segunda-feira, 20 de maio de 2013

RADFEMS, TRANSFEMS, E MINHA POSIÇÃO CÔMODA

Give peace a chance

O mundo trata muito mal as mulheres, fato, mas também trata mal -– não vou dizer pior, porque não estamos em Olimpíadas da Opressão -– quem não é facilmente identificável, quem está numa categoria indefinida, quem não é "normal", com todas as aspas aí. 
Eu sou gorda, nunca pintei as unhas, não tenho orelha furada, não uso maquiagem nem salto alto, mas, apesar disso tudo, nunca tive minha identidade de gênero questionada. Ninguém nunca me chamou de homem. Já tive, sim, minha sexualidade questionada -– já me chamaram de lésbica porque, na adolescência, eu jogava futebol no meio de belos homens. E, claro, como autora de um blog feminista bastante conhecido (mas se fosse desconhecido não faria diferença), hoje sou tachada de lésbica o tempo todo. Afinal, toda feminista é lésbica, odeia homens, e já realizou inúmeros abortos. Quantas vezes por dia você ouve essa propaganda anti-feminista, que não faz sentido algum?
Embora eu nunca tenha sido “feminina”, no sentido de ser vaidosa, decorativa, maternal, obediente e submissa, nunca ninguém negou que sou mulher (logicamente que fui muito cobrada para ser feminina, não para ser mulher). Nunca tive que provar que sou mulher. Nunca ninguém ouviu minha voz no telefone e teve dúvidas sobre meu sexo biológico. E, pra mim, é óbvio que, num mundo que a gente tem que provar tanta coisa todos os dias, não ter que provar ser mulher é um privilégio. Pode não ser nada vantajoso ser mulher no nosso mundo, mas é um fato aceito. 
Portanto, eu vejo como um privilégio não ter que provar todos os dias que sou mulher. Esta é a nossa primeira e mais insistente forma de segregação. A pergunta “é menino ou menina?” (nessa ordem) é a primeira a ser feita, antes mesmo que o bebê tenha nascido. E a resposta a essa pergunta, todos os estudos mostram, determina a forma como esse bebê será tratado, desde suas horas iniciais de vida. 
A ansiedade das pessoas em classificar um ser humano é enorme. É por isso que cobrimos bebês meninas de rosa e já colocamos um brinquinho em sua orelha, um lacinho em seu cabelo em muitos casos inexistente –- pra que ninguém tenha dúvidas de que é uma menina. Ninguém vai precisar perguntar “é menino ou menina?”, e já pode partir logo pra outra etapa de interação, como “que idade elx tem?”, ou “qual seu nome?”. Sem que a pessoa saiba antes se o bebê é menino ou menina, ela não fará as outras perguntas. Saber a resposta vai determinar como aquela pessoa tratará aquele bebê.
Ah, dirão algumas pessoas, então um bebê que nasce homem tem privilégios, mesmo que, anos mais tarde, esse mesmo menino/homem perceba que não se identifica com seu sexo biológico, e queira ser mulher. É, acho que ele tem privilégios, até que dê as primeiras exibições da sua não-identificação. A partir do momento em que é visto como indefinido, vai sofrer um bocado. 
Eu tive o privilégio de ter pais liberais, que nunca me falaram o que eu devia ou não fazer por ser menina, e estudei, pelo menos nos meus primeiros anos, em escolas liberais. Talvez, vez por outra, eu tive contato com alguém que queria que eu fosse mais feminina. Mas uma coisa é se recusar a pintar as unhas; outra é, prum menino, ser considerado “menos homem”, ou não ser homem o bastante. Qualquer garoto “afeminado” vai sentir a pressão pra ser mais masculino.
E não estou nem falando dos bebês hermafroditas, termo que hoje não é considerado muito bacana, e prefere-se o termo intersexual. Imagina a ansiedade de pais, médicos, familiares, enfim, todos que cercam o bebê, para determinar a qual sexo ele pertence. É a partir dessa ansiedade que vem cirurgias mutiladoras que forçam uma definição. Esse bebê continuará sendo tratado como uma anomalia. Tudo que não se encaixa numa divisão estanque de gêneros é visto como anormal, doença. Pelo menos pelo senso comum.
Eu me lembro de uma amiga que tive na juventude, a Regina. Eu era dois anos mais velha que ela; ela era filha do zelador do primeiro prédio em que vivi em SP. Eu não fazia, nem faço, distinção por classe social, e Regina era minha amigona, vivia no meu apartamento, eu vivia no dela, jogávamos futebol juntas, brincávamos de polícia e ladrão, esconde-esconde. Tive muito convívio com ela entre meus 10 e 16 anos, por aí. 
Do Being Amy
Só que, apesar do nome tão feminino, Regina não era vista como menina. Quero dizer, ela era menina, mas as pessoas ficavam ansiosas ao seu redor. Porque ela era gordinha, ainda não tinha seios, usava cabelos curtos, encaracolados, calça comprida, não tinha voz fina. Era comum que gente sem nenhuma educação, nenhuma insensibilidade, perguntasse pruma pré-adolescente de 12, 14 anos, “você é menina ou menino?”, ou dissesse, com surpresa, “ah, você é menina!” Fora o bullying que eu não via de perto, porque não estudávamos na mesma escola (ela estudava em escola pública). Mas só o que eu acompanhava já era quase todo dia. Eu não era feminina, usava bem pouco vestido ou saia, mas ninguém duvidava que eu era menina. Regina fazia o mesmo que eu fazia, e seu sexo era posto à prova diariamente. Vai me dizer que isso não afeta uma pessoa? Regina se ressentia com isso. Muitas vezes a vi chorar e a consolei. 
Detalhe: se uma menina, que não era transexual –- ela não tinha dúvida que era menina (acho, inclusive, que ela não tinha nem dúvida que era hétero) -–, sofria tudo isso, pense no que uma criança ou adolescente realmente transexual tem que enfrentar.
Portanto, eu acredito que pessoas cis (que sempre foram identificadas pelo seu sexo biológico) tenham privilégios que pessoas trans não têm. 
Outra coisa que acredito é que uma mulher trans (um homem que "virou" mulher, só pra elucidar, porque muitxs de nós somos leigxs) é tão mulher quanto eu. Não importa se ela não fez operação, se ela tem pênis: se ela se identifica como mulher, ela é mulher, ué. Deve ser tratada pelo nome que escolher e pelo pronome feminino. Simples assim (e o mesmo respeito deve ser dado a um homem trans, ou seja, a uma mulher que "virou" homem).
Uma mulher trans tem tanto espaço no meu feminismo quanto qualquer outra mulher. Mas eu sou suspeita pra falar, porque no meu feminismo, que eu considero inclusivo, homens também têm espaço. Nunca pensei em fazer um blog só pra mulheres. Eu acredito em homens feministas, e acho ofensivo quem diz que homens só estão no feminismo pra pegar mulher. Pô, eu quero mais é que todo mundo seja feminista. E é impossível mudar o mundo sem a colaboração e o empenho dos homens.
Muitas (não todas, que eu saiba) feministas radicais pensam que o feminismo deve ser um espaço só de mulheres cis. Elas excluem não só homens, mas também pessoas trans. Uma mulher trans, pra muitas radfems, segue sendo homem porque nasceu com o par de cromossomos XY. Não interessa se esse ser com cromossomos XY se identifica como mulher: para muitas radfems, ela não tem lugar no feminismo delas.
Com pensamentos assim, não é de espantar que radfems venham brigando com transfeministas faz tempo, principalmente nos EUA. Ontem me chegaram dois emails de meninas jovens preocupadas com o crescimento do feminismo radical no Brasil. Uma delas, a Brunna, de apenas 14 anos, escreveu um texto muito bom sobre as regras de um grupo radfem fechado, que levou para um outro post, este de um humanista. Reproduzo aqui essas regras (clique para ampliar; não sei quem fez os comentários em vermelho). 

Agressivo e absurdo. É preocupante que um blog radfem diga, com todas as letras, "O feminismo radical tem posicionamentos transfóbicos", e ache que tudo bem ter esses posicionamentos (a autora diz que descontextualizei sua fala). Não é assim que as radfems sairão dos grupinhos fechados. Mas nem sei se elas querem sair. Suponho que o feminismo radical esteja crescendo no Brasil, porque semana passada fiquei sabendo de dois blogs que eu nunca tinha ouvido falar.
Em 5,5 anos de blog, sabe quanto contato eu tive com radfems? Quase zero. Apenas num post chamado "Para quem não gosta, todo feminismo é radical", surgiram algumas poucas radfems nos comentários justificando o ódio aos homens. Depois, ou antes, não lembro, toda vez que algum incauto me acusava de ser feminista radical, alguma leitora vinha dizer, "A Lola, feminista radical? Ahaahuahauahau". Porque, né, de fato eu não sou. Aliás, não sei praticamente nada de feminismo radical.
Mas só pra citar um exemplo de como as radfems são um grupo minúsculo: em maio do ano passado, haveria um debate sobre pornografia feminista em SP. Uma das organizadoras do debate entrou em contato comigo porque precisava de alguma feminista anti-porn pra participar, já que todas que iriam participar eram pró-porn. Eu mandei emails pra algumas pessoas e grupos, deixei mensagens no Twitter e no blog, e ninguém se habilitou. Radfems são anti-porn, sabe? Nenhuma apareceu. Eu acho, sinceramente, que a influência de um grupo que mal aparece é bem insignificante.
Mas também acho que elas têm o direito de existir. Não é o meu tipo de feminismo, assim como as reações de algumas transfems me soam extremamente agressivas (die cis scum, por exemplo, morra escória cis, é um insulto que presta um enorme desserviço à qualquer causa, ainda mais uma que se alinha aos direitos humanos). 
Discordo de vários pontos de algumas transfems. Encher de termos cis (um termo, inclusive, que não é consenso nem entre os próprios grupos trans) um blog não especializado em transfeminismo não é algo que eu queira fazer. Banir autoras feministas importantes porque elas alguma vez falaram algo errado, acusar de transfóbica qualquer pessoa que discorda de alguma coisa trans, difamar indivíduos, discutir se a palavra trans deve ou não ter asterisco, insistir que blogs feministas falem de pessoas trans sempre que falam em gravidez, aborto, maternidade, ou menstruação -- são características de algumas transfeministas que não me agradam. No entanto, considero o transfeminismo importantíssimo para os feminismos, por trazer novas discussões sobre gênero.
Pois é, feminismos. No plural. Somos um movimento plural. Gostaria que feministas nos centrássemos no que nos une, não no que nos separa. Gostaria que não houvesse ódio entre os feminismos. Mas sei que estou falando de uma posição privilegiada e cômoda de feminismo mainstream, que já é bastante aceito na sociedade. E olha só, se a reação a este feminismo já é tão virulenta, imagina o que os feminismos minoritários não têm que enfrentar... Pior ainda é quando essa virulência vem de nós mesmxs, feministas.

260 comentários:

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Danielle Costa disse...

Texto maravilhoso e esclarecedor, Lolinha! Muito obrigada por responder o meu email e por ter dedicado um tempinho para postar sobre o assunto! <3

Unknown disse...

Ai, ai, Lolinha. Minha admiração por ti só aumenta cada dia mais. Concordo totalmente contigo e mais uma vez obrigado por atender meu pedido em se manifestar sobre o assunto. Ajuda bastante, abraços =*

Ana Carolina disse...

Pra mim, o texto se resume na primeira frase: não estamos numa olimpíada de discriminação em que quem sofre mais é campeão - estamos todxs no mesmo barco (sim, NEM SE COMPARA minha realidade de mulher branca de um centro urbano do sudeste com outras realidades, mas ainda assim não aceito ser deslegitimada por ter alguns privilégios. Não vou querer ter protagonismo sobre questão negra, lésbica, trans, porque não é algo que sinto na pele, mas acho que posso ter empatia e colaborar com a luta de outras mulheres).

Outra pontuação que você fez e que gosto muito de fazer: de usar o termo "pessoas" quando se trata de aborto, por exemplo. Apesar de saber que um homem trans pode, em tese, precisar de um aborto, gosto muito de ressaltar o MULHERES para colocar os pingos nos is: é uma questão de gênero e de violência de gênero. Para deixar claro quem está morrendo e por quê.

Meu comentário não tá muito coerente, mas sei lá, queria contribuir de alguma forma.

Åsa disse...

Também sou feminista inclusiva, E adorei o teu post de hoje.
Beijão!

Mirella disse...

Tenho uma dúvida muito grande em relação aos termos guarda-chuvas e o uso de @ e x nos lugares de artigos definidos.

Ok, estamos na internet. Podemos substituir qualquer gênero das palavras, pois aqui as coisas são escritas.
A Lola já comentou, uma vez, que alguém com deficiência visual (se não me engano), reclamou do uso de @ no meio das palavras, pois usava um programa de leitura e o símbolo deixava a palavra ilegível. Daí ela passou a usar o X.

Então, como funciona essa inclusão "na vida real"? Como é que falamos "xs leigxs" numa palestra, aula, no dia-a-dia? Como é possível trazer oralidade à expressão trans* (com o asterisco guarda-chuva)?
É sério. Como isso é falado? Desculpe a ignorância, mas não achei no google nada a respeito.
Se tais expressões são inclusivas, acho necessário haver a inclusão no cotidiano, e não só nos meios on line. Acredito que as pessoas já devam estar fazendo isso, apenas não sei como. Pq para mim não faz sentido escrever textos inclusivos e não passar isso para o discurso literal.

Por exemplo, em termos gerais tento substituir as palavras com gênero para "pessoa", e aí a frase fica no feminino, sendo um contraponto para o masculino predominante. Ou então digo "quem sofre, quem diz, quem etc", pois é neutro também.

Bom, basicamente é isso. Não levo a sério pessoas que dizem "morra escória cis", nem vejo tanta diferença entre as radfems citadas, apesar de terem posicionamentos que batem de frente.

Anônimo disse...

Obrigada Lola, as coisas estão horriveis no facebook. Sempre me senti bem no meio feminista e desde q as radfems ficaram mais ativas nas comunidades sou agredida e tenho minha carteirinha confiscada o tempo todo.

Anônimo disse...

Olá Lola

Li o texto do tal rapaz dito humanista e fiquei bastante incomodada com algumas questões:

1º Questionar o fato de o movimento feminista ser protagonizado por mulheres é igual a questionar o fato de o movimento negro ser protagonizado por negros, ou seja, um absurdo total. Os homens encabeçam todos os outros movimentos sociais que conhecemos (inclusive o humanismo), então por que tentar tomar das mulheres o único papel de protagonista que elas têm?

2º Lolinha, você conhece muito bem o que é mansplaining, releia o texto do rapaz e diga se não consegue identificar tal problema em alguns parágrafos.

3º O autor trata os traumas que muitas mulheres têm de maneira leviana, dizendo que elas devem procurar tratamento e superar isso. E quem já passou por uma situação de violência, por uma situação de abuso, sabe que não é bem assim; Não se pode dizer a uma mulher: você foi estuprada por um homem, não pode ter medo dos outros, procure tratamento e supere isso.

4º O autor ignora que não existe espaço seguro. Conheço 'n' casos de assédios, agressões, abusos e estupros que ocorreram dentro de grupos feministas e humanistas. Conheço 'n' casos de homens que se diziam feministas e se infiltraram em grupos para cometer todo tipo de atrocidade com mulheres próximas. Nem todos os homens aliados estão no movimento com segundas intenções, mas ninguém pode nos culpar por ter receio, ainda mais quando já experienciamos tais comportamentos dentro de grupos ditos seguros.

No mais, concordo plenamente com você, pessoas trans devem ser acolhidas pelo movimento feminista (além de espaços que visam exclusivamente a causa trans -que é sim urgente-), pessoas trans merecem respeito, merecem visibilidade.

Abraço.

Bruna

Anônimo disse...

Lola, muito com o texto. Também sou feminista inclusiva, e quero incluir homens, não só trans quanto cis. Mas o fato é que têm ocorrido alguns casos de assédio e abuso dentro do feminismo, como não é incomum. Algumas destas pessoas têm sido excluídas, porque não duvidamos de vítimas. E alguns homens cis têm se aproveitado disso para insinuar que precisam de protagonismo, ou mesmo para dizer que estas coisa são perseguições. Eu não digo que todo homem feminista está lá para pegar mulher, lógico que não. Mas isso infelizmente existe. Quem distorce esta realidade também a faz de cima de um privilégio, e duvida das palavras das meninas que sofrem de abuso e assédio no meio feminista. Nunca vi ninguém dizendo que todos os homens entram no feminismo para pegar mulher, mas vi gente reclamando de alguns. E isso é um fato.

Anônimo disse...

Prezada Lola,
Sou a Mary Wuornos e acho importante frisar que você descontextualizou minha frase. Não disse que "o feminismo radical tem posicionamento transfóbico" como quem diz que é condição sine qua non do movimento ou menos ainda que é algo acima de críticas. O parágrafo fala justamente que discordo desse posicionamento e que ele não é representativo do feminismo radical.
Peço que, em nome da honestidade do debate, corrija suas palavras.
Abraços,
Mary Wuornos

Usagi disse...

Lola, gostei muito desse seu post! Só gostaria de fazer uma ressalva: Não acredito que devamos permitir que grupos que pregam ódio abertamente (contra homens ou pessoas trans) saia por aí intitulando-se feministas. Se esse comportamento persistir, devemos iniciar uma forte campanha de conscientização de que radfem não é feminismo. Ok, já sei o que vão dizer: misandria não existe, homens não morrem por serem homens e blá. Mas permitir que esses grupos saiam pregando ódio por aí é abrir espaço para que um dia ela possa existir. Esses dias encontrei uma página de facebook - que supus ter sido feita por uma radfem - chamada "Misandry is love" e vi que várias amigas minhas tinham curtido ela. Não achei legal. Pra falar a verdade achei de extremo mau gosto. Misoginia não é piada e misandria também não!

Anônimo disse...

Lola,

Se você não acha que as Radfems, principalmente as Radfems Lésbicas tem motivos válidos (e bastante) de estarem preocupadíssimas com seus espaços estarem sendo violados, por favor, pesquise sobre o "teto de algodão" (cotton ceiling, que é direcionado APENAS A MULHERES LÉSBICAS E NÃO A HOMENS GAYS), apagamento lésbico, cultura de estupro viva e muito bem no meio dos "L", e ameaças de estupro e pancada e trans-ativistas se unindo a MRAs pra impedir Radfems de terem seus espaços como o Michfest e Radfem2013.

Você pode não concordar com a política dessas mulheres, mas concordar com SILENCIÁ-LAS não é exatamente muito producente. Ou feminista.

E silenciando-as, você silencia Andrea Dworkin, a própria Simone, Lierre Keith, Germaine Greer, Sheila Jeffreys e várias ativistas Lésbicas.

Radfems tem lutado e muito contra tráfico de mulheres, mulheres lutando para obter VAWA, contra FGM, tráfico infantil, estupro e prostituição infantil forçada, tráfico pra pornografia forçada ou coerciva, entre outros.

recomendo algumas obras pra você em radfem.org de autoras feministas consagradas, são livros grátis. Autoras de todos os tipos e ícones da Segunda Onda (sem a qual, o feminismo liberal não existiria...)

Um abraço e espero que leia um pouco sobre e reconsidere algumas coisas que escreveu,

HvP.

Anônimo disse...

Só posso dizer que se esta parte de "homem feminista pra pegar mulher" tiver se baseado num texto de um homem que anda reclamando disso, só posso dizer que não consigo entender porque um homem verdadeiramente feminista demonstraria tanta preocupação com o fato de que algumas meninas têm denunciado assédio nesses espaços... porque a preocupação será? Ninguém andou excluindo homens feministas, andaram excluindo assediadores.

lola aronovich disse...

Mary, não foi isso que entendi da sua fala. Mas, justamente pra não descontextualizar o que vc disse, incluí o link pro seu post. Assim quem quiser pode ler o que vc escreveu, e interpretar como quiser. Agora incluí também um link pro seu comentário.


Bruna, também fiquei incomodada com o texto do rapaz em alguns pontos. Mas o que eu entendi não é que ele questiona que digamos que homens não podem ter protagonismo no feminismo (e eu acho que não podem mesmo, porque seria como se eu, hétero, quisesse liderar um grupo LGBT, ou se eu, branca, quisesse liderar um grupo negro), e sim que seja necessário qualquer tipo de protagonismo no feminismo.
Gostaria de poder participar da discussão, mas preciso sair daqui a pouquíssimo pra dar aulas.

Maíra disse...

Radfem parece ser o feminino de mascu troll... Esse feminismo ditatorial não me representa.

Julia disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Exatamente, Lola.
Meu problema não é com mulheres e homens trans (até mesmo porque elxs sempre foram minhas(meus) aliadxs, companheirxs de luta), meu problema é com um homem cis, privilegiado a vida toda, querendo dizer qual feminismo é válido ou não. Homens cis são bem-vindos como aliados na luta contra a misoginia e o machismo, mas eles precisam entender que nós precisamos ter mais voz do que eles dentro do único movimento que nos pertence.

Abraço.
Bruna

Usagi disse...

Aliás, já que falaram sobre mansplaining e protagonismo por aqui, tem algumas coisas que estão entaladas na minha garganta já há algum tempo e queria comentá-las aqui. Primeiro, o texto do Tomás fala de problemas REAIS que o feminismo tem, mas, por algum motivo, as pessoas preferiram ignorar tudo o que ele disse de interessante e focar suas críticas no fato dele ser homem - porque na cabeça delas, isso automaticamente invalida todas as opiniões que ele possa vir a ter sobre feminismo. A expressão "mansplaining" tem sido amplamente empregada toda vez que um homem faz uma crítica ao movimento (seja ela válida ou não, seja o homem feminista ou não, esteja ele querendo ajudar o movimento ou não)e o debate saudável tem sido deixado de lado. Sinceramente, galera, isso não é feminismo inclusivo! O feminismo inclusivo que eu acredito não possui protagonistas. O feminismo inclusivo que eu acredito não é vingativo e não visa a criação de espaços exclusivamente femininos só porque o contrário (espaços exclusivamente masculinos) existe e é maioria. O nosso objetivo deve ser inverter essa situação e não agravá-la mais! E ok, admito que existem "frutas podres" em meio aos homens que estão dentro do movimento feminista, mas será que por causa delas deveríamos desconfiar de todo homem que - revogando e admitindo seus privilégios - está disposto a nos apoiar e construir esse movimento conosco? Se realmente acreditamos que a nossa luta pode mudar os padrões de comportamento da sociedade, então também devemos acreditar que o homem nascido no patriarcado pode deixar de exercer a posição de opressor e lutar ao nosso lado. (não queria que rimasse, mas tô com preguiça de reescrever)

Anônimo disse...

Além das reclamações sobre supostas "perseguições" das mulheres contra abusadores do feminismo, também acho curioso demais um texto que critique toda a segunda onda, TODAS as obras escritas naquele riquissimo período, partindo de alguém que claramente não leu nenhuma. E que inclusive, manda um delicado FODA-SE para quem achar que não é legal pedir protagonismo no feminismo. E esta atitude do foda-se foi exatamente a que receberam feministas tentando dialogar sobre as partes problemáticas do texto. Bjo, Lola.

Ana Claudia disse...

Adorei o post! Foi super elucidativo, pelo menos para mim, que sempre fiquei meio perdida com todos esses termos de cis, trans, etc, etc. Agora vou fazer uma pergunta ignorante: porque colocar o asterisco depois do termo trans?

Anônimo disse...

Espero então, Lola, que você compreenda que este texto surgiu após várias alegações de abuso, assédio, agressões verbais e físicas partindo de homens feministas, que inclusive têm espaços e páginas feministas. Estas alegações têm se tornado públicas recentemente, e muitas vezes vazadas de espaços seguros. Sabemos que o autor tomou conhecimento de alguns desses casos recentemente. Partindo deste contexto, veja como é possível ler os seguintes trechos:

"Vejo a discussão degenerando a ponto de mulheres acusarem praticamente todos os homens feministas de se declararem feministas só para conseguir mulheres" - Aos olhos das meninas que têm acusado certos homens feministas de abuso, soa muito como como um desmerecimento de suas alegações.

"Sinceramente, é assim que se trata um apoiador? Não falo isso do ponto de vista de um homem ofendido." - Não é preciso nem elaborar sobre isso, já que é óbvio.

"Este ponto vai ser bastante complicado por eu ser homem e tem grandes chances de soar como uma tentativa de me agarrar aos privilégios com os quais eu nasci. Me esforço para evitar tal desfecho, mas se mesmo assim esse for o caso, sinceramente, FODA-SE." - que legal, não há nada de problemático com um homem mandando um calaboca pras possíveis críticas das colegas feministas, e ainda fechando com um belo foda-se.

"Tenho visto casos onde se defende que a opinião de uma mulher SEMPRE é mais importante que a de um homem dentro do feminismo. Isso me preocupa bastante" - Sem palavras.

Unknown disse...

(eu quase nunca comento aqui, mas leio seu blog todo dia)
Excelente texto, Lola! Um dos melhores que já li. Sei que isso é clichê, mas acho também que o feminismo precisa ser mais aberto para pessoas negras e indígenas (pelo menos aqui na minha cidade, a marcha das vadias era 90% mulheres brancas), e aceitar melhor as diferenças religiosas e culturais. Acho que se conseguirmos isso, o movimento será muito mais bem sucedido.

Anônimo disse...

Lola, você acha realmente que excluir de espaços homens que têm se aproveitado de sua posição como homens cis para:
- fazer constantes investidas e assédios sexuais
- calar a boca, agressivamente muitas vezes com insultos misóginos de meninas
Quando a parte do texto pergunta "é assim que tratam um homem apoiador?" me parece ter a ver com esses episódios recentesm ou mesmo dizendo que as mulheres não têm direito a temer ou ter qualquer tipo de desconfiança? Isso me soa como má fé ou ingenuidade demais.

Anônimo disse...

vc mesma diz que a menina cis sofreu discriminaçao e depois diz que ela é privilegiada por nao ter que provar que é menina. ALO, INCOERENCIA

Anônimo disse...

vc endossa esse texto do HOMEM "humanista" mandando radfem, MULHERES, calarem a boca no feminismo, um movimento que pertence às mulheres? sabia que esse cara faz parte da turminha que te chama de gorda no twitter, lola? ele é um dos seus haters mais fieis

Anônimo disse...

"Eu tive o privilégio de ter pais liberais, que nunca me falaram o que eu devia ou não fazer por ser menina"

exato, VOCÊ teve esse PRIVILÉGIO. mulheres cis geralmente NÃO TEM esse privilégio.

Anônimo disse...

"O feminismo inclusivo que eu acredito não possui protagonistas."

Sério, Usagi?
Então se isso serve para o movimento feminista, serve para todos os outros. Espero que você aja de maneira coerente e vá dizer aos homossexuais, às lésbicas, aos transexuais e aos travestis que o movimento LGBTT não precisa te-los como protagonistas, que ele pode ser protagonizado por um hétero, e aos negros que o movimento negro pode ser protagonizado por um branco.

Bem legal isso, querer tirar das mulheres cis e trans o único movimento que lhes pertence.

Sabe para o que isso dá abertura? Para um monte de gente duvidando da vítima de uma agressão dentro do movimento (porque mulheres não são mais protagonistas, não são mais as vítimas e oprimidas, os homens cis também são), como ocorreu no caso da Marcha das Vadias de Guarapuava.

Bruna.

Anônimo disse...

nenhuma se manifestou pq radfem estão cansadas de serem linchadas por feministas, lola. se vc quisesse, teria entrado em contato com as mulheres da marcha mundial, elas são antiporn

Anônimo disse...

agora vao usar o seu aval, com esse post, para dizer que mulheres devem calar a boca dentro de grupos feministas. pq isso ja virou pratica recorrente no facebook, voce nao sabe pq nao esta la. homens questionam a palavra de mulheres, roubam o protagonismo, viram moderadores dos grupos (em outras palavras, poder de censura e banimento de outras mulheres)

Anônimo disse...

Bom dia, Lola!

Essas garotas desses blogs que você postou usam pseudônimos por um motivo: por estarem recebendo ameaças violentas.

Eu recebo várias, diariamente, mas eu moro em outro país, eu, apesar de ter vivido anos no Brasil, não sou Brasileira, e faço meu ativismo aqui, na companhia de, entre outras pessoas, das tão "horríveis" Cathy Brennan e Lierre Keith - lésbicas, feministas Radicais, e que subscrevem e fazem - e muito - por mulheres. Tenho o privilégio de morar em um lugar onde a Lei me protege de homens violentos que me mandam ameaças virtuais. No Brasil isso infelizmente, apesar de existir, não é reforçado.

Depois de hoje, eu não quero imaginar o que vai acontecer com essas garotas.

Eu gostaria de salientar uma coisa - eu recebo ameaças de estupro, ameaças de morte, ameaças de espancamento, quase que diariamente. Eu tenho como provar. Essas mulheres que citei acima, receberam até ameaças de morte dirigidas A SEUS FILHOS. Eu fui vítima de violência doméstica e estupro. Meus documentos e meu caso é disponível online pra qualquer um que conheça meu nome completo e possua google. Minha história como imigrante Americana foi conquistada como battered & abused (violence against women act). Eu tenho DIREITO de não querer me relacionar com homens. Eu tenho DIREITO de ter meu trauma reconhecido. Eu tenho DIREITO do meu PTSD ser reconhecido e de me relacionar com quem eu quiser. Cotton ceiling é cultura de estupro. Quem está protegendo as Lésbicas?

Colocar essas mulheres desses blogs (e eu estou incluída - os posts em inglês do não sou cis são de minha autoria - eu sou bióloga molecular [geneticista] e acadêmica de medicina) em evidência é colocá-las em risco.

Nós não somos pessoas públicas. Nós não somos a Sara Winter. Nós não somos o Femem Brazil com Z. Nós fazemos nosso ativismo praticamente 100% FORA da internet, e quase inteiramente dentro do mundo acadêmico e quando não, no mundo não feminista-mainstream; porque atualmente, se você não subscreve a Teoria Queer de Gêneros, a Butler e a pós Modernismo, você não tem chance ou voz ou Direito de ser ouvida. Nem sendo reencarnação de Andrea Dworkin.

Nem sendo a própria Germaine Greer. Aliás, ela mesma já foi atacada fisicamente. E é idosa.

Nossa política é ampla. Nós merecemos ser ouvidas também. Nossas vozes são tão válidas quanto as de todas outras mulheres; porque apesar de não concordarmos ou subscrevermos com sex positive ou porn positive ou queer theory ou gender theory (porque somos abolicionistas de gênero, e não porque odiamos quem seja) nós NUNCA impediremos QUALQUER mulher de falar o que for sobre qualquer posicionamento.


Respeito muito você como pessoa acima de tudo, e gostaria que você ofecesse a mesma cortesia com essas mulheres, que são, em sua maioria, acadêmicas jovens, lésbicas ou bisexuais, algumas que lutam por mulheres marginalizadas e contra prostituição e pornografia por outro entendimento (não é crime discordar, e eu até aconselho uma leitura: Big Porn, Inc), e muitas que sofreram traumas violentos e que agora vão ser traumatizadas em triplo por terem sido expostas como "agressoras" quando o que estão fazendo é lutarem por espaços pra conversar sobre problemas de mulheres que não interseccionam com outras mulheres. Podemos conversar sobre a "classe" oprimida mulher, sobre mutilação genital, sobre tráfico de meninas, sobre estupro como ritual, sobre menstruação, sobre infanticídio de meninas, sobre PTSD entre lésbicas, sobre abolicionismo de gênero, sobre necessidade de espaços exclusivos entre nós? Sobre a violência da pornografia?

Temos que pedir permissão pra homens, incluí-los? Temos que pedir permissão pra existir?

Um abraço, e fica aqui registrada minha admiração ao que você sempre fez a introduzir feminismo a garotas jovens do Brasil.

Tatiana Lebedeva.

Anônimo disse...

(vou postar anonimamente por motivos que, para quem conhece o histórico das radfems (ou TERFs, trans-exclusionary radical feminists, um termo que eu prefiro), é bem óbvio - elas têm experiência em stalkear pessoas de que discordam e tornar públicos seus assuntos privados.)

lola, desde que conheci o feminismo, seu blog tem sido uma referência pra mim. sempre quis ter a oportunidade de pedir um autógrafo seu. muitas das minhas ideias e posições sobre o feminismo foram influenciadas por coisas que li aqui. e, na minha cruzada quixotesca de tentar "converter" ao feminismo o maior número possível de amigxs, seu blog é sempre um dos primeiros links que passo.

isto posto, eu preciso dizer que a ideia por trás desse post me incomodou muito. eu sou uma pessoa queer muito passável por cis, e, embora isso me permita desfrutar de inúmeros privilégios, também serve para tornar completamente invisível a minha luta. as pessoas sequer têm noção que estão me ofendendo com seus comentários. eu só posso viver o meu gênero plenamente nos finais de semana e na companhia de pessoas em quem eu confio. fora isso, eu vivo uma farsa constante, que, por motivos sociais e profissionais, não posso me dar ao luxo de abrir mão.

acho importantíssimo que você reconheça a existência da opressão cis, especialmente no contexto do "feminismo de internet" atual, em que as pessoas sob o guarda-chuva trans* estão sob fogo "amigo" das TERFs - que nos acusam de "passear entre gêneros" e de sermos "privilegiados" por poder "escolher" nosso gênero (é tão "escolha" quanto orientação sexual). por pessoas que proferem despautérios como "ser queer é ser anti-mulher". como se não bastasse sermos marginalizadxs pelo status quo, agora precisamos ser marginalizadxs até mesmo pelos movimentos sociais que lutam contra ele.

por tudo isso, e sem deixar de reconhecer o ponto positivo do seu post, eu preciso me manifestar contra a ideia de que as TERFs "têm o direito de existir" - e aqui, eu estou evidentemente falando sobre o direito de existir enquanto movimento isento de críticas e acima de qualquer suspeita, é óbvio (ou deveria ser) que não prego nenhum tipo de violência, seja moral ou física, contra ninguém.

se uma ala do movimento negro no brasil fosse abertamente machista, você defenderia esse direito de existir deles? se um parte do movimento lgbt* fosse abertamente pela exclusão de cadeirantes dos seus eventos, você questionaria a reação dos oprimidos frente à violência do opressor? se (como acontece) e, em um texto sobre "feminismo 101", você diria coisas como "as mulheres têm o direito à autonomia sobre seus corpos (serem 'vagabundas', para xs leigxs)"? eu tenho certeza que não.

é por isso que esse texto me incomodou tanto. dizer que uma mulher trans* "nasceu homem", mesmo que para ajudar a compreensão dxs leigxs, ainda é uma violência, mesmo que cometida com a melhor das intenções. e defender o "direito à existência" de um grupo que parece mais preocupado em lutar contra as mulheres trans* no feminismo do que contra o patriarcado/quiriarcado é algo extremamente perigoso. vale mesmo a pena jogar na lata do lixo a interseccionalidade para reconhecer apenas a opressão de um grupo, como as TERFs fazem? vale pisar no movimento negro, trans* e dizer que apenas a opressão de gênero (binária) existe?

(continua)

Anônimo disse...

outra coisa, lola. voce é gorda hoje. mas quando jovem vc era branca, de olhos azuis, magra (vc diz que era gorda, mas em todas as suas fotos vc está magra), entao pense que as suas palavras tinham muito mais abertura do que mulheres excluidas, mulheres negras e gordas, como eu, que sao ridicularizadas o tempo todo a ponto de desenvolver fobia social. eu realmente nao entendo como vc nao tem um pingo de empatia por outras mulheres e endossa esse texto horroroso desse cara que te odeia.

Alice disse...

Eu não fazia ideia que existia feminismo radical, pra mim é novidade.
Acho que é bem óbvio pra qualquer um que pessoas transgênero sofrem muito mais preconceito que os CIS. Onde uma pessoa dessas arruma emprego? Raramente consegue algo fora do ramo da prostituição. E quando consegue não raras vezes é demitida se descobrem sua situação. É triste demais.

Não sei se cabe a pergunta aqui, mas uma coisa que me intriga um pouco, sobre a situação transgênero, é que nós feministas defendemos que gênero não é uma coisa natural, é apreendido. Não existe em essência coisas de mulher e de homem.
O que seria biológico/social seria a inclinação sexual ( homo ou hétero ou bi). Então eu fico pensando, como as pessoas transgênero dizem sentir ter o cérebro "feminino" ou "masculino"?
Afinal essa diferença existe ou não?
Minha conclusão é que precisamos estudar mais. Quase tudo nesse tema é especulação.

Anônimo disse...

(continuação)

sabe, eu sou super a favor de nos concentrarmos naquilo que nos une, mas fica difícil fazer isso sendo acusadx de ser "anti-mulher". fica difícil fazer isso tendo minha luta constantemente deslegitimada por esse grupo. fica ainda mais difícil quando, mesmo sendo nós as vítimas da opressão, temos que ouvir que precisamos "dar as mãos e lutar juntos" - você conhece esse discurso, lola, e ele geralmente vem da boca do patriarcado.

então, como grande fã, lola, faço um apelo: por favor, reconheça o que está acontecendo de verdade. não confunda a resistência dos oprimidos com a violência dos opressores. e ajude xs feministas que lutam por justiça social de verdade a reconhecer que as TERFs são um grupo muito mais interessado em odiar pessoas trans* do que qualquer outra coisa.

obrigadx.

june_miller disse...

Texto esclarecedor Lola. Mas, só lembrando, mulheres trans não são sinônimos de feministas, assim como uma mulher não é ser sinônimo de feminista. Já testemunhei muita misoginia assustadora vindo de mulheres trans. É engano achar que toda mulhere trans, assim como toda mulher, é uma aliada do feminismo.

Marina P disse...

"Pois é, feminismos. No plural. Somos um movimento plural. Gostaria que feministas nos centrássemos no que nos une, não no que nos separa. Gostaria que não houvesse ódio entre os feminismos. Mas sei que estou falando de uma posição privilegiada e cômoda de feminismo mainstream, que já é bastante aceito na sociedade. E olha só, se a reação a este feminismo já é tão virulenta, imagina o que os feminismos minoritários não têm que enfrentar... Pior ainda é quando essa virulência vem de nós mesmxs, feministas."

Lola, pelos meus comentários você deve saber que eu sou a favor disso: dxs feministas de diferentes vertentes conseguirem (ou pelo menos tentarem) dialogar e debater, pois é através dos debates que o movimento cresce e ganha força. Eu acho que o feminismo aguenta o tranco e parto do princípio de que, se alguma coisa não pode ser questionada, ela mais oprime do que liberta e, para mim, feminismo tem muito a ver com liberdade. Precisamos desenvolver a capacidade de lidar com a alteridade, senão o feminismo ganha ares de movimento criado somente para xs eleitxs e aí as pessoas passam a discutir e fazer feminismo somente dentro de grupinhos que pensam da mesma forma - o que acontece bastante, né?.

Esse finalzinho do parágrafo explicitou que o meu posicionamento funciona só até um determinado ponto e ainda estou tentando resolver isso na minha cabeça, achar uma forma de lidar, sei lá... Há muitos posicionamentos pessoais meus que têm falhas, sabe? Eles têm limitese inconsistências... Quando a gente debateu sobre os trotes nas universidades e muitas pessoas falaram sobre como a escolha das mulheres de participar deve ser questionada levando em conta que foram criadas num contexto patriacal que muitas vezes as impede de "ler" aquela situação de forma crítica, eu achei interessante (é a posição mais parecida com a minha). Aí, vieram muitas pessoas dizendo que, se a gente não acredita que a mulher é capaz de questionar tudo isso e ainda assim escolher participar dum trote misógino, estamos dizendo que ela é incapaz de fazer uma escolha real. E, sabe, isso tudo me faz pensar muito, viu? E às vezes a minha forma de pensar fica no meio do caminho e eu tento levar em conta os diferentes fatores que podem pesar nessas situações. Não sei se isso é bom ou ruim , talvez eu acabe sendo conciliadora demais e me perca nessa coisa de tentar levar em conta todos os lados de uma questão... Ou talvez essa seja justamente uma das maiores contibuições que posso trazer quando venho aqui debater com você e com xs leitorxs.

O que eu aprendi, trocando ideias aqui, repensando minhas posições, percebendo que minha forma de pensar tem limites ou que é um sistema lógico incompleto, é que poder fazer isso, poder viver esse processo, isso já é tranformador e melhora o mundo. Te agradeço sempre por ter criado esse espaço em que a gente fala sobre feminismo mas também aprende a lidar com todas essas contradições. O interessante é que, mesmo tendo posicionamentos bem distintos, muitas pessoas vêm aqui, conversam, dizem o que pensam e retornam. E tem dias em que a gente bate de frente e outros em que concordamos. Há de sair algo bom disso, eu acho.

Continua...

Marina P disse...

Continuação...

Então, Lola, eu torço para que feministas de todos os tipos venham comentar aqui e adoro quando o debate nos comentários cresce e se desenvolve bastante. Gostaria de ver rafems, transfems, cis, enfim, a turma toda por aqui, dizendo o que pensa. Sempre que isso acontece começamos a discutir (novamente) o que é o feminismo, pra que ele serve, o que nele é universal, o que não tem nada a ver com ele, etc. Por incrível que pareça, até a participação eventual de mascu trolls aqui nos comentários eu acho interessante porque foi rebatendo os comentários deles que muitos leitores conseguiram expor de forma tão clara sua posição e me ajudaram a entender uma série de coisas. Então, se vier alguém aqui fazer discurso preconceituoso, até isso a gente responde, né? Logo, acho ótimo que ninguém seja silenciado, que todo mundo possa dizer coisas polêmicas, a não ser naquelas situações claras de abuso (que eu sei que acontecem com certa frequência, infelizmente).

Anônimo disse...

"insistir que blogs feministas falem de pessoas trans sempre que falam em gravidez, aborto, maternidade, ou menstruação -- são características de algumas transfeministas que não me agradam."

Mas isso não faz o menor sentido... essas questões só dizem respeito às mulheres nascidas mulheres (exceção à maternidade, já que é possível adotar). Não culpem o feminismo e sim a natureza, oras.

Anônimo disse...

regina era oprimida por ser uma mulher não-atraente, COMO isso prova que existe privilégio cis?

Anônimo disse...

Radfem não é uma vertente que me atrai, assim de cara, mas o feminismo de terceira onda já deu, pra algumas de nós. É legal pra entrar e entender, mas depois de um tempo fica raso. As feministas de terceira onda do formspring debandaram em massa para o radfem. Estou vendo antigos desafetos dessa rede social criando essa discussão por algo que me cheira a vingancinha. Mas não importa, é oportuno, pois o radfem cresceu e veio pra ficar.

Embora não concorde com alguns pontos, não posso deixar de admirar pessoas que estudam e não tem o tumblr como referência bibliográfica.

Anônimo disse...

sabe pq precisamos de um grupo só para mulheres? pq SOMOS SILENCIADAS em outros grupos feministas. por qualquer coisa que se fale em grupos mistos estamos sujeita a ganhar patadas de transativistas e homens cis. temos sim direito de existir, de ter voz, nós existimos, nós sofremos, respeitem a nossa dor.

Anônimo disse...

alice, voce disse: "nós feministas defendemos que gênero não é uma coisa natural, é apreendido. Não existe em essência coisas de mulher e de homem.
O que seria biológico/social seria a inclinação sexual ( homo ou hétero ou bi). Então eu fico pensando, como as pessoas transgênero dizem sentir ter o cérebro "feminino" ou "masculino"?"

otima pergunta. nós radfems enxergamos da mesma maneira que voce, genero nao existe, é algo imposto a todos nós (para subjugar mulheres aos homens). mas se voce disser isso em qualquer grupo feminista, voce sera chamada de transfobica e silenciada.

Beto Grangeia disse...

Não há nada mais machista que dizer que não existe homem feminista. Não vou dizer que eu seja um exemplo de feminista. Volta e meia me pego em meio à hipocrisia do dia a dia, e não me orgulho de como tratei as mulheres algumas vezes no passado. Mas tenho me esforçado. E nem de longe faço isso pra pegar mulher. Em primeiro lugar por que nunca fui de "pegar" mulher. Contaria nas mão as mulheres com que já fiquei. Em apenas uma com as quais já dormi. E nunca por falta de beleza, geralmente por não estar afim nas oportunidades que me apareciam. Hoje sou casado, e meu desafio será na criação de uma possível filha. Se eu não sou um exemplo de feminista, minha esposa é quase a antítese do feminismo, conservando todos os preconceitos de gênero existentes. Certa vez ela me "flagrou" lendo seu blog, e foi quase que como se estivesse lendo filme pornô. "Porque você está lendo isso?" - "Por que eu gosto!", foi minha resposta.

Anônimo disse...

Sr. Hollowfang @tomas_hollow Responder Retweetar Favorito · Abrir
Mas que mulheres com mamilos bem rosa ficam mais daora, ficam.
30/03/12


Isso é um tweet do rapaz humanista do texto.
Super feministão.

Anônimo disse...

Também ia avisar a Lola que o Tomás é um dos haters mais fiéis dela. Ainda bem que tem gente ligada nisso.

Anônimo disse...

Acho engraçado qnd falam de homens querendo o protagonismo no feminismo.
Acredito que o protagonismo de uma causa é a própria causa, as pessoas em torno dela são menores que ela.
E qual é a causa do feminismo?
Pelo o que entendo, de um feminismo mainstream, a igualdade entre os gêneros seria a grande causa.
Então, apesar de vivermos em uma sociedade altamente personalista, o gênero da pessoa não deveria influir no trabalho que ela faz em prol de uma causa. Mas, ok... podem haver demandas diferentes entre os gêneros dentro do feminismo (homens podem lutar por uma licença paternidade maior e contar com o apoio das mulheres para isso, se não cair no mimimi mansplaining tá ó-te-mo.), o que não deve ocorrer é um dizendo o que é melhor para o outro, acusações whiskas sachê...
Mas tb posso estar totalmente equivocada.

Annah disse...

Nem todas as pessoas que se consideram "feministas radicais" são transfóbicas, esses grupos que excluem mulheres trans são bem pequenos e acho que não representam muito do feminismo em geral.

E também tem muitas feministas inclusivas que criticam pornografia, geralmente seguindo a linha da Andrea Dworkin, e eu acho que essas realmente tem pontos válidos.

Aliás, eu tenho um texto pronto sobre esse tema, Lola. Pessoalmente eu acho que a maior parte da indústria pornográfica é machista, homofóbica, transfóbica e racista. Se você quiser eu posso mandar para seu email.

Anônimo disse...

Pois é, vão usar o aval do seu texto para dizer que mulheres que estão denunciando abuso por parte de homens dentro de esferas feministas estão sendo "injustas" e os "persguindo". Estão já usando o seu texto para calar a boca delas, e insinuar que qualquer mulher que denuncia é uma "radfem malvada que exclui homens". Tem gente caindo em armadilhas deste tipo. E, espero que você saiba, Lola, que são as mesmas pessoas que te criticam. E algumas delas fazem posts objetificadores, assediam. E, endossando o texto do rapaz, estamos permitindo que toda mulher que denuncia assédio e avanços sexuais por parte de homens feministas seja classificada como "a chata radical que não permite homens". Triste, mas está ocorrendo.

Sharon Caleffi disse...

Lola! Também estou encucada com o texto que você linkou. Ele não é sobre transfobia no feminismo, é sobre como as mulheres devem ser feministas.

=(

Se vamos falar sobre transfobia no feminismo (existe sim!), talvez um texto que não critique as feministas por quererem um movimento de mulheres (trans e cis) para mulheres (trans e cis). Se os homens quiserem vir, são bem-vindos. Mas o princípio é, sim, sempre ouvir e apoiar a mulher. E claro, mesmo que ela esteja acusando um "homem aliado" de abuso. Aliás, principalmente quando ela está acusando um homem de abuso...

=(

http://blogueirasfeministas.com/2013/05/nao-ha-lugar-para-a-transfobia-no-feminismo/

Carol disse...

Vocês não leram a parte que a Lola diz que acha que as feministas radicais têm o direito de existir?

Então. Concordo com tudo no post.

Bia disse...

O que é o feminismo para mim: luta por igualdade.

Quem pode ser feminista e se beneficiar dele: todos.

Anônimo disse...

Estas radfems me lebram um outro grupo muito comentado por aqui, que começa com M
O discurso e a argumentação são muito parecidas.

Sharon Caleffi disse...

Então, o feminismo luta sim pela igualdade de gênero, abolição de gênero ou implosão de gêneros... mas isso não possível sem o combate ao sexismo.

E uma das faces mais sórdidas do sexismo é a cultura de estupro. A parte final do texto linkado é para questionar um dos princípios básicos do feminismo: NÓS NUNCA DUVIDAMOS DA VÍTIMA.

Anônimo disse...

Uê ? Então existe um feminismo radical com discurso misandrco revanchista ? Mas vcs viviam negando isto aqui, dizendo que isto era fenmismo.
O que mudou ?

Anônimo disse...

Poxa, Lola, só queria te dar os parabéns por dar tanta voz para um cara que manda molher se foder quando discorda dele, que fica preocupado com alegações de homens cometendo assédio e que é conhecido por comentários objetificadores, cheios de gordofobia (contra você e outras meninas) e que está usando da questão trans para se chorar a "injustiça" de possíveis alegações de avanços sexuais que ocorrem dentro de meios feministas.

Anônimo disse...

eu devo minha formaçao como feminista a você, nunca vou me voltar contra voce, e sempre vou te defender quando estiverem falando mal, como o tomas hollowfang e os amigos dele fazem. mas esse texto errou muito. se 90% das pessoas ja odiavam as radfem, voce ajudou jogando a pa de cal.

Thomas disse...

Deixem as feministas radicais no canto delas, em paz. Elas são inofensivas.

Anônimo disse...

Ah, é, tem mais essa a tirinha presente no texto foi realmente feita por uma pessoa que:
- diz que patriarcado não existe
- diz que oportunidades para mulheres carentes é misandria
- diz que feministas são vitimistas
- e, além de manter amizades com mascus, deixa que eles ofendam as feministas.

É muito óbvio que tipo de pessoas críticas públicas aos feminismos atraem: mascus, homens cegos de privilégios, pessoas com misoginia internalizada.

Tem gente passando a mão na cabecinha do opressor e deixando ele palpitar.

Anônimo disse...

Eu sou uma feminista inclusiva e critico a pornografia, não com base da Dworkin mas com base de em uma série de autoras maravilhosas da segunda e terceira onda. Ser feminista e não criticar pornografia é problemático.

Anônimo disse...

Pra quem se interessa, o RadFemHub voltou.

http://radicalhubarchives.wordpress.com/

Por favor, leiam para se inteirar do assunto, antes de destilar veneno e ódio a mulheres que tanto lutam por outras mulheres!

Pra quem lê inglês, esse texto é essencial, sobre feminismo radical(e não fala nada, em absoluto, de trans):

http://radicalhubarchives.wordpress.com/radfem-101/

Desculpe o excesso (sp?) de comentários. :(

Usagi disse...

Bruna, honestamente estou bastante cansada de ouvir gente repetindo esse mesmo argumento que você usou, tentando justificar a exclusão dos homens do movimento feminista só porque "outros grupos fazem desse ou daquele jeito e por isso nós podemos fazer assim também e ponto"! Isso não justifica nada. Pra mim esses grupos precisam rever a questão do protagonismo também! Os únicos protagonistas de qualquer movimento social deveriam ser os ideais! Se realmente acreditamos que o nosso movimento trabalha em prol de toda a sociedade, então qualquer um deveria poder fazer parte dele! E quando digo fazer parte, quero dizer apoiar e/ou liderar, independentemente de cor, gênero e sexo. Não é porque uma pessoa foi criada para ser opressora que ela não será capaz de rever seus privilégios, sentir empatia pelo oprimido e sofrer também a sua dor. O movimento feminista luta contra o machismo E contra o sexismo num geral! Ora, o machismo não afeta também ao homem (embora de maneira bem menos intensa que a mulher)? Então não deveria o homem poder encabeçar um movimento que também luta à favor de sua causa? E OK, já admiti que existem homens (E MULHERES, vide Sara Winter) mal intencionados no movimento. Mas por causa de algumas exceções vamos duvidar de todos aqueles que vierem em nosso apoio? Acho burrice.

june_miller disse...

Eu já dei uma olhada em blogs RadFems em inglês, e a questão de mulheres trans é bem complicada para elas, Lola. Não é apenas uma questão de "cromossomo XY". É um tabu discutir questões de mulheres cis em muitos grupos e blogs feministas (como menstruação e gravidez), assim como discutir o preconceitos e restrições que meninas sofrem, já que as mulheres trans sofreram ( e sofrem) um tipo diferente de preoconceito. Pude perceber que muitas feministas migraram para o RadFem porque sentem que a questão trans sequestrou muito do movimento e sentem limitadas em discussões. Também tem uma questão complicadíssima das lésbicas feministas. Muitas mulheres trans lésbicas querem ter relações com as lébicas feministas e estas não se sentem a vontade porque essas mulheres trans têm penis (e não vão tirar). Vi até o comentário de um RadFem que diz que acha que algumas mulheres trans lésbicas não são mulheres de verdade, mas homens com fetiche de se vestir de mulher. Não que concorde. não sei muito do assunto, mas já vi muita agressão de AMBOS os lados quando se discustem esses assuntos. Algo que concordo (e que já comentei por aqui) é que algumas feminastas têm a ilusão de que uma mulher trans é automaticamente feminista. Isso não é verdade. Já o post de uma mulher trans americana que se dizia feminista recheada de preconceitos e misoginia.

Anônimo disse...

minha santa simone de beauvoir, dai-me paciencia.

jessica rabbit

Jéssica disse...

O meu principal problema com o movimento trans é a crença da maioria deles de que gênero é biológico, não papeis sociais impostos, e de que existem um cérebro masculino e um feminino. Eu acho essas crenças bastante machistas e danosas às mulheres, já que fortifica idéias opressoras como mulheres serem naturalmente ruins em exatas e em liderança. Dessa forma, só está se mudando o foco de sexo para cérebro com gêneros definidos e nenhum esteriotipo de papeis de genero é quebrado. Me preocupa que esse tipo de ideia volte a ter forte aceitação.

Anônimo disse...

mulheres cis: voces sao privilegiadas em relacao as mulheres trans. isso é fato.

minha identidade de genero ja foi varias vezes deslegitimada. e adivinhem por quem? por mulheres cis. ja me foi negado emprego. adivinhem por quem? por mulheres cis. je fui ridicularizada e motivo de chacota. por mulheres cis. ja fui xingada. por mulheres cis. mulheres cis ja instigaram homens a me xingar e me discriminar. sofri e sofro opressao de mulheres cis.

nao me venham falar em patriarcado.

claudia pavani.

Lígia disse...

Lola, você já viu essa série de vídeos?

http://www.youtube.com/watch?v=MsVu8my2wRY (essa é a primeira parte, acho que são 4, não me lembro)

É sobre crianças que tem uma identidade de gênero diferente do seu sexo biolígico. Eu assisti há uns 3 anos. Achei que você ou seus leitores poderiam se interessar!

(nem li o post ainda, mas é que lembrei disso e não queria esquecer... vou voltar a ler agora!)

Liana hc disse...

O feminismo é plural, mas até que ponto? Vale se contradizer em nome de uma suposta pluralidade e de "acolhimento"? Há diferença entre acolher pessoas e entre acolher determinadas ideias dessas pessoas. Levando isso em consideração, considero o diálogo possível sim.

E é claro, não defendo agressões a grupo algum.

Sobre protagonismos: o protagonismo no movimento negro é dos negros, no feminismo é das mulheres, o mesmo raciocínio com o movimento LGBTT etc. Pelo "simples" fato de que esses grupos surgiram justamente porque NÃO havia esse protagonismo. Diluir a questão seria incoerente com o fato de que vivemos numa sociedade ainda preconceituosa, e muito. Além do que esses grupos não estão aí "só" para divulgar uma ideia, mas também servem de acolhida para as pessoas que com isto se identificam e ali se sentem seguras e representadas enquanto grupo oprimido, o que é fundamental para a própria motivação e existência do grupo e da militância.

Anônimo disse...

lembrei de outra pérola transativista: mulheres (cis) não sofrem opressão. só abuso sexual. todo o resto não é opressão. ela disse isso lá no grupo Discussões de Gênero, o maior grupo feminista do facebook. vai lá dar uma olhada e veja se o radfem não tem razão de reclamar.

Anônimo disse...

Vamos falar claramente bem bonitinho:

Os últimos parágrafos do texto que você está endossando, Lola, são escritos por um homem para desmerecer as denúncias de vítimas que têm falado sobre assédio, abusos e agressões cometidas por homens dentro do feminismo.

Como foi dito acima, isso vai contra um princípio muito básico do feminismo: não duvidamos da vítima, quer o agressor seja de meios feministas ou não.


Anônimo disse...

Eu acho que os homens devem ser mais do que bem-vindo no movimento feminista. Podem apoiar como muitos héteros apoiam o movimento LGBT, mas sem querer decidir seus rumos. Um homem pode até querer sair do papel de opressor (muitos querem), mas não conhece na pele o lado mais brutal do machismo. E o risco de pessoas assim falando em nome do feminismo é grande. Não se trata de "protagonizar" o movimento, mas de não descaracteriza-lo.

Julia disse...

Nossa, nem precisei saber que o tal do Tomás detesta a Lola e ver os tuites dele para perceber que ele é um grandessíssimo babaca.

Anônimo disse...

Cara Cláudia Pavani,

Esta percepção que algumas pessoas têm de que as mulheres cis são mais opressoras para os trans do que os homens cis e que não há patriarcado tem sido grande parte do problema.

Primeiro, porque o patriarcado é quem ensina-as a cometer estas discriminações.

Segundo, porque basta buscar quem são aqueles que estão todos os dias assassinando pessoas trans no Brasil. Pensou homens cis? Acertou.

Se existe uma negação do poder ou da existência do patriarcado, e se nosso sofrimento não é também reconhecido, como é que podemos alinhar as lutas, demonstrar união e empatia?

Anônimo disse...

Entendi, Claudia Pavani.
A culpa da sua opressão é das mulheres cis.

Brilhante raciocínio.
Só que não.

Mary Janne disse...

Olha isso Lola...falar que o homem não ameaça o crescimento da mulher é mentira
http://exame.abril.com.br/revista-voce-sa/edicoes/179/noticias/o-mundo-e-das-mulheres

Sara disse...

Peço desculpas sinceras a todo esse grupo ao qual vc se referiu no post, acredito na igualdade de direitos entre todos os sexos (não importa como se identifiquem).
Mas NUNCA vou ter a capacidade de memorizar todas as siglas, denominações, e caracteristicas de cada grupo específico.
Nem acho que isso deveria ser considerado tão importante, mas ja cansei de ser chamada a atenção porque usei a nomenclatura errada de algum desses grupos, e muitas vezes me pego até fugindo desse assunto pra não criar mais atritos.

Anônimo disse...

lola, mulheres sofrem tanta pressao para se enquadrar no genero que lhes foi designado no nascimento quanto homens afeminados. vc ouviu falar na menina julia gabriele? é uma menina de 11 anos que ha mais ou menos um mês foi alvo de uma enorme ridicularizaçao intenet afora por nao depilar o buço e as sobrancelhas. ela foi chamada de MACACO, de MONSTRO, de MACHO. pq onde ja se viu uma mulher ter a ousadia de nao se depilar? ela não é trans, é uma mulher cis. segundo alguns, ela teve o privilegio de experimentar na infancia a pressao para se enquadrar no genero feminino.

Anônimo disse...

esse grandioso humanista que voce subscreve apoiou o elcapeto quando vc o chamou de misogino. q belo aliado

Anônimo disse...

Esta parte do texto soa como mimimi de homem que não gosta que desconfiem dele, mesmo numa cultura de estupro, e culpa as mulheres pelo medo que sentem:

"Esse tipo de suspeita contra todo homem também é um contexto pós-traumático e não pode ser normalizada."

Triste.

Anônimo disse...

Jessica, vc diz "a maioria deles". bom, primeiro que existem transhomens e transmulheres e vc joga tudo no masculino. E ainda vem falar de machismo? Por favor. Reveja seus conceitos.

Em segundo lugar, essa historia de "a maioria diz isso ou aquilo" nao me convence. Quem é a maioria? Quantxs sao? Nomes aos bois e as vacas.

Seu pensamento é falacioso e sem embasamento.

Transfobia detected.

Ariane

-b. disse...

Esse post me fez lembrar uma grande dúvida que eu tenho: O que é, exatamente, se sentir "uma mulher em corpo de homem" ou "um homem em corpo de mulher"?

O que é exatamente esse sentimento de ser um "alma feminina em um corpo masculino"?

Não estou negando, em nenhuma instância nenhum desses fatos, nem diminuindo ou deslegitimizando a transexualidade em nenhuma das suas inúmeras vertentes.

Eu, e aqui admito uma ignorância colossal, nunca consegui entender isso. Pergunto aqui porque realmente vejo muita abertura e disposição em explicar.

Se fui indelicado ou inadequado ou transfóbico de alguma forma, sinto muito, não tive a intenção. Se puderem me expliquem, desde já agradeço.

Bruno Garcia

Anna disse...

Um resumo para quem ainda não entendeu a palhaçada:

Conservadores: "O gênero deve se adaptar ao sexo. Ex. menina brinca com boneca, menino com carrinho.

Feministas:gênero não existe, é uma construção social para oprimir principalmente as mulheres. Feministas acham que menina e menino pode brincar de carrinho e boneca a vontade.

Trans: gênero existe e é definido pelo cérebro e o sexo deve-se adaptar a ele, ou seja se você gosta de brincar de carrinho você deve ter um pênis, se gosta de brincar de casinha então deve ter uma vagina.
Mas como não existe nenhuma maneira efetiva de mudança de sexo os transsexuais querem viver em um mundo de fantasia e quem não compactuar com eles, será chamado de transfóbico e será perseguido. Menstruação, gravidez, estupro, assédio sexual,aborto é tudo privilégio.

Portanto Lola, se nós vivessemos em um mundo trans, você e sua amiga, pelo fato de não se adaptarem as normas de gêneros, seriam classificadas como homens e tomariam testosterona. Procure no Google sobre "Transkids", para saber o que eu estou falando.
O que os trans querem é pior do que os conservadores sempre fizeram.

Anna disse...

Sobre o feminismo no Brasil: ele sempre foi na linha radical, só não era chamado assim antes. Existiam ótimas comunidades no Orkut e foruns e muitas discussões fora da internet.

De uns tempos para cá, por influência norte-americana, apareceu este feminismo (o seu) que acha que prostituição não afeta a mulher, que filme porno não incentiva estupro, que lutam para a mulher poder escolher a cor do esmalte e principalmente a confusão de feminismo com humanismo.

Jéssica disse...

@Claudia

Interessante que agressões e mortes de homossexuais, travestis e trans na esmagadora maioria das vezes são realizadas por homens. Mas por algum motivo você só percebe as agressões vindas de mulheres cis.

E com certeza o bullying que você sofre é muito pior que a opressão histórica do patriarcado sobre as mulheres. O que, inclusive, deveria afetar você também, mas você não parece se importar, "morra cis scum", não é?

Unknown disse...

Lola, você já viu o filme argentino XXY - INTERSEXUALIDADE? É muito bom! Eu acabei de ver e vim correndo aqui no blog ver se você tinha feito uma crítica sobre o filme, mas não tem... :( Daí me deparo com esse post! :P Simplesmente perfeito, aliás. Assino embaixo. Feminismo inclusivo me parece fazer tão mais por todos...

Marina P disse...

O termo "cotton ceilling" surgiu entre os comentários e estou aqui no Google lendo textos e mais textos em inglês tentando entender o que significa, quais as implicações disso, etc e tal. Alguém poderia explicar melhor por aqui o que é cotton ceilling e como isso está relacionado à este debate? Para nós que ainda estamos conhecendo o feminismo pode ser meio complicado entender todos esses termos...

Agradeço!

Anya L disse...

Lola,

Eu escrevi uma réplica de certa forma, as críticas que temos ouvido.

Não em nome de ninguém. Apenas em meu nome.

Se tiver tempo e paciência, por favor, leia:

http://naosoucis.wordpress.com/2013/05/20/a-unica-identidade-que-me-e-permitida-e-a-de-vitima-de-violencia-e-essa-nao-e-mutavel/

Ana Amorim disse...

Acredito que negar a identidade feminina das trans é, de certa forma, contraditório com o feminismo, na medida em que tenta definir papéis de gênero.
Na minha opinião, feminismo deve buscar a liberdade.

Unknown disse...

Olá Lola,
Eu nunca comento seus textos, mas este vídeo vale a pena compartilhar.

http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=26p_13t2rWE#!

beijos,
Érico

Sardenta disse...

Eu fico extremamente triste em ver transfobia no feminismo. Assim como fico triste ver racismo, lesbofobia, etc. Mas, parece que para algumas pessoas é permitido a transfobia, tá tudo bem, ninguém liga, todo mundo se ofende se for chamadx de transfóbicx. Eu não consigo pensar em um feminismo transfóbico, que ofendem a identidade de pessoas trans*. A sociedade violenta TODOS os dias a identidade de pessoas trans* e ai tem gente fazendo o mesmo no feminismo? Eu não consigo acreditar. E mais uma coisa, não precisa citar pessoas trans* em todos os posts e em toda sua fala ever para não ser transfóbica. O que é necessário é incluir a identidade trans* na pauta do feminismo.

Anônimo disse...

Bah Lutz
"Nenhum movimento social está autorizado ao machismo e o movimento feminista irá denunciar toda vez que ele surgir, seja em que espaço for." Acrescento nenhum feminismo deve ser opressor, não deve ser transfóbico, racista, lesbofóbico, elitista e por aí vai.

Anônimo disse...

Os homens tem sim uma divida histórica com mulheres cis, e demonstrar "desamor" a eles e um gesto politico afirmativo valido para nos oprimidas, eles são os agentes do patriarcado, e não coadjuvantes, inimputáveis, ter sentimentos de admiração pelos agentes da opressão,e admiti-los entre nossa resistência, e um elo fraco da corrente.
Discordo da Lola quando ela diz que "precisamos" dos homens para criar um novo mundo, digo que não precisamos de homens pra nada, seremos nós mulheres as criadoras de um novo tempo, de igualdade,de humanidade,nós criamos e educamos as novas gerações, cabe a nos então exilar tornar o padrão de masculinidade obsoleto.
Não tentem decidir o feminismo das outras. Obrigada.

Gabriela disse...

Esse post tem tudo a ver com o "Guest Post" que te enviei(que ainda não foi publicado,mas espero que seja em breve!)sobre minha experiência com o Bullying.Assim como você,sempre fui "cobrada" para ser feminina,vaidosa!

Eu tenho orelha furada(sempre gostei de ter!),uso maquiagem(desde os 19,mas sou cobrada em relação a isso desde os 12 anos!),mas não pinto as unhas(preguiça!) nem uso salto alto(muito incômodo!).

Pessoas da minha família e do meu emprego questionam a minha sexualidade! Quando eu era criança/adolescente,isso me abalava,mas agora...QUERO MAIS É QUE SE DANE QUEM ACHA QUE SOU LÉSBICA,SÓ PORQUE NÃO SOU "MULHERZINHA"(como muita gente diz!)

Não estou sozinha nesse barco e isso me conforta!

Abraços!

Ju David disse...

Mais uma vez, outro post absolutamente brilhante. Obrigada mesmo, de coração por toda a contribuição que você já deu (e ainda tem para dar) ao mundo.

L. G. Alves disse...

"A ansiedade das pessoas em classificar um ser humano é enorme". Verdade. Mas temos que identificar as pessoas e coisas. Se não dizer é menino ou menina
o que diria que é? A coisa? Tem que saber o que é e dar um nome. Que eu saiba só existe dois sexos, feminino e masculino. E há também uma junção deles, vamos dizer assim, quando se é hermafrodita, embora não seja uma junção perfeita. E certamente é algo anormal porque se fosse normal teria mais aceitação. Se eu tivesse um filho hermafrodita não teria preconceito ou problemas. Só me preocupo com a saúde. Eu não acredito nisso de "virou mulher ou homem". Um homem quer se tornar mulher, mas não consegue. Vira uma caricatura.

Jéssica disse...

@Ariane

Eu disse maioria porque existem rarissismas excessões. Por favor me mostre um website trans que seja que diga que gênero é social, não biologico. Não dá para achar, porque gênero ser biológico é a base do movimento trans.

E por favor, deles + delas = deles, gramatica básica, não sou obrigada a usar o x. Esse nitpicking só mostra o quão pouco você tem a argumentar.

Anônimo disse...

(•_•)
<) )╯ sou a barbie girl
/ \

Jéssica disse...

E você fez a mesma coisa que já vi tantos fazerem: contestou que gênero é social, não biologico? Transfóbico! Fim da discussão, muito produtiva.

Jéssica disse...

@Anna

Eu considero que é ainda pior do que o que você falou, não é "se gosta de brincar de carrinho/casinha, tenha um pênis/vagina para ser homem/mulher", é "se gosta de brincar de carrinho/casinha, aja de acordo com os esteriotipos de gênero masculino/feminino para ser homem/mulher".

Anônimo disse...

que bacana, algumas transfobicas distorcendo o que eu disse. eu nao disse quem agride mais ou menos as pessoas trans. eu disse que sofri e sofro preconceito e discriminacao inclusive de mulheres cis.

parem de agir como superiores so porque voces tem uma vagina.


"Os negros, vítimas comuns de preconceito no Brasil, discriminam com todo o prazer, por exemplo, homossexuais e gordos. Estes, por sua vez, discriminam, com intensa alegria, baixinhos, pobres e mulheres. Resumindo, os discriminados de uma categoria lançam-se com sofreguidão sobre os discrimináveis de outras categorias, sem qualquer compaixão."


http://www.observatoriodaimprensa.com.br/news/view/_ed745_eu_discrimino_nos_discriminamos

claudia

Anônimo disse...

A opressao que eu sofro vem TAMBEM das mulheres sim.

so que sim

Anônimo disse...

jessica, sua gramatica é basica demais.

abra sua mente.

Anônimo disse...

ah, jessica, e ja que vc é tao purista na linguagem, aproveite e consulte um dicionario antes de escrever "excessao".



Anônimo disse...

Um post bom e muito esclarecedor (da próxima vez que falarem sobre feminismos e radicalismos saberei bem como explicar a diferença) cheio de comentário maçante beirando o doentio...
Bom, são as dores e delícias de se ter um espaço de discussão. Parabéns Lola.

Eva disse...

Lola, adorei o post.
Sobre os intersexuais, há um documentário interessante feito pelo Natgeo.
http://www.youtube.com/watch?v=Q4CEmECSyhg

Amanda Deen disse...

Se é pra ter a opinião de um homem sobre o assunto eu prefiro a desse aqui.

http://lateralpazwalk.wordpress.com/2012/08/10/how-pro-radical-feminists-can-help/

http://lateralpazwalk.wordpress.com/2012/06/21/transexualism-and-cis-privilege/

lola aronovich disse...

Anyal, entendo que vc recebe ameaças violentas. Eu também. Todo dia. Creio que minhas ameaças vem de mascus, não de qualquer outro grupo.
Sobre essa pessoa tão bacana, a Cathy Brennan, eu nunca tinha ouvido falar nela, mas hoje ela me enviou dois tweets: um dizendo que meu blog é "full of garbage", e outro que sou uma "manfeminist" -- termo novo pra mim, e bem patético, se me permite. Como ela tinha um avatar fofinho de um gato da raça British Blue, e eu já tive um gato desses, eu só ia responder dizendo algo como "Thanks! British Blues are beautiful". Mas a Cathy, que faz tanto por mulheres, não só manda tweets ofendendo pessoas que ela não conhece como também manda tweets que não permitem reply. O que me parece uma atitude absolutamente covarde.
Eu imagino que vcs fazem o ativismo de vcs praticamente 100% fora da internet, porque, como eu disse no post, em 5,5 anos de blog, eu nunca vi radfems brasileiras. Mas, no momento que vc tem um blog aberto, como é o seu novo Não Sou Cis, vc está sujeita a que pessoas te leiam e te critiquem. Eu acompanhei uma vez em que mascus americanos, MRAs, infitraram um tal de Agent Orange num grupo fechado de radfems, e depois fizeram várias "revelações" (nada minimamente comprometedor). Isso também pode acontecer, e é uma droga. Mas não foi o caso, né? Vc abriu seu blog. Meu blog também é aberto, e recebe montes de ofensas e ameaças.
Se alguma radfem quiser escrever um guest post pra cá contra prostituição ou pornografia, não tenho problema nenhum em publicá-lo. Mas acho péssimo que vcs fiquem brigando com transfeministas, que deveriam/poderiam ser aliadas. E vice versa.

lola aronovich disse...

Anônimo das 15:10, vc escreveu: "voce é gorda hoje. mas quando jovem vc era branca, de olhos azuis, magra (vc diz que era gorda, mas em todas as suas fotos vc está magra)". Eu ainda sou branca, meus olhos sempre foram verdes, não azuis, e eu nunca disse que fui uma criança gorda. Muito pelo contrário. Sempre digo que fui uma criança magra, e as fotos comprovam o que eu digo. Sinto se vc acha que eu não tenho empatia por mulheres negras e gordas. Acho que vc não lê o meu blog, porque aqui tem muitos posts sobre isso. E não endossei texto nenhum. Eu apenas coloquei o link.


June, minha leitora tão antiga, eu não falei de todas as pessoas trans, eu falei de transfeministas. Transfeministas são feministas, certo?

lola aronovich disse...

Anônima das 15:10, eu discordo de vc. Acho que radfems têm sim o direito de existir. E elas não são exatamente as únicas a stalkearem adversárias... Há transfeministas que fazem isso também, infelizmente. Nem radfems, nem transfems, nem libfems, nem sextremistas (caso do Femen), representam o feminismo. Eu não vejo grandes problemas em que várias correntes existam, mesmo que algumas dessas correntes façam e digam coisas que às vezes me envergonham. Por mais embaraçosas que seja, têm o direito de existir. E, claro, todo mundo está sujeito a críticas. Ninguém está acima do bem e do mal. Mas vc parece querer o banimento completo do que vc chama TERFs. Primeiro que não dá pra fazer isso. Existe liberdade de expressão. Depois que, mesmo sendo transfóbicas, elas têm o direito de se unirem e falarem. Geralmente elas só falam entre si. (nisso, aliás, elas são parecidas com grupos de transfeminismo, que pensam que não precisam de aliadxs).
Se houvesse um grupo negro machista, eu iria achar uma droga, mas também acharia que eles têm o direito de existir.


Anônimo das 15:37 escreveu: " regina era oprimida por ser uma mulher não-atraente, COMO isso prova que existe privilégio cis?"
Vc leu o post? Minha amiga Regina não era nem uma mulher, era uma menina de 12, 14 anos, e ela não era oprimida por ser uma mulher não-atraente, e sim por nâo poder ser definida num primeiro momento nem como menina, nem como menino. Essa indefinição, aliada à ansiedade das pessoas em querer identificar imediatamente o sexo de uma pessoa, oprimia a minha amiga. Eu fazia exatamente o que ela fazia (jogava futebol, não usava maquiagem nem saia etc), e eu tinha o privilégio de não ter que provar ser mulher o tempo todo. Se vc acha que uma menina (ou um menino) ter que ouvir o tempo todo "vc é menina ou menino?" e "ah, vc é menina, pensei que fosse menino" não é uma opressão, bom, pense de novo.

lola aronovich disse...

Deletei uma parte do comentário anônimo que cita pessoas que não estão participando desta discussão. Peço que não citem nomes de quem não está aqui.
Anônimo disse...
lolinha, sabia que alem do ..., outras "transfeministas" tem papo de mascu? outro dia uma delas, bem famosa, abriu um topico no maior grupo feminista do facebook para reclamar de um programa do governo que dava oportunidade de empregos para mulheres carentes. segundo essa pessoa, essa medida era misandrica, ignorando totalmente o quanto essas mulheres sao excluidas do mercado de trabalho e vivem sob dependencia e opressao dos maridos violentos. essa mesma transativista desenhou uma tirinha sugerindo que mulheres ("cis") sao altamente elogiadas quando nao se depilam ou quando nao usam um visual feminino. olha que coisa, ate parece que a gente nao é forçada a obedecer oq se espera do genero feminino,ne? avisa pra sua amiga regina que o sofrimento dela nunca existiu.

lola aronovich disse...

Gente, vejo que uma das principais críticas ao meu post foi que eu linkei pro post do humanista. Bom, eu não endossei nem endosso o texto. Eu linkei pra ele, assim como linkei pra tudo que li sobre o caso (considerando que não tenho Facebook).
Sim, vcs têm razão: não conheço o que mais rolou com ele, que ele é ou foi assediador. Sim, acho que o texto dele é bem mansplaining.
Hoje, um pouco antes de publicar o texto, recebi um email desse cara, dizendo que era amigo da Brunna (a menina super querida de 14 anos), que ele escreveu um texto que foi um escândalo no FB, e que, devido a isso, pessoas passaram a fuçar a vida dele, e encontraram um twitter que ele não usa há meses, e que teve um dia em que ele foi um imbecil e que, junto com um amigo babaca que ele demorou muito pra cortar contato (palavras dele), eles me trollaram e eu bloqueei os dois. E se eu podia perdoá-lo.
Bom, eu acho que o pessoal não tem a menor noção de quanta trollagem eu recebo diariamente. Todo dia eu bloqueio alguém no Twitter. E eu adoro o Twitter, porque é fácil bloquear, e aí uma pessoa que vc nunca ouviu falar na vida pode ser bloqueada num piscar de olhos e continuar sendo uma pessoa que vc nunca ouviu falar na vida. O humanista certamente é um desses seres. Imagina se vou lembrar de todo mundo que me trollou e que eu bloqueei... Sem chance. Entrei no Twitter dele rapidinho e não consegui identificar qual é o "amigo babaca", porque aquele Twitter dele parece ser, sei lá, a convenção dos meus haters. Lá tá cheio de carinha hipster que me trollou e foi bloqueado. E não são mascus, não são nem de direita. É só gente besta que fala mal de mim, do Sakamoto, e de qualquer outra "celebridade", simplesmente por falar. Eles morrem de rir, por exemplo, quando eu ou outra pessoa que eles não gostam fala de gordofobia (ou de preconceito contra vegetarianos) porque, pra eles, isso não existe. E aí no tweet seguinte eles fazem alguma piadinha gordofóbica (pra provar, suponho, que gordofobia não existe).
Enfim. Eu não sei nada da vida desse rapaz e não tenho o menor interesse em ficar sabendo. Ah, e eu nunca disse que ele é feminista. Disse que ele é humanista, que é como ele se chama no seu blog.

God's Secrets from Wisdom disse...

Sou mulher trans e transfeminista(á minha maneira, não concordo com muitas TFs do facebook). E acho que não deveríamos atacar as radfems(nem mesmo os mascus).
A razão bem simples: Ao criar argumentos para vilipendiar uma ideologia, esses argumentos podem ser facilmente modificados para vilipendiar outra. O resultado é que isso cria uma cultura de conflito entre ideologias - ainda que parcialmente - afins. Como bem diria Voltaire: "Não concordo contigo, mas defenderei até a morte o seu direito de falar."
Se tu crias o argumento vamos dizer por exemplo: "Anti-radfem", nada impede de um masculinista misógino(nem todos são) modificar esses argumentos afim de prejudicar uma feminista mais liberal por exemplo.

O pior resultado dessa cultura de competição entre ideologias, é o estado bizarro de guerra que está havendo, em que nos EUA transfeministas se aliam a masculinistas para derrubar radfems e que redfems se aliam a puritanos religiosos para derrubar a pornografia. Perceba que os quatro elementos supracitados se odeiam(alguns masculinistas lutam pela homossexualidade e direito de ser "feminino), mas se aliam temporariamente por pragmatismo beligerante. Além disso ser hipócrita por si só, faz todos os movimentos entrarem em descrédito, é a velha piada "Feminismo termina no primeiro pote de pickles" sendo revisitada.
Então, o que eu acho melhor é que simplesmente ignoremos as radfems, bem como qualquer outra ideologia controversa, e caso seus discursos entrem no domínio da criminalidade, a polícia deve ser convocada a agir.


Antes que alguma TF desesperada venha pra cima de mim com estrategismos, vamos por em pauta a questão radfem:

- Movimento minúsculo e pouco empoderado

- Populado basicamente por punks de quinze anos revoltadas porque não ganharam playstation no Bom Dia & Cia(e sim peão de madeira) e algumas sofredoras de TEPT

- Alguém vai realmente levar aborrecente a sério em nível político?

- Levar ideia de sofredor de TEPT a sério não é diferente de levar nenhum psicótico em crise ou esquizofrênico a sério. Somente profissionais treinados estão capacitados a "discutir" com eles.

Enfim, não me parece estratégico discutir com criança e maluco.

E antes que venham de mimimi capacitismo: Eu tenho mesma tenho TEPT. Só que ao invés de glamourizar a minha PEPT com outras doentes e brincar de acadêmica da esquizofrenia(o que é simplesmente a saída mais fácil), a tenho como algo que eu lamento profundamente e às vezes caio em lágrimas ao ponderar o que eu podia ter feito na época para não sofrer o que sofro hoje.


Eu até respeito as radfems. Minha reação perante elas se resume a abaixar a cabeça triste e pensar em quão violento é esse mundo e o quão uma pessoa de possível bom futuro foi para sempre danificada. É a mesma que eu teria com qualquer pessoa que foi aleijada por um ato de violência.

God's Secrets from Wisdom disse...

Eu ACHO que minha dislexia me fez escrever "pept", se o fiz, o correto é "tept"(Transtorno de Estresse Pós Traumático)

lola aronovich disse...

AHB, mande sim, por favor. Eu tô pra escrever sobre pornografia faz anos, mas nunca encontro tempo. Li dois livros muito bons e gostaria de falar sobre eles, Getting Off e Pornified.

E gente, isso do cotton ceiling... Sei lá, já tentaram me explicar isso, mas não entendi direito, nem fiquei morrendo de vontade de tentar entender. E não entendi mesmo como isso está relacionado à cultura do estupro. Parece ser mais uma treta interna entre radfems e transfems.

Agora vou dormir. Eu acho que a discussão está boa por aqui. Gostaria de poder participar mais, mas não posso. Viajo em breve e preciso antes preparar as palestras, deixar posts agendados, corrigir papers, mandar livros, entre mil e uma coisas. E talvez até dormir umas horinhas.

Anônimo disse...

Não tem como haver consenso entre radfems e transfeministas/transativistas. Um lado abomina e quer desconstruir qualquer noção de gênero - e isso é possível, visto que gênero é entendido como construção social. Outro lado entende que gênero é biológico. É um impasse ideológico intransponível. Por que as partes deveriam dialogar, buscar um ponto de convergência? Seria incoerente dos dois lados.

Anônimo disse...

Ha poucos anos quando comecei a me interessar e me informar sobre o feminismo eu caí numa comunidade do orkut feminista radical. Na minha ingenuidade, não achava que existiam feministas tão radicais, mas as mulheres que encontrei me fizeram entender por que encontrei meninas que se diziam ex feministas. Logo que entrei na comunidade entrei numa discussão e poucas vezes na vida me senti tão atacada e ofendida, e olha que fui vítima de bullying e estupro. As meninas ali não apenas discordaram das minhas opiniões (o que não seria um problema), mas me atacaram por essas opinioes, me acusaram de troll, de aliciadora do patriarcado, e nem ao menos argumentaram comigo, pra me dizer por que eu estava errada, foi só ataque. Teve uma ou duas que me defenderam, mas o ataque foi em massa. Algumas delas inclusive se assumiram odiadoras de homens.
Eu não sei nem descrever como eu me senti. Foi horrivel se atacada por MULHERES de uma forma como nunca fui em meios masculinos. Me senti sozinha e humilhada, e resolvi me afastar do feminismo. Ate porque li outros tópicos e vi muita incoerencia e muito ódio.
Pouco depois conheci o seu blog, Lola, e vi que outras pessoas compartilhavam das mesmas opiniões que eu. Desde então eu tenho sido mais cuidadosa com os feminismos que encontro por aí. Senso crítico sempre bem apurado.
Não acho que devemos silenciar essas feministas radicais, mas a partir do momento em que elas começam a atacar outras mulheres elas devem ser criticadas, sim. Duramente.

Anônimo disse...

Agora uma mulher trans ser obrigada a trabalhar vestida de homem, porque não consegue encontrar um emprego onde possa trabalhar vestida como quer, justamente porque é uma mulher trans, é um privilégio. Parabéns, rads. Keep radding.

Anônimo disse...

Texto lixo, lesbofóbico e radfemfóbico. Mas o que esperar de feministas liberais como você, não é Lola?

PS: Não existe feminismo radical trans inclusivo. Feminismo radical é abolicionista de gênero, pois gênero é usado para oprimir o sexo feminino. Trans é dependente dele para existir.
É muito difícil entender isso?

Anônimo disse...

Oi Lola,já viu isso?
http://noticias.r7.com/distrito-federal/biologa-do-df-que-reclamou-de-relacao-sexual-na-web-tem-fila-de-pretendentes-no-facebook-16052013
Mulher ridícula,expondo uma pessoa ao constrangimento.Que respeito ela pode exigir,se ela não teve nenhum com o ex parceiro?
Lana.

Sharon Caleffi disse...

Que bom, Lola, que você não endossa o texto!!! Ufa!

Então talvez seja possível deixar isso mais claro no post (e talvez excluir o link? será?)

Textos como esse são usados para defender abusadores e atacar vítimas, e o fato de você linkar sem ressalvas no post pode ser usado de forma errada pelo autor como "olha, a Lola me linkou".

=(

Anônimo disse...

Três coisas que AFUNDAM o feminismo:

- extrema falta de coesão
- terminologia absolutamente bizarra para pessoas não-iniciadas
- purismo em abstrato, enquanto que na vida prática cada um faz o que quer.

Tem muito das três coisas aqui mesmo nos comentários e NÃO ME ESPANTA NADA o fato disso afastar grandemente qualquer pessoa, homem ou mulher, interessado no feminismo "clássico", aquele que defende que mulher é gente e que acha usar @ e x uma baita idiotice.

PS: vou rir pra sempre do "insistir que blogs feministas falem de pessoas trans sempre que falam em gravidez, aborto, maternidade, ou menstruação". Tenham dó, transexuais....

Anônimo disse...

sinceramente? eu acho q as mulheres trans acabam desviando o foco da causa feminista como um todo.

Carla N.S. disse...

que show de transfobia nesses comentários!

Marina P disse...

"Não tem como haver consenso entre radfems e transfeministas/transativistas. Um lado abomina e quer desconstruir qualquer noção de gênero - e isso é possível, visto que gênero é entendido como construção social. Outro lado entende que gênero é biológico. É um impasse ideológico intransponível. Por que as partes deveriam dialogar, buscar um ponto de convergência? Seria incoerente dos dois lados."

Oi, achei seu comentário interessante e entendo que não dá mesmo pra ter consenso em relação a muitas coisas e em relação a muitos assunto. Admitir isso talvez seja salutar em diversos níveis... mas, isso não quer dizer que não deva haver debate. o debate não quer dizer que devamos concordar em tudo, mas sim que cada pessoa vai expor o que pensa em relação a um determinado assunto. Isso é bom, porque torna a informação mais disponível, explicita diferentes formas de pensar e ajuda pessoa como eu, por exemplo, a desenvolver um ponto de vista mais crítico e formare (ou melhorar/desenolver e até mesmo mudar) seus posicionamentos. Se quase todas as pessoas envolvidas na discussão estão se identificando como feministas (independentemente de que "tipo" de feminista), acho que a discussão é muito apropriada. Talvez o consenso não seja algo tão possível em algumas situações ou em relação a alguns temas/conceitos mas o debate sempre será possível.

Anônimo disse...

NOSSA, que legal a pessoa falando que é pra deixar radfems "pra lá" porque somos um grupinho de "pessoas de 15 anos" que só são assim porque "sofrem de stress pós traumático"

Parabéns trans-ativistas.

-

Sim, algumas de nós sofremos de PTSD por causa das relações traumáticas que temos com homens e com pênis e o vemos como arma sim.

Esse artigo é lesbofóbico, assim como vocês. Mas lesbofobia? PODE. Cultura de estupro no cotton ceiling? (Lésbicas TEM QUE ACEITAR um pênis na cama ou são transfóbicas!) PODE!

Muito coerente!

Não vou comentar mais aqui.
-

Lola,

Novamente, o blog não é meu. É um coletivo de mulheres. Tem tres textos meus, os tres em inglês. E o último que foi uma resposta ao seu artigo, em português.

E eu respeito muito seu trabalho. E faria sim um artigo anti-prostituição/anti-pornografia pra cá sim, com o maior prazer.

A Cathy não conversa com quem ela vê que dialoga com homens, ela viu o texto que você endossou, traduziu, e na mente dela, isso é incompatível com feminismo. Ela, como você, tem décadas e décadas de militância por Direitos Civis, só que aqui no US, e ela não engaja. Por isso o comentário "manfeminism". O radfem não acredita que o feminismo necessariamente precisa de homem. Isso vem de Greer, inclusive. :/ Mas não posso falar por ela. Quem sabe vocês possam trocar figurinhas. Ela é uma ótima pessoa, apesar da fama de internets.

Sobre os TAs, são tão violentos conosco quanto os MRAs. O NãosouCis é um blog de Brasileiras aberto. Todas usam pseudonimos menos eu, pq moro aqui - mas aqui a banda toca diferente. Espero que o que acontece aqui com quem se mostra não comece a acontecer aí, porque é triste.
Abraço.

Anônimo disse...

http://radfemworldnews.files.wordpress.com/2012/03/cotton.jpg?w=451&h=261&crop=1

Acho que essa imagem sintetiza bem o que você "não quis entender" sobre cotton ceilling, Lola.

Anônimo disse...

O feminismo comete, nos anos recentes, o mesmo erro que cometeram diversas vanguardas no passado: desprezar a percepcao publica, real, que as pessoas comuns de carne e osso tem daquilo que esses movimentos reinvidicam.
Pode ter certeza que as bobagens que muita gente tem em mente quando pensa em feminismo, representam de fato a percepcao que as pessoas comuns tem do feminismo hoje. A culpa é dela e das pessoas? Ou será culpa das feministas de carteirinha que perderam o bonde da historia e capacidade de expressar com clareza o que de fato reivindicam?

Anônimo disse...


Sim, algumas de nós sofremos de PTSD por causa das relações traumáticas que temos com homens e com pênis e o vemos como arma sim.
-
Falofobia ?

Nih disse...

Ué Lola? Tá deixando a Raziel comentar de novo? Pra agredir feministas ainda por cima? Como assim?

Nih disse...

Ah, e acho bizarro alguém achar que uma pessoa deva necessariamente gostar de pinto. Uma pessoa não tem o direito de nunca mais querer ver um pinto?
Pessoas lidam com seus traumas como PODEM. Lidem com este fato.

Anônimo disse...

"Anônimo Anônimo disse...


Sim, algumas de nós sofremos de PTSD por causa das relações traumáticas que temos com homens e com pênis e o vemos como arma sim.
-
Falofobia ?"

^ Pela tua magnífica lógica, então homens gays são vaginofóbicos?

lola aronovich disse...

Mordred, cadê a Raziel? Não, ela não pode mais comentar aqui.


Anyal, nossa, vc não imagina como tenho problemas com essa sua frase, ainda mais dita tão naturalmente: "Cathy não conversa com quem ela vê que dialoga com homens". É isso mesmo? Tem radfem que não dialoga com homens? E tudo bem isso? Não é preconceituoso se negar a dialogar com 50% da população? Eu leio coisas assim dos mascus em relação às mulheres, e fico passada.

Anônimo disse...

Lola, por favor. Você entendeu perfeitamente o que eu quis dizer.

Não dialoga com homens dentro do movimento dela e não dá voz a eles pra falar por cima de mulheres dentro do movimento delas, porque ela não acredita (e eu também não acredito, me desculpe, e muitas teóricas de segunda onda) que o protagonismo ou mesmo a voz do homem seja importante ou relevante na nossa política. E não somos obrigadas a dar voz a eles sobre nossa própria opressão se essa voz for em tom de comando (como o artigo desse cara) ou vier de posição de privilégio/entitlement.

A voz e o protagonismo tem que ser da mulher. Você discorda disso?

Ela obviamente dialoga com eles em outras esferas, a mulher é advogada criminal e política, além de ter filhos homens.

Entendo o bias aqui contra radfem, mas ler o restante do que eu disse também é super válido!

-
Falei que não ia comentar mais. Mas contigo eu dialogo. Enfim. É isso. De resto, só posso te pedir que leia.

Anônimo disse...

"Ha poucos anos quando comecei a me interessar e me informar sobre o feminismo eu caí numa comunidade do orkut feminista radical. Na minha ingenuidade, não achava que existiam feministas tão radicais, mas as mulheres que encontrei me fizeram entender por que encontrei meninas que se diziam ex feministas. Logo que entrei na comunidade entrei numa discussão e poucas vezes na vida me senti tão atacada e ofendida, e olha que fui vítima de bullying e estupro. As meninas ali não apenas discordaram das minhas opiniões (o que não seria um problema), mas me atacaram por essas opinioes, me acusaram de troll, de aliciadora do patriarcado, e nem ao menos argumentaram comigo, pra me dizer por que eu estava errada, foi só ataque. "

aqui isso tb acontece,várias vezes fui atacada por mulheres(n são todas) que n concordavam comigo,já fui chamada de homem,troll,mascu.
só é mulher ou feminista,se pensar exatamente como elas.

Nih disse...

Lola: apostaria um olho como a Raziel é a comentarista que zombou das vítimas de abuso ali em cima.

Anônimo disse...

Oi Lola, que bom saber que você não endossa o texto do tal rapaz, já que ele evitou comentar com as várias pessoas que quiseram discutir sobre as partes problemáticas do texto... silêncio total. Aliás, total não, porque rolou de chamar os amiguinhos e fazer posts ridicularizando quem reclamou... mas debater sobre os pontos polêmicos do texto? nada...

Anônimo disse...

E, assim, acho que precisamos de aliados homens sim, mas que estejam dispostos a debater, a ouvir as feministas, a aprender com suas colocações. Ficar falando do alto de sua prepotência, querendo protagonismo e ignorando as críticas das colegas, onde será mais que já vimos isso? Ah, sim, em todo lugar.

Anônimo disse...

Dá nem pra comentar alguém dizer que sente medo e tem trauma após ter sofrido violência sexual e ter isso chamado de "falofobia"? Nem consigo comentar a falta de empatia contida aí, além das relações com a cultura do estupro.

Anônimo disse...

Em tempos em que descobriram mascus até nas fotos da marcha das vadias BH (segurando um cartaz sobre mulheres serem interesseiras), tendo a foto aplaudida pela organização da marcha como bom feminista, chamando seus amigos mascu e escrevendo sobre chave mestra, "vagabundas", ainda reclamam da nossa paranoia. E Raziel, anda no facebook tentando se enturmar com feministas.

Anônimo disse...

Lola, não foi dito que o Tomás é um assediador, por favor!
E sim que ele já teve posturas escrotas no twitter, inclusive gordofóbicas e racistas, falando em mamilo rosa.O que ele diz ser desonesto por ser de ANOS atrás, mas é de um ano atrás, quando ele já se dizia feminista.E mesmo tendo passado SÓ um ano, ele já se sente apto a cagar regra sobre feminismo.É um babaca com um texto que pode servir pra passar um pano pra assediador, já que distorceu o que feministas dizem, que há sim homens assediadores em nossos meios e eles devem ser apontados, o super humanistão aí fez parecer que se fala nisso querendo cuspir no apoio masculino que presta e colocar todos os apoiadores na categoria assediador.E ao ser criticado reagiu feito uma criança chorona, não quis responder as críticas, apenas ironizar quem o criticava com o apoio de seus amigos, uns 10 homens, 3 mulheres e 2 mulheres trans que CAGAM pro feminismo.Mas não vamos acusá-lo por algo que não fez, assediador ele não é.

Jéssica disse...

"Esse nitpicking só mostra o quão pouco você tem a argumentar."

Então, achou algum site trans que diga que gênero é social, anônimo que gosta de ofender os outros?

Anônimo disse...

Numa coisa você tem razão também Lola, as ameaças e confusões e conflitos são causados por mascus. E os mascus nem sempre são homens, nem sempre são cis. Isso não podemos negar, e pessoas com este tipo de ideologia tem se infiltrado em todo lugar. Tá tenso.

Anônimo disse...

Mondred, não é o Raziel mas uma amiga que partilha de ideologias similares e transita em meios feministas. A Lola foi avisada sobre quem provavelmente é.

lola aronovich disse...

Anônimo das 12:38, eu não fui avisada de nada não, ou pelo menos não lembro. Mas não sei como vcs podem ter certeza de quem é um anônimo. Discurso mascu eu reconheço de longe, mas eu nunca saberia distinguir um mascu de outro.


Anônimo das 12:25, sobre mascu segurar cartaz na marcha das vadias de BH, vc tem essa foto? Fiquei curiosa.

Death disse...

A Lola tentando do seu jeito "não quis ofender", tirar a legitimidade do movimento RedFem.

Parabéns Lola!

lola aronovich disse...

Obrigada, M4v3r1ckk! Eu sozinha, num post em que expresso minha opinião sobre diversos assuntos, tento tirar a legitimidade de todo um movimento radfem! Porque, né, eu tenho poder pra isso! Sou f*da mesmo!


Preciso trabalhar, preciso trabalhar, preciso trabalhar.

Tarsila disse...

posso tentar colocar outra posição? a de uma mulher trans E radfem?
(Jéssica, você queria um site trans* que apoiasse a ideia de gênero como construção social. tá aí.)

http://radtransfem.wordpress.com/2012/02/03/sex-educations-gendering-and-regendering-women/

queria muito ouvir a opinião dxs trans* e das radfems daqui :)

Anônimo disse...

NOSSA, MAS COMASSIM TEM MULHERES QUE NÃO DIALOGAM COM HOMENS DENTRO DO FEMINISMO?! QUE ABSURDO!!

Lola é o feminismo que o patriarcado gosta.

Anônimo disse...

"cotton ceiling", alusão ao "glass ceiling" fala das calcinhas de algodão das lésbicas como obstáculo a conquistar para vencer a "falofobia" delas (como citado aí em cima). não é difícil perceber como as lésbicas/sobreviventes interpretam o termo como relacionado a cultura do estupro.

Anônimo disse...

Mulheres trans que não estão dispostas a retirada do pênis (e tem o direito a essa escolha, obviamente) têm que entender que lésbicas não são obrigadas a se relacionar com elas se não gostarem...de pênis! É também um direito.Absurdo achar que é transfobia essa opção e pregar um discurso de "vencer o teto de algodão(calcinhas)" de lésbicas.Absurdo chamar de falofóbica 1- uma mulher lésbica que não gosta de pênis ou 2- qualquer mulher cis, independentemente da opção sexual, que teme estupros, ameaça real em nossa sociedade.Me enoja que se diga o contrário.

Marina P disse...

Ok, entendi o que é cotton ceiling, agradeço às pessoas que explicaram. Ainda estou lendo praticamente tudo que encontro sobre esse termo e tentando formar uma opinião sobre o tema; admito que nem imaginava que o termo ou essa discussão existiam...

Lola, fica difícil pra quem está começando no feminismo entender exatamente qual é a treta interna e até mesmo compreender o post inteiro sem saber o que esse e outros termos significam, sem saber exatamente o que são as radfems, sem saber um moooonte de coisas... Às vezes me sinto perdida aqui... Estou lendo como se não houvesse amanhã, mas é muita coisa na fila de leitura, viu? Agora, eu quero saber o que esses termos significam, senão a sensação que dá é de que estou imersa na minha própria ignorência, sem saber tudo que existe por aí... E eu quero saber o que pensam todos os lados e porque algumas ideias e conceitos são tão importantes para alguns mas rejeitados/questionados/vistos de forma diferente por outros, porque quero poder formar uma opinião MINHA sobre tudo isso. Porque eu admito numa boa que as opiniões que eu tenho atualmente são fruto da minha vivência e não necessariamente dos meus estudos sobre feminismo.

Anônimo disse...

Anônima das 14:36

Mulheres trans que não estão dispostas a retirada do pênis (e tem o direito a essa escolha, obviamente) têm que entender que lésbicas não são obrigadas a se relacionar com elas se não gostarem...de pênis!

Você fala como se fosse fácil conseguir a cirurgia. Você sabe quais humilhações e provações uma mulher trans deve passar para entrar na FILA(de cinco anos) para conseguir a cirurgia e redesignação sexual? Cirurgia essa que é muito mais que uma "retirada" do pênis, é em verdade uma remodelagem cirúrgica de todo o genital, todo tecido é aproveitado.

Anônimo disse...

Temos print do mascu segurando faixa na marcha das vadias sim, vou enviar por e-mail.

Anônimo disse...

Eu não conhecia 90% dos conceitos apresentados aqui em inglês, mas eu tenho uma dúvida que chega a ser primária.
Se essas mulheres não querem participação dos homens no feminismo como fica, por exemplo, a conscientização contra a cultura do estupro?
Radfems jogam tudo pro alto e se reúnem entre si praticamente objetivando uma sociedade alternativa exclusivamente de vaginas?

Anônimo disse...

Ainda que não seja fácil conseguir a cirurgia, não queira ainda que pessoas que não curtem pênis passem a curtir caso contrério é trans e falofobia (argh).E não existem mulheres trans que não queiram mesmo uma reconstituição genital, que ainda que se identifiquem com outro gênero, não estejam necessariamente infelizes devido ao órgão? Nesse aspecto, admito ignorância.

Anônimo disse...

Ok, Lola. Estamos fazendo um trabalho para tentar proteger nossas amigas dos mascus infiltrados, assediadores e agressores. Tudo isso está rolando frequentemente. Tentar nos proteger de violência, assédio e discurso de ódio é o papel das feministas. Mascus tambêm têm se escondido por trás de perfis de "homens feministas" e fakes de mulheres, se infiltrado em grupos feministas para obter informações, nomes e fotos das militantes, postando-as em fóruns e páginas de mascuzada, e fazendo ameaças. Também têm se utilizado desta técnica batida para conseguir informações sobre eventos e ações e fazer ameaças. E ainda tem gente que acha que sermos cautelosas, prezando pela segurança, é "paranoia de feminista maluca". Infelizmente, algumas pessoas dentro desses movimentos até tentam acobertar os agressores, abusadores e até estupradores, da mesma forma que corre na vida real. Acho que todos estamos cientes de um caso de grande repercussão onde tentaram usar até um site conectado com a Marcha das Vadias para acobertar agressores e culpabilizar as vítimas.

Mirella disse...

Anon das 16:02,


Mas daí você quer julgar e condenar uma lésbica a se relacionar com uma mulher trans que não fez a cirurgia ainda e chamá-la de transfóbica? Ela não tem direito à escolha? Não é melhor não se relacionar com uma pessoa que não gosta de/não sente atração pelo jeito da outra pessoa? A moça lésbica em questão é obrigada a se relacionar com uma mulher que tenha pênis?

--

E para lutar contra o patriarcado tem que se recusar a falar com 50% da população?
Acredito que o protagonismo, dentro do feminismo, deve ser de quem mais sofre com o patriarcado. Mas não acho que ignorar 50% da população vai ajudar em acabar com o machismo desta dita 50% parte da população. Achei que o feminismo era um meio de ajudar quem sofre e ajudar a acabar com o patriarcado.
Sou sim a favor de coletivos feministas composto 100% por mulheres. Mas não de 100% dos coletivos serem somente 100% compostos por mulheres (e quando digo mulheres, digo qualquer pessoa que assim se identifique). Acho que homens feministas devem levar o feminismo para dentro de seus espaços privilegiados, devem trazer as diversas vozes feministas de mulheres feministas para tais espaços.



Que debate mais cansativo.

Liana hc disse...

Ainda que eu concorde que o feminismo não pode nem deve de maneira alguma estar centrado na figura do homem... Não dialogar com homens dentro do feminismo, sendo um movimento social e político, não seria negligenciar uma parte da solução do problema? Em algum ponto os homens não precisariam estar na conversa?

Eu compreendo esses espaços sem a participação de homens, tanto quanto entendo a necessidade de qualquer grupo oprimido de ter um momento sem o convívio com algo que, concreta ou simbolicamente, represente sua opressão. Então, entendo isto num contexto mais pessoal, mas não vejo como isso funcionaria no contexto de um movimento político, afinal politicamente não precisamos do diálogo com a sociedade como um todo?

Ou haveria aí uma diferença entre dialogar com homens "no feminismo" ou "por meio do feminismo"? No sentido de usar o feminismo como ferramenta de atuação na sociedade, e não como o espaço prático de convívio com a mesma? Talvez tenha ficado confuso o que eu disse...

Anônimo disse...

O Raziel tá por aqui é? Que cara estranho... ele não desiste nunca.

Anônimo disse...

Eu acho babaquice excluir homens da dimensão feminista a uma, porque eles são perpetuadores naturais do machismo, a duas que eles também sofrem com o patriarcado e seria muito produtivo que eles tivessem consciência disso também. Que o que eles consideram privilégio é, na realidade, prejuízo, e que qualquer pessoa, de ambos os sexos, que não se diz feminista é, em última análise, alguém pouco informado.

Por outro lado sou a favor da tolerância zero contra o mansplainning (é assim q escreve?) e contra qualquer tentativa reiterada deles desviarem a discussão na seara do famoso bingo feminista, lembram? "Por que você fala isso pra mim, eu não sou estuprador, veja bem eu até tenho amigas mulheres e sou filho de uma", essa pasmaceira que lidamos diariamente. Então POR ESSE LADO eu entendo uma postura mais radical de excluí-los de certos grupos, mas como disseram antes, uma postura inclusiva no geral funciona melhor.

Anna D disse...

"M4v3r1ckk disse...
A Lola tentando do seu jeito "não quis ofender", tirar a legitimidade do movimento RedFem."

Não acho que a Lola teve intensão de ofender ninguém neste texto. Até porque, para os não-interpretativos de plantão, o texto critica pontos tanto das radfem quanto das transfem.
Acho que são críticas válidas, pois concordo que extremismo não é muito bom nunca. Apesar de ficar tentada por algumas das teorias radfem, eu procuro deixar claro na minha mente que o feminismo quer IGUALDADE e tem por objetivo LUTAR PELAS MINORIAS.
Então assim, acho que são válidos alguns pontos da discussão das radfems e também das transfems, mas não acho que ficar de exclusão adianta alguma coisa. Parece que algumas pessoas aqui estão usando do ódio que sentem para militar. Acho que nós, enquanto pessoas engajadas buscando mudanças, devemos direcionar nossa raiva para a ação, e não para as pessoas.
As radfems são mulheres que tem alguns privilégios, que são poucos comparados aos de homens. O seu maior privilégio é já ter bem claro o que é. Em compensação, está condenado a todo tipo de violência e dominação. As mulheres trans ou trans*, e eu sinceramente nunca entendi porque precisa dizer que são trans, já que são mulheres, podem até ter crescido com privilégios atribuídos aos homens, mas também crescem muitas vezes sem conseguir entender direito o que se passa consigo e sofrem muita discriminação por isso também. Acho que o privilégio que se tem não é maior que a dor pela qual muitas passam.
Por fim, acredito que algumas questões são restritas a mulheres nascidas assim, como menstruação, violências específicas, entre outros. No entanto, não acho que a exclusão seja caminho para discutir.
Na minha insignificante opinião, acredito que o extremismo tem cegado alguns membros desses grupos, como pode cegar qualquer pessoa em qualquer situação. Acredito que bom senso e amadurecimento, junto com empatia e diálogo sejam um bom caminho para superar os obstáculos que temos. Porque, na boa, discussões fechadas em pequenos grupos não levam a nenhuma mudança social, muito menos o ódio à alguma minoria é um bom caminho para a luta que visa a igualdade.

Anônimo disse...

Anon das 16:33,

Mesmo ela não sendo uma boa pessoa, não deveríamos desrespeitar sua identidade de gênero. Ela se identifica como mulher e deve ser tratada como tal. É muita hipocrisia pregar transfeminismo quando se escolhe respeitar a identidade de gênero somente de quem gostamos!

Anônimo disse...

"Mesmo ela não sendo uma boa pessoa, não deveríamos desrespeitar sua identidade de gênero. Ela se identifica como mulher e deve ser tratada como tal. É muita hipocrisia pregar transfeminismo quando se escolhe respeitar a identidade de gênero somente de quem gostamos!"

Acreditar em identidade de gênero de troll machista é demais pra minha cabeça.

Jéssica disse...

@Tarsila

Comecei a ler o site que você passou, parei por ora porque é muito longo, mas vou continuar a ler depois. Por enquanto o texto está interessante.

Anônimo disse...

sei que isso não tem nada a ver com o post. Mas achei super interessante a proposta http://largelabiaproject.org/

pra todas que somos discrimonadas por nossos labios grandes

Anônimo disse...

O maior problema das RadFems ficou bem claro pela postura da Cathy com a Lola: arrogância. 100% das militantes radfems ativas fazem questão de falar o tempo todo o quanto são mais feministas q as libfems, o qto elas sim são as feministas de verdade. Aí não dá, ninguém se sente confortável a dialogar. Eu li muito sobre radfem e gostei muito de vários textos, mas essa postura arrogante delas transparece inclusive na escrita, o que torna difícil de abraçar, sabe? A Cathy mesmo é ilegível, por esse motivo, tem q estar muito bem humorado.

Estou disposta a lutar lado a lados das minhas irmãs radfems. Acontece q elas não querem lutar comigo. E eu sou mulher cis.

B. disse...

Eu não concordo com vários posicionamentos das feministas radicais, mas se tem uma posicionamento que me deixa encafifada e nesse momento, eu nem sei mais para qual lado eu estou (talvez eu seja uma radical enrustida) é o posicionamento PRIMORDIAL do feminismo que é a desconstrução dos NOSSOS papéis de gênero.
Nós queremos desconstruir TODA a imagem que o patriarcado faz da mulher para nos empoderarmos. Diante disso, como podemos definir a feminilidade de um trans, se nós não acreditamos que existam coisas que nos definam!??

A parte disso, eu sou uma pessoa completamente respeitosa com transexuais e inclusive não tenho ideia do sofrimento que é não ser reconhecido, não ter chances de conseguir um emprego descente e acima de tudo enfrentar um dos preconceitos mais cruéis, pois são vistos como anomalias. Quero que todas essas pessoas sejam reconhecidas como desejarem e que tenham uma vida muito melhor.

Mas, mas, mas, até aí, há um monte de luta delas, luta de saúde pública e de reconhecimento, que é diferente da luta FEMINISTA em si.

Eu acho que mulheres trans são e sempre serão transfeministas, suas experiências irão sempre ser diferentes de uma mulher que nasceu com o privilégio cis.

Dessa forma, acho que a convergência de interesses é pela defesa sempre do respeito e do reconhecimento da mulher como igual. Agora ter que digladiar com trans a todo tempo em que se fala qq coisa sobre mulher é cansativo e só afasta uma pequena luta "comum".

Esse argumento de transfobia é utilizado para todo e qualquer pergunta/debate que se faça sobre esse universo que é desconhecido por muitos, e hoje a cobrança sobre não ser transfóbico é feita, como se toda essa teoria estivesse lapidada e constituída a centenas de anos.

E na verdade tudo isso está sendo construído agora. Se não pode discutir, tem que acatar o que ouvimos dessas experiências. E é aí eu acho que somos diferentes, nossas experiências são simplesmente diferentes.



Death disse...

Lola

Não seja cinica, você bem sabe que o seu blog é bem acessado, ficar aqui dizendo que o movimento RadFem é excludente sem ter uma razão plausível, é de no mínimo uma preguiça extrema.

São as próprias trans que se auto excluem ao quererem passar na frente, causas próprias, tendo em vista que ainda é questionável a aproximação deste grupo.

PS: desta vez vc não me acusou de ser mascu, que foi? tá doente?

Anna D

Aqui ninguém está destilado ódio particular algum, vc usa da mesma tática dos homens ao tentar desmoralizar uma mulher, ao dizer que ela é "histérica", ou que seu discurso está inflamado, não reproduza aqui um comportamento que acredito, que vc procure combater.

Sinceramente, não acho que deve-se fingir simpatia por pessoas que visam abertamente diminuir a sua causa, mesmo pregando que está apenas divergindo "numa boa", mas a Lola já fez escola pelo jeito.

PS: Lola, de nada.

Anônimo disse...

"diferentes de uma mulher que nasceu com o privilégio cis."

Sério. Parem com essa merda. Nascer mulher NÃO é privilégio algum.

Anônimo disse...

Movimentos radicais são um lixo... extrema direita, extrema esquerda, extremo isso e aquilo, sextremismo, feminismo radical, tenham dó. Ser extremo não é qualidade de quem é equilibrado, de quem sabe ponderar, que não é maniqueísta na vida real. Dividir o mundo entre bons e maus, mocinhos e bandidos, homens e mulheres, é uma bobagem fantasiosa e muito me admira que em pleno 2013 as pessoas ainda se comportem como A Turma da Rua de Cima versus A Turma da Rua de Baixo sem se dar conta que rua é via pública, portanto de todos.

Lilly disse...

RadFem me lembra Femen. E também me lembra os masculinistas, o que não pode ser bom.

Taís Albina disse...

(1/5 - isso vai ser bem longo, me desculpem!)

Primeiramente, vou dizer que eu estava há alguns meses esperando esse post da Lola. Gostei um tanto do que está aqui, principalmente por eu estar esperando uma manifestação dela desde a treta no dia das mulheres. Então, achei bem legal, mesmo que tardio.

Vou pular completamente a parte sobre transfeminismo, apenas porque preciso que preciso pensar bem direitinho no que quero falar aqui sobre o tema.

Vou me focar mais no que li no texto da Lola do que aquilo que li nos comentários, pq ainda não consegui digerir muito bem todas as coisas ditas.

Não quero desmerecer a luta de ninguém. Eu sou da opinião que mesmo aquelas lutas que eu PESSOALMENTE julgo absurdas (e esse é o caso de ALGUNS feminismos radicais), têm todo o direito de existir. Até os mascus. Não incitando violência, manda ver. Mesmo se eu tivesse o poder de silenciar alguém (e às vezes é até estranho ver as pessoas debatendo como se alguém tivesse esse poder de invisibilizar algum movimento assim, de forma individual), não silenciaria radfems. Pq silenciar não é coisa que se faça com ninguém, mesmo que a gente queira muito.

Obviamente, discordo da pauta das radfems. Discordo até mesmo de negar diálogo com homens dentro do feminismo. Discordo também de tudo o que foi falado sobre protagonismo dentro do feminismo, pq quem deve protagonizar o feminismo, PRA MIM, é a própria pauta, não pessoas. Na verdade, discordo de um monte de coisas.

Mas e daí? Que direito tenho eu de discordar? Todo, oras! Mas o que eu vou fazer com essa minha discordância? Vou xingar muitas femrads no twitter? Vou caçar as carteirinhas de feministas delas? Nem a da Sara Winter eu caçaria. Se a pessoa se diz feminista, ela é feminista, oras! Quem diabos sou eu pra dizer que os feminismos que eu não concordo são menos feministas? Que alguém está "manchando a honra" (expressão meio nojentinha escolhida de propósito) do meu MEU MEU feminismo? Nah, não tou nesse nível todo de egocentrismo, não!

Feminismos são plurais, assim como as pautas e as formas de abordagem o são. É natural a gente se identificar mais com uma do que com a outra. É natural a gente olhar prum determinado tipo de feminismo e pensar que a nossa vida no facebook vai ficar toda lascada pq estão passando a imagem errada sobre feminismo pra gente leiga e desinformada. Mas, peraí, errada pra quem? Pq eu, que sei a história toda do feminismo e li tudo das maiores autoras do tema, separando em ondas direitinho, tenho mais direito de dizer o que é o tal do feminismo do que as radfems, as Saras Winters ou quem quer que seja que eu discorde de?

Aí cria-se a falácia do escocês (desculpem, tenho hábito de conversar com ateus na internet e eles costumam conhecer as falácias por nome ~ o que é bem divertido pra mim! rs Quem não souber do que eu tou falando, dê uma passadinha na página sobre falácias da wikipedia que lá tem a explicação) dentro do feminismo. Fulana não é feminista "de verdade". E carteirinhas são caçadas.

Taís Albina disse...

2/5
(continuação)

E então essa questão de homens no feminismo... vou retirar completamente desse assunto sejam os homens trans, sejam as mulheres trans (que em alguns comentários aqui foram postas junto com homens cis e isso me incomodou excessivamente, porém escolhi acreditar que foi apenas um recurso utilizado por conta de alguns feminismos não aceitarem mulheres trans como mulheres, em forma de crítica), vou me focar completamente na aceitação dos homens cis dentro do feminismo.

Embora eu não concorde que homens não devam integrar movimentos feministas, eu compreendo de onde vem isso e aceito essa postura. E, acima de tudo, EU NÃO VOU PATOLOGIZAR ESSA QUESTÃO DIZENDO QUE ISSO É ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO, simplesmente porque patologizar qualquer sensação que alguém tenha me parece a forma mais cruel de invalidação possível. Mesmo não concordando com a postura, eu seria a presidente do clube dos hipócritas se eu encarasse essa postura de "toma um rivotril, fica aí quietinha e pára de frescura" que essa patologização me passa. Eu fui, também, estuprada algumas vezes durante a minha vida - algumas vezes com muita violência, uma delas com uso de arma de fogo no meio da rua. E vivi um trauma imenso, sem dúvida, depois desse estupro com arma de fogo. Eu não desenvolvi nenhuma forma de problemas para me relacionar, seja sexualmente, socialmente ou dentro do meu feminismo, com homens. Mas entendo que isso fui EU e entendo que pode acontecer de alguém reagir dessa forma. Sem absolutamente nenhum juízo de valor, mesmo. Cada um sabe de si e sobrevive aos possíveis traumas que venham com o gênero de como quer ou como pode.

Porém, eu acredito que o feminismo tem como intuito primeiro a mudança de realidade da vida das mulheres (TODAS elas) no mundo real. Os espaços de convivência virtual para mulheres, na minha opinião, não deveriam ser uma prioridade sobre a idéia de mudar de fato as condições de vida das mulheres. Então, eu consigo compreender mulheres que, por escolha pessoal, não queiram falar sobre feminismo com homens. É uma escolha pessoal e ninguém tem nada a ver com as razões delas. Porém, vivemos num mundo real, formado também por homens, e precisamos arrumar um jeito de incluir esses homens reais (ou mesmo mulheres não feministas) na mudança ativa que queremos ver no mundo, né?

Taís Albina disse...

3/5
(continuação)

Ficar no grupo virtual escrevendo sobre feminismo pode ser imensamente prazeroso e até mesmo muito útil. Porém, acho que ações se fazem necessárias no mundo real e esse mundo real inclui homens.

Acho de suma importância para qualquer feminismo que seja arrumar um jeito de tornar o discurso do feminismo acessível a quem não frequenta espaços especificamente feministas e atingir de fato as pessoas que não se dizem parte do movimento. E isso inclui homens. Enquanto o feminismo não atingir gente não-feminista, nenhuma grande mudança será observada.

Nesse sentido, acho que todos os movimentos sociais precisam estudar um pouco sobre propaganda e aprender como mostrar essas idéias de forma mais compreensível e eficaz para pessoas não-feministas. Meu marido aliás comentou um artigo muito bom sobre como que a "propaganda negativa" (apenas dizer "não estupre", "não seja misógino" ou coisas simples assim que pra nós que estamos no meio é super óbvio) acaba aumentando as ações preconceituosas, enquanto que mais informação (como "10 razões para não ser misógino", listando vantagens ou mesmo só explicando o transtorno que a misoginia causa) tinha sucesso em diminuir o índice de ações preconceituosas. É nesse tipo de coisa que eu acho que as lutas sociais todas deveriam focar esforços.

A menos que o nosso feminismo seja voltado pra só mulheres (cis e com suas devidas carteirinhas de feminista) migrarem para uma ilha livre de qualquer pessoa que pense diferente, né?

Taís Albina disse...

4/5
(continuação)

Ninguém gosta de ouvir que está errado, mesmo que esteja e saiba disso. É desprazeroso e gera falta de empatia imediata. E isso é inútil, num ponto de vista de que somos um movimento que visa por EDUCAR as pessoas para que uma mudança real seja observada.

E então venho falar sobre a questão do "privilégio". Acho que todas nós aqui conseguimos listar uma série de eventos que cada uma de nós viveu, seja ligada com sexualidade e gênero ou não, que não faz a gente se sentir nem um pouco privilegiada. "Eu, mulher cis branca de classe média, tenho qual privilégio de já vivi isso, aquilo, aquilo outro?". O fato é que NINGUÉM se sente privilegiado. Nem o homem branco heterossexual rico que nasceu numa família amorosa.

Então, basicamente, eu acho que usar essa palavra pra comunicar o que tentamos comunicar aqui é altamente inútil. Essa palavra é tão pesada que presta um desserviço ao que está sendo comunicado, chamando mais atenção do que o argumento em si.

Parei de falar sobre privilégio. Isso cria indisposição e acaba afastando gente. Eu uso eufemismos mesmo, sem dó. Gosto de falar usando a palavra "vantagem". Olhem como soa mais leve: "Mulheres cis têm algumas vantagens que mulheres trans* não tem." Viram? Agora ninguém precisa se sentir quase culpada por ser cis, ou quase ofendida por achar que não é privilegiada. Não é como se por ser cis vcs não tivessem outros problemas, ou sua vida ser mais fácil e toda reclamação sua ser mimimi pq vc não tem do que reclamar, sua privilegiada. Não! Vc apenas tem uma vantagem nesse determinado ponto.

Dessa forma me parece mais fácil entender a questão do outro. Dessa forma é mais fácil não se apegar tanto às entrelinhas na palavra "privilégio" e esquecer do sentimento de empatia com outras pessoas.

Taís Albina disse...

5/5
(continuação e final, Ufa!)

Bem, já escrevi demais e ainda tem muita, mas muita coisa pra comentar aqui. Então, vou esperar um pouco mais para ver como a discussão vai seguir e depois vejo se tenho mais coisa a dizer, mas por enquanto é "só" isso!

Tem uma expressão bem legal que eu vi esses dias que ilustra bem o que eu quis dizer: "Não adianta pregar pros convertidos!".

Anônimo disse...

o que me anima lendo os comentários é que mtas mulheres se expressaram dizendo que estão realmente incomodadas com a maneira que trans ativistas se colocam nos debates, onde qualquer discordância é sinônimo de cissexismo/transfobia.

esse conceito do cotton celing é grave demais. já vi mulher trans dizendo: "eu ressignifiquei meu pênis, não enxergo como masculino..." well, direito seu, né?
mas, isso não torna magica e automaticamente pênis um orgão neutro dentro de uma cultura onde ele é usado p/ violentar mulheres com vaginas.
lésbicas não precisam aceitar penetração de pênis p/ não serem chamadas de preconceituosas, transfóbicas. e as mulheres trans que não sentem disforia com seus genitais deveriam lembrar e respeitar isso.

tb já vi mto o argumento: "ora, estamos problematizando os gostos, como qdo alguém racista diz não gostar de se relacionar com pessoas negras". isso é uma falsa simetria! pq, novamente: ignora que pênis, numa cultura de estupro como a nossa, é rotineiramente usado como arma p/ estuprar mulheres...ao contrário das características fenotípicas de negros, né?
existem radfem no brasil que discordam bastante do approach agressivo e desrespeitoso desse blog "eu não sou cis", mas se instaurou um clima tal de escárnio e perseguição generalizado com qualquer uma que se identifique como radfem que fica difícil vir a público e dizer "me identifico com o fem. radical e não concordo com isso".
por fim, existem outras vozes no transfeminismo além do grupo do FB e qdo as citamos logo dizem "isso é tokenismo". fica realmente difícil.

o q me sinto à vontade - e segura - nesse momento é para, internamente, apontar transfobia e desrespeito de outras companheiras radicais.

Anônimo disse...

O engraçado é que as radfems tentam induzir(desonestamente) a todo o custo que uma mulher com pinto vá obrigatoriamente usar o pinto feminino dela numa relação sexual.

Anna D disse...

M4v3r1ckk

Na minha opinião, eu acho que alguns membros de ambos movimentos, radfem e transfem, estão destilando ódio sim, e até acusando algumas pessoas militantes dos movimentos contrários. Por isso me parece que o discurso pende para o lado pessoal, e ai a raiva às pessoas se sobressai. Não quis dizer que é o seu caso, porque nem mesmo lhe conheço.
Não vejo o meu discurso como o mesmo de alguns homens que tentam calar a voz das mulheres com argumentos pífios como histeria e coisas afins. Pelo contrário, eu abomino isso. Tanto que disse: sou bastante favorável as ideias radfem, mas não deixo de considerar as transfem.
Quem sou eu para cagar regra no movimento alheio. Não acho que seja esse o caso do post. Mas frente ao que está sendo discutido aqui, talvez o radfem tivesse maior visibilidade abrindo o discurso "civilizado" e respeitoso com militantes de outros movimentos, da mesma forma que as transfem também poderiam fazer. Não estou dizendo que universalmente todas as membros dos dois movimentos são extremistas a ponto de não dialogar, mas algumas sim.
O que acho saudável é que o diálogo cresça, mesmo que existam questões muito específicas de cada grupo. Isso porque acredito que a maior parte das pessoas que acompanham o blog e participam da discussão querem uma sociedade mais igualitária.

Também não acho que deva se fingir simpatia por pessoas que tentam diminuir a nossa causa, independente de quem for, homem, mulher, trans etc. Acho, sim, que deve haver respeito acima de tudo, e muitas vezes os movimentos aqui destacados não estão agindo dessa forma. Eu acho que intolerância e resistência é necessária em alguns casos, principalmente no que se refere ao pensamento machista dominante. Mas acredito que a causa feminista converge também para causa LGBT - trans, como pode se juntar a causa negra. Penso que, como minoria, todas devemos nos unir tendo como base aquilo que nos aproxima e dialogar acerca dos pontos divergentes.
Mas acredito que o extremismo não proporciona o avanço, e sim cria ciclos de destruição e ódio. Não estou dizendo que esta seja a sua opinião ou posicionamento, M4v3r1ckk.

E assim, não é só porque não gosto de algo que devo desrespeitar isso. Um exemplo bem básico é: eu posso odiar o cara do testosterona; contudo, se o vir na rua, não o agredirei com palavras ou objetos (mesmo sabendo que no caso dele muito provavelmente o diálogo não funcionaria).

Unknown disse...

Lola,

Gostei muito do seu texto. Porém, acho que as pessoas confudem muito feminismo radical, feminismo culturalista, feminismo liberalista etc. Sei lá, não acho que odiar homens e pregar superioridade do gênero feminino seja a definição correta de feminismo radical.

Death disse...

Ora, por favor Anna D

Como que vc quer que os grupos radicais feministas se abram ao diálogo, quando justamente, há essa abertura, o povo vem só para malhar? E falar bobagens? Do tipo, vc's são excludentes, [ por que querem ]

Veja, que nem sempre excluir, ou excluir-se é algo voluntário, não dá pra ter muita tolerância com quem vêm dizer que vc é ignorante, por ser radical.

As pessoas esquecem que radical é nada mais do que levar a coisa até a raiz, o que há de ignorante nisso?

Pergunte a Lola, pq ela de fato, de modo muito sutil sempre vem com essa, de que radfems estão fechando o diálogo, são "intolerantes" e oh, ruins pra cacete.

Até parece aquele cara que diz que toda feminista (inclui ai vc liberal) é peluda, lésbica e raivosa, como ser peluda, lésbica ou raivosa, fosse ruim.

Agora todas tem que ser perfumadinhas, viu? Se não tá fora.

Anônimo disse...

Poxa, Taís Albina, vc falou bem e de forma clara. Gostei.

Por favor, diante desse debate fiquei sem saber: afinal, o q é o feminismo?

Tenho o feminismo mais como um sentimento do q como uma disciplina acadêmica.
Há algum texto síntese, didático, para principiantes sobre o assunto, q abarque todas essas siglas, conceitos etc?

Sério. Vejo mt achismo nos coments, mas ao mesmo tempo não conheço uma bibliografia generalista.

Anônimo disse...

lola ja que vc diz ser amiga da bruna que eh super novinha vamos tentar orienta-la a nao distribuir ofensas de teor misogino em defesa do mansplaining do amigo... que pediu perdao a vc mas nao disse nada prum monte de gente que se ofendeu com o texto asqueroso. quem sabe pra vc ele aceite dar explicacoes

Anônimo disse...

Cathy Brennan nao e a tal que mantinha um blog com fotos porno de travestis para ridiculariza-los?

Anônimo disse...

"O engraçado é que as radfems tentam induzir(desonestamente) a todo o custo que uma mulher com pinto vá obrigatoriamente usar o pinto feminino dela numa relação sexual."

Certo, ainda assim não vejo porque uma mulher lésbica seria transfóbica ao não querer se relacionar com alguém com pênis.

Anônimo disse...

Vejo que esse blog se tornou transfóbico assumido. Estava demorando! Ainda é melhor que fingirem ser transinclusivas, não é mesmo?


Vai me desculpar, Lola, mas eu e outras transfeministas não podemos mais estar do seu lado agora que você é radfem.
Adeus

Vi disse...

(Anônimo - 21 de maio de 2013 17:59)
"Estou disposta a lutar lado a lados das minhas irmãs radfems. Acontece q elas não querem lutar comigo. E eu sou mulher cis. "

Por que não? A única divergência que talvez tenhamos contigo é por você ainda acreditar nisso de "cis". Você é uma mulher, ponto. A questão de "identidade de gênero" não vai diminuir a opressão sobre nós. "Privilégio cisgênero" não existe, a raiz do problema é o patriarcado.

Leia, estude. E não seja como 2/3 das libfem de plantão, que não param para ler UM livro de alguma teórica feminista e só ficam vomitando o discurso alheio.

Anônimo disse...

Todo esse feminismo cortês, delicado e sorridente nos levando a lugar nenhum...

Anônimo disse...

Acho que um ponto a favor das radfems, e o que me fez aderir ao movimento, é que o feminismo mainstream está sendo mais e mais sequestrado pelas demandas das trans, enquanto que problemas específicos das mulheres que nasceram mulheres são relegados para segundo plano.

Sabe, coisinhas insignificantes como a gangorra hormonal que nós mulheres passamos, menstruação, TPM, a experiência da gravidez, a incidencia maior de estupros... são algumas das coisas o que tornam a vida de uma mulher nascida mulher muito diferente da vida de uma trans, e estas últimas jamais poderão saber realmente como é ser mulher não importa quantas cirurgias façam.

A batalha de uma trans é diferente da batalha de uma mulher. Não é somente agir com superioridade por ter uma vagina, é simplesmente ser diferente.

Anônimo disse...

""Privilégio cisgênero" não existe, a raiz do problema é o patriarcado."

Melhor coisa que eu li nos comentários até agora.

Anônimo disse...

"Por favor, diante desse debate fiquei sem saber: afinal, o q é o feminismo?

Tenho o feminismo mais como um sentimento do q como uma disciplina acadêmica.
Há algum texto síntese, didático, para principiantes sobre o assunto, q abarque todas essas siglas, conceitos etc?"

A extrema falta de coesão do movimento feminista não permite um guia uno de iniciação. Vão indicar 53248530945830495834 livros e você que se vire com eles. Sem coesão e sem liderança fica difícil avançar, ainda mais se você não é um iniciado na coisa e tem que se virar decifrando mil termos que a rigor não fazem o menor sentido.

Anônimo disse...

"Certo, ainda assim não vejo porque uma mulher lésbica seria transfóbica ao não querer se relacionar com alguém com pênis."

Concordo. Isso não tem nada a ver com transfobia.

Até porque eu posso me considerar a Rainha da Inglaterra, mudar meu nome para Elizabeth, mandar construir um palácio, batizar meu filho de Charles, arrumar uma nora Diana ou Camila, usar roupas monocromáticas combinando com o chapéu e com os sapatos e isso NÃO VAI me fazer Rainha da Inglaterra.

Isso de dizer "meu pênis é feminino portanto vc é transfóbica" beira a insanidade.

La Cucaracha disse...

Acho que tem muita gente que precisa se esforçar mais para controlar os ânimos. Achei as idéias sendo debatidas interessantíssimas, mas a animosidade proveniente de todos os lados só serve para tornar indistinguíveis as posições do lado x daquelas dos trolls, como é o caso do comentário desse anônimo 3:37, para ficar só com um exemplo.

Radfems e transfeministas, ao invés de sair ofendendo gratuitamente a ignorância alheia sobre o tema, por favor indiquem livros básicos para quem quiser compreender melhor os seus pontos de vista. É tããããão mais produtivo quando a gente mostra quais são as idéias, ou onde encontrá-las, ao invés de ficar apontando o dedo na cara dos pobres mortais ignorates...

Anônimo disse...

Acho que um ponto a favor das radfems, e o que me fez aderir ao movimento, é que o feminismo mainstream está sendo mais e mais sequestrado pelas demandas das trans, enquanto que problemas específicos das mulheres que nasceram mulheres são relegados para segundo plano.

Sabe, coisinhas insignificantes como a gangorra hormonal que nós mulheres passamos, menstruação, TPM, a experiência da gravidez, a incidencia maior de estupros... são algumas das coisas o que tornam a vida de uma mulher nascida mulher muito diferente da vida de uma trans, e estas últimas jamais poderão saber realmente como é ser mulher não importa quantas cirurgias façam.

A batalha de uma trans é diferente da batalha de uma mulher. Não é somente agir com superioridade por ter uma vagina, é simplesmente ser diferente.




Não sou radfem mas concordo totalmente com seu comentário. Na teoria, deveria haver espaço para todos(as) mas na prática o que vejo é exatamente isso que você falou, especialmente o que grifei.

"Privilégios de mulher cis"... piada de extremo mau gosto.

lola aronovich disse...

Pois é, La Cucaracha, ânimos exaltados. Tem grupos que se não agredirem entre si, não existem.


Anon das 7:49, quer a indicação de um livro só pra entender o que é feminismo? Indico FEMINISM IS FOR EVERYBODY, da bell hooks. E nem sei de que termos técnicos vcs estão falando. Alguns feminismos têm termos técnicos, outros não.


Isso, anon da 7:59, compare ser transexual com a rainha da Inglaterra. Falta de empatia total pela identidade dos outros, né? Ah é, vc não acredita em identidade de gênero. Gente, tive uma overdose de radfem nesses últimos dias. Só posso dizer que não me atraiu nem um pouco.

Anônimo disse...

" Ah é, vc não acredita em identidade de gênero"

Acreditar eu acredito. Só que o pênis do(a) sujeito(a) vai continuar lá, independente do nome que ele(a) dê, e se eu não quiser isso na minha cama sou automaticamente considerada transfóbica. Coerência, cadê?

Anônimo disse...

La Cucaracha, quer material feminista radical? Tenho uma lista boa, mas que nem ousa ser completa em si mesma, sempre há mais a ser procurado, isso seria apenas uma indicação inicial de onde procurar, de livros e outros textos na corrente do feminismo radical. Boa leitura!

Alguns sites com textos de autoria própria das donas dos blogues e traduções em português:

http://amazonasrenascidas.wordpress.com/
http://antipatriarchy.wordpress.com/
http://apoiamutua.milharal.org/
http://arttemiarktos.wordpress.com/
http://feminismoevegetarianismo.blogspot.com.br/
http://hysterocracya.blogspot.com.br/
http://materialfeminista.milharal.org/
http://patriarkill.wordpress.com/
http://politica-sexual.blogspot.com.br/
http://politicasexual.wordpress.com/

Alguns livros na internet:
http://livrosfeministas.wordpress.com/

Livros para procurar fora da internet:
A Dialética do Sexo; Shulamith Firestone
A Guerra Contra as Mulheres; Marilyn French
A Mulher Eunuco; Germaine Greer
A Mulher Inteira; Germaine Greer
Mulher: Maturidade e Mudança; Germaine Greer
Contra a Vontade da Mulher: Homens, Mulheres e o Estupro; Susan Brownmiller

Tem muito, muito mais textos e livros feministas radicais em língua inglesa, por enquanto deixo somente esses em nossa língua mesmo.

Nih disse...

O mais legal ali foi uma acusando a Lola de ser Radfem.
Essa entendeu tudo, só que não!

Olha gente, eu simpatizo com pessoas trans pra caramba, mas se todas fossem como as do facebook, eu seria transfóbica convicta.

Anônimo disse...

"Indico FEMINISM IS FOR EVERYBODY, da bell hooks"

E em português, de autor(a) brasileiro(a), teria algum pra indicar por favor?

Anônimo disse...

Nenhum movimento deveria ter orgulho de sustentar um "radical" em seu nome e ideias.

Cética disse...

Achava que era só eu a enxergar com estranheza esse lance de ser privilegiada, por ter nascido mulher "cis". Ainda bem que não estou sozinha.

Anna D disse...

Realmente, xs feministxs aqui que estão com um discurso liberal estão todas vomitando um discurso de alguém né? E esse alguém no mínimo é a Lola, certo? Por que não a canonizamos logo de uma vez? Por que não a elegemos a rainha suprema do feminismo e, por que não, do universo?

Mano, na boa, quer dizer que só porque a pessoa não leu X livros e Y teoria ela não pode pensar e expressar sua opinião né? Por que assim essa opinião está sendo reprodução do discurso alheio? Que belo comportamento radical esse seu. Certinho para promover discussões que produzam algo. A luta das mulheres vai avançar muito com a condenação de expressão de um pensamento. Parabéns pela sua enorme sapiência.
Deixa eu só te dizer mais uma coisa: TUDO que você fala é reprodução de um discurso, seja ele lido em textos teóricos fodidos de pessoas fodidas, seja ele oriundo de uma conversa na padaria com uma pessoa humilde.

Independente das sua convicções, humildade nunca é demais. Não saia por ai desmerecendo a opinião de alguém só porque essa pessoa não leu as mesmas coisas que você. Isso, queridx, é cegueira, e das bravas.

E nem preciso dizer sobre a profunda admiração que sinto pela Lola e por seu discurso. Reproduzo-o, sim, com todo gosto e orgulho!
Porque foi ele que ajudou na minha libertação e superação de traumas, e não o odiosinho direcionado as pessoas que discordam do meu ponto de vista.

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