uma delas foi obrigada literalmente pelo esposo a voltar a trabalhar fora. Que feminismo é esse? É explorada dentro e fora de casa e acha que está arrasando? Então, tá.

Unknown disse...

Olá, querida. Li seu post e concordo com ele em parte, principalmente naquela parte que diz que é feliz do jeito que é. Passei por isto, tenho 3 filhos, trabalho 40 horas por semana, sou chefe escoteira aos finais de semana. Se eu ficasse em casa o tempo todo seria uma péssima mãe. Assumi isto há muito tempo e não me importo com a opinião dos outros. A parte que eu não concordo, se é que isto importa pra ti, é quando a gente generaliza. Quando um grupo de mulheres fala contra a cesária, contra a mamadeira, contra o largar a criança na creche e ir para a academia, elas só estão querendo dizer que tambem não há mal nenhum em valorizar as coisas femininas. Muitas mulheres cresceram sem esta noção e veem o mundo sob a ótica masculina. Eu já fui xiita do parto humanizado, por isto posso te dizer... as pessoas não fazem isto por mal, só não conseguem ver além. Que a vida é feita de escolhas e nenhuma escolha é melhor ou pior que outras. Que o importante mesmo é saber que foi tu quem escolheu e não foi "escolhida" pelas circunstâncias. Muitas pessoas fazem as coisas só porque todos fazem. Nunca pararam para pensar, como nós, e decidir: é assim que eu quero viver a MINHA VIDA. A forma como os outros querem viver as suas não deveria ter importância para mim. Eu hoje em dia falo sobre o parto humanizado como uma experiência ímpar na minha vida, mas respeito quem acha que é uma obscenidade. Eu amamentei meus filhos e senti o quanto isto fez bem para eles e para mim. Mas respeito as mulheres que não querem ou não conseguem amamentar. Falo sobre a educação de meus filhos, tentando deixar de lado a vida excessivamente consumista, levo-os para acampar, para viver na natureza através do escotismo. Mas tento entender quem não vê mal nas crianças ficarem o tempo todo em frente ao tablet ou da tv. Precisamos somente ter mais compaixão com as escolhas alheias. Obrigada, por ouvir minhas colocações. Bjs
Marcinha, casada, mãe de 3, mora em Porto Alegre RS, funcionária pública concursada e chefe escoteira. Que paga babá e faxineira, pois não dá conta de tudo sozinha

Aline disse...

Olha, eu não sei de que blogs vocês estão falando (não estou dizendo que não existem, só que eu não conheço), mas leio vários sobre parto humanizado e nenhum deles diz que é "mais mãe" quem tem parto natural ou "menos" quem fez cesárea. Então, mesmo que existam blogs como a autora falou, não dá pra colocar tudo no mesmo saco.

Outra coisa: "patrulha" por "patrulha", existe uma pressão da sociedade para que se siga uma cartilha bem específica de marternidade, que considera qualquer escolha mais "alternativa" como radical. Se a mulher está grávida e quer um parto domiciliar, e diz isso, logo vai ser taxada de louca pela maior parte das pessoas. Se só disser que quer um parto normal, já vai ter gente olhando espantada, pq o normal atualmente é cesárea. Quem quer parto normal com respeito precisa praticamente passar por uma gincana no Brasil, achar o médico certo, ler muito etc.

Sobre deixar de trabalhar pra cuidar das crianças, acredito que o assunto não está diretamente relacionado ao parto. Do jeito que está, parece que todo mundo que tem filho por parto natural faz esta opção de deixar de trabalhar.

Dito isto, dos blogs que leio, nunca vi nenhuma autora, mesmo as que pararam de trabalhar por um tempo, alardeando isso como uma escolha melhor de "supermãe". Sempre entendi estes relatos como relatos da experiência delas, nada mais.

Gostaria de escrever mais, mas ficaria muito longo. Só pra finalizar: estou grávida, pretendo ter um parto humanizado, mas de forma alguma pretendo deixar de trabalhar depois. Agora, isso é o que considero melhor PARA MIM, não quer dizer que seja a melhor escolha para todo mundo.

Alguns pontos interessantes foram levantados em outros comentários, sobre licença paternidade, creches, etc. Renderiam outros bons posts.

Roxy Carmichael disse...

uma constante aqui é a ideia de que a mulher "opta" pela cesarea porque recebe informações equivocadas dos médicos. esse tipo de situação (desinformação) acontece, deve ser combatido e tem todo o meu apoio.

agora, uma coisa é lutar para que mais mulheres recebam mais informação para que possam escolher (e sim, sinto informar, mas mesmo com acesso a informação, a escolha pode ser cesarea e eu não acho que cabe aqui definir que motivo é legitimo, que motivo é ilegítimo).

uma coisa é lutar por um tratamento mais digno na hora do parto, erradicando assim a violência obstetrícia. parabéns josiane pelo site com informações e parabéns a comentarista (ana cris) que postou aqui informações muito úteis para que as mulheres possam fazer o que bem entendem com elas (ou seja com essas informações).

lola já deu a dica na resposta: vamos combater o sistema, não as escolhas ou práticas individuais. tão difícil entender isso?

discordo da feminista capitalista (já pelo nome, sorry), mas mais uma vez, sinalizou prum debate bem interessante: e o verbo paternar existe em conjunto com o verbo maternar? as adeptas dessa prática poderiam contar aqui como fazem para não trabalhar e manter a autonomia (financeira, mas não só?)
penso nesse texto quando falo em autonomia no sentido mais amplo:
http://www.blogdoims.com.br/ims/a-derrota-do-feminismo-no-facebook-%E2%80%93-por-katie-roiphe/
às adultas que estejam afim de debater, sintam-se à vontade.
aquelas que entendem qualquer texto crítico como ofensa pessoal, melhor ficar fora dessa.

Thalita disse...

Solução rápida e fácil para quem se sente "oprimida" pela blogosfera matera estilo "natural": não frequente.
Sério, a gente tá falando de blog, não são os grandes portais de noitícias, não é tv, não é rádio. Não gosta do blog? Não volta. A opressão passa rapidinho. E nunca mais uma ativista vai tentar te fazer sentir "menos mãe".

Roxy Carmichael disse...

uai thalita aí eu vou ter que discordar.

sabe quando aparece uma publicidade sexista e os sexistas a defendem dizendo: não gosta?não veja! não gosta? não compre!

imagino que muitas mulheres mães de primeira viagem que estão com uma série de dúvidas buscam esses blogs como fonte de informação. imagino que um ativismo sério está preocupado em disseminar informações para ajudar mulheres e não para colocar sua experiência pessoal acima das outras experiências. mas isso é SÓ a minha opinião.

Thalita disse...

Roxy, já tinha esbarrado nesse texto, mas não havia me interessado muito. Achei interessante até esse ponto aqui

"essa geração abre mão da própria sexualidade ao substituir o rosto de uma mãe atraente pelo de uma criança inocente. Essa atitude sinaliza um incômodo em ter um mínimo de vaidade. Assim como só usar tênis ou esquecer de cortar o cabelo, essa é uma forma de se tornar desajeitada e invisível, refletindo uma espécie de mommy culture em que é ponto de honra mostrar quão pouco resta em você de uma mulher saudável, articulada, engajada e bem-vestida."

Ou eu não entendi nada ou só usar tênis não pode ser uma escolha válida (e eu me senti pessoalmente atingida pq sempre usei tênis pra caramba), para sermos "bem-sucedidas" (outro termo que odeio)precisamos estar "bem-vestidas". pô! não, né?

Na Nossa Estante disse...

Eu só quero dizer uma única coisa: é o texto mais perfeito equilibrado que já li sobre a maternidade e o parto normal!

Bjs, Michele

Anônimo disse...

Thalita,

Bem interessante essa idéia dos médicos atenderem em horários nao convencionais (20,21horas)
Conheço alguns ( poucos ) que mantêm consultório ate esse horário,de fato , a maioria nao quer,e posso responder por que , nao so por mim,nao so pelos médicos, mas por qualquer profissional : muito natural que nesses horários a pessoa ja queira estar em casa jantando com a familia,com amigos, etc,
Porém ( acho), se vc escolheu ser GO ja pressupõe você aceitar mais flexibilidade de horários,pois e uma área onde tem muita urgência e emergência, e nao falo somente de partos,
E tem trocentas outras profissões em que a pessoa fica trabalhando ate mais tarde, e chamada de noite,etc,..
Mas ,enfim,dai vai da cabeça e das escolhas de cada profissional. São escolhas... E o medico que atende sua amiga nesses horários com certeza ja ganhou a confiança dela e de muitas outras pacientes,
Beijos

Anônimo disse...

Adorei o comentário da Monalisa.

"Adoro esse feminismo elitista liberal... pra liberdade de algumas mulheres ser assegurada, a liberdade de outras deve ser sempre cerceada.
Sinceramente, ninguém vê nenhum problema nesse lugar social da babá e da empregada doméstica, sempre ocupado por mulheres pobres e quase sempre por mulheres pobres e negras do qual depende essa chamada liberdade da mulher de classe média alta?"

Lola, por favor, gostaria muito de mais posts sobre essa questão.

Josiane Pinheiro disse...

Mais alguns trabalhos de Simone Diniz (Diretora de Pesquisa do Coletivo Feminista de Sexualidade e Saúde). Para entender por que o cenário atual de atendimento à Saúde Reprodutiva da Mulher é uma causa Feminista - E uma luta contra o sistema e não contra as mulheres e suas escolhas:
O "corte por cima" e o "corte por baixo": o abuso de cesáreas e episiotomias em São Paulo http://www.mulheres.org.br/revistarhm/revista_rhm1/revista1/80-91.pdf

Entre a técnica e os direitos humanos:
possibilidades e limites da humanização da
assistência ao parto
http://mulheres.org.br/parto/tela_cheia/Doutorado%20-%20Carmen%20Simone%20Grilo%20Diniz.pdf

Humanização da assistência ao parto no Brasil:
os muitos sentidos de um movimento
http://www.scielo.br/pdf/csc/v10n3/a19v10n3.pdf

Concordo com a Roxy, não quer dizer absolutamente que mesmo com todas as informações a mulher deixe de escolher a cesariana. Mas pelo menos ela fez uma escolha informada, consciente, e está bancando isso (e também tranquila). Todas temos histórias e discursos internalizados desde sempre, temos também nossas bagagens, possibilidades e limites. Embora eu ache que com acesso à informação de qualidade (e não a do babycenter, Revista Pais e Filhos, etc.)o índice de escolha pela cesariana fosse menor.
Como já foi comentado anteriormente, é uma luta contra o sistema. Não deveríamos precisar devorar informações para termos o mínimo de dignidade, respeito e confiança de que o que está sendo feito em nosso corpo é o melhor, seguro, tanto para nós quanto para o bebê.

Josiane Pinheiro disse...

Mais uma contribuição (Depois me digam se o buraco não é bem mais embaixo e se as alternativas dadas "Parto Normal no modelo atual" x Cesariana" é de fato uma escolha... Será que não merecemos opções melhores?
http://www.feminismo.org.br/livre/index.php?option=com_content&view=article&id=99996099:violencia-obstetrica&catid=133:direitos-sexuais-e-reprodutivos&Itemid=540

Alguns tópicos:
1) O que é violência obstétrica?
2) Quais são as formas mais comuns de violência obstétrica?
3) Como e onde eu posso denunciar?
4) Não deixaram meu acompanhante entrar. Eu sei que eu tenho direito, mas não deixaram ele entrar de jeito nenhum. Falaram que é uma regra interna. O hospital pode ter uma regra contrária à uma lei?
5) Seis acadêmicos fizeram fila para fazer toque em mim sem se apresentarem, sem me explicarem o porquê do procedimento. Mandaram eu abrir as pernas e fizeram toque um seguido do outro. As grávidas precisam passar por isso para ser atendidas?
6) No meu parto, fizeram um corte na minha vagina (episiotomia). Na hora de costurar o corte, senti muita dor e pedi mais anestesia. Falaram que não precisava, pois já tinham dado anestesia e me mandaram ficar quieta. Chorei do primeiro ao último ponto.
7) Quando fui internada para o parto, mandaram eu tirar toda minha roupa e vestir um avental aberto atrás. Não consegui relaxar depois disso, pois minhas nádegas ficaram à mostra. Precisei andar um corredor lotado até chegar na sala de pré-parto. Senti muita vergonha e comecei a chorar. Esse avental aberto atrás é realmente necessário?
8) Durante o trabalho de parto, colocaram soro em mim e depois as dores ficaram muito mais fortes. Eu perguntei pra quê servia o soro, e responderam que é para aumentar as contrações. Eu pedi para tirar e fui ignorada. As dores ficaram tão fortes que eu pedi uma cesárea. Para a cesárea fui prontamente atendida.
9) No meu parto, fizeram um “pique” (episiotomia). Quando o médico foi costurar, ele disse “vou deixar a senhora igual a uma mocinha”. Agora sinto muita dor para ter relação sexual com meu marido.
10) O médico disse que a rotina dele é fazer episiotomia e não abre mão disso. Ele disse que precisa fazer a episiotomia para não rasgar tudo. Mas minhas duas irmãs tiveram os partos na Casa de Parto e não precisaram fazer episiotomia e nem rasgou nada.
11) Minha médica disse que só faz parto se for com anestesia, porque no parto humanizado a mulher grita e sofre muito. Eu não sei se eu quero anestesia, mas me senti forçada a aceitar a anestesia porque é uma rotina dela.
12) Perguntei ao meu médico se eu podia escolher a posição para o parto, por exemplo de cócoras. Ele riu e falou que é pra eu tirar essas ideias de parto hippie da cabeça. Eu insisti e ele disse que não estudou tanto para ficar agachado igual a um mecânico.
13) Enquanto eu estava no pré-parto me senti muito sozinha. Tudo o que eu queria era a companhia da minha mãe, que não deixaram entrar comigo. Eu tenho certeza que se ela estivesse comigo eu não sentiria tanta dor.
14 ) Eu gritei durante o parto e o médico disse que se eu gritasse meu bebê ia nascer surdo. Fiquei muito preocupada e só agora fiquei sabendo que isso é uma “mentirinha” para fazer a mulher ficar quieta no parto.
15) Durante um exame de toque, eu pedi para parar pois estava sentindo muita dor. O médico disse “na hora de fazer tava gostoso, né?”. Nessa hora me senti abusada.

Thalita disse...

Roxy, entendo o que vc quer dizer qdo diz que mães procuram esses blogs pra achar informações, é verdade.
Mas há uma variedade infinita de estilos de blogs. Não consigo imaginar pq alguém pratica a auto-tortura ao continuar lendo coisas que a ofendem, entende?
Por isso eu ressaltei que não estamos falando da mídia tradicional, que nos atinge mesmo que não queiramos, mas de um punhado de blogs e comunidades que têm uma opinião X e que a defendem. Há outros blogs e comunidades que defendem outras coisas e que podem ajudar a esclarecer as dúvidas tb, basta encontrar sua turma.

Gostaria tb de deixar claro o seguinte, pq falei bastante sobre o tema e achei que tinha q rolar um disclaimer: eu acho sim que dentro desses blogs e comunidades tem muita gente que julga. Bom, julgar todos julgamos, mas critica sem medo de ser feliz. Eu já me envolvi em arranca rabos online por conta disso. Mas eu estou lá pq quero, pq consigo balancear a informação de qualidade (muita) com a falta de noção de algumas (não sei quantificar, mas existe mesmo), assim como uma quantidade imensa de mães que tiram ótimo proveito das coisas positivas desse universo. Mas ok, a autora tem todo o direito de odiar esse ambiente. Se é isso, é só não voltar. As informações mainstream estão em todos os lados, não precisa mergulhar na blogosfera materna alternativa pra achar.

Josiane Pinheiro disse...

(...)18) Quando eu estava fazendo força no parto, um médico grande subiu em cima de mim pra empurrar a barriga. Levei um susto tão grande e senti muita dor. Eu poderia ter pedido pra ele sair de cima de mim?
19) Meu médico disse que vai agendar a cesárea porque ele vai viajar para o natal. Minha data provável de parto é dia 30 de dezembro, mas ele marcou a cesárea para o dia 10 de dezembro. Não é muito cedo?
(...)21) Minha médica disse que eu não podia ter um parto normal porque minha filha estava sentada no ultrassom de 20 semanas. Ela marcou a cesárea para quando a gestação completou 38 semanas. Durante a cesárea ela disse “ah, ela está encaixadinha! ia ser um parto lindo, que pena!”. Ela poderia ter pedido outro exame para saber se minha filha estava sentada ou se ela já tinha virado?
22) Eu precisei ir pra cesárea porque nosso obstetra disse que meu bebê tinha um cordão enrolado no pescoço. Naquele dia eu fui internada junto com outras 9 pacientes do mesmo médico e todas tinham o mesmo problema do cordão enrolado no pescoço. O que é isso?
23) Eu fiquei muito traumatizada no meu primeiro parto que foi no hospital público. Fizeram vários comentários agressivos e humilhantes. Desta vez eu tenho a esperança de que no plano de saúde eu consiga ter um parto com respeito.
24 ) Em uma das consultas no final da gestação o médico disse que eu não tinha dilatação e por isso eu precisava ir para a cesárea. Ainda faltavam algumas semanas para a data provável de parto e por isso achei esse diagnóstico muito estranho. Quando questionei isso, o médico me disse que a culpa seria minha se o bebê morresse. Me senti a pior mãe do mundo. O médico pode usar um argumento desses para me induzir a marcar a cesárea?
25) Na 10ª semana de gestação, eu tive um sangramento e fui para o hospital preocupada com a gravidez. Depois que fui admitida, me falaram que eu estava abortando e o médico ameaçou fazer uma curetagem sem anestesia “para aprender a não fazer mais isso”. Eu não provoquei o aborto, e eu já estava sofrendo muito com a perda. Esse terrorismo me pertubou muito.
26) Tenho medo de ir para o hospital, pois muitas mulheres da nossa comunidade foram vítimas de racismo no único hospital da região.
27) Depois do parto, fiquei 12 horas angustiada sem saber notícias da minha filha, sem saber se ela estava bem, sem saber onde ela estava. Quando finalmente me entregaram ela, eu soube que a rotina do hospital é deixar os bebês no berçário.
28) Durante o trabalho de parto gritei e chorei de dor. Eu estava sozinha sem meu acompanhante e estava sentindo muito medo. Umas enfermeiras disseram “se você continuar com essa gritaria, ninguém vai te atender”. Eles podem ameaçar as pacientes dessa forma?
29) Minha médica disse que prefere marcar cesárea porque não tem anestesista de plantão no hospital em que ela atende. Se precisar de anestesia durante o trabalho de parto ou precisar fazer uma cesárea de emergência, o anestesista pode demorar mais de uma hora pra chegar! Ou seja, no hospital credenciado ao meu plano de saúde, eu não posso ter um parto normal?

Josiane Pinheiro disse...

30) Depois de ler alguns livros durante o pré-natal, pedi para o médico não me cortar (episiotomia). Apesar disso, na hora que o bebê estava nascendo, ele disse “eu vou cortar” e nem deu tempo de eu fazer nada. Depois ele disse que a episiotomia é sempre necessária e me ignorou.
31) Fiquei grávida aos 16 anos. Quando fui internada, não deixaram minha mãe entrar como acompanhante, apesar de eu ser de menor de idade. Os profissionais me trataram muito mal, gritaram comigo, falaram que “na hora de fazer você soube abrir as pernas”. Menor de idade pode ficar sem acompanhante?
32) Quando entrei em trabalho de parto, meu médico estava em outra cidade e pediu para eu ir para uma maternidade que tem plantão obstétrico para fazer uma avaliação. Chegando lá, ligaram para ele e informaram que eu estava em trabalho de parto e fui internada. Quando eu estava com vontade de fazer força, a equipe dizia “Não faz força! Espera seu médico chegar!”. Obedeci. Fiquei mais de uma hora me segurando para não deixar meu bebê nascer antes do meu médico chegar.
33) Estou com 30 semanas e meu bebê está sentado. Minha médica marcou a cesárea para o dia que a gestação completa 37 semanas. Eu prefiro um parto normal, pois sei que a recuperação é mais rápida. O que posso fazer para meu bebê virar e eu conseguir ter um parto normal com a minha médica?
(...)
35) Meu trabalho de parto foi ficando mais intenso, e conversei com minha médica por telefone que me sugeriu de ir me encontrar na maternidade. Cheguei là no meio da madrugada. Mas a maternidade estava com as portas fechadas e demorou muito para alguém abrir a porta. Quando entrei ouvi várias piadinhas dos funcionários sobre a minha preferência em ter um parto normal, sobre o porquê “um bebê vai nascer em um domingo”. Achei essa maternidade particular extremamente despreparada para atender a um parto normal. Me senti um incômodo para os outros.
36) Quando fui pra maternidade, levei a Lei do Acompanhante impressa. Mas não adiantou nada, pois impediram a entrada da minha irmã, que seria minha acompanhante. Durante o pré-parto, fizeram várias chacotas comigo dizendo que eu era a “madame que se achava mais gente do que as outras” só porque exigi o meu direito. Eu não iria chamar a polícia, pois eu dependia do atendimento daquele hospital e não poderia desagradar (mais) os profissionais.
(...)
38) O hospital em que fui atendida alegou que a Lei do Acompanhante é válida apenas para o SUS.
39) Quando eu estava com quase 8 meses, meu médico disse que o bebê estava sentado e precisava marcar a cesárea. Eu disse que o bebê poderia virar até o final da gravidez, por isso me recusei a agendar. Daí, ele disse que o bebê tinha um cordão enrolado no pescoço e poderia morrer no parto. Recusei novamente, pois nenhum ultrassom mostrou cordão enrolado no pescoço. Depois ele ainda disse que eu sou muito pequena para um bebê tão grande e eu respondi que achava que iria procurar outro profissional para atender meu parto. Ele disse “Tira essa ideia de parto normal da sua cabeça, você quer matar seu filho?” Saí do consultório em prantos.
40) Liguei para o 180 para falar sobre a violência que sofri durante o meu parto. A atendente me orientou a ir reclamar com o hospital. Ou seja, para ir conversar com o meu agressor.
41) No pós-parto, fui avisada que fui cortada porque é uma rotina naquela maternidade. Todas as mulheres que estavam na enfermaria comigo tiveram esse corte. A cicatriz da episiotomia ainda dói muito, mesmo depois de 1 ano do parto. Não consigo ter relação sem dor o que está me causando um grande desgaste no meu casamento.

Roxy Carmichael disse...

eu passei a minha vida toda usando tênis. e nunca entendia essa associação da feminilidade com a obsessão por sapatos. hoje já nos 3.0 descobri que um sapato legal pode dar uma boa levantada no visual. assim como qualquer outro item. também não usava maquiagem. hoje descobri que pode ser muito lúdico brincar com luz e sombra no próprio rosto. leio blogs, revistas, procuro comprar de forma racional, o básico que preciso pra poder criar de vez em quando distintos efeitos no meu rosto. quem não curte sapatos ou maquiagem sinceramente não me ofende.
mas no caso do texto, mais do que o tenis, eu usaria o mom jeans como exemplo hahaha!
mas sério, eu acho que no texto a autora quer dizer que existem mulheres que perdem o interesse por si mesmas. pode ser tanto na hora de escolher um look (caso daquelas que por ventura já acharam isso importante, coisa que não condeno porque é uma forma de expressão da individualidade), pode ser por perder o interesse por ler um jornal (leilão do pré-sal tá rolando), um livro que não fale exclusivamente sobre maternidade e bebês, uma peça de teatro ou um filme que não sejam infantis.
sugeri esse texto porque quando se fala em autonomia se fala muito na questão financeira e eu penso que transcende e muito o dinheiro. apenas isso.
então da mesma forma que as ativistas dizem que o parto cesarea é a opção mainstream e o parto natural é a opção mais marginalizada, de forma que não seria lá muito produtivo incentivar o parto cesarea, já que esse já conta com todos os incentivos, o mesmo não poderia ser dito sobre o maternar e o paternar? incentivar o maternar não é incentivar uma prática que funciona há centenas de anos enquanto o paternar segue aí sem muito incentivo?

Anônimo disse...

Thalita, discordo de você. A solução não pode se tão simplista. O discurso ativista não corresponde a uma simples compilação de relatos pessoais. É feito pra convencer. E se é feito pra convencer, é admissível que quem discorda também se manifeste.
Particularmente, concordo em tudo com a autora.

Thalita disse...

Roxy
não tenho nenhum apreço especial pelo termo maternar (tampouco desgosto) e concordo que a falta do paternar diz muito. Sempre vou defender que os pais têm que tomar parte mais ativa na criação dos filhos, pode ter certeza, pelo bem de todos os envolvidos. Se eu disser o contrário me avisa que eu reconsidero. Ou interna de vez.

Sobre o artigo, entendi essa intenção toda, mas o parágrafo aí me deixou desconfortável.

Anônimo. Olha, entendo o que vc quer dizer. Acho q a questão é que eu não vejo como esse ativismo, nas atuais condições de temperatura e pressão, possam ser nocivos para a sociedade. Talvez pq sejam o único lugar onde encontrar certas informações, mas essas informações se confundem com as opiniões e aí sei lá...
Mas vou refletir sobre isso que vc disse e ver se chego a alguma conclusão.

Anônimo disse...

Sobre médicos atenderem à noite, como bem disse a Maria Valéria, as obstetras (maioria mulheres porque as pacientes preferem GO mulheres) também têm suas famílias e filhos. Provavelmente não querem que os filhos que já ficaram o dia todo longe da mãe, não a vejam nem de noite...

Outro ponto é o valor pago pelas consultas. Há médicos e outros profissionais da saúde que atendem que atendem à noite e encontram um nicho muito bom, mas todos que eu conheço que fazem isso só atendem particular. O preço médio de uma consulta por convênio é 50 reais bruto. Se descontar impostos e um retorno, o médico não ganha nem 20 reais por atendimento. Por esse valor, muitos acham que não vale a pena abrir mão de passar a noite com a família.

Sobre quem escolhe obstetrícia ter que estar preparado para atender urgências (inclusive partos) a qualquer hora, não concordo mesmo. Quem deve atender urgências é o plantonista.

Se não houvesse essa grande frescura das mulheres quererem ter o parto feito pelo mesmo médico que acompanha o pré-natal, o número de partos normais seria muito maior. Comparamos nossas taxas de cesariana com outros países, desenvolvidos, mas nos esquecemos que na maioria deles o parto é feito pelo plantonista, seja ele médico, enfermeira, midwive, etc.

Hoje em dia, mesmo no meio "cesarista", ninguém fala tranquila que escolheu cesárea. Sim, a maioria faz, mas mesmo assim critica, rs. E desconheço alguém ou algum lugar que fale, hoje em dia, que é melhor o aleitamento artificial, como disseram aí.

E as mães, principalmente de primeira viagem, gostam de frequentar blogs e grupos de discussão como do facebook e do babycenter para esclarecer dúvidas e trocar experiências, e nesses locais é que ocorre a militância contra a cesárea e as ofensas contra as mães que fizeram cesárea.

E não ocorre desse jeito velado de somente dizerse muito satisfeita com seu PN não. Ocorrem ofensas diretas.

Anônimo disse...

Josiane, a maioria dessas perguntas sob a forma de relato de algo que ocorreu é mentira.
NUNCA nenhum médico faria por exemplo uma curetagem sem anestesia.

Sabe o que me deixa nervosa nessa discussão PNxPC e violência obstétrica?
Sim, o PN é cientificamente melhor para a mãe e o bebê. Sim, há violência obstétrica e temos que lutar para melhorar a saúde do país (não há somente violência obstétrica, há violência nos serviços de saúde).
Mas os defensores do PN e da "humanização"do parto, ao invés de se basearem nas centenas de argumentos existentes para embasar suas posições, costumam inventar mentiras!

Por exemplo, eu tive um parto cesáreo ótimo, me recuperei muito bem, cuidei do meu filho desde o primeiro dia em casa, etc. Eu falar isso soa como uma agressão às militantes. Elas parecem não acreditar nisso e acham que eu estou falando que o PC é melhor... Em um grupo no qual participo, ficaram falando que eu estou me sentindo bem somente por enquanto, que os efeitos "tardios" da cesariana aparecem após anos, que eu vou ter dor na coluna por causa da anestesia (grande mito popular), que vou sentir dor na cicatriz quando estiver idosa, etc. E tais coisas não são reais!

Josiane Pinheiro disse...

Caro Anônimo 16:04, leia os estudos e as pesquisas, como são feitas. Não existe mentira aí. A realidade é cruel, muitas mulheres e bebês morrem por excesso de intervenções desnecessárias. Acima coloquei alguns estudos da Simone Diniz. Isso é um assunto muito sério pra haver mentiras.
Acesse estudos, dados sobre esses assuntos.
E que ótimo que vc se recuperou bem e está feliz, tranquila com a sua cesárea.
Violência obstétrica não fala de indivíduos, fala de grupos, populações. Se veres as recomendações da OMS e Ministério da Saúde e visitar uma maternidade, tenho certeza q verás que pouco do que é preconizado de fato é realizado.
Se pegares relatos de mulheres atendidas, tanto em partos quanto em cesáreas verá que existe sim muita violência. Tem um documentário também no youtube com o nome "Violência Obstétrica: A voz das Mulheres".

Ah e leia o link que postei que consta esses tópicos com as respostas. É cruel a realidade.
Mas estamos lutando para mudá-la.

Thalita disse...

Anônimo 16h04. Obrigada! Pela primeira vez alguém me disse onde acontece essa opressão por parte das "ativistas".

Só que nesses fóruns tudo o que tem é informação equivocada, né? Ninguém tem que ser responsável pelas informações que veiculam, aí vira um festival de crendice, preconceito, babaquice e tudo o mais. Nunca entendi pq os sites mantêm esse espaço. Li algumas vezes pq as buscas apontavam pra lá, mas parei, pq era só perda de tempo.

Sobre esses argumentos de violência obstétrica serem mentira, cara, acho mto forte. Mas mesmo que q eventualmente algumas mulheres tenham pesado a mão no relato por qualquer motivo (posso imaginar que elas achem que não serão levadas a sério se denunciarem "apenas" que foram xingadas durante o parto), isso não muda o fato de que a violência existe. E a discussão séria não é, mesmo, uma dicotomia entre PN x PC.

Thalita disse...

ó um relato novo sobre o assunto, bastante oportuno.

http://blogueirasfeministas.com/2013/10/o-cerebro-funciona-durante-a-gravidez-um-aviso-necessario/

Anônimo disse...

Anônimo das 15:53


Eu tambem concordo que nao precisa ser o medico do pre natal que necessariamente fará o parto, mas ( sem ser mãe ) acredito que muitas mulheres tenham receio de " cairem na mão de qualquer um" e sofrerem uma violência obstétrica, em vez de terem o parto feito pelo medico que as conhece , e em quem confiam - por isso , acabam aceitando a cesárea desnecessária..
Enfim, o sistema todo esta errado,tem que melhorar o atendimento , senao...
...
Beijos ;))

Anônimo disse...

Eu, da mesma forma. Minha cesárea foi ótima, sem dor, sem desrespeito. Minha recuperação foi absolutamente serena. Meu filho nasceu perfeito e a emoção de vê-lo foi a maior da minha vida. Duvido que simplesmente senti-lo passando pelas minhas entranhas traria uma emoção maior do que te-los em meus braços e vê-lo pela primeira vez.
Ah! E antes que digam que eu PENSO que gostei, que ainda VOU DESCOBRIR que não gostei coisa nenhuma e que terei que FAZER TERAPIA quando descobrir a culpa que sinto e omito, digo que meu pai é obstetra, e embora não tenha feito meu parto, foi a favor da cesárea. Será que ele queria o pior pra mim? Estava poupando o tempo da colega? Oh, céus, quanta teoria da conspiração!

Juba disse...

Anônimo, desculpa, mas afirmar que os relatos de violência obstétrica são todos mentirosos é como duvidar das vítimas de estupro. Eu conheço quem - fora do meio do parto humanizado - tenha passado por cesárea em que a anestesia não pegou, mesmo tendo falado claramente para o médico que não estava anestesiada. E minha mãe já passou por GO do sus e ele enfiou um espéculo já usado na vagina dela. Usado e sem lavar. Ela reclamou e ele disse que ali não tinha luxo não. E aí, vou dizer que a minha mãe estava mentindo, que nenhum médico faria isso? Para mim, é inconcebível.

Já conheci muita gente de que não gosto no meio do parto humanizado, mas mentirosos nunca conheci. Minha cesárea me arrebentou, e a segunda gestação foi de risco por conta de sequelas. E ninguém me contou que isso ia acontecer. Tive o PN também, cuidei do bebê depois dos dois nascimentos, mas a quantidade de dor envolvida nem dá pra comparar. Tenho mais 10 partos se necessário; outra cesárea não quero nunca mais :(

Se você não sentiu dor, você tem muita sorte. Muita mesmo. E não, isso não me ofende, fico feliz por você, de verdade.

Sigrid disse...

Quem frequenta sites (blogs, redes sociais) já se acostumou àquele perfil de mães radicais e intolerantes em suas opiniões:


- Fez cesárea? É desinformada.



- Não amantou exclusivamente? É preguiçosa e desnaturada.



- Não parou de trabalhar? Terceirizou o filho.

- Deu bico? É negligente. Para começo de conversa, eu acho que quem está feliz com a sua vida não tem tempo de julgar os outros. Ou seja, se tem tempo para patrulhar a maternidade alheia, não deve estar tããããão feliz assim.


E outra, não vou ficar aqui discorrendo sobre o quanto minha vida é maravilhosa nem reiterando o quanto sou feliz com as opções que fiz, porque:


- Primeiro: ninguém me perguntou (já começa por aí);


- Segundo: o que serve para mim pode não servir para outras mães (o sol não gira em torno do

meu umbigo, alouuu);


- Terceiro: tenho minha carreira, meu marido e meus 2 filhos como prioridade, não sobra nem

tempo para bradar aos 4 cantos como minhas escolhas foram as melhores;


- E, por último, mas não menos importante: NÃO HÁ ESCOLHA SEM RENÚNCIA. Então, na hora

de discorrer sobre como suas escolhas foram perfeitas, lembre-se: você só engana a si própria.


Eu noto esse perfil nas mães de bebês pequenos. Acho que com o passar do tempo vão caindo na real de que não existe mulher maravilha. Mas mesmo assim, os julgamentos continuam, ainda que de forma menos acentuada, pois o perfil taliban não desapareceu completamente!

Esse perfil materno impressiona pela arrogância e pela falta de humildade, que usam seu tempo para perseguir e hostilizar outras mães cujos comportamentos consideram “inferiores”.


Alterno entre a estupefação e o medo. Muito medo.



Vai que seja uma extremista radical islâmica em forma de mulher-bomba né???



Beijo gurias!

Anônimo disse...

Sou a anônima das 16:04.

Não disse de forma alguma que não há violência obstétrica. Acho que existe não só violência obstétrica, como existe muita violência no sistema de saúde.

Sou médica. Vejo no cotidiano MUITA coisa errada. Só um exemplo bobo, em um hospital onde eu trabalho e os pacientes esperam horas para serem atendidos, o bebedouro da "sala" de espera vive quebrado. Lá faz muito frio no inverno e não há cobertores suficientes. Se a família não levar, o paciente passa frio. Camisola é item de luxo lá... Acho isso o fim! Já soube de hospital que não fornece nem refeições para quem está na observação. E como há falta de leitos no país, pessoas ficam vários dias na observação aguardando uma vaga para internação SEM COMIDA!!! Os pacientes em geral sofrem muito nos serviços de saúde.


Eu disse que há inúmeros argumentos a favor da violência obstétrica, mas o povo "força a barra" com relatos e argumentos falsos, assim como na discussão PC X PN.


Anônimo disse...

Juba, creio ter havido imperícia médica em sua cesárea. Não conheço ninguém que tenha ficado sequelada depois de uma cesárea, a ponto de ter depois uma gravidez de risco. Isso não é a regra.

Anônimo disse...

Juba, Eu não acredito mesmo nisso da anestesia da cesárea não pegar. Não existe isso dela "falar claramente" para o médico que a anestesia não pegou não. Se não tivesse pegado, ela mexeria sem parar durante o corte (depois pergunte a ela se a cicatriz dela é toda torta), vomitaria, evacuaria e por fim desmaiaria de dor.

Os cortes sairiam todos tortos em todas as camadas e até no útero. O obstetra poderia inclusive cortar o bebê, pois fazer uma incisão cirúrgica em alguém se contorcendo, gritando, evacuando e vomitando não é fácil não... Isso seria uma tortura, e presenciada por toda uma equipe (médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, etc) conivente.

Anônimo disse...

E isso de usar espéculo usado é óbvio que é errado e deve ser denunciado.

Anônimo disse...

Anônima das 17:06, eu sou médica, também filha de médicos e com vários médicos na família. Escolhi a cesárea e fui apoiada por todos.

Minha obstetra disse atendo muitas médicas e ela disse que só fez parto normal de duas médicas, todas as outras querem cesárea. Seriam todas essas médicas enganadas pelos médicos e sem conhecimento do assunto. Eu respondo por mim: sei que estatisticamente o parto normal é melhor para mãe e filho, mas eu não quero tal parto para mim não.

Josi disse...

Então se a família de médicos apoiou a cesariana, eles colocaram vcs em risco 3x maior que o parto normal. Isso é científico, é baseado em estudos, não é coisa que ativista disse. E isso não te faz "menas mãe". Foi somente que sua família não está atualizada ou não coloca em prática o conhecimento científico. Só isso.
Como disse a Ana Cris Duarte, num país onde a saúde é levada a sério, não se faz cirurgia sem necessidade, pois isso implica em riscos, aumento de mortalidade. Não estou falando que a sua cesárea e a da Mariazinha e da Aninha foram ruins. Mas estamos falando que num grupo de 1000 mulheres, 30 morreram na cesárea, 10 no parto normal, 120 bebês nasceram prematuros, etc...
Existe uma produção constante de conhecimento científico e o que é ensinado nas faculdades de medicina nem sempre correspondem ao que é mais atualizado na Medicina Baseada em Evidências. Alguém conhece Melania Amorin? Biblioteca Cocrhane?
E vejam só, isso não é culpa nossa, das mulheres!!!!! é o sistema que está errado! Nós somos vítimas!
E gente, escolher entre um parto normal violento e horroroso ou uma cesaria pra fugir disso não é bem uma escolha. É falta dela. Isso é péssimo pra nós e nossos filhos!

Anônimo disse...

Josi, você é médica?

Anônimo disse...

Não entendo essa insistência no uso do vernáculo de modo impróprio(menas mãe)? A intenção é desqualificar aquele que supostamente faria essa colocação?

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