domingo, 17 de março de 2013

GUEST POST: EXPULSA DO CONVENTO

Luciana escreveu um relato muito interessante sobre quando era adolescente e passou um ano num convento, em Fortaleza, até ser expulsa.

Fiquei um ano num convento, mas não estava internada para ser freira. Elas aceitavam alunas mensalistas lá. Meus pais moravam em outra cidade e eu vim estudar. Eles inicialmente só confiaram de me deixar aos cuidados delas.
Mas após um ano, elas não me quiseram mais. Por meu comportamento. É um local bem interessante. A gente se sente (ao menos naquela época, faz quase vinte anos) em outro mundo. As noviças são proibidas de falar com a gente com as alunas internadas pra que não houvesse contaminação cultural. 
Não devíamos ir ao quarto umas das outras por exemplo, pra conversar. Apesar de estarmos saindo de casa pela primeira vez, da falta que nossos pais e irmãos nos faziam, não podíamos compensar com as outras pessoas do convento. Cada uma devia sair somente na hora das refeições, comer em silêncio e voltar para o quarto. Era permitido ir até o jardim, após as refeições, para rezar, e quem fizesse isto ganhava pontos positivos.
Lá tinha uma gruta com uma santa dentro só para este fim. Minha colega -- que não foi expulsa -- sempre se ajoelhava lá após o almoço ou café da manhã e rezava. Era o orgulho das freiras! Minha inadequação ficava mais evidente por conta desta menina. Ela conseguia acordar cedo mesmo aos domingos e estar na missa às 6:30 da manhã. Eu nunca conseguia!
Por qualquer coisa eu era levada à sala da Madre Superiora. Ela não parecia um ser comum, mortal. A visão daquela mesa grande, preta, antiga, com ela sentada atrás, me assustava. Fotos de santos gigantes nas paredes. Eu era muito nova pra aquela antiguidade toda! E ela sempre me olhava como se eu fosse um ser inadequado, de modo que eu nunca sabia o que podia e devia falar. Ela me enchia de perguntas, era quase um inquérito. 
Havia lá no convento uma funcionária da limpeza que contava todos nossos passos pra Madre. 
Então, se no meio da noite, após a luz ser apagada, eu desse uma escapada até o quarto de minha vizinha (não a certinha, esta não aceitava visitas), no dia seguinte eu estava lá dando satisfações sobre meu comportamento pra Madre. Ela queria saber tudo. O que falamos, o que fizemos. Seu discurso sempre vinha em seguida e me fazia sentir uma desencaminhada. Eu sabia que ali não era o meu lugar. Às vezes tinha muita raiva de não poder mais ouvir meu som, dançar no meu quarto. O quarto tinha apenas a cama e a escrivaninha. Às nove apagavam todas as luzes. Todas!
Uma vez, caiu uma chuva maravilhosa. Não era dia de aula e eu estava no quarto. Não podia sair. Mas estava com tanta vontade de sentir aquela chuva que abri as janelas e coloquei metade do meu corpo pra fora, tomando aquele banho. Me segurava nos batentes e sentia aquela água caindo, livre... Estava assim, sorrindo, quando percebi uma irmã parada na porta -- que eu tinha esquecido aberta --, estática, me olhando. Desta vez ela não disse nada. Eu saí e pedi desculpas. Esta irmã era muito sisuda. Quase não abria a boca. Disse-me de forma inédita e sussurrada: "se enxugue ou vai pegar uma gripe". Não sei se este vacilo meu foi vazado até hoje.
Enfim, um dia chegou uma moça de Fortaleza, e eu fiquei muito feliz porque ela já trabalhava. Então era independente! Significava que as freiras não poderiam ligar pros pais dela pra denunciar. Até hoje não entendo o porquê dela ter sido aceita lá. Ela foi posta separada, no final do corredor, e seu quarto tinha banheiro (suíte). Muito simpática, hoje sei que ela me via como criança, por conta de ela já ter naquela época seus 38 anos. Então ficamos amigas. E ela permitia que após as 21hs eu fosse conversar e rir no quarto dela. Ela tinha um abajur muito clarinho que mantinha acesso e não dava pra luz ser percebida por baixo da porta. Ela trazia chocolates, pizza e ainda por cima, tinha fones de ouvido e podíamos ouvir música! 
Até que numa dessas noites, já passava das 23hs, e acabamos rindo muito e alto e fomos pegas. A funcionária bateu na porta e me levou pro meu quarto de volta. Na manhã seguinte eu estava lá com a Madre. Tensa. Ela ficou desta vez um tempo calada me olhando e finalmente me perguntou: O que você estava fazendo no quarto de uma mulher mais velha àquela hora da noite? Você sabia que ela é divorciada?
Nossa! Ainda sinto a tensão daquele dia. Sempre tive muita dificuldade de mentir. Titubeei um pouco e respondi: Sim, ela me contou. "E você não se afastou dela, minha filha?"  Respondi (sabendo que ia me ferrar): Não... ela é muito legal.
Percebi que tinha dito algo muito grave, pois ela mudou ainda mais a fisionomia. Tentei negociar e perguntei porque ela tinha sido aceita ali, já que era uma pessoa tão má. Por que eu não podia sentar na mesa junto com ela na hora do almoço? Foi longo o sermão que recebi. Não lembro das palavras exatamente, mas o que me marcava era a mensagem sempre de que eu não tinha um comportamento adequado e a eterna comparação feita com a colega certinha. Depois ela ligou para meus pais. Eles tiveram que vir do interior por conta disto. Tive muita dificuldade em prometer que não me aproximaria mais da moça divorciada. Chorei muito naquele dia. Pedi que me levassem embora, mas não me levaram.
Nas missas de sábado à noite, percebia uma certa agitação incomum nas freiras. Elas ficavam mais vivas, animadas. Entendi depois que talvez fosse pelo padre que celebrava. O único que eu podia dizer "bonitinho". Tinha uns 30 e poucos anos, e quando tirava a batina se passava tranquilamente por um rapaz comum. Ele tinha mais liberdade que as freiras. Sabíamos que após a missa ele ia pra orla, pra passarela do caranguejo, enquanto elas iam para os seus quartos. 
Eu voltei, às escondidas, a visitar a moça divorciada em seu quarto. Nunca deixei de falar com ela. Só não nos falávamos em público. Numa destas conversas ela me contou do relacionamento amoroso que teve com um padre importante de sua cidade. Contou-me que foi um grande amor da vida dela e que ele retribuía, mas não podiam viver juntos. Respeitando minha idade, não me disse nada além das carícias que ele fazia e que ela lembrava aos suspiros. Ela deixou a cidade por conta dele e apesar de já ter tentado outros namoros, estava na cara que ainda era louca por ele. Ele pagava seu aluguel e também dava mesada a sua filha, que vivia com os avós. Era um padre com idade mais avançada que a dela e tinha muito prestígio. Eu achava esquisito apenas que uma moça bonita quisesse amar um padre que deveria ser muito sem graça.
Enfim, foi um longo ano. Foi muito ruim. É muita opressão. é muita contradição entre o que se prega -- caridade, humildade, solidariedade -- e o que se vive. Pra mim, em particular, deve ter sido pior, não sei. Sempre tive muita dificuldade em cumprir ordens que não entendia, não via sentido.
Quando fui expulsa de lá, fiquei sabendo que a moça divorciada saiu pouco depois. Pena, não nos encontramos mais. Mas antes disto, muita coisa aconteceu. Chegou ao ponto de um dia irmos à praia. De fato. Eu merecia ser expulsa.

66 comentários:

Anônimo disse...

Ai Lola, que medo da primeira foto que você usou, parece assombração aahahahahaha! Mas adorei o relato, realmente, ela não ia ser feliz ali e no fim fizeram um favor pra moça que deve estar bem melhor agora. Míriam.

Anônimo disse...

Eu não sei que "convento e este" mas eu fui educada na liga das senhoras católicas, aqui em São Paulo, e não via nada disto, pelo contrario, jogavamos volei, faziamos trabalhos voluntários em creches,e varias outras atividade, claro que conviviamos com os dogmas religiosos das irmãs, mas elas não são ests seres de outro muno que pintam não, algumas são ate bem " moderninhas" para os padrões da igreja.

Fábio disse...

os ataques velados ao cristianismo, em forma de "historinhas despretensiosas " continuam, guest post né ?! sei.
Você e fã da noviça rebel de não Lola?

Pedroca West disse...

Deus me livre de toda essa rigidez religiosa.

Anônimo disse...

Que bom que ela saiu. Aquele realmente não era o lugar para ela!

Vânia Luz disse...

Como pode as pessoas viverem isoladas por dogmas? Um ser que é tão isolado e que não tem lazer, com certeza pode adoecer mentalmente. Ainda bem que essa menina foi expulsa do convento.
O que me deixou mais sem entender esse modo de convivência, foi o fato que nem todas as meninas estavam ali para serem freiras, porém todas eram criadas da mesma forma...

Esse relato é verdadeiro ou fictício?

Patrick disse...

Meu tempo de estudante numa escola católica, nos anos 1980, quando a teologia da libertação estava no auge, foi muito bom. Um dos padres até jogava biloca (bola de gude) com a criançada no pátio. E um professor de geografia, em 1990, já dizia que no futuro deveríamos estar preparados para conviver em harmonia com o terceiro sexo e outras formas de expressão de gênero.

Tenho medo de voltar lá e descobrir que tudo isso foi destruído pelo reacionarismo que tomou conta da Igrja Católica, e que a escola agora se pareça mais com o relato deste guest post.

Ângela disse...

Bom, ser expulsa no caso chega a ser uma sorte. Espero que qq trauma esteja superado, felicidades!

Anônimo disse...

Vejo com simpatia a força necessária por seguir certos valores.

Por que razão seria mais digno você ir à praia do que ir para o quarto?

Algumas tarefas são duras, principalmente em tempos de consumo e de "aproveite a vida". Mas não seria isso um tipo de ética elogiável?

Tendo a criticar textos em que um lado se classifica como o "bom" da história, estruturando todo o resto como "vilão". Há que se ser mais complexo.

Anônimo disse...

Para este blog, o que é errado: religião, casamento, fidelidade, família, tradições, valores, Deus, Bíblia...

O que é bom ou normal: lesbianismo, homossexualismo, ateísmo, infidelidade, quebra de valores, libertinagens, etc.

Muito medo de ter uma filha e saber que um dia ela pode acessar esse tipo de conteúdo...

Palmira Margarida disse...

o pior de tudo nesse lugar devia ser o mingau...com certeza não era batido! ....risos

Anônimo disse...

Acho que é tudo inventado.

Marcelo disse...

Temos que denunciar a comissao de direitos humanos da onu para proibir esse tipo de opressao no brasil. O brasil é um pais laico, a igreja deveria ser uma ong como qualquer outra.

Ariadne Buendía disse...

Claro que nem todos os conventos devem ser assim, mas a questão aqui é o Catolicismo como instituição, qual tipo de convento deve ser o mais desejado, qual deve ser visto como o mais “pio"? Julgando pela forma como as autoridades católicas trataram os religiosos da Teologia da Libertação, que pregava justamente uma Igreja menos fechada em si mesma e mais solidária, acho que é seguro dizer que um convento como esse descrito no post é a “menina certinha" dos conventos para a instituição. No caso, é uma experiência pessoal, episódica, que confirma como o sistema funciona, e o fato de haver redomas apenas toleradas de liberdade não desmerece o relato da moça. Ninguém está dizendo que a sua experiência com uma exceção vale pouco, apenas não menospreze quem sofreu com a regra. Acho que isso pode ser dito para tantas situações com sistemas opressores envolvidos...

GHOUL disse...

respondendo a vania

''Como pode as pessoas viverem isoladas por dogmas? Um ser que é tão isolado e que não tem lazer, com certeza pode adoecer mentalmente.''

o cristianismo é muito dogmático aqui no ocidente, as pessaos não compreendem o porque da castidade, do celibato essas coisas

o ascetismo cristão tem origem no ascetismo budista e a filosofia budista é reconhecer o mal que está no desejo/vontade, que só leva ao sofrimento alem de deixar o espirito/alma preso À samsara.

quando eu tinha vida social e ''amigos'', eu era totalmente doente, pensava em dar facada nos outros, parei no hospicio em 2010. em 2011 me desfiz das amizades e comecei a ler livros, curtir minha solidão, e minha sanidade mental melhorou bastante.

nina disse...

Fábio do mingau mostrando toda sua sabedoria. Acho que ele que nunca viu noviça rebelde, só falando...

eu sempre tive medo de convento. Não sei, tinha um aspecto de prisão. Felizmente meus pais nunca cogitaram me mandar pra um.

E na boa, claro que o relato é de verdade. Em que mundo vocês vivem? Acham que um convento é um lugar super moderno? Nem tem como ser. Se a sociedade civil ainda taxa mulheres divorciadas e mais livres, imagina dentro de um lugar que é regido por normas tão mais duras?

Anônimo disse...

de graças a deus por isso....
não se lamente.

Thais disse...

Meu Deus, parecia um relato da Idade Média! Espero que esteja tudo bem com a moça.

jonas_cg disse...

Que história chata, mas não duvido que seja verdade. Existem conventos assim.

Ah, e lóóógico que o padre tinha mais liberdade né? Numa instituição totalmente machista, óbvio que as freiras devem se privar de qualquer tipo de lazer, enquanto aos padres é permitido um pouco mais.

Anônimo disse...

"Muito medo de ter uma filha e saber que um dia ela pode acessar esse tipo de conteúdo..."

Olha amigo, dá pra resolver isso facinho, entra na vaquinha da boneca, todo mundo aqui vai te dar a maior força hahahahahahahahaha!

Anônimo disse...

Oi parcialidade, tudo bom?

Não é pq a menina do post se sentia mal q a culpa era do convento, afinal tinha a "menina certinha" (argh) q, pelo relato, se sentia muito bem lá. pessoas são diferentes e tem anseios diferentes. querer q toda uma instituição se dobre à sua vontade me parece bastante inadequado.

"Nas missas de sábado à noite, percebia uma certa agitação incomum nas freiras. Elas ficavam mais vivas, animadas. Entendi depois que talvez fosse pelo padre que celebrava. O único que eu podia dizer "bonitinho""

absolutamente desnecessário dizer isso. dá a impressão de q tudo q é "alheio" ao feminismo pode ser alvo de insinuações e "ataques velados"- como já foi dito.

e só lembrando q TODA generalização é burra, há pessoas do clero que, sem ofender seus votos, se divertem e tem um vida normal. da mesma forma que existem freiras com voto de silêncio. é tudo questão de escolha pessoal. e me irrita muito saber que feministas - cuja luta é exatamente poder decidir sobre a própria vida - queiram regular a vida de outras pessoas (pq todo crente é ignorante... argh [2])

Anônimo disse...

bom, vou partilhar da minha experiência com a religião. a minha família nunca fez uma imposição acerca de crenças religiosas, escolhi ser espírita aos 14 anos, junto com a minha mãe e irmã.

no meu grupo de doutrina espírita, sempre éramos levados a pensar juntos, a partir da razão e do bom senso. e nunca foi feito nenhum tipo de proibição em relação à nada, mas refletíamos sobre as consequências que alguns atos poderiam levar. por exemplo, abuso de álcool e de drogas, sexo desprotegido, falta de responsabilidade com os sentimentos das outras pessoas, entre outros.

nunca foi feita imposição. e muito pelo contrário, aprendíamos que uma imposição dogmática, sem compreensão, seria apenas subtrato para neuroses.

na faculdade muitas amigas abandonaram as suas crenças religiosas, pois não refletiam as suas vontades, sua visão de mundo e limitavam as suas experiências.

por enquanto, sigo espírita, utilizando a razão, o bom senso, a bondade, a disciplina e o amor ao próximo para ser uma adulta melhor. sem imposições descabidas

bom domingo a todos.

Anônimo disse...

Eu sei que a igreja e suas freiras mantem centenas de orfanatos, maternidades, santas casas,e institiuções de ensino pelo pais.
O que eu não sabia era que eles sequestravam marmanjas divorciadas de 25 anos, e as matinham em " conventos de concentração"
Fábio

Anônimo disse...

Existe uma grande diferença entre isolamento, e interiorização espiritual, mas isto e uma questão indidual, e de vocação.

Anônimo disse...

Com todo o respeito, achei o relato meio fantasioso. Se apegou a muitos detalhes que na verdade eu não achei muito a ver com todo o pensamento crítico e terminou sem mais nem menos, sem conclusão alguma...

Elaine Cris disse...

Conheço duas mulheres que já viveram em conventos e passaram por situações parecidas.
Uma que queria ser freira, mas desistiu ao ver muita hipocrisia e saber que por mais que estudasse, não seria possível estudar metade que os padres estudam e outra que só estava lá pra sair de uma cidade do interior e também se decepcionou muito com tudo o que viu.

Anônimo disse...

Só tenho algo a dizer: O feminismo me libertou!

Valéria Fernandes disse...

Sem colocar em questão o relato, queria muito saber o nome da ordem. Nem precisava ser o convento, mas a ordem dessas irmãs.

Anônimo disse...

Eu parei no "muito medo de ter uma FILHA". A única coisa assustado é o fato de algum dia vc conseguir se reproduzir!

Jéssica disse...

Me admira a quantidade de comentarios se sentindo ofendido com o guest post, a guest apenas contou uma experiencia pessoal dela.

Iara De Dupont disse...

O relato é muito interessante,digno do século XV.
Eu sempre vi as freiras como umas santas,até que minha avó ficou doente e acabou em um hospital dirigido por elas.Ali,conheci a rigidez delas,a educação medieval que davam as novatas e ao seu esforço inacreditável em fazer parte de um sistema que as vee como inferiores.Conheci o outro lado de um sistema que não aceita a mulher em nenhum aspecto,padres rara vez trabalham na dureza que uma freira trabalha e sem sonhos para subir a bispa ou cardeal.Hoje tenho pena de quem escolhe essa vida,porque a pessoa entra achando que vai servir a Jesus,mas acaba servindo uma corja de machistas,um sistema corrupto e vergonhoso,essas freiras são a base da Igreja,sem elas não se pode fazer muito,mesmo assim são consideradas a menos importante.

Nih disse...

Anônimo disse...
Eu não sei que "convento e este" mas eu fui educada na liga das senhoras católicas, aqui em São Paulo, e não via nada disto, pelo contrario, jogavamos volei, faziamos trabalhos voluntários em creches,e varias outras atividade, claro que conviviamos com os dogmas religiosos das irmãs, mas elas não são ests seres de outro muno que pintam não, algumas são ate bem " moderninhas" para os padrões da igreja.

17 de março de 2013 11:08

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A ICAR não é um monólito, ou pelo menos, não costumava ser. Existem ordens mais liberais e ordens mais medievais, por assim dizer.

Marcelo disse...

aqui em sao joao del rei tem o mosteiro sao jose bem no cenro da cidade.

ven gente de longe ver as freiras pela grade no fundo da capela.

so temos contato com elas pela grade. elas raramente saem.

um dia uma saiu pra ir ao dentista. no outro dia foi dada como desaparecida.

o pipoqueiro ali da pracinha me falou que ela foi realizar um aborto secretamente.

o sineiro (profissao quase extinta) falou que fugiu com amante. ele ve tudo la do alto da torre.

dias depois ela apareceu.

depois disso nenhuma freira saiu de novo do mosteiro sao jose.

Anônimo disse...

Não sei porque tanta gente se ofendeu com um relato, em momento algum ninguém xinga igreja. imagino que existam conventos assim como existem os mais liberais. O modo de vida varia bastante conforme a ordem a que o convento está filiado. Realmente, cada um é cada um. Imagino que tenha gente que goste de viver assim, tenha vocação para isso. Só acho uma pena quando usam religião para disseminar preconceito.

Engenheira

Luiza disse...

Ué, mas ninguém ofendeu as freiras. Cada mulher faz o que quiser da vida.

Eu condeno, sim, os pais loucos dessas meninas que as jogam em conventos contra a vontade delas.

Graças a Deus, se eu sequer verbalizasse a vontade de ir parar no convento, meus pais me dariam um chacoalhão pra acordar.

june_miller disse...

Sou atéia, Lola. E critico bastante religiões em gerais (sejam elas cristãs ou não). Mas nesse caso, sinceramente, não vejo problema nenhum. É uma instituição rígida, é verdade, mas ela não foi maltratada ou abusada. Não era a casa dela, ela não podia ir fazendo o que quer quando queria, tinha que seguir as regras, seus pais estavam pagando por isso. Parece que ela reclama de pouca coisa. Acordar cedo? Mobília "antiquada"? Não pode ficar "papeando" com amigas? Isso não é abuso. E quem está lá escolheu essa vida. Qual é o problema da menina que gosta de rezar? É a vida que ela quer.

Não vejo mal nessa disciplina. Se ela não estava preparada. que ligasse para os pais que saísse de lá. Não vejo o objetivo desse post.

Julia disse...

"...e ao seu esforço inacreditável em fazer parte de um sistema que as ve como inferiores. Conheci o outro lado de um sistema que não aceita a mulher em nenhum aspecto, padres rara vez trabalham na dureza que uma freira trabalha e sem sonhos para subir a bispa ou cardeal. Hoje tenho pena de quem escolhe essa vida, porque a pessoa entra achando que vai servir a Jesus, mas acaba servindo uma corja de machistas, um sistema corrupto e vergonhoso [...]

Realmente, é tudo um NOJO. Tenho pena dessas mulheres.

Julia disse...

"Muito medo de ter uma filha e saber que um dia ela pode acessar esse tipo de conteúdo..."

Se for filhO vc tá sussa, né? FilhA dá mais trabalho, tem que colocar no cabresto, né?



Eu tenho medo é que vc tenha filhxs um dia.

Anônimo disse...

Preguica desses guest posts as vezes. Totalmente desnecessario, disconexo, e termina sem conclusao. Vai pro convento quem quer, entra pra colegio interno quem quer. Tem muita escola pagou passou por ai, nao precisa nem procurar muito. Tem muita gente feliz em reclusao, mas com certeza nao eh para qualquer um.
Maria Lia.

Aline disse...

Sério mesmo... Nunca compreendo o que leva a alguém a ir para um convento... Antigamente era mais compreensível (muito antigamente)...

Roxy Carmichael disse...

filme sensação do último festival de cannes: http://www.youtube.com/watch?v=t4WiFZo7ouI

Larissa disse...

Fica pior que isso... Já viram Em Nome de Deus (The Magdalene sisters)? Vale a pena ver.

Convento por muito tempo (em alguns lugares até hoje) foi um lugar pra jogar as adolescentes consideradas problema para a família(seja pq engravidaram, pq tinham namorado etc)

Elvis disse...

Parece que muitas pessoas ignoraram totalmente o contexto, o fato de ela ser criança quando isso aconteceu e não escolheu estar lá, alguém comentou que ela deveria ter pedido pros pais tirarem ela de lá, mas ela fala no texto que pediu e eles não tiraram, precisa ler direito.
Quando ela fala da menina "certinha" eu entendi que ela não estava criticando a menina, só falando como as freiras usavam a menina certinha como "exemplo" e isso com certeza era atormentador pra ela.
Eu achei o guest post totalmente válido, é um relato de experiência pessoal, ficar falando que com fulano e ciclano foi diferente é só usar a "menina certinha" como desculpa pra criticar a autora do post, assim como a freira fazia.

Elvis

Anônimo disse...

esse relato me lembrou o filme The Magdalene Sisters/Em Nome de Deus.

alguém já viu?

fiquei sem dormir depois de ver.

não é um filme de terror... mas é aterrorizante.

Marina P disse...

Estudei em colégio católico da ordem Companhia das Filhas da Caridade. Fui pesquisar a ordem porque uma outra pessoa perguntou aqui qual era a ordem do colégio em que estudou a autora do guest post.

Na época em que estudei lá eu não tinha nenhum interesse pelo catolicismo ou qualquer religião. Nas aulas de religião estudávamos todas as religiões, as freiras eram acessíveis, afetuosas e tinham uma visão de mundo tradicional, mas nada como a autora do post relatou. Algumas alunas eram internas porque moravam longe da cidade e outras porque estavam fazendo o noviçado. Também tinha seminaristas estudando nesse colégio, mas o seminário ficava no quarteirão ao lado. Eu NÃO era interna, só estudava lá mesmo.

Achei o colégio em que a autora do post ficou EXTREMAMENTE tradicional e preconceituoso, mas sei que existem diversas ordens, diversas formas de viver a religião católica e não dá pra colocar tudo junto num mesmo saco.

O que me chocou mais no relato, no entanto, foram os pais da autora, que a deixaram em um local onde ela estava claramente se sentindo desconfortável e não deram ouvidos às suas queixas. Senti uma imensa solidão lendo o texto... imagino que a mulher de quem ela se aproximou tenha ajudado a suavizar a experiência de estar em um ambiente assim.

Celso disse...

Você sempre dá um jeito de criticar a religão dos outros lola,deveria ser mais justa e fazer um post sobre a postura arrogante de alguns ateus.

Que se acham donos da verdade,pensam ter uma inteligência superior a quem tem religião,põe a culpa de todas as desgraças do mundo na religião e religiosos e mesmo com toda a inteligência que dizem ter,não oferecem nenhuma solução para os problemas do mundo.
Só culpam os outros.

Luiza disse...

"Vai pro convento quem quer, entra pra colegio interno quem quer."

É, essa leu o texto...

E como assim, entra em colégio interno quem quer? Escola é para menores de idade, logo que manda são os pais, quem paga são os pais. A menina queria sair de lá, não ficar.

Celso disse...

Algumas tarefas são duras, principalmente em tempos de consumo e de "aproveite a vida". Mas não seria isso um tipo de ética elogiável?

O que eu tenho visto é que hoje em dia "aproveitar a vida" é entendido como sair por ai transando com quem você mal conhece,é um oi e já estão na cama ou onde der para transar e muitas vezes sem camisinha,ir para balada encher a cara e se drogar.

E quem não participa disso e não está lá na balada ,se divertindo muito com as mais altas alucinações causadas pelas drogas que é criticado.

Julia disse...

É dose ter que aguentar teísta vindo aqui falar que o relato é desnecessário, que a Lola critica religiões, que vai pro convento quem quer.. inclusive vindo de "atéias que criticam muito religiões". Então tá.

Então ir pra convento/colégio interno é sempre uma situação agradável? Como se meninas/mulheres não tivessem sido enfiadas nesses lugares à força durante séculos inclusive sendo obrigadas a ser freira?


Não vejo propósito no mimimi de vocês.


Unknown disse...

Eu nem sabia que em Fortaleza tem "Passarela do Caranguejo". Em Aracaju tem. Será que a história se passou em Aracaju, e não em Fortaleza? Morei em Aracaju por muitos anos. Talvez isso já seja o suficiente para me identificar (rs), se alguém de lá ler o guest post e meu comentário. Há mais de 10 anos atrás um amigo muito "pintoso" (um gay assumidíssimo) andou pelo Calçadão da 13 de Julho à tarde e à noite entrou em salas de bate-papo na internet. Pois não foi que um cara com quem ele teclou o identificou, por causa da roupa que ele estava usando (uma camisa amarela bem destaca texto) e por causa do "jeito" dele? Feito o reconhecimento, o cara parou de teclar... Aqui em Fortaleza, por ser uma cidade bem mais populosa e um pouco mais liberada e liberal (bom, pelo menos as pessoas que conheço aqui são mais do que as que conhecia em Aracaju), acho que haveria mais dificuldade desse tipo de coisa acontecer. Esse meu amigo mora em Salvador. Lá ele sempre passou despercebido. Pelo menos lá ele nunca foi identificado por causa das roupas que usa e do jeito que tem. Mas enfim. Pelo visto era bem fácil ser expulsa desse convento. Eu sempre fui uma pessoa muito quieta e certinha, mas eu jamais conseguiria suportar uma quietude e uma retidão impostas. Num lugar desses até eu viraria um noviço rebelde. Seria expulso rapidinho.

Hugo disse...

"Temos que denunciar a comissao de direitos humanos da onu para proibir esse tipo de opressao no brasil. O brasil é um pais laico, a igreja deveria ser uma ong como qualquer outra."

Embora eu não seja católico, não entendo o que você está criticando. Esses dogmas não tem nada a ver com laicidade. Conventos, como quaisquer outras instituições, tem o direito de estabelecer suas próprias regras, da mesma forma que, por exemplo, um colégio ou empresa. Um ambiente opressor? Com certeza, mas não vejo nada ilegal aí. Não é como se as freiras estivessem mantendo a mulher presa, obrigando-a a seguir essas regras - pelo que eu entendi, ela não saiu devido a pressão dos pais.

june_miller disse...

"Fica pior que isso... Já viram Em Nome de Deus (The Magdalene sisters)? Vale a pena ver."

Larissa sugiro que você se informe mais sobre isso. Parece que o que se passou nessas lavanderias foi muito exagerado nesse filme. Se você ler a análise final da polícia vai saber que só houve raspagem de cabeça uma vez em uma menina (por piolhos) e nunca houve abuso sexual. Parece que ir para esse convento era menos pior do que ir para reformatórios.

Dai disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Dai disse...

Com certeza é bem mais difícil ser freira que ser padre, elas não gozam da moral ambígua que os beneficia, que permite que tenham vidas adultas e sexuais fora da fachada da igreja. Antes de freiras, são mulheres, né, sem privilégio algum e ainda vítimas de uma hierarquia que as mantém fiscais umas das outras... triste...

Luh disse...

Para o anonimo das 12:18 pq vc nao fica no quarto quietinho e se abstem de comentar no blog ou msm lê-lo? Não é mais digno?

Luh disse...

June miller, sério que privar uma pessoa, pior ainda uma criança, te todo contato social não é abuso?

E pra quem acha que é mentira, recomendo o filme "em nome de Deus" baseado em fatos reais que conta a história de mulheres jovens que eram internadas em conventos contra sua vontade por terem filhos sem casar, serem consideradas liberais demais e uma pq foi estuprada (!) elas não podiam sair do convento e eram obrigadas a trabalhar de graça em uma lavanderia. A rotina que aparece no filme lembra muito a descrita no guest post. Lembro que uma das personagens acaba eloquecendo. Muito triste.

Marcelly disse...

ela não disse que todo convento é assim..


ela não falou mal da sfreiras...falou da sfreiras que conviveram com ela...

assim como falamos de alguns homens abusivos..e não que todo homem eh abusivo..

povo chato véi..

Luh disse...

Também já li a respeito de crianças que iam parar em orfanatos católicos pq seus pis tinham lepra. Lá eram extremamente maltratadas pq leprosos eram considerados almadiçoados por Deus.

Me marcou muito o relato de um homem sobre como recebeu a notícia da morte de sua mãe por uma freira. Ela simplesmente lhe disse (vejam que era ainda uma criança): "sua vagabunda morreu"

Fernanda disse...

Preguiça tanto do post quanto dos comentários.

Letícia disse...

Não considero o convento abusivo. Conservador e retrógrado sim, mas não abusivo. O que ela relatou não parecem problemas tão graves assim. E como já foi dito, convento é um espaço particular, que tem suas próprias regras e quem entra lá tem sim que se submeter a elas, concordando ou não, como em qualquer outra escola. Creditem ou não, muitas mulheres freiras ão felizes vivendo em clausura, pois assim escolheram. Se há alguém errado nessa história, são os pais, que obrigaram a menina a ficar em lugar que ela não gostava.

Larissa disse...

June miller, sugiro que você se informe mais sobre isso.
Aliás, o simples fato das mulheres serem postas lá contra sua vontade (e só poderem sair com a permissão de um familiar) já é suficientemente absurdo.

http://www.guardian.co.uk/world/2013/feb/05/magdalene-laundries-ireland-state-guilt

Anônimo disse...

Não sei pq, mas acho que já li essa história em algum outro lugar. Quando a li, tive uma sensação de déjà vu.

B. disse...

Fábio do mingau querendo meter a real.

Júlia disse...

Por favor, respeitem as diferenças religiosas. Pra alguém que não é católico MUITO praticante ÓBVIO que o convento não é algo legal.
Pessoas religiosas NÃO são infelizes e reprimidas, ao contrário do que os intelectuais ateus desejam acreditar. Este é UM caso num convento, tenho várias amigas felizes por viverem desta forma.

Anônimo disse...

Quem voce pensa que é para falar assim das freiras. Não sei se isto é coisa da sua imaginação, mas as freiras são as melhores pessoas que existem, conheço elas muito bem. MAS COMO EU DISSE VOCE DEVE TER INVENTADO TUDO. Uma mulher tem muita coisa no coração para querer ser freira, principalmente vocaçao, mulheres tem um dom de Deus a vontade de seguir e amalo incondicionalmente, pena que voce não tem. Não sei que congregaçao que é essa, mas creio que não exizte. Pense 2 vezes antes de falar das freiras, lá é um lugar maravilhoso, lindo, inesplicavel. Conheço muito bem os conventos e agente faz varias coisas brincadeiras e muito mais, elas me dão muita atenção e muito carinho. então fique quieta garota!

Nana disse...

Não sou católica, mas um convento se difere do outro; gosto de estudar algumas coisas interessantes. Por exemplo, o convento das Carmelitas é o mais sisudo e não pode sair pra nada...Já outros permitem esses tipos de atividades, inclusive passeio a shoppings com a família para "matar a saudade".