quarta-feira, 21 de novembro de 2012

GUEST POST: MEU NAMORADO NÃO QUERIA, MAS FIZ UM ABORTO

Enquanto isso, no Uruguai...

Recebi este relato da L. em agosto.

Meu nome é L. e tenho 22 anos. Há um mês fiz um aborto.
Me descobri grávida uma semana antes de fazer o procedimento. Uma gravidez já bastante adiantada (estava com sete semanas). Fui a um exame de rotina ao ginecologista. Nunca vou esquecer o médico me dando a noticia e minha reação -- dizer que era impossível. Afinal, eu estava fazendo um tratamento, tomava anticoncepcional, menstruei. Eu simplesmente não podia estar grávida. Mas estava. Foi como tomar um soco na cara. Só acreditei naquilo quando eu vi o exame de sangue. Eu não chorava, mal conseguia falar. 
Saí do consultório, já certa que não queria aquilo. Fiz  o que me pareceu mais certo. Falei com R, o "pai" (por telefone pois o pai mora em outro estado). Ele, que sempre quis que eu fosse viver com ele, disse: "Ótimo. Assim você vem morar aqui comigo, eu vou praí no final de semana, falo com seus pais e você já vem pra cá. Resolvemos tudo".
Foi nesse momento que comecei a chorar. Eu só consegui responder a ele que casar só me traria mais um problema. Que casar com ele não me deixaria menos grávida.
Então naquele momento eu entendi que teria de fazer tudo sozinha. Pois eu não poderia abrir mão de um emprego, de uma faculdade por terminar, dos meus amigos, da minha cidade, do convívio com minha família, enfim, da minha vida, por conta de algo que eu nem sabia como podia ter acontecido, pois me precavia para que não acontecesse.
Sabia que não podia falar com meus pais. Eles jamais concordariam com minha decisão, por conta da religião deles (ambos são católicos praticantes). Comuniquei a R. minha decisão. Antes de desligar o telefone na minha cara, ele disse que mandaria um dinheiro pra vagabunda que ia tirar o filho dele. No dia seguinte tinha 500 reais na minha conta e chegava na minha casa via sedex três comprimidos de Cytotec. Pra quem queria tanto uma família ele foi bem rápido em resolver o problema, não acha?
Não tinha tempo nem pra pensar nele naquele momento. Num relacionamento que eu havia querido manter, e agora numa pessoa que eu detestava. Recorri a uma amiga que mora sozinha com a filha, contando a ela toda a situação e pedindo que ela me deixasse usar a casa dela. Assim como falei com outro amigo, pois tinha medo que algo pudesse dar errado e ele ajudaria no processo. 
Fui pra casa dela às oito horas da noite. Tomei um comprimido e introduzi dois outros pelo canal vaginal. Foram as horas mais tensas da minha vida. Eu sentia tanto medo, tanta culpa, que eu mal conseguia encarar a filha da minha amiga que brincava enquanto eu iniciava o processo. Mas eu já tinha tomado aquela decisão. Usei os procedimentos indicados por um médico (pois não podia ir até uma clínica, além de muito mais caro, eu sou alérgica a muitos medicamentos), e fiz o que eu tinha de fazer.
Além de toda a tensão, há as dores. Multiplique as cólicas menstruais por três ou quatro. Eram as dores que eu sentia hora após hora, naquela madrugada. Eu só lembro da minha amiga repetindo que ia passar, que tudo ia ficar bem. Era quase dia quando senti finalmente descer. Senti dores por mais dois dias, com meus amigos do meu lado, me abraçando, me confortando, de uma maneira que eu nem tenho como agradecê-los.
Fiz exames, e todo processo tinha ocorrido bem.
Lola, honestamente, eu nem sei o que me fez escrever sobre isso. Nem sei se você vai ler este texto! Ao mesmo tempo que é uma experiência que eu quero esquecer, acho importante dividir com alguém que talvez transmita empatia pelo que me aconteceu. E acontece com tantas outras aqui, em todos os lugares do mundo. Não tenho medo do julgamento alheio, mas no nosso país abortar é crime. Eu sei dos motivos que são meus e me levaram a fazer isso. Não me arrependo, mas me culpo. E muito do que me fez ter força pra seguir em frente tem sido o que eu leio no seu blog.  Agora mais do que nunca busco forças pra lutar para que mulheres tenham condições e estrutura (em todos os sentidos) caso elas decidam fazer um aborto. Essa é a grande questão pra mim: esse é o tipo de decisão que só cabe a quem passa pela situação. Você não concorda?

Minha resposta: Concordo totalmente com você. A decisão é sua, de mais ninguém. Cabe à mulher decidir, e pronto. Pro homem é mais fácil: não vai ser ele que vai ter que carregar o bebê no ventre, talvez ter que largar o emprego e a faculdade, e isso é só o começo. Depois que nasce é a sua vida que muda completamente, não a dele. E se seu namorado respondeu tão rapidamente te chamando de vagabunda, é sinal de que você teria uma vida a dois infernal.
Não se sinta mal, querida. Acontece com muitas mulheres. Na realidade, um quarto das gestantes têm aborto espontâneo, não provocado, nos primeiros 2 ou 3 meses. É muita gente. Você apenas provocou esse aborto, mas não era um ser formado, não era um bebê, não era uma criança, não era uma pessoa. Era um projeto de vida que foi interrompido. Isso não te impede de ter um filho quando for a hora certa.
Lembre-se que a mulher que faz aborto no Brasil é, em média, casada, católica, já com filhos...
E fico muito feliz que seus amigos te ajudaram tanto.

L. responde: Nossa, Lola! Muito obrigada por sua resposta rápida! Estou muito feliz e surpresa também!
Estou superando tudo isso aos poucos, tem dias que são melhores, tem dias que são piores, mas estou aprendendo a levar. Nunca quis ter filhos e nem quero. Pode ser que eu repense isso no futuro, mas nunca tive esse desejo. Meu ex-namorado ainda tenta me perturbar, ligando, mandando msgs e emails, com ameaças de contar pra todos o quanto eu não valho nada, coisa que ele não vai cumprir (acredito).  
A culpa é um processo que vai demorar a passar, mas um dia ela vai embora, estou certa disso.

442 comentários:

«Mais antigas   ‹Antigas   201 – 400 de 442   Recentes›   Mais recentes»
tiago carneiro disse...

O bom é que dos 183 comentários, apenas UM fala da camisinha...

Anônimo disse...

"RX disse...
Não vou julgar afinal a escolha é da pessoa... mas fato é fato. Com 7 SEMANAS a "coisa" como a moça se refere, já é uma vida. portanto essa mulher é uma assassina. simples assim."

Isso pq não ia julgar! Se fossa trazia a forca no bolso?

SeekingWisdom disse...

anonimx que sentiu pena pos a Iraniana n ter cegado o seu malfeitor.
Largue esse ultraconservadorismo de lado. Se for Mascu talvez n tenha salvação, mas sei lá.
Acho mais que é provocação barata para dizer que "feminazzis", termo chulo e babaca, apoiam penas medievais. Venha viver no sec XXI!

Outra coisa, alguns comentários anônimos estão de rir. Dizer q "a gente" sente remorso sim é tão 'De mulher pra mulher, Marisa' que n me surpreendo se por trás da mensagem está um mascutroll ogro!

Por fim, alguém já ouviu falar em cancer. Aos sem noção que acham que amontoado de células em divisão é vida, que se torna intocável quando adquire esse status sagrado de vida, quando tiverem cancer não façam tto, afinal é um amontoado de células divinas e em divisão.

Soa hipócrita o pró vida pra mim, demais. Olhem pra fora do umbigo, vejam quantas pessoas são submetidas a uma situação degradante sem acesso nenhum a serviços básicos, muitos passando fome. Pessoas morrem todos os dias, vidas se extinguem continuamente (humanas e não humanas). Tentem no mínimo entender que legalizar o aborto é uma questão de saúde pública, que varias morrem por não ter condições de fazer adequadamente, que vários são afetados com uma nova vida. Reflexão, pesquisa e bom senso, retornem!!

Julia disse...

Lola e leitorxs, vocês viram isso?

"Iraniana deformada ganha na Justiça direito de cegar agressor" porém, ela se recusou a exercer a lei do talião.

http://www1.folha.uol.com.br/mundo/1188545-iraniana-deformada-ganha-na-justica-direito-de-cegar-agressor.shtml

21 de novembro de 2012 22:26

-----------------
Ele perdoou o cara na última hora.
Até quando as mulheres vão perdoar esse tipo de coisa?


Olha o que tem nos comentários da notícia "Tudo com o aval da mae dele. As mães são responsáveis de perpetuar o machismo, como aqui no Br. "
Ainda tem 27 likes, colocando a culpa na mãe/mulher.

E olha o que o Maxwell escreveu aqui "Não odeie seu ex, tente se colocar no lugar dele. Apenas entenda o lado dele, mesmo que não concorde."

Mulher sempre tem que ser compreensiva e generosa, mesmo quando jogam ácido na cara delas.

renata disse...

L, acho que isso pode aliviar sua culpa: em Londres, onde o aborto é legalizado (mas os pró-vida vivem fazendo protestos para revogar isso), a irmã de um amigo fez um aborto aos 20 anos, para não interromper os estudos e tal. o namorado dela apoiou, anos mais tarde eles casaram e hoje têm 3 filhos.

então se seu ex quisesse mesmo ficar junto contigo, ele teria te apoiado nessa decisão. mas parece que o que ele queria era a comodidade de garantir uma mulher ao lado presa a ele. isso não seria saudável nem para você nem para o filho, pois suspeito que um pai assim poderia usar a criança para chantagear você, caso não estivesse mais interessada no relacionamento.

admiro sua força, sinta-se feliz por tomar as rédeas da sua própria vida! você não é culpada do acaso.

renata disse...

o raciocínio da Letícia Miele é como quando alguém diz que está tentando engordar e não consegue (inclusive pensando em saúde) e aí vem um tosco e fala "tou há dois anos tentando emagrecer e tu quer engordar? injusto!"

aprenda a ter empatia antes de ter um filho, mulher.

Letícia M. disse...

"Tem alguma lei que estabeleça a ordem de prioridades que devemos ter a vida? Não, né? Então cada um estabelece as suas (consciente ou inconscientemente)".

Mônica, vc está certinha!

Mas eu apenas expus minha opinião aqui como todos vcs!

Não estou dizendo que o que eu disse é o certo, ou o que fulano ou cicrano disseram que é verdade, afinal não existe verdade absoluta.

Apenas expus aqui o que eu acredito, de acordo com meus valores, minhas crenças, meus desejos...

Letícia M. disse...

Ah sim... e completando: eu só acho que NINGUÉM tem direito de julgar quem deve morrer ou viver, embora a gente até tenha vontade de estrangular uma ou outra pessoa...

Letícia M. disse...

"os seus motivos pra ter filho não vem ao caso?
então por que raios você acha que os motivos da L. pra não ter filho vem ao caso?"

Roxy Carmichael, quem se propôs a fazer um guest post não fui eu! Portanto, realmente não interessa os motivos que me levam a querer filho.

E egoísta? Eu? Hahahaha~~ sério! Eu ri!

Letícia M. disse...

E Roxy Carmichael, só mais uma coisa. Quem se propõe a escrever um relato desses e publicar, está esperando simpatia, claro, mas também uma avalanche de críticas, não sejamos hipócritas!

Infelizmente, neste caso, eu me posicionei contra a atitude dela.

Mas é aquela coisa... o fato de ela ter feito um aborto, não determina o caráter dela.

Livia Ferreira disse...

O debate sobre o tema em geral está bastante rico, eu nem teria nada a acrescentar.

Mas sobre o caso específico da L., acho que há um equívoco. Estão considerando que o ex-namorado dela não queria o aborto por querer ser pai, o que pelo relato me pareceu totalmente falso.
O que ela diz : "Ele, que sempre quis que eu fosse viver com ele, disse: "Ótimo. Assim você vem morar aqui comigo, eu vou praí no final de semana, falo com seus pais e você já vem pra cá. Resolvemos tudo".
A gravidez era, pra ele, uma desculpa para que a L. se mudasse, casasse, ficasse sob seus mandos e desmandos e abandonasse tudo aquilo que ela gosta. Não um desejo de ser pai. Isso não pareceu estar em questão. A vontade dele era ser dono dela, nada mais - o que explica a reação que ele teve quando ela tomou a decisão de interromper a gravidez...

Bruna B. disse...

Anônimo disse...
Bruna B.

Leia novamente.

Ela se descobriu grávida de 7 semanas e fez o aborto uma semana depois: 7+1=8

21 de novembro de 2012 14:15


Onde é que ela disse que o aborto foi realizado uma semana depois, gênio?
Ela disse que saiu do consultório e ligou para o namorado, e no DIA SEGUINTE recebeu os comprimidos via Sedex.
E só se torna feto no FINAL da oitava semana, FINAL, entendeu? Mesmo que ela tivesse realizado o aborto na oitava semana você não tem como saber se foi no começo ou no final dela.
No mais, larga mão de ser burro porque essa tentativa louca-pró-vida de transformar um mero amontoado de células em pessoa não vai funcionar por aqui.

Anônimo disse...

Bom, vamos lá. Sou o anônimo das 19:23.

Acredito que não me expressei direito e vou tentar acertar meu comentário com base nas respostas. Obrigado por responderem, aliás.

Na questão de o homem abandonar ou não, por lei não existe crime (obrigado ao Phillipe e ao anônimo das 22:29 pela explicação), mas o que eu quis dizer foi o seguinte. Quando uma mulher resolve fazer aborto, e a sociedade aponta o dedo e chama de monstro, assassina e todos os termos horríveis que se usam hoje, isso gera uma revolta, e com toda a razão, de que de fato, ela não é tudo isso, ela teve seus motivos, e ninguém tem nada a ver com isso, e se está dentro do período em que consideram que ainda não existe vida, ela deveria (infelizmente não tem) o direito poder fazer isso com toda a segurança. Mas se o marido/noivo/namorado, após uma longa conversa, ouvir da esposa/noiva/namorada -sei da sua opinião, mas vou abortar mesmo assim- e ele disser -bom, neste caso não vejo mais motivos para ficar junto, e não vou acompanhar você nisso- ele também não pode ser tratado como monstro, insensível ou todos os outros termos que todos nós odiamos que sejam usados para se referir às mulheres que fazem aborto (mais uma vez, não falo do caso da L. em específico, mas de modo geral).

Essa interpretação também vale para o caso da vasectomia, não que seja crime, mas os mesmos termos pejorativos não devem ser usados por nenhuma das partes, o que as vezes não acontece.

Quanto a comparar vasectomia com aborto, não fiz isso, e se pareceu desta maneira, desculpe, sei que comparar assim é tosco, o aborto é um procedimento muito pior do que a vasectomia, com certeza, e (como dizem aqui) com muito mais sofrimento, dor e todas as sensações desagradáveis que só a mulher sofre, e por isso coloquei guardada as devidas proporções, usei este exemplo pois esta seria a maior decisão que um homem poderia tomar em relação a gravidez, já que o homem não pode abortar, e ao invés de comparar os atos, tentei comparar as decisões, cada um tomou a decisão que achou que devia, independente das consequências e o outro deve respeitar, mas isso não quer dizer que deve concordar ou mesmo continuar junto, sem que isso faça dele um monstro ou coisa que o valha.

Eu falo disso pelo seguinte, estou começando a me aprofundar no feminismo, e pelo que tenho lido aqui, e a Lola sempre deixa claro, o feminismo quer igualdade e isso é o correto, mas sempre tem alguém que dá a entender o contrário, e ao mesmo tempo que briga pela igualdade, quando aparece algum homem(sei que os mascus enchem o saco, são sem noção, e até perigosos, mas não podem generalizar o gênero masculino por baixo, do mesmo jeito que nós homens não podemos generalizar o gênero feminino) que discordem (estou falando discordem no sentido do bom debate), geralmente cai uma avalanche de xingamentos, estes mesmos que elas querem abolir, e ai surge a dúvida. Ainda tenho comigo que o feminismo quer igualdade, mas as vezes não fica tão claro assim.

E já que toquei neste assunto, espero que alguém possa me explicar, se a mulher tem a certeza de que não quer filho, a laqueadura não seria o procedimento definitivo. Quais as consequências deste procedimento para a mulher, este procedimento tem reversão, caso ela mude de opinião. Isso também valeria para o homem e a vasectomia, caso o casal esteja ciente da decisão de nunca ter filhos.


Anônimo disse...

Anônimo das 19:23.
Só um complemento, obrigado ao Phillipe pela explicação e pela defesa no comentário seguinte.

Bruna B. disse...

"só porque a mulher n quer ter o trabalho de criar um ser humano acho isso um motivo muito pequeno e futil para uma decisão tão complexa."


Eu acho um bom motivo. Se uma pessoa não quer passar por uma gravidez a escolha é dela. MATERNIDADE NÃO PODE SER IMPOSTA, NUNCA.
Eu não quero ter filhos, tenho horror só de me imaginar como mãe e me cuido para que isso não aconteça, mas se acontecer eu não pensarei duas vezes antes de abortar porque sim, EU COLOCO MINHAS VONTADES E ESCOLHAS EM PRIMEIRO LUGAR.
Me chame de egoísta, de egocêntrica, do que quiser, MAS NÃO SOU EU QUEM TÁ TENTANDO CAGAR REGRA NA VIDA E NO CORPO ALHEIO. Que aborte quem quiser, pelo motivo que quiser, não sou eu nem vai ser você quem terá que carregar, criar e sustentar um filho, logo, é melhor calar a boca e cuidar do próprio rabo, ok?

Bruna B. disse...

http://jezebel.uol.com.br/o-que-acontece-com-a-vida-das-mulheres-que-tiveram-um-aborto-negado/


O que acontece com a vida das mulheres que tiveram um aborto negado?

"Nós descobrimos que complicações na saúde física são mais comuns e graves depois do parto (38% passaram por limitações nas atividades, por 10 dias em média) comparadas com o aborto (24% tiveram limitações nas atividades, por 2.7 dias em média). Não houve nenhuma complicação grave após o aborto; já as complicações pós-parto incluíram convulsões, fratura na pélvis, infecção e hemorragia. Nós não encontramos diferenças em condições crônicas de saúde depois de uma semana ou um ano depois do aborto."

Mirella disse...

Raziel, de nada =)

infelizmente você é a exceção, não a regra. E no ritmo brasileiro a situação não vai mudar nunca.
Esse foi só um exemplo pequenininho de como é visto o papel de "homem" na sociedade. Aqui chovem comentários de tantos "homens" preocupados que deveriam ter o direito de opinar e bla bla bla, mas, quando saímos deste lindo mundo da caixa de comentários, a realidade é bem diferente. Mas né, só questionando vamos, quem sabe, chegar aos parâmetros suecos. Não custa sonhar, né?


Maya, não por nada, mas se critério para vida é divisão celular, então o câncer é uma mega forma de vida?


E ainda bem que RX não queria julgar, já pensou se quisesse? Reduziu L. a assassina em duas linhas.
Chama RX para julgar o "goleiro Bruno" que ela resolve tudo em 2 minutos!


haja paciência.

Anônimo disse...

Anonimo das 23:26

Isso é apenas sentimentalismo embutido pelo patriarcado.Muita influencia.

Sara disse...

Luiza das 20.14hs, alem de tuuuudo o q vc escreveu, tb tem o fato de q o corpo da mulher entra em estado de gravidez de uma forma e sai dele de outra beeem diferente.
O desgaste do organismo materno é muito grande e irreversível.
É totalmente injusto esse argumento de bolsa estupro por exemplo, ou de obrigar a mulher não abortar e ter o filho com o paliativo de da-lo em adoção no final, pois o estrago ja foi feito, e no corpo apenas da mãe, portanto justiça seria se apenas a mulher pudesse decidir se quer ou não uma gravidez em sua vida.

nina disse...

Cara, já tô de saco cheio de tanta gente dizendo que é assassinato, que é pecado, o escambau.

É contra o aborto? Ok, direito seu. Mas não é direito seu decidir sobre o que outras pessoas pensam - e fazem - a respeito disso.

'É só se prevenir'. Quem disse isso leu o relato da moça? ela se prevenia, e mesmo assim engravidou.

Descriminalização do aborto não é o mesmo que incentivo ou obrigação. Mas ficar repetindo isso tudo, sempre, é dar murro em ponta de faca. Admiração pela Lola e por todxs aqui que não desistem.

aiaiai disse...

Roxy, sinta-se abraçada também!

Letícia Mieli - continuo esperando as suas justificativas para querer ter um filho. E pode dar as justificativas para querer adotar um filho também. Prometo analisar, sob o MEU ponto de vista, todas as justificativas.

ignus loki disse...

Primeiro:
Meus mais sinceros sentimentos de apoio para "L" e pela situação difícil que teve que passar.

Segundo:
Sou totalmente à favor do aborto em qualquer situação. Na minha opinião, assim como um pessoa pode recusar um tratamento para algo terminal (doença, câncer, etc...) e escolher a morte, a mulher tem o direito a escolher se vai seguir em frente ou não.

Terceiro:
Única exceção que tenho para o que mencionei acima é: casais tem que chegar ao um consenso sobre fazer aborto ou não. Tem que ser decisão partida de ambos. Não pode ser apenas uma decisão unilateralmente. Você não pode ignorar os sentimentos do seu parceiro sobre isto.

Maxwell disse...

@Mônica
Quando eu disse que o cara queria assumir ela e o filho, dei a entender que ele estava disposto a assumir uma família, construir algo em conjunto.
É isso o que você acha errado? Ou será que você entendeu de outra forma quando leu meu comentário?
Por favor, me explique!

Ana Clara disse...

Gente, quem acha que a decisão também deve ser do pai não consegue visualizar a situação absurda que seria obrigar uma mulher a ter, durante 9 meses, algo crescendo na barriga que ela simplesmente não quer? Obrigá-la, contra a vontade dela, a largar o trabalho e o estudo durante meses, a sentir dores e indisposições, passar por um trabalho de parto, ficar meses amamentando uma criança que ela não deseja?

Sério que vocês não conseguem ver como essa situação é absurda, agoniante e opressora para uma mulher que não quer nada disso?

Um homem que não quer o filho não precisa sequer PRESENCIAR todos esses fatos. Ele não é sequer obrigado a conviver com a criança. Sabe? São situações GROSSEIRAMENTE diferentes!

A questão do direito ao próprio corpo não é simplesmente sobre a mulher ter o direito de fazer o que quiser com ele. É especialmente sobre ela NÃO PODER SER OBRIGADA a fazer com o seu corpo algo que ela claramente não quer!

Lays, mãe e tudo o mais. disse...

Acho tão lindo a postura de algumas pessoas!!!! "Não vou julgar, mas você é uma assassina." Hipocrisia pediu licença, né????

Acho fantástico como as pessoas se arvoram o direito de tomar decisões sobre a vida dos outros em aspectos que não lhe dizem respeito. As mesmas pessoas que se dizem pró-vida, são, muitas vezes as mesmas que vociferam quanto aos auxílios sociais que o Estado fornece às famílias pobres... porque o importante é o embrião na barriga da mulher, depois que ele nasce, que se dane. Sempre me lembro do comediante de stand-up George Carlin: "Se você é pré-natal, ok. Mas se você é pré escolar, tá fu%¨@¨!"

Ninguém que não tenha idéia da dimensão que é ter e educar uma criança deveria palpitar sobre o direito da mulher em decidir sobre querer ou nao ter filhos. Homens, por definição estão fora dessa porque, por mais que eles sejam participativos, por mais que eles estejam presentes, eles sempre têm a escolha de sair fora.

Carol NLG disse...

"Anônimo (Maya) disse...
Monica, uma propriedade daquilo que se chama vida em qualquer estágio é a divisão celular. Onde há divisão celular de alguma maneira, há vida, tal como a conhecemos. A morte seria a cessação da divisão celular de um corpo qualquer, né não?"

Então qualquer forma de divisão celular deve ser tratada como vida e respeitada? Avisem aos oncologistas! Parem os tratamentos de câncer! Esses tumores que se multiplicam e matam, aparentemente, são/estão vivos e devem ser protegidos!

(ahh, como eu adoro reducionismos bobos!)

Bruna B. disse...

"Eu acho legal que quando a gente reinvindica direitos iguais, chove gente dizendo "mas homens e mulheres são diferentes!" - e listam 1001 fatos biológicos pra dizer porque uma mulher não pode fazer tudo o que um homem pode.

Aí quando a gente fala de gravidez, uma coisa na qual é inegável a diferença entre os sexos - porque ambos geram filho, mas só um carrega - chove gente pra dizer que isso não é motivo pra mulher querer abortar.

Cadê o povo do "ahhh mas é diferente" agora?"



ANA, SUA LINDA!
Tiro rápido e certeiro, assino embaixo.

Bruna B. disse...

" Anônimo disse...
É possível a pessoa menstruar e estar grávida? Alguém por favor me explique, fiquei preocupada agora. Tomo anticoncepcional todos os dias e fica por isso mesmo.//"


Pode ocorrer sangramento no início da gravidez, sim. Mas não é um sangramento igual ao menstrual ou àquele por privação hormonal. É um sangramento em menor quantidade, chamado spotting (escape), que ocorre devido à fixação do óvulo fecundado na parede do útero. Esse sangramento acaba confundindo muitas mulheres.
É bom sempre ficar atenta à quantidade e cor do sangue eliminado.

Bruna B. disse...

Letícia Miele
"E eu não disse que era injustiça, disse que era muita ironia e que a vida é engraçada e, no caso, não quis me referir só a ela."


Joguei na mega-sena e não ganhei, mas nem por isso tô crucificando os milionários por aí.
Cada um com sua cruz, fia. Não condene uma mulher que pode ter filhos mas não os deseja só porque você deseja e não consegue.

Mirella disse...

"a legalização/descriminalização do aborto e motivar sua impunidade não agem só por convicção, mas porque são pagos pra isso, são profissionais."



ME DÁ MEU DINHEIRO!

Sacanági isso, alguém deve estar ficando com meus milhões. Alguém viu por aí?


É, esse sabe do que tá falando.

Bruna B. disse...

Mônica

O que temos é uma consideração filosófica sobre o valor intrínseco da vida humana e como existem várias vertentes filosóficas (racionalismo, empirismo idealismo), que estão condicionadas às escolhas pessoais, é impossível estabelecer um parâmetro geral.
A ciência ainda não chegou a um consenso sobre o início da vida humana simplesmente porque não existe um início, os gametas masculinos e femininos estão vivos muito antes da fecundação. O único consenso que existe refere-se à atributos como a consciência e a senciência, cujas estruturas responsáveis só estarão aptas a funcionar depois de mais de 12 semanas.
O argumento religioso não serve porque se refere apenas a quem é crente, e ainda assim existem inúmeras crenças.
O argumento de espécie (é humano) também não serve porque é arbitrário, especista e exclui todos os outros seres vivos.
O argumento jurídico não é válido porque direitos humanos se referem a pessoas e não a embriões/fetos (expectativa de direitos).

O que resta é a consideração moral pessoal, e é por isso que defendemos a descriminalização da IVG; As mulheres que consideram o embrião/feto uma vida sagrada e intocável poderão gestá-los à vontade, enquanto as mulheres que não consideram poderão interromper a gravidez com segurança, respeitando o prazo de 12 semanas.
Nada mais justo do que isso, não acha?

Mirella disse...

Leticia Miele,


"quem se propôs a fazer um guest post não fui eu! Portanto, realmente não interessa os motivos que me levam a querer filho."

quem se propôs a comentar foi você, foi você quem quis compartilhar sua experiência aqui, ninguém pediu ou perguntou. Logo "quem se propõe a escrever um relato desses e publicar, está esperando simpatia, claro, mas também uma avalanche de críticas, não sejamos hipócritas!"


Guest post ou comentário, todos são sujeitos a críticas e empatia. Seu comentário não é blindado só por não ser um guest post. Você fez a mesma coisa que ela: compartilhou uma experiência. Se você questionou os motivos dela, é natural que as pessoas questionem os seus.

"Apenas expus aqui o que eu acredito, de acordo com meus valores, minhas crenças, meus desejos..."

Então, se devemos aceitar a sua premissa para querer ter filhos, pois se trata de suas crenças, valores e coisa e tal, devemos fazer o mesmo com a L., pois é a vida dela, com as crenças e valores dela...

Letícia M. disse...

Denise, muito obrigada! Vc entendeu exatamente o que eu quis dizer...

E não é que eu não possa ter filho, mas como tenho ovário policístico, dificulta a gravidez. O médico até passou um remédio pra ajudar, mas eu não quero tomar. Já combinei com meu marido que se até os meus 30 anos não conseguirmos naturalmente, vamos adotar.

Anônimo disse...

Eu vejo um complexo muito grande aqui com suas condições femininas, relatam a gravides e maternidade como se fosse um castigo, uma maldição, algumas propoem ate que e faça aborto por qualquer motivo, qualquer razão utilitarista emediatista qualquer, absurdo total, estão propondo e a banalização do aborto, não a descriminalização, so não querem dar nomes aos bois !

Unknown disse...

Vejo como questão política: sou a favoor do direito de aborto em qualquer circunstância.

Tem uma teoria legal que foge desse clichê nada eficiente para a discussão (essa história de pró-vida Vs pró-escolha).
O feto/amontoado de cálulas/bebezinho fofo/como preferir está numa disputa de interesses com o dono do útero. Ganha aquele que tem maior autonomia, ou seja, vc já sabe. Isso não deveria nem ser discutido, é que o mundo é doido mesmo.

Anônimo disse...

Sempre que vejo um post sobre aborto eu lembro do Women on Web, mas ficava receosa de divulgar. Lá não 'se vende' o comprimido, somente, há uma série de explicações relatos etc. Achei interessante, sem contar que td lá tem base científica (a parte institucional, né?!)

Outra, sobre quem disse que não sabia que dá pra menstruar msm estando grávida:
SIM! pode-se MENSTRUAR* estando GRÁVIDA!!!
Minha irmã descobriu que estava grávida lá pelos 3 meses e ela vinha menstruando normalmente. No caso dela, foi uma gravidez tubária e ela quase morre.
Não sei se pode ocorrer de descer menstruação em uma gravidez uterina, mas não duvido.

*Entenda-se por menstruação o fato de descer sangue pela vagina, como já foi relatado, pode ser somente algo residual, não menstruação de fato.

Mulheres, informem-se!
Informação é uma grande aliada que temos!!!

L., minha solidariedade.

Engraçado como incumbem na mulher de que se ela não sentir culpa o 'pecado' é maior.
Aaaahhh!!! Faça-me o favor!!!

Unknown disse...

"Por fim, alguém já ouviu falar em cancer. Aos sem noção que acham que amontoado de células em divisão é vida, que se torna intocável quando adquire esse status sagrado de vida, quando tiverem cancer não façam tto, afinal é um amontoado de células divinas e em divisão."

Amei.

Unknown disse...

Paula Tejano,

O que ocorre é que o aborto é uma decisão de risco e de grande dor física e psicológica. O que está em jogo não é apenas a criança, mas também a saúde da mãe.

Girassol disse...

Só tenho mais uma coisa a dizer: Se vc abortar corre o risco de se arrepender, ou não. Se vc tiver seu filho, c/ toda a certeza desse mundo, a possibilidade de arrependimento é zero. Nunca vi alguém dizer que se arrependeu de ter seu filho, é amor d+, amor que supera tudo!

Nih disse...

Paula Tejano: jura que com este nick você quer mesmo que a gente não perceba que é um mascu se fazendo passar por feminista?

E se tem uma coisa que mascu adora é evocar igualdade em uma situação extremamente desigual!

Tipo, tem demente que fala que é contra assento preferencial para gestantes e pessoas com filho de colo...Tipo: vocês não querem direitos iguais?

Meu senhor, como estabelecer igualdade em uma situação desigual?

E boa sorte se o se o pau está latejando!

Mônica disse...

Livia Ferreira,

concordo contigo, tive a mesma impressão quando li o relato, que ele pensou que a gravidez seria a desculpa perfeita para ela finalmente ir morar com ele, que ele achou que ela aceitaria a proposta na hora e quando viu que não se irritou.

Tá bom que isto vai parecer teoria da conspiração, mas cheguei a pensar que talvez essa gravidez não tenha sido obra do azar...

Anônimo disse...

Esse povo td nunca ouviu falar de MULHERES QUE NÃO AMAM SEUS FILHOS!!!

Sim, meus caros, isso existe!
Amor não é algo mútuo e instantâneo...
Pode-se até dizer que é uma construção ou questão de afinidade... não é um direito nem um dever...

Vms rever um pouco os conceitos, né?!
Ou pelo menos aceitar o FATO de que as coisas não são para os outros o msm que é pra mim. (apesar de que podem haver felizes coincidências, mas isso não é regra!)

Lembrem-se, diversidade e tolerância são riquezas sem fim.

Nih disse...

"Só tenho mais uma coisa a dizer: Se vc abortar corre o risco de se arrepender, ou não. Se vc tiver seu filho, c/ toda a certeza desse mundo, a possibilidade de arrependimento é zero. Nunca vi alguém dizer que se arrependeu de ter seu filho, é amor d+, amor que supera tudo!"

__________________________

Minha senhora, em qual planeta vives?
No meu, crianças são abandonadas todos os dias, alguma, em latas de lixo...
Arrependimento 0? Mesmo de mães que criam seus filhos, não é bem assim, nem fudendo!

Lays, mãe e tudo o mais. disse...

Girassol, vai em uma escola pública em área carente. Você vai conhecer varias mulheres que tanto se arrependeram de ter tido seus filhos, que os abandonaram com avós ou outros parentes. Abrigos também servem pra esse tipo de visita.
Sem essa de amor de mãe supera tudo. Estamos muito crescidas pra esse tipo de conto de fadas.

Mônica disse...

Girassol disse...

A possibilidade de arrependimento é zero? Nunca ouviu falar de bebês que são abandonados em lixeiras, sacos plásticos ...? Nunca ouviu falar em pais/mães que abandonaram os próprios filhos? Que venderam os filhos?

Talvez vc não conheça ninguém que (admita que) tenha se arrependido. Que bom. Mas o mundo é bem grande.


Anônimo disse...

Muitas pessoas se apegam a tantas coisas, tanta filosofia, política, ideologia, ciência etc, que muitas vezes acabam perdendo suas bases morais...

"É o resultado de quem toma de si mesmo a razão de ser, causa primeira e última de sua existência (sem algo maior do que ele, um princípio abstrato que o guie). Vira um relativista, pois o seu EU é o tudo.

É um estudioso que vai simplesmente assimilando tudo o que vem pela frente. Não tem critério moral."

Mônica disse...

Bruna B.,

acho justo sim que seja uma opção pessoal da mulher. Sou a favor da legalização do aborto. Acho que obrigar uma mulher a manter uma gestação indesejada é o mesmo que objetificá-la (não sei se essa palavra está certa). E, salvo melhor juízo, o princípio da dignidade humana existe justamente para que nenhum ser humano seja transformado objeto.

Independentemente disso, a definição sobre o que é vida, não me parece que seja algo que possa relegado à moral pessoal ou algo que o valha.

Como eu disse antes, isso é algo que nos define como sociedade. É a sociedade que vai dizer o que é vida. (Não estou dizendo que todas as pessoas do mundo tem que concordar.)

Caso contrário, sequer poderíamos nos conceber como sociedade, mas apenas como uma aglomerado de pessoas. Sequer teria motivo para estarmos discutindo esse assunto.

Caso eu não tenha me feito clara antes, não proponho substituir o conceito biológico por outro qualquer. (É claro que, em certa medida todos serão falhos). O que eu penso é que deveríamos trazer outros pontos de vista para a discussão, acabar com a "hegemonia" da biologia.





Anônimo disse...

Nossa... eu tô tão preocupada com essa tal de moral que vou te contar!
Morro de medo dela!
Afinal, ela MATA!

De que me interessa sua moral, cara pálida?!
Vc já imaginou que esse conceito é plural e o que vale pra vc não vale pra mim?
Não, né?!
Afinal... só deve valer aquilo que vc e sua moral dizem que é o correto.
So sorry...

Sonia disse...

Girassol,

"Se vc tiver seu filho, c/ toda a certeza desse mundo, a possibilidade de arrependimento é zero. Nunca vi alguém dizer que se arrependeu de ter seu filho, é amor d+, amor que supera tudo!"

Pois é, se um dia for pintar o cabelo, pinte de vermelho, que com toda a certeza a possibilidade de arrependimento é zero, porque nunca vi alguém dizer que se arrependeu de pintar o cabelo de vermelho!

Por favor, né? Basear a decisão de TODAS as pessoas em um valor pessoal, constatado no que os teus julgamentos e percepções indicam é querer generalizar demais!

Bruna B. disse...

Letícia Miele disse...
Denise, muito obrigada! Vc entendeu exatamente o que eu quis dizer...

E não é que eu não possa ter filho, mas como tenho ovário policístico, dificulta a gravidez. O médico até passou um remédio pra ajudar, mas eu não quero tomar. Já combinei com meu marido que se até os meus 30 anos não conseguirmos naturalmente, vamos adotar.

22 de novembro de 2012 10:48



Com todo o respeito, se você quer tanto engravidar, por que não toma o medicamento? É clomifeno?
Eu também tenho ovários policísticos e engravidar nessas condições é difícil mas não é impossível (depende muito do grau da sua SOP), desde que você siga a recomendação médica e tome o que ele te receitou.
Minha mãe é ginecologista e já tratou muitos casos de SOP com clomifeno, grande parte teve sucesso e não precisou partir para a gonadotropina exógena, pra laparoscopia ou pra FIV.
E vale ressaltar que mesmo que você engravide 'naturalmente', sem seguir a prescrição médica, o risco de um aborto espontâneo e de problemas para você e seu feto é bem maior do que quando você trata a SOP antes da gravidez. Tratar essa síndrome é importante para a sua saúde e para a saúde do bebê que você quer ter.

Boa sorte.

Bruna B. disse...

"Nunca vi alguém dizer que se arrependeu de ter seu filho, é amor d+, amor que supera tudo!"


Pô, Girassol, me diz em que planeta tu vive que eu vou de mala e cuia praí. É o planeta que o John Lennon descreveu em 'Imagine', onde todos se amam, onde o amor supera tudo, até a fome, a miséria, as doenças, os abusos, a violência?
Pffffffffffffff!

Gente, o(a) girassol deve andar tomando muito chá de cogumelos e ácido lisérgico, porque a realidade terráquea não condiz em nada com o que ele(a) fala. Conheço muitas mulheres que não escondem o fato de odiarem seus filhos e filhas, conheço muitas que queriam voltar no tempo e arrancar o feto com as próprias unhas.
Aliás, indico aquele link do Jezebel que eu enviei antes, ele mostra muito bem o que acontece na vida de grande parte das mulheres que queriam realizar um aborto mas não foram atendidas; Uma vida cheia de miséria, dependência, violência, etc.

Carol NLG disse...

"Girassol disse...
Só tenho mais uma coisa a dizer: Se vc abortar corre o risco de se arrepender, ou não. Se vc tiver seu filho, c/ toda a certeza desse mundo, a possibilidade de arrependimento é zero. Nunca vi alguém dizer que se arrependeu de ter seu filho, é amor d+, amor que supera tudo!"

---

E esse é um dos maiores problemas que existem! Essa construção social que diz que mulheres são OBRIGADAS a amar seus filhos. Uma mulher sequer pode admitir que não quer ser mãe sem ser tachada de sem coração, imagine admitir que se arrependeu? E isso falando apenas daquelas que efetivamente criaram os filhos, excluindo as milhares que jogam fora/dão/vendem todos os dias.

Sério mesmo que essa pessoa acha que NUNCA, NUNQUINHA, ninguém se arrependeu? Eu conheço vários casos de mães que dizem aos filhos que se não fosse por eles, teriam uma vida melhor. Que tiveram que se casar, parar de estudar e de trabalhar por isso, e, portanto, jogam as tristezas pra cima das crianças. E, com isso, formamos um mundo com muitas crianças sem preparo, sem carinho, porque a mãe é obrigada a amar o filho.

Anônimo disse...

00:17, vasectomia e laqueadura sem interferência de terceiros? Não entendi. Uma das coisas mais difíceis é conseguir uma laqueadura pelo SUS. Não sei quanto à vasectomia, mesmo com a lei do planejamento familiar vigorando. De mais a mais, você não vai querer que um pirralho de 18 anos se submeta a uma vasectomia ou uma desavisada de 21 a uma esterilização permanente, né?

Quanto à cultura da morte, errr...estamos nela desde que nascemos. Tudo que nasce, morre.
Nos noticiários só há morte e ninguém reclama, né? Estão matando policiais em São Paulo aos montes, você viu? Isso a comove? Os hospitais estão cheios de moribundos e fora dele, morre-se à vontade. Não viu o noivo que morreu com o copo de cerveja perfurando sua veia femural? Então, minha cara. Esse discurso de cultura da morte não cola não, tá?

E outra, se o Champinha tivesse sido abortado, duas mortes prematuras teriam sido evitadas.

Tá certo que o governador de Pernambuco é fruto de uma rapidinha inconsequente, não assumido pelo pai, mas também ele é filho do Chico Buarque e neto do Miguel Arraes, o que você quer? Pega leve ae!!




Unknown disse...

Bora falar de hipocrisia, minha gente:

- É incrível a quantidade de gente que critica a mulher que engravidou sem querer. Se a mulher aborta, geralmente os comentários descambam para o "na hora de fazer não achou ruim", ou "dando com essa idade?", ou "vê se agora fecha as pernas".

O que eu me pergunto é: se a pessoa é contra o aborto e condena tão veementemente as mulheres que abortaram, por que raios ficar xingando e azucrinando as mulheres que engravidaram sem querer? Será que essa gente não pensa que a falta de apoio a uma mulher grávida só torna mais propício o aborto?
Quer evitar que mais abortos aconteçam? Tente não olhar uma moça grávida com olhares de desaprovação, tampouco achar que gravidez é punição para vadiagem.

- Você acha que aborto é assassinato?

Conte-me mais sobre como o aborto em caso de estupro (que é permitido no Brasil) se torna mais aceitável aos seus olhos.

Enfim, aborto não é assassinato. Se aborto fosse exatamente igual ao homicídio, teriam a mesma pena, pois seriam o mesmo crime.
A questão aqui é: o que os difere?
A vida intrauterina é valorada de forma diferente à vida extrauterina.
No nosso ordenamento, a gravidez ocorrida por estupro é permitido, pois entende-se que a dignidade sexual da mulher, bem como suas condições psicológicas pesam mais do que uma vida em potencial.
Outra questão é: o que é vida humana? Ainda não temos uma resposta concreta, mas o mais próximo disso é sim o começo da atividade cerebral, pois é o mesmo conceito de morte.
Enquanto não há vida, não há morte. Há uma possibilidade de vida que talvez venha a surgir.

Roxy Carmichael disse...

letícia miele disse:
Não sei que tipo de situação ela estava e, sinceramente, não me interessa, mas achei um total absurdo e infundadas as "justificativas" que ela usou no texto!

então você faz questão de dizer que não sabe, não quer saber e sequer se interessa pela situação da L. no entanto, isso não é o suficiente para que você evite emitir uma opinião, julgando os motivos da L. como absurdos?
?????????
entendeu agora Denise o porque eu pego no pé da Letícia?

"Você não sabe o que é não poder ter filhos para ataca-lá desse jeito". ???????ah legal, já que você me conhece tanto, por que não liga aqui em casa e a gente vai tomar aquele chopp no bar que a gente sempre vai???
e por acaso você ou a letícia sabem o que é ter ficado grávida sem desejar, mesmo usando métodos contraceptivos, não ter o apoio da família e ainda ter que engolir o namorado te chamando de vadia quando você decide fazer um aborto? porque surpresa: NÃO É TODO MUNDO QUE QUER SER MÃE, como a letícia disse. pra alguém que não deseja ser mãe, ter um filho PODE SIM ser uma prisão.

e olha só, eu só vou parar de pegar no pé enquanto ficar claro que essa comparação entre uma que quer ser mãe e a outra que aborta é RIDÍCULA.

"É uma ironia sim, quando a gente quer tanto ter filhos e não pode e muitas mulheres engravidam tão facilmente e nem querem"
você fala como se fosse condenável o comportamento de quem engravida sem querer. seria como dizer: "com tanta gente passando fome no mundo, tem gente que desperdiça comida." deixa eu te explicar uma coisa: existem estudos que mostram que é muito mais comum gravidez não planejada do que planejada. muitas mulheres não sonham em ser mães, mas ao menos aqui no brasil, elas não podem ligar as trompas se elas nao tiverem filhos. mas justamente elas querem ligar porque não querem ter filhos!portanto uma mulher em idade reprodutiva pode ficar grávida, mesmo fazendo uso dos métodos contraceptivos. e se pra vc ou pra letícia é uma merda nao conseguir engravidar, pra quem fica gravida sem querer, é uma merda também, porque não existe nem apoio para que vc possa interromper o processo, não existem leis que amparem cidadãs que pagam seus impostos como todo mundo.
então por favor?
não me venha com xurumelas....

Bruna B. disse...

Mônica

Não existe 'hegemonia' da biologia. Se existisse, o Brasil já teria legalizado a IVG há décadas, o que comanda a nossa lei é o ponto de vista religioso.
E, como eu citei anteriormente, a maioria das outras vertentes que você citou não podem dar um parecer razoável nessa questão, algumas por não tratarem de 'existências hipotéticas', outras por não serem imparciais, outras por não chegarem nem perto do cerne da questão.

Os meus critérios para atribuir o direito à vida são objetivos: a consciência, a racionalidade, a autoconsciência e a senciência.
Eu penso que é preciso uma razão objetiva para valorizar uma vida que seja universal e não se baseie em critérios arbitrários.

Os critérios religiosos, por exemplo, não são universais porque só se aplicam aos seres humanos e discriminam todos os outros seres, aliás, discriminam também as pessoas que não comungam daquela crença. São arbitrários porque resultam de uma escolha que não tem em consideração os interesses de cada ser.

Os critérios que eu apresento são universais porque são válidos para seres humanos, fetos, animais, extraterrestres, inteligência artificial ou qualquer outro tipo de ser com que nos deparemos.
Não são arbitrários porque têm em consideração os interesses e os desejos dos seres em questão (interesses que existem, com passado, e não os que potencialmente virão a existir).

Bruna B. disse...

Não se trata de definir se é uma vida ou não. Porque todas as células humanas são vida. Porque um animal é vida (e mesmo assim o homem não pensa duas vezes antes de matá-lo, caso lhe convenha). Porque um vírus é uma vida.

Também não se trata de definir se é humano. Porque os gametas em questão são humanos (e ninguém está se preocupando com a masturbação alheia). É impossível a gravidez de uma mulher resultar em um porco ou em um cavalo, logo, sabemos que o embrião/feto que está ali só pode ser humano. Ademais, uma pessoa não se reduz aos seus genes.

O cerne da questão é: Quais são os atributos pelos quais valorizamos a vida humana, em detrimento de todas as outras? O que nos diferencia da vaca que será sangrada no matadouro, do leão cuja pele enfeitará a sala de alguma mansão, da bactéria que será eliminada através de um antibiótico?

Pensem.

Anônimo disse...

Então qualquer forma de divisão celular deve ser tratada como vida e respeitada? Avisem aos oncologistas!///

Carol NLG, o que eu quis dizer é que esse critério de onde começa a vida na questão do aborto é furado. É como você falou. Tudo que vive, biologicamente falando, sofre divisão celular, inclusive o câncer. Eu não reconheço a matéria orgânica ou inorgânica como algo vivente por questões metafísicas, mas aí é outra história.

Roxy Carmichael disse...

dever de casa pra girassol, ver esse filme:
http://www.youtube.com/watch?v=ydusAq78VyE
e antes que venha dizer que é um filme, que filme não é a realidade:
http://www.youtube.com/watch?v=VgO9Em1eXm8
e a letícia ainda acha que não é importante ler um livro que questiona porque temos filhos, afinal ela sabe muito bem oras porque ela quer ter, e afinal é só isso que importa né? ela e o filhote dela!

Anônimo disse...

O que eu penso é que deveríamos trazer outros pontos de vista para a discussão, acabar com a "hegemonia" da biologia.//

Para que aconteça isso, precisaremos acabar com a hegemonia da matéria e do materialismo. Sabe quando isso vai acontecer?

Bruna B. disse...

Para os que são contra o aborto: Como devemos proceder em caso de gravidez resultante de estupro? E não adianta dizer que nesse casos vocês aceitam a interrupção, porque seria o cúmulo da hipocrisia. Das duas uma: ou a vida humana é inviolável ou não é. Não pode ser e não ser ao mesmo tempo.

Confessem que o que os move na realidade é a culpabilização das mulheres. Se é culpada tem de assumir o castigo, se não é a gente olha para o lado e pode interromper a gravidez.

Carol NLG disse...

Vi agora no site do Correio Braziliense (jornal de Brasília):

http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/cidades/2012/11/20/interna_cidadesdf,334763/mulher-faz-aborto-e-e-condenada-pelo-tribunal-de-justica-em-taguatinga.shtml

Basicamente, o marido fez a mulher abortar, em 2004, com uso de medicamento (deve ser Cytotec). Ele recebeu como pena prestação de serviços à comunidade e ficar afastado de boates por 2 anos. Ele recebeu prisão. Super justo, né?

Maíra disse...

Acho que a discussão sobre quando começa ou acaba a vida, que é muito interessante, está escondendo o fato de que o meu (nosso) direito ao(s) meu (nossos) corpo(s) é desrespeitado quando sou legalmente impedida de decidir o que fazer dele.

E de onde as pessoas tiram essas ideias de que abortar em uma gravidez indesejada implica em nunca, em nenhum outro momento, desejar ficar grávida, a ponto de sugerir esterilização como alternativa à legalização do aborto e igualar vida sexual ativa a comportamento de risco? Será que essas pessoas de fato ignoram que nos baseamos em todo o contexto de nossas vidas para tomarmos nossas decisões? Argh.

Ana, Moema L, Luiza, yulia2, Nathalia e Mônica, obrigada pelos comentários lindos!
Mas, Mônica, tenho que dizer, adoraria ouvir a opinião profissional de psicólogxs, sociólogxs, juristas e de todxs xs outrxs profissionais que podemos envolver nessa questão, mas essxs profissionais e xs médicxs também, não são cientistas, desculpe o preciosismo... E, Ana, é exatamente isso! Mesmo em uma gravidez planejadíssima, daria um braço para que o bebê magicamente passasse para a barriga do pai de vez em quando!

Estabelecer as prioridades dos outros é desrespeitar os direitos deles, Roxy Carmichael, e colocar um filho acima das minhas outras prioridades definitivamente não é parte das obrigações maternas.

Por isso mesmo, odeio dar palpite na vida dos outros, mas conheço algumas mulheres que tinham dificuldade para engravidar e conseguiram, sem nenhum tratamento, pouco depois de receber seus filhos adotivos em casa... Que tal repensar a sequencia, Letícia Miele?

Anônimo de 21/11 23:55
Odeio ler textos novos em português antigo...
[ironia] Vou informar ax médicx no próximo ultrassom para realizar o exame no lugar certo, já que o feto se aloja no meu seio! [/ironia] E se você não acredita na discussão, porque veio postar aqui?

Luiza disse...

Eu queria saber dos pró-vida o que exatamente eles esperam depois que a criança nasça.

Porque, né, uma mulher que se descobre grávida chamar o embrião de "coisa" e "só quero que isso saia de mim o mais rápido possível" não vai ser a mãe orgulhosa na festinha de dia das mães na escola. Essa criança vai ser ODIADA e provavelmente largada na casa da avó. Pode ter o material para sobreviver, mas não vai ser amada. Pode até ser abusada.

Esses pró-vida sequer gostam de crianças felizes?

Ana Beatriz disse...

Cara L., parabéns pela coragem. Sou super a favor de pessoas que assumem que não querem ser mãe e que vão em frente. Mas esteja preparada para os fiscais da vida alheia, e mande à merda, hehe. E que bom que vc tem amigos tão bacanas! No meu caso, descobri uma gravidez em estagio muito mais avançado, e por ser budista optei por ter. Meu amigos e família foram tudo pra mim, mas o pai foi um grande sacana :/

Minha vida não é fácil, e terminar a faculdade tá difícil, mas ter o bebe foi uma escolha minha!

Então, sou super a favor do aborto, e mais que isso, torço pra vc tenha uma vida bacana, e não se sinta culpada!
Um abraço

Anônimo disse...

Alguém leu isso (no g1)?

"Uma mulher morreu em um hospital da Irlanda após ter seu pedido de aborto recusado pelos médicos.

A gravidez de Savita Halappanavar, de 31 anos, tinha passado dos quatro meses e ela pediu várias vezes aos funcionários do Hospital da Universidade de Galway para que o aborto fosse realizado, pois sentia dores fortes nas costas e já apresentava sintomas de um aborto espontâneo, quando a mãe perde a criança de forma natural.

Mas, de acordo com declarações do marido de Savita, Praveen Halappanavar, os funcionários do hospital disseram que não poderiam fazer o procedimento justificando 'enquanto houvesse batimento cardíaco do feto' o aborto não era possível.

O aborto é ilegal na Irlanda, a não ser em casos de risco real para a vida da mãe. O procedimento é tradicionalmente um assunto muito delicado no país cuja maioria da população é católica.

O que o inquérito aberto pelo governo irlandês deve averiguar é a razão pela qual a equipe do hospital julgou que a vida de Savita não estava em risco.
'Savita estava agonizando. Ela estava muito abalada, mas aceitou que estava perdendo o bebê', disse Praveen ao jornal 'The Irish Times'.

'Quando o médico veio na segunda-feira pela manhã, Savita perguntou se, caso eles não pudessem salvar o bebê, poderiam encerrar a gravidez.'

'O médico disse: 'Enquanto ouver batimento cardíaco, não podemos fazer nada'', afirmou.

Savita morreu no dia 28 de outubro e uma autópsia realizada dois dias depois concluiu que a causa da morte foi septicemia (infecção generalizada)."

Anônimo disse...

12:19, qual a base moral para a dor, o sofrimento, a tristeza, o abandono, o acidente, o ódio, a morte, você sabe? De que absolutismo vieram essas coisas? Da divindade?



Anônimo disse...

Você viu essa notícia Lola? Um senhor de 55 anos estupra uma velhinha de 80 anos e após comprovação do estupro, o juiz decidiu não prender o acusado, só ordenou que ele se mantivesse ao menos cem metros de distância da vítima!!!
Que impunidade é essa?!!!

http://www.gcn.net.br/jornal/index.php?codigo=192845&codigo_categoria=21

Aline T. Souza disse...

Eu sou a favor da escolha. Acho que se perde muito tempo discutindo quando se dá o inicio da vida. A sociedade nunca vai chegar em um acordo sobre isso, mesmo que toda comunidade científica prove um tempo exato, as opiniões sempre estarão divididas, pois a beleza da sociedade é essa, cada um tem sua opinião, sua religião, suas convicções, enfim, é a beleza da diversidade.

O que é prioritário que se conscientize as pessoas é que não se pode obrigar ninguém a ter um filho indesejado. Criança não é fácil. Muda a vida toda de uma pessoa, e requer sim muitos sacrifícios e muita abnegação. Independente se a pessoa ficou grávida usando todos os métodos anticoncepcionais, ou por que não usou camisinha, ou por que usava o método da tabelinha, enfim, não importa o motivo de ela ter ficado grávida. Gravidez não é punição. Não é "fez sexo agora aguenta as consequências"! Sexo não é coisa do demônio como muita gente parece acreditar por ai! Se a mulher não quer ter filhos ou não se sente pronta para ter aquele filho, a decisão é dela. É ela que vai ter que assumir as consequências de um filho indesejado depois. A verdade é que o povo se importa muito e se acha no direito de dar pitaco na vida alheia. Ninguém é obrigado a gostar e concordar com a opinião dos outros, mas devemos respeitar o direito de cada tomar suas próprias decisões e agir conforme a sua vontade.

SeekingWisdom disse...

Anonimo das 19:23 que virou das 07:41 (hehe) - posso sugerir usar uma inicial? Eu usaria V (o filme é fantástico! adorei, li depois de ler sua crítica Lola ^^)
Acho que o que quero comentar vale para Ingnus Loki também.

Então, o feminismo e outros movimentos sociais no geral procuram atuar no campo do Direito, ou seja, ajustar; reformar; criar leis com o objetivo de garantir direitos básicos. Existe também a promoção das ideias (e condenação de alguns comportamentos - machismo, racismo, homofobia) que sustentam a criação dessas leis (afinal, as leis partem de consensos ideológicos da sociedade - n sei exatamente o conceito técnico para isso).
Não há, em nenhum momento a promoção de leis que criminalizem o homem por ter abandonado a parceira na decisão de aborto (nem, claro, na suposta vasectomia). Agora, a preocupação sobre o estigma moral da sociedade até entendo, mas não é possível impedir que alguém comece a te difamar disso ou daquilo (vc pode abrir um processo particular caso se sinta lesado). N acredito que xs leitorxs aqui entendam que o parceiro tem obrigação moral de acompanhar a mulher se ela decidir abortar ou suicidar-se. Ele tem direito de não concordar, terminar o relacionamento, seguir em frente e ser feliz (para ser mais romântico ainda).
Ingnus no seu ponto três vc expõe que acha que deve ser consensual, por isso te chamo para o mesmo ponto. O que temos como definição de moralidade (seria legal conversa, se possível consenso e parceria) não pode ser imposto a nenhuma das partes.
A condenação da sociedade é deplorável e espero viver num futuro onde cada um cuide mais de si do que sair julgando moralmente outras pessoas por quaisquer escolhas.
Quando a prática é condenável judicialmente a coisa muda de figura, aí sim vamos para a justiça.
Em suma, o que está em debate é a legalização do aborto cuja opção deve ser da mulher (não cabe igreja, Estado nem parceirx). Opinião ok mas depende da vontade dela. É garantido a todos liberdade de expressão mas nínguem é obrigado a te ouvir ou concordar contigo. Caso hipotético onde uma mulher engravidou e abortou sem o conhecimento do conjuge, oras, direito dela, o corpo é dela. Casos ISOLADOS onde alguém "age de má fé" e coisas do tipo não estão em jogo quando o que está sendo discutido é voltado para a COLETIVIDADE. Isso vale para quase todas as discussões sobre leis (ex clássico: cotas raciais)
Espero ter contribuído. Abcs, Phillipe

Roxy Carmichael disse...

para que fique bem claro para a letícia, a denise e as demais que formaram comissão pra julgar os motivos da L.
entendam de uma vez por todas:
não querer ter filhos não é menos legitimo que querer ter filhos.
querer ter filhos não é um desejo legítimo por si só.
não querer tê-los, não é um desejo ilegítimo por si só que precisa ser MUITO bem justificado em base a razões que acalmem todos os corações e as mentes que acham que o único desejo legítimo a que se pode permitir uma mulher é o de ser mãe.

******

tiago carneiro
será assim (de quase 200 comentários apenas um sobre camisinha) enquanto a sociedade ainda puser a responsabilidade pra se evitar a gravidez somente nas costas da mulher. isso quer dizer o que? enquanto a responsabilidade de evitar for só da mulher, só cabe a ela decidir ter ou abortar.

**********
"só porque a mulher n quer ter o trabalho de criar um ser humano acho isso um motivo muito pequeno e futil para uma decisão tão complexa."
desculpa, mas achei de uma incoerência...se ter um filho é algo tão complexo, alguém que decide não tê-lo porque entende que nao está disposto ou nao tem estrutura para desempenhar tal tarefa é algo fútil? muita gente aqui tá achando que ter filho é assim: você começa o expediente às 8h da manhã, bate o cartão, tem duas horas de almoço, e às 18h bate o cartão e volta pra casa, vai tomar choppinho com as amigas, vai ver a novela, vai ler livro, dormir, pra depois começar mais um dia de expediente que OBVIAMENTE é só de segunda a sexta né?ah sim claro, pode trocar de trabalho também se não tiver satisfeito?se achar que a remuneração é pouca?

SeekingWisdom disse...

Alguém falou no caso da mulher que tem certeza que não quer engravidar poder fazer laqueadura e evitar o transtorno e, se mudar de ideia, reverter.
Dois pontos

1. Mesma coisa sobre moralidade, ou seja, não sou eu quem vai decidir sobre o que seria melhor se ela não deseja engravidar. Ela pode ter princípios que vão contra uma intervenção cirúrgica, pode não confiar no procedimento, n quero entrar no mérito, é uma questão de escolha a nível do indivíduo.
2. Li, acho que até no blog da Lola (ou talvez no blogueiras feministas) que fazer laqueadura hoje não é tão simples. A entrevista respeita bem pouco a individualidade (mesmo mulheres que já tem filhos e não desejam ter mais, contudo ainda estão em idade reprodutiva tra-lá-lá não conseguem o "aval" do médico - acho um absurdo). Também não sei se ele é reversível. Lendo alguns sites rapidamente ela é 50% reversível (podendo aumentar para 70% dependendo de procedimento mais avançado) o que não garante a reversibilidade.
Em suma, conversar sobre essas coisas com x parceirx é essencial para um relacionamento saudável (minha opinião pessoal) mas vamos deixar leis para coisas mais importantes (garantir que haja a opção do aborto seguro com assistência médica e procedimentos humanos para as mulheres.


Mais uma coisa, Ju, n sei se vc é feminista, mas não acredito que o feminismo seja muito alinhado com essas ideias conservadoras de olho por olho, dente por dente, imagine se todos os conflitos fossem resolvidos assim. Não está escrito que a Iraniana perdoou o agressor, disse que ela arrependeu de remover sua visão. Pode ser que seu livro de maiores detalhes. Não vejo problemas em perdoar também. Pode até ser que essa característica de perdão seja atribuída às mulheres (tenho q pensar sobre), mas acho que é um ato nobre e deveria ser praticado por todxs.
Esse discurso violento, de ódio, parecido com "bandido bom é bandido morto" não é compatível com nosso modelo de sociedade em pleno séc XXI, vamos refletir sobre isso.
Cordialmente, Phillipe

Anônimo disse...

Dree, parabéns por deixar claro que ter uma religião não significa ser contra um Estado laico. Não ter religião ou ser ateu não significa estar automaticamente certo sempre, ainda é preciso utilizar argumentos sólidos. Só uma coisa, o espiritismo não é a unica religião que não julga, que não tem a chave do paraíso, nem que isso e aquilo. Existem outras e as pessoas devem poder escolher como quiserem, até se escolherem as mais radicais. O importante é o Estado laico.

Magrelinha disse...

Dree

Respeito sua religião, mas não suporto quando em uma discussão na qual ninguém tocou no assunto e dogmas nem estão em consideração, chega alguém e já fala que Deus condena isso e aquilo, que religião tal diz isso, assumindo que todos acreditam na mesma coisa que ele. É igual quando estamos discutindo o direito ao casamento CIVIL aos homossexuais e vem algum evangélico/católico dizendo que isso não pode acontecer pq a bíblia condena. Me dá raiva essa prepotência em desconsiderar que as outras pessoas nem sempre partilham da mesma posição religiosa que eles. E na real, acho uma puta falta de respeito. Foi mal aí chamar os espíritos de gasparzinhos, mas eu tb me sinto desrespeitada quando alguém já vem pagando e ignorando que nem todo se importa com o que a SUA religião diz.

(deixando claro que não foi vc que fez isso, e sim um zé lá em cima)

Quanto aos espíritas não discriminarem os homossexuais, de acordo com uma amiga lésbica, ela sofria diversos preconceitos na Comunhão Espírita de Brasília, e segundo ela a discriminação ocorria assim: "Não condenamos os homossexuais, aceitamos e respeitamos, porém é o espírito de uma pessoa que era do gênero oposto, veio com esse corpo ao mundo e é gay PQ NÃO EVOLUIU O SUFICIENTE e ainda está aprisionado à personalidade de sua vida passada". Pode não perseguir como alguns fundamentalistas cristãos fazem. Podem respeitar e aceitar a presença de gays dentro do centro, mas pelo menos no lugar que minha amiga frequentava (e que eu já fui diversas vezes com ela), eles batiam o tempo todo na tecla que ser gay NÃO É O IDEAL, visando sempre a evolução do espírito.

Tenho certeza de que existem centros diferentes, mas a comunhão aqui na minha cidade é referência em matéria de espiritismo, e discriminava da mesma forma. Minha amiga acabou saindo e procurando um centro menor onde poderia se sentir mais a vontade.

Roxy Carmichael disse...

ANÔNIMO 07h41
pensemos assim: para haver concepção, são necessários um homem e uma mulher. se a mulher fica grávida e conversa sobre a possibilidade do aborto com o parceiro, imagino que ele, mesmo contra, mesmo querendo o filho, não deve se eximir da responsabilidade de acompanhá-la. alguns poderiam pensar: sim, mas se os dois fizeram, e o homem quer o filho, a mulher nao pode abortar. eu penso que sim a mulher pode abortar porque a gestação acontece dentro do corpo dela. ela é quem vai realizar o parto, depois ela é quem vai precisar amamentar esse bebê. e que ninguém duvide que esses procedimentos não são simples (gestação, parto e amamentação). deixando um pouco de lado as questões físicas, existe ainda toda uma questão social que exige que mulheres se responsabilizem pelos filhos e não só, que sejam mães perfeitas. isso é a sua vizinha que disse? não, como disse alguém, acho que foi a mirella, é a própria lei quando determina a licença maternidade/paternidade desigual para a mulher e para o homem.
o exemplo da vasectomia no fim das contas é bom. imagine a seguinte situação: a mulher namora, casa com o homem e obriga ele a fazer uma vasectomia porque ela nao quer correr o risco de engravidar. ou talvez, a mulher e o homem DEVEM conversar sobre a possibilidade de ele fazer uma vasectomia, mesmo ele não querendo, porque afinal de contas os dois vão transar e o resultado dessa transa pode ser uma gravidez nao desejada por ela. e a opinião dela sobre o corpo dele deve contar tanto quanto a dele. te parece razoável? a mim não.
o feminismo fala muito em igualdade sim, mas imagino que você já ouviu falar de se respeitar as desigualdades para chegar a uma igualdade, não? portanto, nao tem jeito, a situação da gravidez ainda é desigual. não no sentido negativo, que fique bem claro, mas no sentido em que acontece no corpo de um, não do outro, e que esse fato traz consequencias pra um, e não pro outro.

Elisa disse...

"Fica quieto e deixa a menina se decidir por si mesma, só dê opinião se ela pedir. E depois tu apoia ela em qualquer decisão que ela faça. Não é ciência de foguetes." Apoiar qualquer decisão? também não acho que seja por aí, se a mulher quer o aborto, ok, ela que decide isso. Mas daí a querer que o homem/namorado/marido/companheiro apoie incondicionalmente já é um pouco demais. Acredito no direito dele de não concordar e ser contrario.

Magrelinha disse...

Para quem é contra o aborto, vejam esse vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=q1FA0JStoFw&feature=related

Essa mulher não queria ser mãe, tentou aborto e não deu certo, o filho nasceu prematuro de 6 meses e com sequelas (ou seja, se o aborto fosse legalizado, abortos caseiros seriam evitados e esse tipo de coisa não aconteceria), ela continuou não querendo o filho e teve que ficar com ele, pq afinal, a sociedade prega que a mulher tem que amar e cuidar do filho pro resto da vida. Ela passou a agredir a criança ao ponto de matá-la.

Dá para ver que a mulher não é boa da cabeça, que não tinha condições psicológicas de ficar com o filho, e é um egoísmo imenso sujeitar um bebê a isso. No estágio embrionário ele não sentiria nem dor, agora imaginem o que essa criança sofreu. Fico pensando no sofrimento dela, e para mim isso é 1000000000 vezes pior do que o aborto de um embrião.

Aí alguns falam "ahhh mas se ela não queria que desse pra adoção!" Gente, a vida não é o filme Juno! A mulher que dá um filho para adoção é estigmatizada tanto ou mais do que a que aborta. Pq a que aborta ainda tem a oportunidade de não abrir pra sociedade que fez um aborto, já a que deu o filho que todo mundo viu nascer, vai sofrer com isso pro resto da vida.

A sociedade é tão preconceituosa que já vi mães solteiras que, por não terem condição de ficar com a criança, deram a guarda pro pai e agora passam a vida inteira sendo chamadas de desalmadas e relapsas, pq mãe de verdade é aquela que fica com a criança mesmo que seja para as duas morrerem de fome.

Pró-vida são hipócritas!

Sara disse...

anon 12.19, q algo maior poderia nos guiar????
Creio q vc deve crer em alguma entidade e como muitos religiosos tem essa entidade acima do bem e do mal, mas muitos aqui não creêm, e nem por isso deixam de ter senso moral.
Eu por exemplo colocaria a coletividade acima de meus próprios anseios, pois isso me parece justo, não o meu deus pessoal.

Bruna B. disse...

Laqueadura?


Cês tão de piada, né?

1º É um procedimento de risco;
2º Possui índice de falha de até 2% ao ano;
3º Não há nenhuma garantia de reversibilidade;
4º Só pode ser realizada após os 25 anos de idade ou após a 2º gestação, e mesmo assim o procedimento só será realizado caso o(a) médico(a) considere extremamente necessário.

Até mesmo a minha mãe, que é a médica mais 'mente aberta' que eu conheço, vê com ressalva a laqueadura em mulheres jovens. Não por 'reservas morais', mas porque ela não quer que elas corram o risco cirúrgico e porque ela não é uma garantia total.

Lu_ud disse...

Nossa, algumas feministas daqui são machistas, não? Tem gente justificando que o pai não tem direito a opinar no aborto porque a carga vai ficar toda com a mãe, que provavelmente depois o cara vai sumir ou não ajudar muito. Como vocês podem fazer uma generalização dessas e depois reclamar quando os mascus generalizam que as mulheres não gostam de sexo ou só gostam de caras ricos? "Ah, mas a maioria dos casos que eu conheço é assim". Então você está andando com as pessoas erradas. Assim como os mascus que só se atraem por mulheres que se encaixam no perfil que eles traçaram na cabeça deles, e depois reclamam que todas as mulheres tem esse perfil. A maioria dos pais que eu conheço são muito presentes e participativos, obrigada.

Dizer que o cara não vai arcar com as consequências da gravidez é generalizar, não é um argumento válido. Pode ser que não vá. E pode ser que vá. Pode ser que o mundo acabe dia 21 de dezembro. Mas eu já programei minhas férias para o dia 28. Infelizmente não tenho bola de cristal, se alguém tiver uma pra vender estou comprando.

Acho que a decisão de ter ou não o bebê pertence aos dois. E a palavra final é sempre de quem não quer, HOMEM OU MULHER. Engraçado como achamos justo desistirmos de uma gravidez mesmo o cara querendo o filho, mas na situação oposta o cara é um monstro. "Ah, mas o corpo é meu, e se eu não quiser abortar? Ele não precisa criar o filho depois se não quiser." Mas deus meu, esse é EXATAMENTE o argumento que alguns mascus estão usando, se a mulher não quer o filho, entrega pro cara que quer. Ninguém mais tá vendo uma contradição aí não?

Nenhum dos lados parou pra pensar que uma criança nascida é um ser vivo, que requer cuidados, gera empatia, gera sentimento de responsabilidade, gera amor. Não é mais um embrião, é um ser. Só porque a mulher não quer ter um filho não quer dizer que ela não vá amar esse filho depois que ele nascer. E O MESMO ACONTECE COM OS HOMENS. Se a gente quer que os homens parem de achar que é normal dar as costas pra um filho, temos que parar de agir como se isso fosse normal. Não é. O filho nasceu, tá no mundo, é um bebê rosado e fofo que tem os olhos da sua mãe e as covinhas do seu avô, e que sorri quando olha pra você. E agora você tem que se sacrificar por ele, mudar toda sua vida por ele, desistir dos seus sonhos por ele. Porque você quis? Não, porque alguém quis por você, e te impediu de fazer o aborto, ou não quis fazer o aborto que você pediu. E aí te dizem, "se não quer o filho, dê pra adoção. Dê pro pai criar. Vire as costas e deixe a mãe criar sozinha, ela deixou claro que não precisa de você". E a devastação moral e sentimental que isso pode causar que se dane né, agora que você passou nove meses se acostumando com a idéia de ter um filho e desenvolveu apego e amor à criaturinha, dê as costas e diga tchau.

Um filho é uma ESCOLHA, uma responsabilidade pra vida toda. Criar uma vida é algo muito, muito grande, do ponto de vista emocional, social, e econômico! Ninguém tem o direito de impor isso a outra pessoa. Nem o homem, nem a mulher. No meu ponto de vista a escolha pelo aborto está sempre nas mãos de quem deseja que o aborto aconteça. Mesmo que o feto esteja no meu corpo, e não no dele.

Roxy Carmichael disse...

Maíra,
eu concordo tanto com você que me indignei quando a letícia afirmou não conhecer e não se interessar em conhecer a situação da L. e no entanto, julgou as prioridades dela como absurdas. da minha forma pouco cortês (a minha cortesia só é dispensada quando recebo cortesia), tentei mostrar pra ela que
1)não é ela quem vai definir como fútil ou absurdo quando a decisão não é dela e principalmente, ela nao sofre as consequencias
2)abortar ou seguir com uma gravidez são dois atos que estão passíveis de serem justificados a partir de argumentos que podem ser considerados fúteis.

sobre o filho e as outras prioridades eu penso o seguinte: alguém que decide ser mãe entende que essa decisão vai mudar a vida dela e que em várias situações a mãe terá que se adequar às necessidades do filho, principalmente quando esse é um bebê, quando precisa ser cuidado com mais dedicação, quando precisa da mãe pra ser alimentado, seja pelo leite materno, seja de outra forma caso a mãe não possa ou não queira amamentar. isso implica em restrições, implica em re-estabelescer prioridades e espera-se que as mães sejam conscientes disso. e penso que se a mulher decidiu ter um filho, é uma obrigação dela esse tipo de reflexão e mais, colocar em prática essa reflexão. de um ponto de vista muito pessoal (um tanto quanto pragmático, confesso), não vejo isso como mérito, vejo apenas como uma responsabilidade que deve ser assumida.
grande abraço

CCX disse...

Lola, pode ser feminista e contra o aborto?

Mariana T. disse...

L., vc é muito corajosa.
Espero que vc se recupere do trauma emocional e consiga viver feliz novamente! Seu e-mail é muito emocionante, e só mostra como é a realidade: que mesmo cuidando, acidentes acontecem. Nada é 100%.

Muito amor e força pra ti! ♥

Mônica disse...

Bruna B. ,

não tenho certeza se estamos falando da mesma coisa... Estou com uma sensação estranha de que concordo e discordo de ti ao mesmo tempo.

Me parece que existe uma "hegemonia" da biologia sim, porque, quando o assunto é vida, começamos logo a falar de feto, embrião, córtex e por aí vai. Mesmo quando falamos em "consciência", me parece que os critérios são biológicos: presença de células do tipo x ou y...

Quando eu falo da "hegemonia" da biologia estou me referindo ao debate, às discussões que se instauram a respeito do assunto. Não estou falando da lei. (De fato, as leis são influenciadas por opiniões religiosas quando não deveriam).

Quando eu falei em trazer outras ciências para o debate, não foi para "dar um parecer", substituir uma coisa pela outra. Foi para incorporar outros pontos de vista. Foi para mudar o olhar.

Aí quando vier a pergunta "o que é vida?" não vamos ter uma resposta única, "científica". Vamos ter um debate rico e de infindáveis possibilidades. Vamos tentar ver a coisa por outros ângulos e questionar nossas certezas.



Você me parece ter outro olhar sobre a questão. (Se eu bem entendi o que vc disse, confesso que já estou um pouco perdida nesse debate. Acho que é mais ou menos isso que eu estou falando.

Talvez devêssemos tentar "clarear" um pouco a discussão. Vou tentar ler tudo de novo depois para ver se estou entendendo direito.



Anônimo disse...

Com todo o respeito a articulista, a decisão não é só da mulher não, a decisão deveria ser conjunta, se a moça não quisesse a criança porque não passar ao pai? Aos avós?Foi sim uma decisão egoísta, que não levou em consideração os sentimentos do rapaz, que sim, podia ser um canalha em relação a ela, mas ao que parece queria o filho.Além do mais a vida é dinâmica, as coisas mudam, inclusive as prioridades, se a faculdade para ela hoje é importante, será que a profissão no futuro vai ser esse sonho todo?Se o cara se mostrou um canalha, porque ele não pode mudar, e além do mais Sra. Lola, o que é uma mulher com a vida fodida pela gravidez?O pai não tem de trabalhar e sustentar e educar o rebento também?Sou pai, e sei o tanto de sacrifício pessoal e sonhos tive de fazer pelo meu filho, mas aquele sorriso banguelinha...
Rodrigo.

Ana disse...

@Bruna B.e Maíra
Vou confessar que caixas como essa, que pegam fogo, me assustam às vezes. Mas andava pensando nisso faz um tempo. Obrigada pelo apoio :]

Anônimo disse...


De que me interessa sua moral, cara pálida?!
Vc já imaginou que esse conceito é plural e o que vale pra vc não vale pra mim?
Não, né?!
Afinal... só deve valer aquilo que vc e sua moral dizem que é o correto.
So sorry...

22 de novembro de 2012 12:36
-
cuidado moça, conceitos morais individuais,ate assassinos e estupradores tem o seu, o perigo e uma sociedade baseada em relativismos morais,o " cada um por si" o que desconstroi totalmente o conceito de " sociedade' como sonham os anarquistas.
Numa sociedade assim, como você vai afirmar para um estuprador, um corrupto, um assassino que o que ele faz e errado ? ja que para ele o que conta e ' a moral individual dele"

Vitor disse...

Lu_ud tocou em um ponto interessante...

Concordo com ela, li todos os comentários do post, e a maioria esmagadora teve um comportamento machista que elas mesmo condenam, que é o de generalizar. Como ela mesmo disse em um exemplo "TODAS AS MULHERES" só que no caso aqui mudou para "TODOS OS HOMENS".


Super apoio o movimento feminista mas as vezes vejo coisas que tenho que concordar, que as coisas muita das vezes tende para um um lado de interesses envolvidos(poder e privilégios) tanto de um lado quanto do outro.

Nih disse...

Nada pode garantir que o homem-doido-pra-ser-papai não vá sumir na primeira oportunidade. Acontece o tempo todo e o máximo que ele pode (eu disse pode, muitas vezes não é) obrigado a fazer é pagar uma pensão miserenta.

Então, fodam-se os moralistas, meu conselho é para mulheres que podem um dia se ver nesta situação: tenham o filho e e somente se você estiver disposta a criá-lo e amá-lo sem arrependimento e sem amargura. Se e somente se você tiver condições de criá-lo SOZINHA. Do contrário, é roleta russa.

Vocês foram avisadas!

L.A. disse...

Bom, aceitando o conselho do Phillipe, minhas iniciais, rsrs.

A situação que imaginei, foi exatamente a que a Cora passou, acho que como dois adultos, deve ser conversado, e se não houver consenso, cada um pro seu canto, sem ofensas e coisas do tipo. Obrigado Cora.

Obrigado Phillipe e Roxy Carmichael, foi uma ótima explicação e tenho tendenciado a pensar desta maneira também. Acredito que a descriminalização do aborto deve ser feita pelo seguinte motivo, para quem não concorda, não aceita, a descriminalização do aborto não muda em nada a vida, mas para quem não quer ter um filho, e acaba engravidando, a descriminalização é uma diferença enorme. Não podemos confundir a descriminalização do aborto com a obrigatoriedade de abortar. Quem não quer abortar, não aborta, quem quer abortar, deve ter o direito de ser assistido para isso, sem que tenha que fazer clandestinamente. E pelo que o Phillipe disse, e acredito ser o pensamento do restante do pessoal que comenta aqui, é importante que ninguém obrigue ninguém a nada, isso não se faz.

Sobre a laqueadura, que também fui eu que falei, foi mais por curiosidade e para obter informações do que qualquer outra coisa, por que já ouvi falar do procedimento, mas não sei dizer com mais propriedade sobre o assunto e fiquei contente em saber que pude ter informações quanto a isso para saber do que estou falando. De fato, se as consequências são tantas, há tantos obstáculos para se realizar, e a mulher pode ser muito prejudicada, então realmente não é uma opção válida. Eu toquei no assunto pois, se fosse um procedimento seguro, reversível e que não prejudicasse a mulher de maneira alguma, seria mais garantido fazê-la, ao invés de correr o risco de engravidar e ter que passar por todo o sofrimento que é um aborto. Mas percebi que não é assim. Mas em momento algum tentei pregar que se a mulher não quer engravidar, que faça laqueadura, e se pareceu isso, desculpe. Quanto a este assunto, obrigado Phillipe de novo e a Bruna B.

Roxy Carmichael disse...

oi rodrigo
fico feliz que você tenha um filho
mas te pergunto: foi você quem gestou ele por nove meses, pariu e amamentou essa criança? não? ué, então como você pode reduzir essa experiência a algo tão banal e simples que a mulher pode passar por isso calmamente não desejando a criança, pra depois,entregá-la pros avós ou pro pai? vamos pensar melhor aí nessa sua definição de egoísmo? que tal agregar uma reflexão sobre empatia?
quanto a sua pergunta "Além do mais a vida é dinâmica, as coisas mudam, inclusive as prioridades, se a faculdade para ela hoje é importante, será que a profissão no futuro vai ser esse sonho todo?"
eu respondo com outra pergunta:
será que a partir do momento que a criança nasce, a mãe começa a amá-la como sugeriu girassol, excluindo qualquer possibilidade de arrependimento, ou será que em alguns casos, pra algumas pessoas, ser mãe não é esse sonho todo e à diferença da profissão ou do emprego, não se pode trocar, voltar atrás enfim, recomeçar de outra forma?

SeekingWisdom disse...

Lu-uD e Vitor,
vale usar um pouco de bom senso para interpretar o que está escrito. Quando vc acusa as mulheres aqui de recusarem a ouvir a opinião do homem sobre a interrupção ou não da gestação vc comete grave equívoco. A maioria afirmou que ouviria o parceiro, mas que, e concordo absolutamente, a decisão final é dela. Pq isso, no caso da gravidez temos que lembrar que o impacto dela é diferente no homem e na mulher, e os impactos fisiológicos, os riscos de vida (tanto no aborto quanto no prosseguimento), os maiores impactos sociais (emprego, estudo, carreira, vocação, questões n subjetivas) são sobre a mulher. Caramba são 9 meses!! Eu não posso ficar grávido mas tenho extrema noção que nove meses é tempo demaaais e nossa vida muda demais nesse tempo. No final, vai conforme ela deseja.

DEVE ouvir o pai? Não, discordo.
PODE ouvir o pai e concordar ou não com ele? Pode absolutamente.
Essas palavras estão aí para nossa reflexão. Não acredito que ninguém deva possuir autorização de outro para mexer no meu corpo, n admito. Sou a favor de eutanásia, pelo mesmo motivo. Meu corpo, minhas escolhas.

Mas e aí, e se uma mulher resolve abortar ou prosseguir com a gravidez sem consultar o pai? OK, corpo dela, ele nem sabe, quer condená-la moralmente, faça, acho que quem faz isso se presta a um papel ridículo quando o assunto não lhe diz respeito. No caso de resolver ter a criança, o pai tem sim direitos.
Vc tb fala algo do tipo 'O caso em que o homem não quer a criança o transforma em monstro'. Eu não faço esse julgamento de valores, não mesmo. Ele não quer e ela quer? Beleza, é de direito dele. É de direito dela pedir pensão para a criança. Acho que um homem que faz isso não é mal visto assim. Alguém aqui acharia que o tal Bruno é monstro se ele pagasse pensão? De novo, leis para coisas importantes, conversas de adulto para resolver problemas pessoais, pode ser? Vamos deixar os casos de novela para os infortúnios da vida. Ninguém pode fazer lei que me obrigue a: "dizer a verdade, somente a verdade e nada mais que a verdade" para o outro em sociedade, são valores de ordem pessoal.
Espero a ponderação de vocês. Phillipe

Letícia disse...

Vocês são muito engraçadas. Se o pai quer obrigar a mulher a fazer um aborto contra a vontade dela, ele é um monstro. Mas se ela quer fazer um aborto contra a vontade dele, tudo bem, porque o corpo é dela! O corpo pode ser dela mas o filho é dos dois. Ela não fez sozinha não pode tomar a decisão de abortar sozinha. É a mulher que vai carregar, ok, mas são só 9 meses de toda uma vida que o filho tem pela frente ao lado do pai. Se surgir algum problema de saúde, aí claro que tem que abortar. Mas dizer que a decisão é da mulher porque é ela quem carrega é um argumento fraquíssimo.Muitas mulheres tem uma gravidez totalmente tranquila, nem enjoam. Se vocês querem decidir sozinhas, o pai também deve ter direito de não assumir o filho e não pagar pensão. Mas isso vocês não querem aceitar né? Se o pai não quiser pagar pensão, vão argumentar que não fizeram o filho sozinha, que ele tem que arcar com a responsabilidade.Esse argumento só vale quando vocês são as favorecidas né?
Sou mulher, mas se fosse homem e engravidasse alguém e ela abortasse contra a minha vontade, denunciava. As idéias feministas são boas até certo ponto, mas vocês conseguem ser muito hipócritas quando querem.

SeekingWisdom disse...

Bruna B.,
posso pedir um autógrafo seu pelo seu comentário sobre relativização da vida (que os humanos adoram se achar o topo do pudim).
Penso EXATAMENTE igual. ^^

Denise disse...

Roxy,

Eu acho que você não sabe ler. Eu nunca, em lugar algum, passei julgamento a L. Alias, se passei julgamento foi a você, que não sabe discutir um assunto sem ter alguém para atacar.
Nem a L. E nem a Letícia deve justificativas para terem ou não terem filhos. A L. Não deve a ninguém justificativas para abortar assim com a Letícia não deve a ninguém justificativas para querer ter filhos. Eu até acho que as palavras dela foram um tanto infelizes enquanto a decisão da L. mas eu também consigo ver que foram motivadas pela dor dela.
Diga-me onde que eu julguei a L.? Onde?
E eu discordo de você que as situações não são semelhantes. Ambas tem a ver com os direitos (ou possibilidades) reprodutivas; ambos são situações dolorosas; ambas são situações onde as pessoas passam julgamento; ambas são situações babacas da vida.
Ambos os desejos, de querer e não querer ter filhos, são legítimos. Um não é menos importante que o outro.
Deu para entender?

SeekingWisdom disse...

Olá L.A., muito prazer (hahaha)
a laqueadura é um procedimento que vem sendo realizado na rede pública como parte dos programas de planejamento familiar.
A Srta Bia escreveu esse texto muitíssimo interessante que aborda várias questões sobre o método.


http://blogueirasfeministas.com/2012/07/laqueadura-tubaria-um-bom-metodo-contraceptivo/

O que acho mais cruel nessa discussão do aborto é o umbiguismo absoluto que paira sobre as pessoas. Gente, é uma medida essencial para a COLETIVIDADE! Não é sobre sua crença, suas convicções pessoais. Não podemos obrigar ninguém a viver sobre os mesmos preceitos morais que nós! Tenhamos bom senso!
Vamos lembrar que a legalização do aborto pode salvar (sim salvar!!) a vida de muitas mulheres, principalmente as pobres e negras, que fazem o procedimento de maneira arriscada e tem seu atendimento negligenciado nos postos de saúde e ainda são tratadas como criminosas. Será que dá pra olhar para o resto da sociedade (que não tem computador, internet, informação) e ver que a lei pode melhorar a vida delas?
Reflitam, por favor. Phillipe

Mirella disse...

"E a palavra final é sempre de quem não quer, HOMEM OU MULHER."


"No meu ponto de vista a escolha pelo aborto está sempre nas mãos de quem deseja que o aborto aconteça."

Desculpe, Lu_ud, mas me perdi no seu comentário. A palavra final é de quem não quer o filho e quer o aborto, certo?


A questão, na minha opinião, é que você não pode querer mandar num corpo alheio. Claro que ambas as partes devem conversar. Muitas vezes entram num consenso sobre o que fazer. Mas a situação não é simétrica. Existe uma dependência do útero para que a gravidez se desenvolva, logo, não acho certo quem não quer dar seguimento à gestação obrigar um procedimento agressivo (que é o aborto) ser feito em outro corpo que não o próprio.
O argumento de que o pai pode abdicar de seus deveres por não ter querido levar a termo a gestação (argumento mascu) leva em consideração que as obrigações são para com a mãe, mas isto não é verdade. A obrigação legal que ele tem é com a criança que efetivamente nasceu. Pode haver um acordo entre as partes (tipo "produção independente"), porém a criança poderá, no futuro, reivindicar os seus direitos, apesar do acordado. Porque é de interesse deste novo indivíduo, não de quem o gestou.
São dois momentos muito distintos, para mim.
Levar adiante uma gravidez que depende completamente do corpo de uma pessoa específica deve, ao meu ver, ter a palavra final de quem irá sofrer exclusivamente determinadas consequências do ato. A vida do pai muda? Claro que sim, mas é muito diferente - no mínimo do ponto de vista fisiológico, afinal, a única pessoa que pode morrer por causa desta gravidez é quem a gesta.

O outro momento é após a gestação, em que um novo indivíduo passa a existir. Agora sim existe uma vida que não depende de nenhum corpo para existir, apenas para crescer - e pode ser qualquer pessoa. Aqui é um momento de maior simetria, pois a criança depende então de seus responsáveis legais, em geral os pais de sangue, igualmente.

Agora, inúmeros exemplos de pessoas com pais que as abandonaram é questão de escolher melhor as companhias (devo avisar que sou uma dessas pessoas, então talvez seja melhor você não ser vista conversando comigo)? Os pedidos de pensão alimentícia de valores quase simbólicos são questão de generalização das feministas? Tem razão, somos pessoas horríveis. Chatiei.

Mônica disse...

Rodrigo (Anônimo das 17:14) disse...
"Foi sim uma decisão egoísta, que não levou em consideração os sentimentos do rapaz, que sim, podia ser um canalha em relação a ela, mas ao que parece queria o filho."


Acho que vc está esquecendo uma parte da história. Foi o "rapaz" em questão que voluntariamente enviou os comprimidos para ela. Pode ser que no início ele não quisesse o aborto, mas depois, por algum motivo (tenho o meu palpite) ele voluntariamente decidiu participar. Não tem essa, portanto, de que ela feriu os sentimentos dele.

SeekingWisdom disse...

CCX,
espero que esteja acompanhando o debate. Nessa lista não entrou em muito em discussão mas quem mais se prejudica com a falta de uma legislação que permita o aborto são as mulheres pobres do pais. Leia esse texto:

http://blogueirasfeministas.com/2012/05/a-mulher-que-aborta/

Além disso aos que estão falando sobre a decisão, leiam esse outro:

http://blogueirasfeministas.com/2012/04/aborto-de-quem-e-a-decisao-final/

CCX, nem sei se sou considerado feminista, eu sou eu mesmo, defendo a luta, luto junto, mas sou eu. Não acho que ninguém tenha mérito de "fiscal de feminista" para sair recolhendo carteirinha de quem não seguir a cartilha. No entanto, minha opinião pessoal é de que há uma certa incompatibilidade em defender feminismo e não o aborto. Por que? Oras, pelos motivos acima, as leis não são criadas baseadas em nossa vida particular, são criadas para o coletivo e você está defendendo o direito de todas ao defender o aborto.
No seu campo particular ser contra o aborto tudo bem! Ótimo, eu mesmo, num caso hipotético de minha parceira ter uma gravidez não planejada, conversaria para que ela continuasse. Contudo nunca poderia impor pra ela isso, se ela decidir abortar, sem culpa nem remorso apoiaria. São meus princípios morais, minha decisão individual, só serve para mim. Ficou claro isso?
Desse modo, só peço que reflita, procure se informar (sei que é desconfortável sermos questionados mas é o que nos transforma), olhar a questão além do campo pessoal, e, se ainda for contra (espero que com motivos maiores que os de ordem pessoal, se for o caso), defendo seu direito de se opor, mesmo não concordando.
Atenciosamente, Phillipe

SeekingWisdom disse...

Leticia,
vamos fazer um acordo legal para a vida de todxs? Que tal ler sobre o assunto que pretende opinar? A caixa de comentários desse post está cheia de informações sobre o por que o que disse é uma falácia (veja bem que o que escrevi não é uma ofensa!!).
Se qq pessoa encostar em mim sem meu consentimento vou considerar errado sim (talvez até 'monstro' apesar que não acho que as pessoas parem para pensar quando usam esse termo), algum problema? Obrigar alguém a abortar é crime, maldita legislação que deixa essas pessoas impunes. Vc achou legal o que o tal Bruno fez (nem sei se o caso foi devidamente apurado, maldita impunidade) de privar Eliza Samudio de liberdade e obrigá-la a tomar abortivos?? Por favor, como pode fazer essa comparação com o caso onde ele não se sente preparado para ser pai mas ela quer assumir.
Comentários vários já apontaram a falsa dicotomia aborto (feto, embrião, projeto, chame o que quiser só n me coloque mais direitos nele que na mulher adulta que o gesta) e filho nascido (aqui tem um ser que possui direitos! ^^). A pensão não é para a mulher e sim para a criança, a favorecida é a criança - o bom senso manda lembranças!
Hj o que acontece é isso, às favas para a mulher, n fez errado (pela MINHA noção de moral), arque com o fardo, bom que aprende. pfvr
Denunciava sim, tenho certeza, mas estamos lutando para um pais mais justo onde nenhuma mulher tenha que ser ameaçada por fazer escolhas sobre seu próprio corpo.
Sem mais.
Phillipe

Mônica disse...

Maxwell,

Seguinte, ó.

Se vc queria dizer que o rapaz queria construir uma família poderia ter dito “moça, o rapaz queria construir uma família” ou “moça, o rapaz queria construir algo em conjunto” ou qualquer coisa assim.

Mas, em vez disso, vc escreveu:

“o rapaz queria ASSUMIR não apenas o filho, MAS você TAMBÉM!”

Segundo o dicionário priberam, os sentido da palavra assumir são:
1. Tomar sobre si. 2. Encarregar-se de.

Não sei o que significa “família” ou “construir algo em conjunto” para ti. Mas, para mim, isso não tem NADA A VER com tomar para si ou encarregar-se de.

A mulher não é um objeto para ser tomada por alguém. Nem é uma incapaz para que alguém precise se encarregar dela.

Acho que ficou bem claro no post da L. que essa família que o rapaz idealizou não era o que ela queria. E veja só, não dá para construir algo em conjunto, nem formar uma família, SE UMA DAS PESSOAS ENVOLVIDAS NÃO QUER.

Então, se vc quer saber, ACHO ERRADO SIM essa “família” ou esse “algo em conjunto”???? que o rapaz queria construir PORQUE NÃO ERA A VONTADE DELA. Para mim, isso não é uma família. Talvez vc pense diferente, espero que não.

Foi assim que eu interpretei teu comentário. Pode até ser q vc não quis dizer isso que eu entendi. Se não for, peço desculpas, mas sinceramente acho difícil fazer outra leitura a partir da tua escolha de palavras.

Unknown disse...

Letícia

Você parte de uma premissa falsa: de que nós consideramos que a vida em potencial intra uterina até as 12 semanas de gestação é vida concreta.
Nós não consideramos. É uma possibilidade, um projeto de vida.
Essa posição é baseada pelo marco científico atual de morte. Uma pessoa é considerada morta quando não há atividade cerebral. Simplesmente não há vida, por isso que se pode desligar os aparelhos de uma pessoa que não tem atividade cerebral.
Se este é o marco para a morte, logicamente deve ser para a vida também. Logo, abortar até as 12 semanas não é assassinato, pois o que não viveu não pode ser "assassinado".
Ok, entendido isto? A vida em potencial é valorada de forma diferente da vida "concreta". Se não fosse, aborto não seria permitido em caso de gravidez resultante de estupro.

Agora vamos a segunda parte do seu comentário: a pensão alimentícia não é direito da mãe, é da criança, viva, existente. Há a hipótese de pensão para o filho desde a gravidez? Sim, quando a gravidez for levada adiante e o dinheiro usado para prover alimentos a esta vida em potencial, para seu nascimento.

Obrigação de pensão, portanto, leva em conta a continuidade da gravidez, não porque se entenda o embrião e feto como vida concreta, mas porque entende-se que essa vida em potencial deverá ser protegida quando ocorrer o nascimento, momento em que surgem os direitos.
Além disso, se o aborto for descriminalizado no Brasil, não ultrapassará as 12 semanas, justamente pelo entendimento de que a vida humana passa a ser valorada como tal a partir da atividade cerebral.

Letícia M. disse...

Roxy Carmichael, apesar de toda a agressividade com q vc vem se dirigindo a mim, eu li todos os comentários nos quais você me citou e eu sou humilde o suficiente para admitir aqui que eu reconheço que não tem nada a ver a minha vontade de engravidar com o fato da L. ter engravidado e ter optado por abortar.

Realmente, o problema de não engravidar é meu, assim como o de engravidar é dela.

Então a comparação que eu fiz foi infeliz. Admito! Mas continuo sem sentir empatia pela história dela (e ela nem precisa da minha empatia, vamos combinar!).

Eu continuo acreditando que o aborto é uma forma de assassinato e esse pensamento, por causa das minhas crenças, minha criação, sejá lá o que for, muito dificilmente irá mudar.

Enfim, peço desculpas a quem se ofendeu pela minha comparação. Foi realmente infeliz.

Letícia M. disse...

Bruna B., eu realmente não quero tomar remédio. Não gosto de remédios e os evito enquanto eu puder.

Eu quero engravidar, mas não estou desesperada. De um jeito ou de outro eu vou ser mãe.

De qualquer forma, obrigada pela dica ;)

Unknown disse...

Tem duas letícias aqui e só agora vi isso. Meu comentário é para a Letícia sem imagem.

Anônimo disse...

@Anon 17:59

"cuidado moça, conceitos morais individuais,ate assassinos e estupradores tem o seu
blábláblá
relativismo moral
blábláblá..."

Vms lá... moral: do latim moralis, -e, relativo aos costumes;
Que procede com justiça;
blábláblá;
Conforme às regras éticas e dos bons costumes. (oi?!)

Nesse sentido, o que seria relativismo moral, considerando que costume é algo relativo?!
Se vc estiver falando de um povo ou de uma cultura, vale lembrar que os costumes de um povo encontram-se em um conflito constante, quer com o contato com outros povos e/ou cultura, quer fruto de uma mudança interna ou ainda sendo levado ao cabo de uma figura.
Vc fala da moral de assassinos e estupradores como se a moral vigente não fosse tão 'criminosa' e opressora qnt desses indivíduos em específico.
Maaass... um ponto muito interessante é que a moral vigente (e ela muda, viu?! logo, numa perspectiva histórica, ela já é relativa!) é conveniente pra um determinado 'setor/genero' da sociedade... engraçado, não?!

Bom... como diz o novo (?) grito de guerra feminista, no fim das contas: Vadias somos todas nós!
(principalmente diante dessa moral.)

Então, cara pálida, qual é o perigo em querer mudar a moral (sua? vigente?) tal como ela está?!
Qual o perigo em querer aplicar costumes e proceder com justiça de forma igualitária??

No mais, ai que sono! ~

Nih disse...

Não se trata de definir se é uma vida ou não. Porque todas as células humanas são vida. Porque um animal é vida (e mesmo assim o homem não pensa duas vezes antes de matá-lo, caso lhe convenha). Porque um vírus é uma vida.

Também não se trata de definir se é humano. Porque os gametas em questão são humanos (e ninguém está se preocupando com a masturbação alheia). É impossível a gravidez de uma mulher resultar em um porco ou em um cavalo, logo, sabemos que o embrião/feto que está ali só pode ser humano. Ademais, uma pessoa não se reduz aos seus genes.

O cerne da questão é: Quais são os atributos pelos quais valorizamos a vida humana, em detrimento de todas as outras? O que nos diferencia da vaca que será sangrada no matadouro, do leão cuja pele enfeitará a sala de alguma mansão, da bactéria que será eliminada através de um antibiótico?

Pensem.
_________________________________

Clap Clap Clap

Sem mais.

Roxy Carmichael disse...

letícia miele,
a minha forma não foi a mais gentil. mas é que esse tema inspira reações acaloradas mesmo. peço desculpas se em algum momento fui desrespeitosa em relação ao seu direito de discordar, ou mesmo desrespeitosa quanto aos seus desejos e experiências.
muitas vezes a gente não muda mesmo de opinião, algumas vezes sim e é por isso que o debate é importante e também compartilhar vivências, escutar a vivência do outro, expor as nossas próprias vivências quando nos sentimos confortáveis, se possível, num contexto livre de preconceitos, de abertura e de compreensão.
te desejo boa sorte
e boa noite também

Roxy Carmichael disse...

ô denise
deu pra entender direitinho :-)
tanto é que eu escrevi exatamente isso às 14:43
"não querer ter filhos não é menos legitimo que querer ter filhos."
você leu?enfim, não importa.
o importante é que você também pensa assim. fico feliz.
boa noite pra vc

Anônimo disse...

essa caixa de comentários do blogspot não ajuda né, Lola? em posts polemicos como esse, que rendem muito, fica complicado debater ou acompanhar um debate. Tá na hora de você, com um blogão desses, ter uma página sua, personalizada, um www, sei lá. :(

Enfim, voltando ao assunto.

Eu acho que definir o que é vida é complicado. Genericamente falando, todos os embriões são meras expectativas. Mas uma mãe que deseja seu filho considera o vivo e importante aquele ser desde quando ele é um feijãozinho, chama pelo nome, faz carinho na barriga, conversa, compra coisas. Pra ela aquilo é uma vida tão importante quanto a dos filhos já nascidos e mais do que a de muitos rostos desconhecidos.

Minha irmã está grávida e tipo, eu já me considero tia, já amo aquela criança, já quero que ela torça pro meu time.

Eu acho que quem defende a legalização do aborto é meio insensível as vezes, à tudo isso, a toda essa realidade, cultura.

Eu quero que o aborto seja legalizado (no início da gestação, antes do início da atividade cerebral, que se da ANTES dos 3 meses, acho que por volta da 7ª semana. acho esse período razoável sim pra uma pessoa perceber que está grávida e tomar uma atitude. Deve haver um limite sim, e não muito alto 3 meses é muito. Claro que isso teria que vir acompanhado de aulas de educação sexual em todas as escolas, pra não ter desculpa de "eu não sabia". Se bem que as mulheres que abortam SABEM quais são os métodos contraceptivos adequados, como devem ser combinados e tudo mais. Há muito chão até a gente chegar na 7ª semana, há muitos meios da gente não precisar chegar até aí).

Enfim. Só acho que se a gente quer convencer as pessoas de legalizarem o aborto, não dá pra jogar na cara "isso é só um projeto de vida, tão importante como um ovo de galinha" não ajuda nada. SENSIBILIDADE, nesse assunto, conta muito.

Anônimo disse...

Essa posição é baseada pelo marco científico atual de morte. Uma pessoa é considerada morta quando não há atividade cerebral. Simplesmente não há vida, por isso que se pode desligar os aparelhos de uma pessoa que não tem atividade cerebral.//

Num vai atrás disso não. Esse parâmetro foi criado unicamente para favorecer a doação de órgãos de moribundos, vítimas de acidentes e talz. Se não houvesse vida, não poderiam tirar órgãos ainda trabalhando.

Denise disse...

Roxy,

Que bom então que, apesar das palavras, a gente se entende!
Boa noite para você também.

Anônimo disse...

Mariana. continua dando um show de empatia e humanidade :)

Denise disse...

Eu sinceramente acho que não dá para legalizar o aborto colocando um tempo tão curto. 8 semanas é muito curto, tem mulher que nem sabe que esta gravida nesse período. Além do mais como é que se faz com as que decidem abortar depois da amniocentese e outros exames que detectam má formação do feto? Isso só da para detectar depois da 12a semana.
Concordo que aborto tardio, quando o feto já é viável é demais, a não ser claro em situações de risco para a mãe, ou deformações que só se descubram tardiamentente. Mas limitar a 8 semanas é muito cedo.
No final tudo faz parte dessa crença que a mulher ou é puta ou é santa (e nem tão santa assim) e é um ser incapaz de tomar decisões para si mesma sem a participação da sociedade, que por sinal é patriarcal.
Fazer um aborto não é como trocar de roupa, é muito serio e doloroso. A mulher que faz, com exceções claro, não faz sem pensar e repensar. E ela tem o direito de tomar essa decisão sim, sem julgamentos e sem ter que se justificar. O momento do aborto é entre ela e o medico dela e espero que sejam médicos que saibam ser médicos e não juízes.
Quanto a participação do genitor (porque venhamos e convenhamos, só se é pai mesmo depois de ficar acordado noites e noites e trocar muita fralda suja), eu pessoalmente acho que em um lugar onde o aborto seja legal, o homem tem o direito de se eximir da paternidade. Mas, antes que me critiquem, ele tem um tempo X, depois de ser comunicado, para se eximir. Se durante esse tempo sair fora, assina um documento renunciando a quaisquer direitos e deveres. Passado o tempo, ele TEM que assumir os deveres e direitos se quiser pois afinal ninguém pode obrigar a alguém a ser pai ou mãe. Não tem essa de curtir o bebezinho, mas quando a criança tem dois anos renuncia aos direitos e se safa. De jeito nenhum. Uma vez que o homem decida que não vai assumir a paternidade a mulher pode decidir se ela assume o filho sozinha ou não. Isso só se ela pensar em assumir o filho, pois se ela quiser fazer um aborto, o direito é exclusivo dela.

SeekingWisdom disse...

Mariana e mais um milhão de pessoas que comentaram sobre isso,

Não queria entrar no mérito do: onde começa a vida?
se vc perceber o que escreveu Mariana talvez a L. tenha descoberto a gravidez no seu deadline para a descoberta, sorte dela ein?

O mais aceito em todos os paises sao 12 semanas porque é quando o aborto traz menos risco para a mãe também, além de que os movimentos começam a partir da 13 semana. Ter neuronio e pensar são coisas bem diferentes tb. Um verme lindinho, C. elegans, tem neuronio.
Tem um texto que faz uma discussão mais ampla do desenvolvimento embrionário. Mas de novo, posso colocar tempos padrões para o desenvolvimento, sempre vai ter o "espertinho" que comeu mais e por isso desenvolveu antes: 'Ó céus'

http://www.nytimes.com/2005/06/19/books/chapters/0619-1st-gazza.html?pagewanted=all&_r=0

Agora tá aí. Quer saber o que penso? A vida da mulher adulta, ser humano completo e consciente deve sempre ser priorizada. Por mim, não há riscos, faça quando bem entender. N imponho minhas crenças culturais e religiosas na cabeça de nínguem. Nínguem precisa engolir o fato de que a vida começou aqui e não ali. Vai da concepção INDIVIDUAL!

Óbvio, n tenho pretenção de achar que num pais com leis tao atrasadas seja possivel defender algo diferente do antes de 12 semanas. Quando falo esse tipo de coisa sobre antes não é, depois é acaba sendo acusado de supersimplificar o problema. Mas a questão é que não me interessa o que a biologia, o espiritismo, o catolicismo, o satanismo diz sobre o início da vida, pra mim isso deve ser levado em conta pelo indivíduo e a lei deve existir de modo a permitir as escolhas desse indivíduo.

Ah, mas na minha concepção fulana matou e vai pro inferno, vai regredir na evolução espiritual vai tra-lá-lá. Vamos parar de vigiar o útero alheio! Se a mulher chegar a conclusão de que acredita que aquilo dentro dela é vivo e sagrado e que ela n deve abortar; Beleza. Se ela não pensa isso e deseja abortar: Beleza também!
N gosto dessa hipocrisia de colocar vida humana acima de qq coisa. Really, num mundo tão cheio de problemas sociais, desugialdade social miséria.
Vamos sair de cima de nossas concepções e deixar que cada um decida por si.
Imagino que, para quem nunca pensou assim, seja difícil entender, mas vamos tentar?
Abraços e boa noite para todxs!

Aline A. disse...

Lola, na boa, eu sou completamente contra o aborto. Eu acho que a mulher que ficar grávida e não quiser o filho deve se mudar de mala e cuia pra casa de um pró vida. Aí ele cuida da mãe, e do bebezinho quando nascer. Se ela for negra e pobre, pode levar os outros filhinhos junto, aí o pro vida será pró muitas vidas...

SeekingWisdom disse...

Denise,
vamos parar para refletir sobre o que escreveu.
Ok, a voz é da mulher, mas ele pode se eximir. Vc está desconsiderando quem é o beneficiário da pensão, a criança.
Vamos pensar em um caso (n gosto de defender pontos com casos especificos, mas...) de baixa renda que engravida. Ora se o pai se eximir ela fica sem outra opção que não o aborto, entende aonde quero chegar?
As pessoas adoram falar das escolhas da vida sem pensar que nem sempre temos escolhas. As vezes nos restam opções.

É uma triste realidade brasileira o abandono da criança pelo pai por uma questão cultural machista. Antes o homem tinha que assumir (se quisesse) quando isso mudou muitos simplesmente fogem da responsabilidade paterna.

Fazer o aborto envolve risco para a gestante também, por isso que a escolha é dela. Caso ela, por motivos n, religiosos, culturais, sei lá, não importa, decida ter a criança o pai pode ter que se responsabilizar com pensão (quem avalia é a justiça e depende daquele trinômio, n é automático).

Não podemos ser pró-escolha se limitamos essa escolha com o exímio da paternidade.

O que pensa?
Att, Phillipe

Denise disse...

Pois é, Phillipe,

É um grande problema, eu concordo, e vão sempre existir injustiças. E, em teoria, a pensão é da criança, mas na pratica, para os que pagam mesmo sempre, não é mesmo, pois quem tem a guarda, no caso a mãe, dispõe da pensão como quer, sem ter que prestar contas a ninguém. Não estou querendo demonizar as mulheres que vivem da pensão do filho, mas a coisa não pode ser geral assim. A coisa não é: todas a mulheres sabonetes e legais e todos os homens são uns babacas irresponsáveis.
Sim, no caso das pessoas de baixa renda, a situação vai meio que obrigar a mulher a abortar, mas tendo a mulher a escolha, por que o homem tem que ser obrigado a arcar com os custos (tanto psicológicos quanto matérias) de uma gravidez que ele não quis? Aí você pode dizer, então use camisinha. Concordo. Mas concordo para os dois. As mulheres tem que ter mais atitude e parar de deixar o uso da camisinha nas mãos dos homens.
No final, as duas situações são uma merda e o melhor seria que não acontecesse. Mas acontecendo e existindo escolha, verdadeiramente escolha para um, na minha opinião, tem haver para ambos.
E quando se fala em pessoas de baixa renda, o cara também pode ser um fundido, trabalhando milhares de horas e não pode arcar com um filho. Pode seriam estudante sem condições de trabalhar e estudar, e um filho vai alterar toda a vida do cara também. Tirando os mascus, eu não acho que os homens são esses monstros que muita gente pensa. Como podemos, repito sendo o aborto legal e escolha da mulher, obrigá-lo a arcar com a criança?
Contrariamente do muita gente diz, eu conheço muitos homens legais, que ficaram nas mãos das mulheres por causa de guarda e pensão. Na realidade, eu não conheço nenhum que picou a mula, mesmo sendo chantageados e manipulados pela mãe do filho. Eles querem ser participativos, querem estar presentes, e essa justiçazinha machista e babaca acha que lugar de filho é sempre com a mãe e não é! Nem toda mulher tem instinto materno e não é errado não ter. Conheço um que luta há anos para ter a guarda do filho, que quer morar com o pai, mas a mulher se recusa a desistir da pensão.
Esse sistema que propus não é perfeito, eu sei. Melhor seria se a mulher não tivesse que desistir de filho por causa de dinheiro ou falta de apoio, que ambos os pais participarem da vida dos filhos, que adoção fosse mais justa e rápida, que... Fosse a Escandinávia. Mas não é. . O sistema atual também esta muito longe de ser justo ou perfeito...

AngieB disse...

Sou a favor do aborto em quaisquer casos,e teoricamente,n faria um.E demorei mto para entender esta posiçao,pq se te perguntam "vc é favor do aborto?" e diz q nao faria,vc é contraria ao direito da mulher de abortar. Sempre achei uma hipocrisia sem tamanha impor crenças pessoais na vida de outrem,ainda mais uma lei de um estado laico suportando isso.Quando passei por uma situaçao assim, apenas confirmou o que pensava.Parece que a unica resposta que as pessoas te dao é "vc n pode estar gravida", algo que nao é uma realidade nem soluçao.Vc é julgada,mesmo q tenha combinado todos os metodos anticonceptivos,seja maior de idade,tenha uma vida sexual "comportada". É irreal pensar que toda mulher que se acha grávida vai receber fogos de artificio e apoio. Mesmo daqueles que se acham super liberais.Eu me senti muito sozinha,sem saber o que fazer.E foi apenas qdo uma amiga me procurou em segredo e me contou q qdo bem nova passou por isso, e abortou, e que se eu decidisse por isso,ela estaria do meu lado e me ajudaria, que consegui me acalmar.E conhecia esta amiga ha mto tempo,ela nunca falou disso. O medo, a vergonha e tudo q ela passou, ela enterrou isso nela. É horrivel como sociedade acharmos aceitavel.O que me libertou foi alguem me dizer (mesmo cm tudo q sabia) q EU podia escolher.Q nao ia ser obrigada a ser mae, ou arcar cm tdo o impacto que isso ia causar na minha vida. E entao decidi que queria o bebe,n obrigada, mas o queria. Infelizmente, é grande o numero de abortos nao provocados que acontecem no 1o trimestre da gravidez,ainda mais na 1a. E antes q venham com o papo classico,aconteceu por castigo,poupem os dedos.Mas depois,conversei cm a minha mae, contei tdo p ela,e disse q tinha realmente precisado dela, e podia n ser a 1a vez, e ela deixou o medo dela tomar conta.E falei q entendia,pois ela teve uma gravidez (a minha) de surpresa,e nao tinha terminado a facu,mas o casamento foi posto na mesa, e catolicos adoram isso,tirando a parte q ela casou de azul,pq virgens casam de branco. E foi algo mto importante e bom para gente,pq passei minha vida ouvindo da minha mae q uma gravidez pode destruir a vida de alguem, e nao é bom para tua auto estima ouvir isso, nem q o q ela passou seja uma verdade p minha vida.Ou q ela tenha entrado em negaçao da minha situaçao.E ela era uma mulher super feminista,mas cm uma criaçao machista nos ossos.
Sobre a posiçao do homem nestes casos, confesso que por anos senti-me mal por isso,parecia injusto.Mas injusta é a situaçao biologica que apenas mulheres (ou homens trans)possam engravidar.Sim, a melhor coisa é o parceiro dar o apoio para a mulher decidir o que ela quer fazer.É como ja foi colocado,ter um bebe,passar pelas tranformaçoes corporais, hormonais, sociais nao é simples,e apenas a mulher passa por isso.E decidido, aborto ou nao,ela nunca vai poder apagar as consequencias.
E nao importa se o unico motivo é nao querer estar gravida, isso É motivo EXTRA suficiente.Egoismo é vc querer q alguem tenha um bebe pq vc se sente melhor com isso.
Outra coisa,é ridiculo decidor qdo começa a vida e isso é o determinante em aprovar ou nao um aborto.Colocam a vida cmo absoluta,e se a pessoa morre por Deus é martir,se morre pelo Estado é heroi.Se as celulas tronco embrionárias podem curar a humanidade, ate Regan muda de ideia.O valor da vida é condicionado,apenas nao qdo o outro peso da balança é o bem estar fisico e psicologico da mulher,e o direito de determinaçao do seu corpo.Ai é egoismo,aí o valor da vida é absoluto. Guardando as devidas diferenças, uma mulher estuprada q nao escolheu e nao quer a gravidez resultante,e uma mulher q tem uma gravidez n planejada e nao a quer, tem o mesmo direito de abortar.NINGUEM pode ser OBRIGADO a gestar por 9 meses nao desejando isso.Como nao se pode ver a violencia grave aqui?E este bebe depois?Vindo de uma mae que nao o quis e foi obrigado a te-lo?
Precisamos desaprender o preconceito que mulheres e maes sao sinonimos, e todo mundo tem palavra no corpo delas.

Anônimo disse...

Eu sou mulher, tenho dois filhos e nunca precisei abrir mão de sonhos, trabalho, carreira. E olha que meu companheiro ficou desempregado logo que engravidei por três anos. Incrível essa falta de compromisso com a vida, ficar grávida com tantos recursos e depois ainda querer responsabilizar outras pessoas.

E sua resposta Lola: " Não se culpe, ainda não era uma criança ..." Isso é desculpa para enganar pessoas sem escrúpulos, mulheres que transam sem parar e abortam da mmesma forma.

Só quem é mãe sabe o quanto isso é monstruoso.

Muitas mulheres defendem o vegetarianismo radical, como preservação à vida, e no entanto matam sua própria raça.



Letícia M. disse...

Roxy Carmichael, realmente é um tema bastante difícil.

Para finalizar, quero deixar claro que não sou contra a descriminalização do aborto, sou contra o aborto (se é que dá pra entender). Sou contra o aborto por questões pessoais, morais, religiosas etc etc etc. No entanto, quem deve se abster dessas questões e julgar de forma biológica, ou seja lá o método que utilizam, se é crime ou não, é o nosso Legislativo.

Lu_ud disse...

Mirella,

Eu não consigo ver essa dicotomia. Ok, a gravidez é um momento, está no corpo da mulher, o impacto maior é na saúde dela. Mas o fato do bebê ter nascido dependo de uma decisão que foi tomada: não irei interromper esta gravidez.

Vamos partir de uma situação hipotética: o pai não quer a criança de jeito nenhum, a mãe não quer abortar. Você disse: "A obrigação legal que ele (o pai) tem é com a criança que efetivamente nasceu". Ué gente, mas a criança só nasceu efetivamente porque a mãe não fez o aborto! Desculpa, mas não consigo dissociar gravidez de nascimento, já que uma coisa não acontece sem a outra. Realmente, ninguém pode mandar no corpo de outra pessoa, ninguém pode obrigar alguém a fazer um aborto sem querer. Não sem usar violência, pelo menos. E aqui não estamos entrando no mérito da violência, mas de decisões pessoais e do que é ético e do que não é. Assim como é machista o namorado da L. achar super normal ela largar toda a vida dela pra ter o filho dele, acho machista uma mulher esperar que o homem arque com as consequências de um filho que ele não quis.

Quanto às pessoas que foram abandonadas por seus pais, existem aos montes. E não é culpa delas, afinal não foram que escolheram nascer, muito menos escolheram os pais que teriam. Não estou negando que existem pais que abandonam, nós vivemos numa sociedade machista onde isso é considerado normal. Aliás, se formos acreditar em metade dos comentários aqui, é até o esperado. Agora, pra mim não é o normal, e nem o esperado. Porque eu sou feminista, e como feminista eu acho que qualquer generalização é burra. Vai me dizer que todos os homens que você conhece são péssimos pais? Todos abandonaram seus filhos? Seus irmão, seus amigos, seus colegas de trabalho, todos deram as costas pras crias e só pagam pensão porque a justiça manda? Porque é isso que muitos comentários aqui implicam, que todos - ou no mínimo 99% - dos homens não querem saber dos seus filhos, e os poucos que querem são a exceção da exceção. E me desculpe, mas se você concorda com isso você é machista.

Agora me diz, em que momento do meu comentário eu falei alguma coisa de pensão? Fuio até reler meu comentário, achei que estava ficando maluca, porque eu não acho absurdo pedir pensão, como eu ia escrever isso. Ah é, EU NÃO ESCREVI. Se o que você quis dizer é que os muitos pedidos pensão prova que os homens não querem saber dos seus filhos, sinto muito, isso só prova que acontecem muitos divórcios. Tem pais que não querem saber de seus filhos? Tem, muitos. Tem pais que se recusam a pagar pensão? Tem, aos montes. Mas justificar que a gravidez é escolha só da mulher porque o pai não vai mesmo querer saber da criança é generalizar, sim.

Quanto à pensão, não acho justo que a mulher que leva uma gravidez até o fim, mesmo com o pai expressando vontade oposta, tenha o direito de pedir pensão depois. Se ambos quiseram a gravidez, é diferente. Se o pai disse que assumia e mudou de idéia depois que a criança nasceu, é diferente. Se o pai não quis a gravidez a princípio mas depois requereu direitos de visitação, é diferente. Mas o pai deveria ter o poder de abrir da paternidade, de direitos e deveres, se ele não quer o filho. Se eu não quero um filho, vou lá e aborto. E o cara, faz o que? Senta e chora? O ético seria a mulher respeitar a vontade do pai e fazer o aborto. Se ela não foi ética, a justiça deveria poder garantir ao pai desistir de seu status de pai enquanto o filho ainda está na barriga. Um aborto paterno, por assim dizer. Você não quis uma produção independente? Então que arque com os custos dela sozinha.

Lu_ud disse...

Phillipe,

Li agora seu comentário para a Denise. Tem uma parte que você diz:

"Vamos pensar em um caso (n gosto de defender pontos com casos especificos, mas...) de baixa renda que engravida. Ora se o pai se eximir ela fica sem outra opção que não o aborto, entende aonde quero chegar?"

Entendi perfeitamente onde você quer chegar, mas continuo sem entender seu argumento. Se a mulher quer ter o filho independente da vontade do pai - baixa renda ou não - ela está assumindo que a escolha é só dela e que portanto ela vai arcar com as consequencias sozinha, todas elas. Não é justo esperar que um homem que não quer ter um filho seja obrigado a assumi-lo porque a mulher que quer te-lo não tem condições de sustentá-lo. Isso é impor a vontade da mulher sobre o homem, "eu quero ter meu filho mas não posso ter sozinha, então vou obrigar você a pagar pensão porque minha vontade é mais importante que a sua". Se a exclusão do pai só deixa a ela a alternativa do aborto, bem, que ela aborte. Se ela quer ter o filho sozinha, que tenha o filho sozinha. Se não tem condições de ter o filho sozinha, que não obrigue os outros a se responsabilizar por um filho que não pediu nem deseja.

Anônimo disse...

Princípio da Isonomia: Tratar os iguais igualmente e os desiguais desigualmente na medida de suas desigualdade.

O que isso te haver?

Homens e mulheres não são iguais. A mulher tem um físico diferente do homem, tem uma mentalidade também. É nisso que está a decisão da mulher de ter a decisão final e do homem apoiar.
Nisso consiste a conversa do casal, o homem da sua opinião diz o por que, a mulher também, no entanto como será o corpo, a mentalidade e muito mais a vida da mulher que será modificada ela tem o direito de decidir, está ai explícito o Princípio da Isonomia. O homem terá sua vida modificada, mas vamos ser realista, quem ficará marcada (que acreditem isso ainda acontece) de ter engravidado antes do casamento, quem poderá ter problemas na família, quem interromperá sua carreira, estudos e etc, para poder criar da criança será a mulher.
Meu namorado eu conversamos sobre isso. Caso eu ficasse grávida, eu escolheria o aborto, mesmo sendo vetado por nossas leis, eu escolheria o aborto. Não existe método contraceptivo 100% seguro, já vi em uma pesquisa que agora não encontro no histórico do computador que em media 80% das mulheres brasileiras que praticam o aborto são casadas, católicas e usavam algum método contraceptivo. Diferente de muitos casais meu namorado e eu já conversamos sobre isso, ele sabe os riscos, sabe os problemas, já deu a opinião dele sobre o assunto, mas disse que caso ocorra a decisão é minha e ele vai apoiar seja qual for. É isso que falta aos homens e mulheres, que conversem sobre o assunto, que não seja tabu, que saibam que o contraceptivo pode falhar, é om que a mulher chegue pro seu parceiro e pergunte na cara dura, pq caso aconteça, ja se sabe o que há de esperar dele e não sera uma surpresa tão grande.

Lola, amo seu blog, amo mesmo! achei fantastico aquela postagem sobre homens e confiança não estupram, pois eu sou uma vítima disso e sei o quanto a vítima luta consigo mesmo e com a sociedade para não se culpar. Não tenho coragem de levar meu agressor a justiça, eu era criança e acho que meu direito ja prescreveu, no entanto fico feliz com anova lei que saiu dizendo que não começa a prescrever até que a vitima complete dezoito anos, ai sim que rola o prazo. Isso é bom porque até mesmo os pais quando tem uma criança vítima de abuso, querem esconder isso da sociedade e fingir que nada aconteceu, eu sei disso pq isso acontece e aconteceu comigo. ninguem que foi abusado sabe com é dificil o trauma, sabe como é dificil vc no seu dia dia tentar esquecer daquelas imgens, e ficar revoltada consigo mesma pensando eu deveria fazer alguma coisa. É assim mesmo Lola, nossa sociedade é hipócrita e machista e eu quero mudar isso o mais urgente possível, para que mulheres não sofram e não morram.

Lu_ud disse...

Sobre o direito do pai de não querer pagar pensão a um filho que ele não queria que existisse:

"A pensão não é para a mulher e sim para a criança, a favorecida é a criança - o bom senso manda lembranças!"

"a pensão alimentícia não é direito da mãe, é da criança, viva, existente. Há a hipótese de pensão para o filho desde a gravidez? Sim, quando a gravidez for levada adiante e o dinheiro usado para prover alimentos a esta vida em potencial, para seu nascimento. Obrigação de pensão, portanto, leva em conta a continuidade da gravidez, não porque se entenda o embrião e feto como vida concreta, mas porque entende-se que essa vida em potencial deverá ser protegida quando ocorrer o nascimento, momento em que surgem os direitos."

Partindo desse ponto de vista, um bebê de proveta teria direito a pensão do doador de esperma, porque afinal, depois de nascido é uma vida que precisa ser protegida e a pensão vai pra criança, que tem direitos estabelecidos na lei.

No meu ponto de vista, um pai que não queria que a gravidez fosse levada até o fim não é um pai, é um doador de esperma. Se vamos obrigá-lo a pagar pensão e dar à criança o direito de visitá-lo, então é melhor obrigarmos todos os doadores de esperma a fazerem o mesmo pelos filhos nascidos de suas doações.

Anônimo disse...

N gosto dessa hipocrisia de colocar vida humana acima de qq coisa. //

Perfeito esse raciocínio, até porque a humanidade não põe nem a própria vida acima dos vícios e prazeres deletérios. Fumo, álcool, drogas ilícitas, abuso de comida, promiscuidade perigosa, esportes radicais e outras situações de risco de morte estão infiltradas na nossa vida, inclusive na vida dos pró-vida. Então de que vida humana estamos falando? De uma vida hipotética? Da vida dos outros?

@ Paula

Não, o filho não é dos dois. Só será depois que nascer com vida porque por lei o pai tem que dar o nome, dar pensão, etc.

Anônimo disse...

eu quero ter meu filho mas não posso ter sozinha, então vou obrigar você a pagar pensão porque minha vontade é mais importante que a sua". //

A vontade da lei prevalece hoje em dia. Não queria se arriscar a ser pai, não levasse mulher fértil pra cama.

Se a exclusão do pai só deixa a ela a alternativa do aborto, bem, que ela aborte.//

A grande maioria dos abortos é por esta razão mesmo.


Se ela quer ter o filho sozinha, que tenha o filho sozinha.//

Muitas fazem exatamente isso.

Se não tem condições de ter o filho sozinha, que não obrigue os outros a se responsabilizar por um filho que não pediu nem deseja.//

Os outros é apenas o pai, que pela lei é obrigado a sustentar os filhos.


SeekingWisdom disse...

Lu_uD,
o que vc precisa reorganizar aí é o beneficiário da pensão alimentícia: não é mulher, não é a família dela, não é a família dele e nem a sociedade.
A pensão é para esse ser que chegou com sucesso ao Mundo, ele é QUEM possui o direito.
O senso comum adora pintar mulheres como víboras por exigir pensão do pai.
Falar que ele pode se eximir e bater asinhas é condenar várias mulheres a optar pelo aborto CONTRA sua vontade, seja porque ela acha pecado, acha inseguro, sente culpa, não me interessa.
Pra mim é simples: a moça quer abortar, decisão dela, corpo dela, motivos dela.
A moça quer levar a gravidez adiante (vamos ponderar que levar adiante não implica em nascimento, 1/4 das gestações é interrompida por causas naturais até a terceira semana, sem contar os casos dos meses seguintes) também é direito dela.
Agora, ocorreu o parto, temos um bebê, a coisa muda de figura. Essa criança tem dois pais e ela tem direitos (N de exigir que alguem seja pai ou mãe, a segurança aqui é financeira - pensão alimentícia). E de novo, depende de uma série de fatores que são analisados caso a caso na justiça.
Acho que outra coisa que te perturba é o julgamento da sociedade, mas, de novo, n faço julgamento de valores e também n acredito que o homem que não quer ser pai, mas cumpre sua responsabilidade judicial, é pintado como esse monstro todo. Aborto paterno n implica em inexistência de terceiro ser com direitos e faculdades, capiche?

L.A. disse...

Hehehe, prazer é meu Phillipe.

Bacana, vou ler depois para ter mais informações.

Pois é, pensando na COLETIVIDADE que você falou Phillipe, e que devemos sim concordar com a descriminalização do aborto, pois permitindo que as pessoas que não tenham as mesmas crenças que a nossas posso realizar o procedimento sem medo e com acompanhamento, não só a vida delas muda, mas de toda a sociedade, e isso é fato.

SeekingWisdom disse...

Comparar um cara que nega-se a arcar com a responsabilidade (o chamado aborto paterno) - nem disse que ele precisa ser pai ein, estamos falando dos direitos da criança - com um doador de esperma (cara anonimo que assina termo de responsabilidade abdicando-se de quaisquer direitos e deveres sobre o que quer q saia daquele material) parece muito lógico. Estou impressionado com a vocação em mudar de assunto.
Vamos voltar para o assunto?
Phillipe

Lu_ud disse...

Anonimo de 10:04:

"A vontade da lei prevalece hoje em dia. Não queria se arriscar a ser pai, não levasse mulher fértil pra cama"

Ah sim, porque todos os métodos contraceptivos são excelentes e 100% eficientes, camisinhas não estouram e anticoncepcionais masculinos são uma realidade. E é claro que o homem sempre pode confiar que sua companheira toma a pílula certinho, imagina, ela nunca ia esquecer de tomar, e a pílula nunca falha. Aham. Só que não. Esse é o típico argumento mascu contra o aborto, "se não queria filhos que não fizesse sexo". Que lindo isso!! Você, amigo telespectador que não quer ter filhos, é melhor se preparar pra morrer virgem, a igreja católica está certa, sexo só com fins reprodutivos!


"Os outros é apenas o pai, que pela lei é obrigado a sustentar os filhos"

Assim como a mulher que engravida é obrigada a virar mãe e parir a criança, porque a lei brasileira criminaliza o aborto. Mas estamos aqui justamente discutindo as parcialidades e erros das leis, e as possibilidades de mudá-las. Só pro caso de você não ter notado.

Lu_ud disse...

SeekingWisdom

Mudar de assunto? Porque pra mim o assunto é exatamente o mesmo. "Cara que nega-se a arcar com a responsabilidade" eu chamo de homem que não quer ter filhos. Assim como a mulher que aborta, a moça que se nega a assumir a responsabilidade, também não. Agora, porque ela tem o direito de desistir desse filho e o homem não tem? Ele não estava procurando ter um filho quando, como disse nosso amigo Anon 10:04, cometeu o imenso erro (oh céus) de fazer sexo com uma mulher fértil. Aconteceu. Como acontece na maioria das vezes que alguém engravida, na verdade. Ele quer o aborto, mas como o corpo é dela e é ela quem decide, ela não quer e não faz. Ele quer assinar um "termo de responsabilidade abdicando-se de quaisquer direitos e deveres", assim como nosso amigo doador de esperma, porque convenhamos, a única coisa que ele fez foi doar o esperma. Só que ele não pode, tem que se responsabilizar por aquele material genético que vai virar um filho contra sua vontade. Por que??? Assim como uma mulher que quer ter filhos sozinha vai num banco de esperma, engravida e nunca vai poder pedir pensão pro doador (porque ela assumiu que iria arcar com as responsabilidades sozinha), o mesmo acontece nesse caso. A mulher quer arcar com as responsabilidades sozinha, então que arque! Pra mim é exatamente a mesma situação. A única diferença é que no último caso a mãe conhece o rosto do pai da criança.

Mônica disse...

Mariana disse...
"Eu acho que quem defende a legalização do aborto é meio insensível as vezes, à tudo isso, a toda essa realidade, cultura."

Não, Mariana, não é nada disso.

Por um motivo muito simples.

Quem à favor da descriminalização do aborto não está impedindo as mulheres que querem ter o filho de levarem a gravidez adiante.

Essas mulheres podem (e vão sempre continuar podendo) dar nomes ao futuro bebê, amá-lo, dar carinho, conversar com ele... Fazer tudinho que vc citou e muito mais se quiserem. Ninguém vai se opor a isso.

Insensibilidade existe de outra parte. De quem quer obrigar a mulher a levar adiante contra a vontade dela.

Roxy Carmichael disse...

@mariana
eu acho que a razão dessa discussão aqui é que a sociedade (a maioria pelo menos, já que quando o tema foi levantado virou decisivo para a vitória/derrota na eleição passada) e o legislativo (formado por muitos políticos que ainda não entenderam a distinção entre fé privada e desempenho político público) pensam assim como você, ou seja que as mulheres já desenvolvem um instinto materno durante a gravidez e principalmente que num país desigual como o nosso, todas as mulheres tem o mesmo acesso à informação e meios financeiros para se prevenir de uma gravidez indesejada. eu não acho que as pessoas que defendem o aborto ignoram ou diminuem o amor que uma mulher pode sentir pelo seu filho quando ele ainda está em estágio embrionário. esse argumento poderia ser utilizado somente se as mulheres que defendem o direito ao aborto, quisessem impor isso às mulheres que sim desejam ser mães. faz alguns anos, eu conversei com um conhecido que é ginecologista na casa de um amigo, e ele contou histórias bem complicadas de mulheres e seu respectivo desconhecimento de seus corpos. não podemos ignorar que vivemos num país católico, religião essa que demoniza o corpo e a sexualidade feminina e que muita gente segue essa religião, não podemos esquecer que vivemos num país onde durante muitos anos pessoas morriam de fome, e hoje, mesmo que não morram, vivem em condições pouquíssimo dignas. não dá pra generalizar um país de quase 200 milhões de habitantes com problemas estruturais de concentração de renda, a nosso entorno classe média universitário. então quanto a sensibilidade às mães, você pode ficar despreocupada: a sociedade tem demonstrado que se sensibiliza. a questão aqui é: a sociedade não é sensível às mulheres que nao querem ser mães.

e eu nem preciso ir muito longe, vamos analisar o comentário da anônima das 06h50
ela diz que tem filhos e que nunca precisou abrir mão de nada por eles. eu acrescentaria: todas as mulheres do país são filhas dos pais dela, moraram na casa dela, estudaram nas escolas que ela estudou e viveram exatamente as mesmas experiências que ela pra ela achar que todas as mulheres do país reagiram como ela reagiu à uma gravidez e à maternidade?
depois ela diz que é um absurdo ficar grávida quando não se deseja, existindo muitos recursos. esse comentário não é diferente do seu e eu acho que já analisei.
mas pra mim o pior foi o final, onde ela claramente faz uso do slut shamming, estabelece uma divisão entre santas e putas. ou seja, se você não decide parir se estiver grávida, isso só significa que você é uma promíscua que não se importa com a vida humana porque nao se importa em engravidar e abortar. eu tenho repetido muito isso aqui, mas vocês sabiam que saiu um estudo da unb que foi premiado que revela que a maioria das mulheres que abortam no brasil são CASADAS?
depois ela diz: só quem é mãe sabe o quanto isso é monstruoso. como se sensibilidade e respeito à vida humana fosse privilégio só das mães. depois ela diz que defensoras do direito ao aborto são vegetarianas radicais enquanto ignoram a importancia da vida humana. eu pergunto pra ela: vc é sensível à vida humana, ou é sensível à vida humana dos seus filhos?vc tem noção de que muitas crianças nascem em situações muitíssimo diferente da dos seus filhos e vivem vidas muitíssimo diferentes das dos seus filhos? que crianças são abandonadas, que crianças passam fome e as mamães de outras crianças sequer olham pras essas crianças na rua?

Roxy Carmichael disse...

tô achando interessantíssimo o debate entre Lu_ud e Seeking wisdom.
acho que ela trouxe algo bem relevante pra discussão. e creio que por um lado me inclino a concordar que a decisão deve ser tomada por quem não quer ter o filho. porque da mesma forma que tem muita gente aqui dizendo que se o cara não concorda com o aborto, e que deve procurar uma mulher que sim deseja ser mãe, a mulher também poderia fazer o mesmo e procurar um cara que quisesse ser pai. mas, a grande questão continua sendo o corpo onde será feita essa intervenção. e penso que da mesma forma que para muitas mulheres, seguir com uma gravidez indesejada é algo opressor, ter que fazer um aborto quando não se deseja, quando não se concorda, quando suas crenças se chocam diretamente com esse procedimento pode ser opressor e muito traumático. porque da mesma forma que nem todas as mulheres desejam ser mães, nem todas encarariam um aborto sem traumas. e no fim das contas, como o aborto é proibido e muitas vezes se faz em condições que são bem distantes das ideais, a mulher pode sofrer danos irreversíveis que poderiam impedí-la de ser mãe num futuro. no entanto, o parto não é um procedimento menos complicado, a questão é que por ser legalizado, se conta com estrutura maior.

Roxy Carmichael disse...

com anonimo das 06h50 eu quis dizer 06h15
me equivoquei!

Anônimo disse...

Ah sim, porque todos os métodos contraceptivos são excelentes e 100% eficientes, camisinhas não estouram e anticoncepcionais masculinos são uma realidade. E é claro que o homem sempre pode confiar que sua companheira toma a pílula certinho, imagina, ela nunca ia esquecer de tomar, e a pílula nunca falha. Aham. Só que não. Esse é o típico argumento mascu contra o aborto, "se não queria filhos que não fizesse sexo". Que lindo isso!! Você, amigo telespectador que não quer ter filhos, é melhor se preparar pra morrer virgem, a igreja católica está certa, sexo só com fins reprodutivos!//

Bom, biologicamente falando, é isso mesmo que acontece. Relação sexual pode ser muito bom pra matar o tempo mas pode provocar uma gravidez indesejada. Eu não sou homem, portanto, não sei o que eu faria para não ser pai de jeito algum. Talvez fizesse uma vasectomia.

Assim como a mulher que engravida é obrigada a virar mãe e parir a criança, porque a lei brasileira criminaliza o aborto. //

Criminaliza com a única finalidade de dar uma satisfação à igreja católica e causar a morte de muitas mães de família, adolescentes etc. Se deus quiser, há de ser revertida essa excrescência do CP brasileiro.

Anônimo disse...

Agora, porque ela tem o direito de desistir desse filho e o homem não tem? Ele não estava procurando ter um filho quando, como disse nosso amigo Anon 10:04, cometeu o imenso erro (oh céus) de fazer sexo com uma mulher fértil. Aconteceu.//

Porque depois que o bacuri nasce, ele começa a ter direitos como pessoa. Um deses direitos é ter filiação, mãe e pai e sustento. Quem não procura ter filho não se deita com mulher fértil ou corre o risco de virar pai.
O erro corre por sua conta. A biologia não erra.

Roxy Carmichael disse...

http://www.unb.br/noticias/unbagencia/unbagencia.php?id=3404
resuminho esperto pra quem tá sem tempo:
Pesquisa da Universidade de Brasília, em parceria com o Instituto de Bioética e financiada pelo Fundo Nacional de Saúde, revelou a face da brasileira que interrompe a gravidez. Ela é CASADA, TEM FILHOS, RELIGIÃO e pertence a TODAS AS CLASSES SOCIAIS O estudo também conferiu precisão ao que eram apenas estimativas. As mulheres que abortam são muitas.
(MAS COMO É QUE É AQUELA HISTORIA DE QUE SÓ TEM FILHO ENTENDE COMO ABORTO É MONSTRUOSO?E AQUELA HISTORIA QUE TODO MUNDO SABE DOS METODOS E TEM RECURSOS PRA BANCAR? QUE TAL AQUELA HISTORIA DE QUE QUEM TEM RELIGIÃO, TEM DEUS NO CORAÇÃO, SABE O VALOR DA VIDA E JAMAIS VAI ATENTAR CONTRA ESSE PRINCÍPIO?)

A prática só não é crime quando representa risco de vida à gestante e quando decorre de estupro. “O Estado vai mesmo colocar 5 milhões de mulheres na cadeia?”, indaga o professor Marcelo Medeiros, do Departamento de Sociologia da UnB e um dos autores da pesquisa.

MULHER COMUM – Dentre o total de mulheres que declararam na pesquisa já terem feito pelo menos um aborto, 64% são casadas e 81% são mães. “A mulher que aborta é uma de nós. Ela é a sua irmã, ela é a sua vizinha, ela é a sua filha ou a sua mãe”, define Débora Diniz. A classe social não interfere na decisão. Do total de mulheres que abortaram, 23% ganham até um salário mínimo, 31% de um a dois, 35% de dois a cinco e 11% recebem mais de cinco. “Pobres e ricas, todas abortam”, afirma a professora.
(MAS COMO É QUE É MESMO AQUELE NEGÓCIO DE QUEM ABORTA NÃO É SENSÍVEL AO SENTIMENTO E À EXPERIÊNCIA DA MATERNIDADE?)

Roxy Carmichael disse...

que tal a gente entender as experiências dos outros sem necessariamente nos projetar nelas? sejam aquelas que em algum momento não desejaram ser mães, sejam aquelas que sim desejaram. que tal pensar que são pessoas como a gente vivendo talvez situações diferentes da nossas mas que nem por isso as coloca em posição oposta à nossa. uma mulher recorrer ao aborto não significa que ela joga pelo lixo tudo o que se entende por maternidade. assim como uma lei que garante esse direito às mulheres não vai jogar no lixo tudo o que se entende por maternidade. assim como tudo o que se entende por maternidade não se opõe justamente ao desejo de que algumas tem de ser mãe. em algum momento da vida. ou durante toda a vida.

Dee disse...

Credo, acham melhor fazer aborto do que dar a criança a adoção. Que tal legalizar a eutanásia também?

Se a pessoa não tem consciência que mate logo, tanto feto quanto enfermo em coma. Se isso não é crueldade ao limite, não sei mais o que é.

SeekingWisdom disse...

Lu_uD

"Ah sim, porque todos os métodos contraceptivos são excelentes e 100% eficientes, camisinhas não estouram e anticoncepcionais masculinos são uma realidade. E é claro que o homem sempre pode confiar que sua companheira toma a pílula certinho, imagina, ela nunca ia esquecer de tomar, e a pílula nunca falha. Aham. Só que não. Esse é o típico argumento mascu contra o aborto, "se não queria filhos que não fizesse sexo". Que lindo isso!! Você, amigo telespectador que não quer ter filhos, é melhor se preparar pra morrer virgem, a igreja católica está certa, sexo só com fins reprodutivos!"

Digo que é você que, se não está usando um argumento recheado de senso comum, está usando argumentos mascus, que tal conversar sem ofender os debatentes?

Caso não tenha percebido o anonimo
10:04 fez uma ironia para enfatizar que o fato de o homem não querer o filho não elimina a criança do mundo. Se, e somente se, a mulher abortar, por sua vontade, não haverá o terceiro elemento que o condiciona a uma responsabilidade para com esse terceiro elemento. Vc está baseando seu argumento em um estereótipo da mulher que "faz esquema" para engravidar do cara "para prende-lo". Será que vc está sensibilizando-se com os mitos mascus sobre a mulher? Não tem nada a ver! Exceções não podem ser usadas para decidir sobre políticas públicas para a coletividade.

Caso o homem não queira ter filhos, assim como a mulher, eles devem se informar e usar os diversos métodos contraceptivos disponíveis (e que tenha cada vez mais), ou seja, manter relações sexuais saudáveis. O método falhou (camisinha estorou, por exemplo) tem pilula do dia seguinte, n conheço UM caso onde a camisinha estourou que a mulher vira e fala: Yeees, se ferrou playboy, torce pra mim n estar em periodo fertil senao lá vem pensao! hauahuah.
Tem noção do que é a pensão em termos jurídicos? Ou você discorda dessa visão de que é para a criança e quer falar que as mulheres são umas aproveitadoras? Nos casos onde os métodos falharam (ou não foi usado) prosseguir ou não com a gravidez tem (os dois!) consequências fisiológicas, psicológicas e sociais maiores para a mulher e é por isso que é ela quem decide!

Como perspicazmente notado por anonimo 10:04 a maioria dos abortos clandestinos acontecem justamente porque o macho (aff) nega-se a assumir responsabilidade PELA CRIANÇA! O que vc está propondo é LEGITIMAR um caso comum de abandono responsável sim pos vários abortos.

Se fosse assim vamos ter q concordar com os pró-vida e dizer que não temos nada de pró-escolha!

A discussão evidencia que ainda são muitas as conquistas necessárias para que as mulheres possam ter dignidade para escolher sobre a continuidade ou não da gravidez. O amparo do estado é mínimo.

Vamos abandonar o senso comum, por favor!
Phillipe.

Mirella disse...

"porque da mesma forma que tem muita gente aqui dizendo que se o cara não concorda com o aborto, e que deve procurar uma mulher que sim deseja ser mãe, a mulher também poderia fazer o mesmo e procurar um cara que quisesse ser pai."


Oi, Roxy! =)

Então, vamos lembrar que quando o aborto é uma alternativa forte geralmente a gravidez foi acidental, não programada (mesmo em relacionamento estável ou monogâmico). Assim (descartando os casos de "golpe"), acho um pouco complicado falar em procurar alguém que queira ter filhotes com você quando se fala de aborto como escolha, pois geralmente são pessoas que não queriam ter filhos e a coisa acontece. Muitas dessas gravidezes, apesar de não programadas, passam a ser desejadas - ou não. As duas podiam tomar seus cuidados contraceptivos, que estão sujeitos a falhas. Acho que tem mais a ver com "escolher alguém com quem você tenha um diálogo bem aberto e haja respeito mútuo", porque assim não tem erro, heuaheuaheua.

Mirella disse...

Lola, posso ter viajado, mas acho que um comment meu se perdeu por aí?

Se for só a liberação de comentários que tiver atrasado ele, desculpa =P

Mirella disse...

e eu sei que to floodando aqui, mas confesso estar gostando muito de seus comentários, Phillipe!


Me lembra muito a argumentação da Cora, detalhada porém certeira! Muito bom de acompanhar.

L.A. disse...

Coincidentemente, estava lendo notícias e apareceram estas duas.

http://br.noticias.yahoo.com/m%C3%A3e-%C3%A9-presa-pi-confessar-cortou-filho-rec%C3%A9m-162638438.html

http://br.noticias.yahoo.com/beb%C3%AA-%C3%A9-deixado-ponto-%C3%B4nibus-sorocaba-sp-160900638.html

Acredito, e acho que as pessoas a favor da descriminalização do aborto possam concordar comigo, que caso a preocupação seja de fato com o feto/embrião, e não com a mulher (que deve ser a preocupação principal) a descriminalização do aborto teria evitado estas duas situações. Uma menina de 18 anos que engravidou, e seja por qual motivo for, não cabe a ninguém julgar quais seriam, levou a gravidez adiante e assim que nasceu o bebê, ela cortou ao meio. O outro teve mais sorte, digamos assim, e foi só abandonado num ponto de ônibus, e se tiver mais sorte, poderá ser adotado por alguém que o trate com dignidade.

Pensem nesta situação, são duas pessoas que não queriam ou não tinham condições psicológicas/financeiras ou qualquer outra que fosse para encarar a maternidade, mas devido a nossa legislação, foram obrigadas a dar continuidade na gravidez, e o desfecho foi esse, será mesmo que o bebê sofreria mais se tivesse ocorrido o aborto até as 8 semanas, onde já foi constatado que não há atividade cerebral nem senciência, do que depois de nascido, e ser cortado ao meio, ou abandonado em qualquer lugar.

Logo, a descriminalização do aborto não me parece tão cruel assim, não concordam?

Lu_ud disse...

Anon do morra-virgem é um amor, nao acham?

Anon, voce é realmente a favor do aborto? Em todos os casos? Porque se for, nao consigo entender seus argumentos. Voce diz repetidamente que a pessoa que faz sexo sabe os riscos que esta correndo, e que se uma gravidez surgir dai, tem que assumir a responsabilidade pelo "bacuri". Basicamente voce usa o argumento-mor da igreja catolica, sexo so é aceitavel com fins reprodutivos, todos os outros tipos sao pecado. Nao quer filhos, nao faca sexo. Morra virgem. Logo em seguida voce diz que o aborto so é crime por causa da igreja catolica (igreja ma, feia, feia!) e que se deus quiser o aborto sera logo legalizado. Quer me esclacer de que lado voce esta?

Se voce é a favor do aborto, concorda que existem situacoes em que ele é necessario ou desejavel, e que nao cabe a ninguem julgar porque outro alguem toma ou deixa de tomar a decisao de abortar. Nesse caso, voce tambem teria que concordar que se a pessoa nao quer um bacuri mas quer fazer sexo, ela pode abortar caso descubra que tem um bacuri a caminho. Afinal, ser a favor do aborto é concordar com essas coisas.

Se a mulher pode abortar, porque o homem tambem nao pode? E nao digo forcar a mulher a tirar o embriao, mas tomar medidas legais para que aquele embriao nunca venha a ser considerado seu filho. Ele tem, obrigatoriamente, que assumir uma gravidez acidental, e a mulher nao? Uai, mas se nao é a inversao exata dos preceitos mascus gente!! Entao homens, ja sabem: nos mulheres podemos fazer sexo com quem quisermos quantas vezes quisermos, porque o direito ao aborto esta na nossa mao, nao precisamos nos preocupar em ter filhos indesejados. Mas voces homens, facam o favor de praticar abstinencia, porque na situacao inversa voces tem que assumir se eu quiser, porque quem manda nessa budega sou eu!

E voce nao acha isso nem um pouco ironico? Contraditorio, nao? Nem um pouquinho?

Outra argumento mascu de que voce parece gostar é o "faça vasectomia", a versao misandrica do "faça ligadura". Tudo bem que ninguem enche o saco dos homens na hora de fazer vasectomia nem pergunta quantos filhos eles tem, mas nao importa, porque a questao nao é essa. A questao é que so porque uma pessoa nao quer ter um filho naquele momento, com aquela pessoa, naquele contexto, nao quer dizer que nunca mais vai querer ter um filho na vida. Como eu disse em outro comentario, ter um filho é uma ESCOLHA, e uma das mais importantes que alguem pode fazer na vida, porque voce nunca vai poder voltar atras nela.

Acho que me enganei, Anon, voce nao é mascu, é misandrica.

Anônimo disse...

Credo, acham melhor fazer aborto do que dar a criança a adoção.//

Jamais teria coragem de dar um filho. Preferiria abortar, sem dúvida.

Que tal legalizar a eutanásia também? //

A eutanásia é um procedimento solicitado pelo doente terminal. Não vejo mal algum em poupar alguém de sofrimento inútil se este assim quiser. Morrer, vai morrer mesmo, então, não complica.

Se a pessoa não tem consciência que mate logo, tanto feto quanto enfermo em coma. Se isso não é crueldade ao limite, não sei mais o que é.//

com os animais enfermos usamos de misericórdia. Com os humanos, fica esse mimimi. Pessoas sadias estão morrendo no meio da rua, assassinadas friamente, e o que você faz?

Lala disse...

Homens deviam ter útero pra ver o que é bom... Menstruar todo mês, cólicas, ovários policisticos, risco de engravidar (mesmo se protegendo... nenhuma contracepção é 100% efetiva) e, se não quiser ter o filho, ter que abortar nas condições dessa moça do guest post.

Bia disse...

Dee, a própria morte é cruel. Por que você não se rebela contra ela? Você acha agradável ou digno alguém morrer mesmo que tenha vivido em meio a dor ou ao esquecimento até o último suspiro ou morrer de repente, sem mais nem menos? Eu não acho não.

Lu_ud disse...

SeekingWisdon,

Rebati uma ironia com outra. Se voce nao leu os comentarios seguintes recomendo ler, porque Anon diz que concorda comigo, era aquilo mesmo que ela estava dizendo, nao quer filhos nao faça sexo. Faça-me o favor. Estamos no seculo 21, ainda tem gente que acha que abstinencia vai solucionar o problema de alguem? Como voce parece concordar com Anon ("Caso o homem não queira ter filhos, assim como a mulher, eles devem se informar e usar os diversos métodos contraceptivos disponíveis - e que tenha cada vez mais -, ou seja, manter relações sexuais saudáveis") recomendo ler a resposta que dei pra ela, logo antes dessa. Porque pra mim esse discurso é de quem é contra o aborto, e nao o contrario.

E por favor, me aponte nos meus comentarios onde foi que eu me referi a "mulher que faz esquema". Pra ser sincera, nem tinha pensado nessa possibilidade ate voce cita-la, entao veja so, parece que quem esta estereotipando é voce. Quer dizer que o cara so nao vai querer ter o filho da mulher golpista? Quer dizer que se a namorada dele, que ele ama, que quer ficar junto, mas com a qual nao quer ter um filho naquele momento (qualquer semelhanca com o caso da L. nao é coincidencia) engravidar, ele nao pode nao querer o filho? Se o caso da L. fosse o oposto e o namorado é que quisesse o aborto e ela nao, e eles terminassem por conta disso igualzinho aconteceu, o cara nao teria o direito de desistir desse filho, como a L. desistiu?

Eu tenho plena nocao do que é a pensao em termos juridicos. Tenho tanta nocao que acho um absurdo que, na hipotese da legalizacao do aborto, o homem continue a ser legalmente obrigado a pagar essa pensao caso expresse o desejo de abrir mao de sua paternidade quando descobre a gravidez da namorada. Sim, namorada! Namorada, esposa, amante ficante, desconhecida, TANTO FAZ. Nao da pra ser pro-escolha mas achar que a escolha é so de um lado da moeda.

"O que vc está propondo é LEGITIMAR um caso comum de abandono responsável sim pos vários abortos."

É isso ai mesmo que voce falou, sou super a favor de legitimar esse abandono. Porque sou pro-escolha DE VERDADE. Sou tao pro-escolha que acho ridiculo esse discurso paternalista de que temos que proteger a pobre mulher gravida, porque se o homem abandona-la pode ser que ela aborte. Que aborte entao! Estamos aqui falando de individuos, se ela quer tanto assim ter o filho ela deve ter nocao das responsabilidades que ter um filho representa. Se ela nao esta preparada pra assumi-las sozinha, entao que aborte! Estamos falando de uma mulher adulta com livre-arbitrio, ela escolheu nao abortar, nao o homem. Se ela escolheu, mesmo sabendo que nao teria o apoio do pai, é problema dela. Nao é meu, nao é seu, nao é da vara de familia, é DELA. Se afirmamos que ela nao tem condicoes de fazer essa escolha soinha, estamos afirmando que ela nao tem condicoes de escolher o aborto. Ou seja, voltamos pros argumentos dos pro-vida, que uma mulher que quer abortar precisa de ajuda, de amparo. Isso pra mim tem um nome, paternalismo. Ah, mas ela nao abortaria se o homem assumisse o filho. Ué, é a vida. Na vida, shit happens, a gente pega aquilo que tem e tenta fazer o melhor que pode. Nem todas as escolhas que eu fiz na vida eu gostaria de ter feito, mas fiz porque tive que fazer. É assim com todo mundo. Agora, nao entendo nem vou entender porque a escolha da mulher deve ser considerada mais importante que a escolha do homem.

Unknown disse...

Lola. Você é a favor de direitos iguais?

Você diz que a mulher tem direito ao aborto, não é? E o homem? Tem também?

Se são direitos iguais então o homem tem de ter o mesmo direito da mulher.

Se for um peso para alguma carregar uma criança, que não carregue. Afinal a mulher tem a opção de estar grávida ou não. Não é mesmo? Você escreve de uma forma como se a maternidade fosse um petardo para a mulher, mas basta essa fazer a esterilização e ficará com o mesmo "privilégio" que o homem tem de carregar uma barriga.

Denise disse...

A Lu_ud colocou no último paragrafo exatamente o que penso. Por isso que uma vez que o aborto seja legal, tem que ser dada ao homem a oportunidade de renunciar a paternidade. Se nós queremos diretios iguais, temos que dar direitos iguais também, por mais que isso incomode.

Anônimo disse...

Fantásticos os comentários da Lu_ud! Nem tenho mais nada a acrescentar, concordo plenamente!

Lívia

Luiz disse...

Eu não via grandes problemas no aborto. O que me fez mudar de ideia e me posicionar contra o aborto foi quando comecei a estudar sistema nervoso para fazer um programa de pós doutorado intercalando Física e Neurociências na Universidade Hebraica. Ou seja, ao estudar cientificamente o processo de evolução da vida me convenci de que o ato de abortar era sim tirar uma vida. Bom, mas tirar uma vida é problema? Depende do seu conjunto de valores morais. Já vi argumentos suficientemente lógicos para defender a pena de morte. Pessoas que tratam a vida como um valor relativo tendem a ter uma postura mais permissiva, tanto na questão do aborto quanto sobre a pena de morte. Eu particularmente me oponho aos dois. Há casos em que o aborto se justifica? Sim, em caso de estupro e risco de vida para a mãe. Fora disso acho injustificável. As pessoas tem que tomarem consciência de que sexo pode resultar em gravidez. O homicídio por legítima defesa também é tolerado em nosso código penal. Não gosto da ideia de pessoas tirando vidas humanas por ai (Feto e embrião são seres vivos. Desafio a me provarem cientificamente que não o é). Trato do direito a vida como um bem inviolável. Minha ética gira em torno disso (Fazer um aborto é sim tirar uma vida. Tanto é verdade que as substancias abortivas são todas tóxicas).

Lola, imagine você elaborando um código penal. Estima-se que a cada três minutos um brasileiro morra por causas naturais. Seria o caso de descriminalizar os 54 mil homicídios cometidos no Brasil porque afinal se a natureza mata tanta gente porque então não podemos conceder este poder aos humanos? Sua dialética me assusta!

Anônimo disse...

Por isso que uma vez que o aborto seja legal, tem que ser dada ao homem a oportunidade de renunciar a paternidade. Se nós queremos diretios iguais, temos que dar direitos iguais também, por mais que isso incomode.//

Acontece que o direito aí é do filho e não da mãe. A mãe não tem direito a nada do pai da criança.

Anônimo disse...

Luis, o poder de matar todos temos. Não temos é o direito. Israel mantém uma lei regulando o aborto. Puxa, mas com tanto ataque terrorista, precisa mulher alguma abortar? Pois é...dialética é fogo!

Anônimo disse...

(Feto e embrião são seres vivos.//

Feto e embrião são corpos estranhos que parasitam o corpo da mulher por 9 meses. Não se cogita em deveres reprodutivos e sim em direitos reprodutivos. Se a mulher não quer gestar, ela renuncia a um direito, mais nada.

SeekingWisdom disse...

Lu_uD, Livia, Cláudio vcs estão desconsiderando o princípio da equidade prevista na contituição Federal. Essa taxação de estado paternalista é usado pelos conservadores para se opor a medidas imparciais aplicadas para garantir a isonomia constitucional.

Acredito que seja por isso que esse ponto te gerou incômodo Denise.
Esse princípio é utilizado, por exemplo para suportar a criação de uma lei que criminalize racismo, pois historicamente o tratamento desigual e injusto a esse grupo resulta em menores oportunidades e piores condições de vida para xs negrxs. Assim, uma lei que trata esses individuos de modo desigual é justificada para adatar a regra tornando-a mais justa.
O mesmo acontece para a defesa das cotas raciais e sociais na universidade.

Também é o mesmo aqui. O tratamento é diferenciado para que realmente a mulher tenha escolha sobre a gestação. Considero muito falho defender aborto e esquecer de seu papel como política de saúde pública que esperamos afetar
positivamente a vida de milhões de mulheres pobres.
Não acho, de verdade, legal essa visão egoísta dos direitos. Achar que tudo bem se vc for rica pode ter espiritualidade, concepções próprias, o que for que você poderá escolher.
Se vc for pobre e seu parceiro te abandonar sinto muito mas melhor vc abortar neh querida.
Será que alguém aqui tb acha que isso não é incentivar aborto?
Uma coisa é defender o teu direito de abortar. Outra é eu usar o argumento hipócrita de 'igualdade perante a lei' para condenar mulheres a uma única opção drástica que pode ferir seus preceitos morais (aqueles que eu defendo que cada um tenha o seu).

Ficou mais claro minha defesa agora?
Espero reflexão, obrigado. Phillipe

SeekingWisdom disse...

Denise, depois que li de novo seu comentário, vi que vc n pareceu se incomodar. Desculpe a interpretação, mas aproveite e reflita junto com Lu_uD, Lívia e Claudio.
Phillipe.

Anônimo disse...

Ué, Philipe, pelo menos as pobres não precisam escolher entre morrer de hemorragia ou infecção generalizada ou ter um filho que será abandonado à sua própria sorte. As ricas escolhem se abortam tomando cytotec ou numa clínica clandestina ou se enfrentam uma gravidez intempestiva e/ou escandalosa. A descriminalização e regulamentação do aborto não têm como objetivo a ascensão social nem o nivelamento de classes sociais, mas tão somente fazer justiça. Se as ricas podem abortar sem tanta complicação, por que resta às pobres ir para debaixo da terra, neh?

Val

Denise disse...

Annimo,

Mas nesse caso a escolha de ter o filho foi da mãe. Ela tem que responsabilizar pela escolha que fez. Ou você acha que mulher não tem capacidade de fazer uma escolha e arcar com as consequências?

Roxy Carmichael disse...

anônima das 18h52
eu não poderia ser tão articulada e tão direta ao alvo. meus parabéns.
então assim, estudamos como se forma o sistema nervoso e ficamos chocados com a interrupção de um ser vivo que que não sente dor, não tem memória, não tem sentimentos. obrigamos mulheres a parirem baseado nesses estudos de formação do sistema nervoso e 18 anos depois (?) enviamos esses mesmos seres vivos com memória, com consciência, com sentimentos, com capacidade de sentir dor pra dois anos de serviço militar pra depois matarem outros seres vivos com consciência, capacidade de sentir dor, memória e sentimentos, ao mesmo tempo em que se expõem à morte?realmente o relativismo da vida tá bombando esses últimos dias lá na palestina.

Anônimo disse...

Eu sempre fui contra o aborto puramente por questões religiosas.
Só que de um tempo pra cá eu comecei a me questionar sobre muitos assuntos, inclusive mudei de opinião sobre vários deles. Mas até agora não encontrei nenhum argumento que faça com q eu pense q aborto não é assassinato.
Na minha cabeça é muito simples: óvulo e espermatozoide são células vivas, mas se vc as mantem afastadas, nada acontece. Só que a partir do momento em que ocorre a fecundação, vc conta nove meses e um bebê nasce – lembrando que infanticídio é incrivelmente mal visto na sociedade atual, não que a opinião da sociedade seja parâmetro para alguma coisa, mas enfim.
Então o que separa um bebê de um “amontoado de células” é puramente um fator temporal. E daí vem o que eu vejo como incoerência: assassinar um bebê é crime, mas o aborto é um direito da mulher?
E o argumento de que “não há atividade cerebral então não se trata de uma pessoa” não me parece válido. Pessoas com morte cerebral tem órgãos transplantados por que o quadro é irreversível, claramente diferente de um feto, cujo sistema nervoso está em desenvolvimento.
O argumento do Luiz me parece bastante razoável. Em alguns países a pena de morte é legal, da mesma forma que matar em legítima defesa também o é no Brasil. Não vejo por que a discussão sobre o aborto não possa ser tratada como esses dois pontos: a interrupção de uma vida (dai sim a discussão sobre o valor que cada um atribui à vida, que é totalmente subjetivo e pessoal)

Liesel

SeekingWisdom disse...

Val,

Não confunda isonomia com ascensão social, muito menos nivelação de classes.

Estou muito desapontado com esse tipo de comentário umbiguista, pequeno, fundado apenas no campo individual.

Defendo a legalização do aborto porque sei que muitas mulheres abortam se sujeitando a condições degradantes que põe sua vida em risco. A questão do aborto faz realmente diferença para essas que não vem ao blog da Lola discutir.
Defendo um direito para a sociedade e não para mim.

Para a mulher de classe média e rica muda, claro, mas o verdadeiro impacto é para essas outras. Se eu defendo uma legalização que legitima o abandono da criança pelo pai eu estou deixando essas crianças desamparadas. Questão de justiça é lutar para que todos possam fazer escolhas de verdade e não criar medidas que colocam a mulher nessa situação trágica de escolher entre abortar ou ter um filho sem o mínimo apoio do pai.
Essa sugestão de aborto paterno é absurda. O cara saí de figura, sobra um bebê, é direito dele ter a pensão.

Sou a favor do aborto como escolha mas sou a favor de dar condições à mulher para que isso seja REALMENTE uma escolha e não única opção.
A matemática é simples: mulher decidiu abortar? sobra homem, mulher e só, podem se resolver como quiserem. Mulher decidiu prosseguir e teve sucesso na gravidez? sobra homem, mulher e bebê, que tem direitos.
Se em algum momento a mãe sair do barco e deixar com o pai, ele pode pedir pensão para essa criança. Se ele resolveu sair do barco e tem o bebê, sorry, pensão pro bebe first.

Legalização do aborto e incentivo ao aborto são coisas diferentes. Não reduzam a seriedade dessa escolha às suas crenças ou descrenças, a medida é para o COLETIVO.
Phillipe

SeekingWisdom disse...

Denise, gravidez não deve ser castigo, aborto também não. Vamos parar de falar em escolhas onde elas não existem. Onde não há oportunidade não há escolhas. Abandonemos a hipocrisia!

Anônimo disse...

@Liesel, tente desvincular seu conceito de vida do religioso, da noção de milagre e dádiva...
Se vc tiver paciência, comentários atrás essa sua questão foi rebatida...
(ou reflita um pouquinho sobre o comentário acima do seu...)

Anônimo disse...

Denise, você quis dizer que a mulher que 'escolhe' engravidar tem que ter o filho? Esse negócio de livre escolha nessa hora tá me cansando, sabe? Mulher que se vê numa gravidez indesejada não é a mesma coisa que se vir fazendo uma provinha de múltipla escolha. A decisão de abortar é terrível e ela arca com as consequências sim. Às vezes perde a vida. Às vezes fica estéril. Às vezes fica cheia de caraminholas. Às vezes tem o filho apesar da tentativa de aborto. Às vezes pare sozinha num quarto de empregada e joga a criança que ela não quer e não pode ter na lata do lixo. O que mais você quer?

Anônimo disse...

A questão do aborto faz realmente diferença para essas que não vem ao blog da Lola discutir.//


Mesmo a guest poster, apesar de todo o transtorno, faz parte da ala rica da sociedade que pode abortar clandestinamente com certa segurança. Teve informação e os meios. Teve capacidade de decidir e decidir rápido. Se precisasse de socorro médico, provavelmente teria um bom plano de saúde para se internar num hospital decente.

Anônimo disse...

realmente o relativismo da vida tá bombando esses últimos dias lá na palestina.//

Não só está bombando como não agride consciências tão probas como a do comentarista Luiz. Matar crianças, pais, mães palestinos é preciso, é justificável, é aceitável. Deixar que a mulher exerça seu direito (e não o dever)de reproduzir em paz, ahhhh, aí não conseguimos dormir.

Roxy Carmichael disse...

ser contra a pena de morte e defender o direito inviolável a vida é mamão com açúcar. quero ver como é que se justifica isso aqui:
http://g1.globo.com/mundo/noticia/2012/11/novo-bombardeio-predio-da-agencia-afp-em-gaza-mata-crianca.html

dica: se chamar de efeito colateral, perde o direito de ter a opinião sobre a vida, respeitada.
e que fique bem claro que ninguém aqui tá tentando ofender o luiz. a questão é: no mundo dos vivos, daqueles que saíram da barriga da mamãe, daqueles que tem certidão de nascimento, RG e passaporte (esses últimos são em menor número), TODO MUNDO TEM O RABO PRESO. então assim: enquanto não houver um engajamento real pra melhorar a vida destes seres vivos documentados, não me venha com a xurumela de vamos proteger uma vida EM POTENCIAL no útero alheio.

Denise disse...

Phillipe,,

Gravidez não e castigo, claro. Ou não deveria ser. Mas gravidez e filho também não são brincar de casinha. Só se deve ter filho quando se pode. Tem que haver preparo, planejamento tanto emocional quanto financeiro. E não me refiro só as pessoas pobres, porque muita gente pobre tem muito mais preparo para formar família do que gente rica.mas não se pode ter filho achando que os outros vão criar e sustentar.
Ter filho requer responsabilidade e saber arcar com as consequências dos próprios atos.

Denise disse...

Ô anônimo das 12:13 (não entendo por que não se identifica, mas enfim...),

Eu nunca falei que quem engravida tem que ter o filho. Leia de novo o que eu escrevi. Eu sou absolutamente pro escolha. ABSOLUTAMENTE.
Mas também sou pro responsabilidade. Então, em um lugar onde o aborto não é crime e é disponibilizado (como deveria ser em qualquer sociedade decente), ter o filho é uma escolha. Nao se deve ter filho se nao se pode arcar com as consequencias de o ter. filho é lindo quando está dentro da barriga e fofo quando é bebezinho rindo e fazendo gracinha. Só que isso é apenas uns 30% do que é ter filho. Tem muito muito mais que a maioria das pessoas não parece estarem preparadas para lidar.
Repetindo, engravidar pode ser evitado na maioria das vezes, mas acontece mesmo com todo cuidado e as pessoas deveriam ter o direito de escolha se têm o filho ou não.. Ter o filho depois de engravidar passa a ser uma escolha onde o aborto não é crime e é disponível. Notando-se que para as classes medias e ricas a discussão é meio que irrelevante pois tant obter filho quanto abortar esta disponível independente de ser legal ou não.
Deu para entender a minha posição?

SeekingWisdom disse...

Denise,
vc sugere que ter filho passa a ser uma escolha em paises de aborto legalizado. Escolha pra quem?

Se a escolha é da mulher, e nós sabemos que 97% dos abortos na America Latina são clandestinos, é ELA quem vai decidir se o aborto é aceitável ou não! Pois é uma medida drástica sim, assim como prosseguir com a gravidez, e não deve ser banalizada. O aborto pode ter consequencias irreversíveis para a mulher.

No momento em que ELA opta por prosseguir, se tiver sucesso, a criança tem direitos e, no caso da mãe n ter condições, e o pai tem, o juiz pode conceder a pensão em favor da criança.

O abandono do pai é um dos maiores fatores que contribuem para o alto indice de abortos clandestinos e abandono de incapaz. Legitimar o abandono é, de longe, a proposta mais absurda que já ouvi, não esperava isso.

Repito: gravidez não é castigo, aborto também não. Só porque vc n ve problema com o aborto não quer dizer que xs outrxs tem que concordar contigo. Eles tem o direito, e sempre terão, de n optar pelo aborto. Para que esse direito seja garantido, a ação afirmativa da pensão alimentícia deve existir.

Ter filho n deve ser privilégio pq vc pensa que precisa ter preparo e responsabilidades. Daqui a pouco vc vai querer que o Estado dê autorização para alguém ter filhos. Acontece em alguns lugares loucos do mundo.

Vc discorda que isso é incentivar aborto?

Att, Phillipe

Anônimo disse...

Em 1968, Christianity Today (Cristianismo Hoje) publicou uma edição especial sobre a contracepção e o aborto, encapsulando o consenso entre os pensadores cristãos na época. No artigo principal, o professor Bruce Waltke, do famoso conservador Seminário Teológico de Dallas, explicou que a Bíblia ensina claramente que a vida começa no nascimento:

"Deus não considera o feto como uma alma, não importa quão longe a gestação progrediu. A lei claramente cobra: "Se um homem mata qualquer vida humana, ele será condenado à morte" (Levítico 24:17). Mas de acordo com Êxodo 21:22-24, a destruição do feto não é uma ofensa capital... Claramente, então, em contraste com a mãe, o feto não é considerado como uma alma."

A revista Vida Cristã concordou, insistindo: "A Bíblia definitivamente aponta uma diferença no valor de um feto e um adulto." E a Convenção Batista do Sul aprovou em 1971 uma resolução afirmando que o aborto deve ser legal não só para proteger a vida da mãe, mas para proteger a sua saúde emocional.

Essas instituições cristãs seriam hereges pelos padrões de hoje. No entanto, as suas posições foram dominantes na época, amplamente consideradas por cristãos como fluindo a partir do ensino inequívoco das Escrituras.


O que aconteceu que fez a visão de cristãos e suas instituições desse um giro de 180 graus a respeito da questão do aborto? Como eles mudaram as "leis de deus"?

lola aronovich disse...

Ô, último anônimo, isto muito me interessa! Nunca tinha ouvido falar nesse número especial do Christianity Today sobre aborto. Vc tem o link? Ei, melhor! Saia do anonimato, por favor, e me mande um email: lolaescreva@gmail.com
Eu queria um guest post sobre essa mudança radical de posicionamento sobre o aborto. Escreve um pra mim? Por favor?

Anônimo disse...

13:23, eles mudaram as leis de deus quando as mulheres mudaram sua posição dentro do patriarcado judaico-cristão, de meras parideiras sem voz ou vontade a pessoas com projetos, carreiras, e poder de decisão. Isso incomodou as cúpulas das Igrejas evangélicas, pois não?

Julia disse...

13:23, eles mudaram as leis de deus quando as mulheres mudaram sua posição dentro do patriarcado judaico-cristão, de meras parideiras sem voz ou vontade a pessoas com projetos, carreiras, e poder de decisão. Isso incomodou as cúpulas das Igrejas evangélicas, pois não? [2]

Isso é mais do que evidente.

Mirella disse...

Parte I

Lu_ud.

"Porque eu sou feminista, e como feminista eu acho que qualquer generalização é burra."

Reconhecer que existem inúmeros (milhões) de pais que fizeram/fazem isto não é generalizar, é reconhecer uma realidade. Você mesma reconheceu que isto é absurdamente comum. Dizer que é comum não é dizer que é onipresente, que homens não prestam, que não querem ser pais, etc etc. Reconhecer o machismo não torna alguém machista. Quem generalizou aqui foi você.

"Agora me diz, em que momento do meu comentário eu falei alguma coisa de pensão?"
Então de qual responsabilidade você quer isentar o pai? De constar o nome da certidão de nascimento, o que?

"Se o que você quis dizer é que os muitos pedidos pensão prova que os homens não querem saber dos seus filhos"

Recorre-se à justiça para requisitar pensão quando há o não pagamento da mesma, logo, o pai abrindo mão da sua responsabilidade. Foi uma ilustração de muitos pais que só pagam a pensão quando são ameaçados de ir para a cadeira por isto. E reconhecer isto não é generalizar, é reconhecer a realidade. Se fosse equilibrado o número de pensão pedida a mães e a pais, seria outro cenário.

"porque eu não acho absurdo pedir pensão (...)
Quanto à pensão, não acho justo que a mulher que leva uma gravidez até o fim, mesmo com o pai expressando vontade oposta, tenha o direito de pedir pensão depois."

Primeiro que a mãe pede a pensão para a criança. Se um bebê tivesse condição de pedir a pensão para si, não seria a mãe que pediria. Segundo que caso a mãe abandone a criança, o pai pode (deve) pedir a pensão. Isso são direitos iguais.

"Se ambos quiseram a gravidez, é diferente."

Como provar isso? Como provar isso numa sociedade que acredita que a mãe pede a pensão para si, não para a criança? Como provar que ambos queriam? Pegando o caso da guest poster: o cara saiu de "vou te assumir" para "vagabunda" em um telefonema.

"O ético seria a mulher respeitar a vontade do pai e fazer o aborto. Se ela não foi ética, a justiça deveria poder garantir ao pai desistir de seu status de pai enquanto o filho ainda está na barriga. Um aborto paterno, por assim dizer."

Perguntas
O ético é:

- a mulher passar por um procedimento agressivo e invasivo, arcar com todos os ônus mentais e fisiológicos do processo porque o homem não quer

ou

- a mulher arcar com todos os ônus dos 75% de chance da gravidez ser levada a termo porque o homem não quer e, por consequência, a criança assumir os ônus também.

É isso aí? Como o Phillipe disse, conseguiram incutir à mulher a punição na forma de gravidez e na forma do aborto! Tão de parabéns!

Mirella disse...

Parte II

"Você não quis uma produção independente? Então que arque com os custos dela sozinha."

Acho que você não sabe o que é produção independente. A palavra ta aí: independente. Quem faz isto VAI arcar sozinha com os custos. Quem pode reclamar seus direitos é A CRIANÇA. QUANDO CRESCER. Independe do acordo que os pais fizeram.
Para se ter uma noção, o direito ao conhecimento da filiação e da ascendência genética é tão intrínseco que se pode solicitar a quebra do anonimato de um doador de esperma ou doadora de óvulo que lhe deu parte da genética. E muitos defendem que sim, caso a existência (vida) desta pessoa dependa disto, pode-se solicitar pensão alimentícia para o doador. Porque, depois de a possibilidade de vida se tornar uma pessoa (porque são duas situações jurídicas distintas, inclusive), existem direitos invioláveis. Nem pai nem mãe podem abrir mão de sua responsabilidade ante seus descendentes porque o direito à filiação é absurdamente importante.

Eu tinha comentado isso antes, mas acho que não submeti meu comentário direito.
Entendo que existam pessoas que se preocupam com a postura "vitimista" da mulher, com Estado "paternalista".

Mas acho que querer igualar situações não equivalentes é ser paternalista com os homens e vitimizá-los. Não dá para você nivelar uma decisão de aborto com o abandono de um ser humano existente.
Como disseram, abandonar a criança não a fará deixar de existir. Você, Lu_ud, pode não ver a dicotomia, mas ela está bastante clara: possibilidade de vida versus vida.

Infelizmente ou felizmente, sei lá, somente mulheres cis e homens trans podem gestar vida. Logo, é uma situação em desequilíbrio.
Quando a possibilidade vira, de fato, uma pessoa, aí sim temos uma situação de equanimidade, pois ambos podem abandoná-la. E ambos precisam ser responsabilizados neste cenário. Se estamos aqui discutindo o direito do HOMEM abrir mão da paternidade, é porque se reconhece que o HOMEM é, comumente, quem escolhe abandonar uma vida já existente, e não a mulher. Se fazem tanta questão de igualidade, deveriam defender que a mulher também pudesse abrir mão da maternidade de uma vida já existente (o que é tão absurdo quanto).

Anônimo disse...

Se não quer ter filho, não transe, ou use camisinha, tome anticoncepcional e pra garantir use pilula do dia seguinte depois de todas as relações! Se aconteceu, é porque não se cuidou, mas o bebe, ou feto, ou embrião não tem culpa. Legalizando o aborto, muitas mulheres vão deixar de se cuidar, poruqe fica muito mais facil de "resolver o problema". Ai vai desencadear mias muitos problemas de DST. Por favor, aborto é assassinato. NAO QUER TER FILHO NAO TRANSE!

Dee disse...

Em resposta a Bia em 23 de novembro de 2012 15:04

Não acho agradável nenhuma das duas formas, mas pelo menos a morte natural é, como diz o nome, natural.
Talvez a única pessoa que tenha o direito de decidir sobre isto é a próprio doente.
A questão é que o mesmo princípio que dá direito a intervenção abortiva de um feto, abre precedentes a eutanásia, sem que nenhum dos dois possa ter direito a decidir por si mesmo.
Ceifar a vida de outro ser me parece característica de um regime de exceção bem perigoso.
A história já viu esse filme antes... o monstro dentro do ser humano não tem limites para a maldade, essa é verdade que ninguém gosta de ouvir.

Anônimo disse...

Bom, Dee, vida dependente de aparelhos não é natural também, não acha? A eutanásia se reduz a simplesmente não prolongar com artifícios médicos uma vida precarizada ao extremo. Sem estes, a morte 'natural' virá para alívio do paciente. Não vejo monstruosidade nenhuma.

O que dá direito à interrupção de gravidez é justamente o exercício do direito reprodutivo na forma ne gativa, isto é, direito de não-reprodução num determinado momento, que segundo me consta, é pessoal e intransferível. Também não vejo monstruosidade nisto.

A monstruosidade está no julgamento que fazemos do outro mas que está em nós mesmos.

@9:59

Você já avisou à homarada dessa estratégia? Transar requer dois indivíduos, OK? Não adianta avisar a uma parte e não avisar a outra. Já tomou sua finasterida pra baixar a libido hoje?

Bruna B. disse...

"e pra garantir use pilula do dia seguinte depois de todas as relações!"
26 de novembro de 2012 09:59

Boa tarde, dotô anônimo. Gostaria de saber em qual faculdade o dotô cursou medicina. Porque a pílula do dia seguinte PERDE A EFICÁCIA COM O USO RECORRENTE, ou seja (pra que o dotô gênio entenda), QUANTO MAIS A MULHER TOMAR MENOS A PÍLULA FARÁ EFEITO.

Bruna B. disse...

"A questão é que o mesmo princípio que dá direito a intervenção abortiva de um feto, abre precedentes a eutanásia, sem que nenhum dos dois possa ter direito a decidir por si mesmo."


Fófis, cê deveria pesquisar sobre o que é a eutanásia pra não falar besteira. Eutanásia é um procedimento voluntário, onde o doente decide sobre a própria morte.

SeekingWisdom disse...

Anonimo das 09:59, que tal ler as discussões e formar uma opinião fora do senso comum.
Aqui também vale para a Dee, vcs nao podem impor seus preceitos éticos e morais sobre outras pessoas. Não gosta da ideia de aborto, acha que é assassinato, não faça. Abortos ocorrem com ou sem a proibição, desde tempos imemoráveis aliás. Tribos primitivas utilizavam ervas específicas para isso. Nossa boa sociedade cristã transformou isso em pecado capital, e depois em lei. Acontece que hj temos um feminicidio graças a isso. Feminicidio nas favelas, no campo, no sertão. Essas morrem, para mim isso é assassinato, assassinato pelo descaso, pelo abandono de direitos básicos.
Pra mim pouco importa a discussão de onde começa a vida. O espermatozóide, o óvulo, o zigoto, o embrião, o feto não devem ter esse direito de escravizar a mulher.
Respondam-me como o aborto em caso de estupro é aceitável então? N é assassinato? Deixem a mulher decidir!



Mirella, muito bem colocado essa questao do direito à filiação. De certo modo, me parece importante o sigilo sobre o doador ser quebrado pensando em casos de transplantes e tal. Agora, n sabia que ela pode ocorrer caso a criança demande quando crescida. Fertilização in vitro realmente envolve sérias questoes de ordem ética.
Obrigado pelo apoio ai em cima e pela excelente defesa agora!!! ^^
Abcs, Phillipe

Anônimo disse...

RIO — A secretária de Estado americana Hillary Clinton fechou a discreta participação dos EUA na Rio+20 com um discurso no qual o que mais chamou atenção foi a defesa dos direitos reprodutivos da mulher, reabrindo uma polêmica surgida com a substituição dessa expressão por “saúde reprodutiva” da mulher, por pressão do Vaticano.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio20/hillary-clinton-defende-direito-reprodutivo-das-mulheres-em-discurso-na-rio20-5285787#ixzz2DNh7T9NM

Lá está o Vaticano querendo tirar o direito de reprodução da população. E o Brasil cedeu a esta solicitação no documento do Rio + 20. Vergonha desse país laico que abaixa a cabeça para poderes teocráticos estrangeiros.

Dee disse...

Em resposta a Bruna B.
"Fófis, cê deveria pesquisar sobre o que é a eutanásia pra não falar besteira. Eutanásia é um procedimento voluntário, onde o doente decide sobre a própria morte"

Se vc desliga os aparelhos de uma pessoa que esteja inconsciente, é eutanásia, e o consentimento da família não seria necessariamente a mesma decisão do doente se ele pudesse fazê-lo.

Hai capito?

Bruna B. disse...

Dee

Cessar as ações que tenham por fim prolongar a vida é bem diferente de provocar a morte.
A eutanásia conta com o traçado de ações que têm por objetivo pôr término à vida, e é negociada entre o doente e o profissional que vai levar a termo o ato.

Dee disse...

Bruna B.

Não não é diferente. Asfixiar alguém é matar ou cessar uma ação que prolonga a vida?

Dependendo do pais só o pedido da família por meio judicial já basta, caso a pessoa esteja em estado vegetativo, por exemplo.

SeekingWisdom

Você tem razão quanto à certa imposição de minha parte. Não leve a mal, é que eu acho a discussão muito válida. Entretanto, dispendiosa de esforço que podia ser colocado em questões alcançáveis e mais relevantes. Veja bem: uma das cláusulas pétreas da Constituição prevê o direito a vida, nesse ponto ela deixa brecha para aquela questão de quando a vida começa, mas isso não importa. Os legisladores não vão dar cara à tapa, principalmente contra os Direitos Humanos.
A questão é que o aborto não será descriminalizado sem que seja feita uma nova Constituição. Cláusulas pétreas não podem ser alteradas.
Eu acho que as pessoas pró-aborto estão querendo empurrar o Brasil para uma posição de igualdade de esclarecimento social com os países desenvolvidos. Uma posição que ainda não é dele. Tem muito que se melhorar neste país até que todos os homens e mulheres possam ter esclarecimento para decidir algo tão importante. Até lá, essa questão é só falácia.

Mirella disse...

Phillipe,


Pois é, fiquei muito surpresa ao saber dessa defesa ao direito de conhecimento de filiação. Esbarrei inclusive em alguns outros aspectos, como: um doador tem um número máximo (dois, se não me engano) de descendentes a cada milhão de pessoas numa determinada região. No artigo que li uma das justificativas era: um doador de esperma pode produzir centenas de descendentes e dificilmente seria possível sustentar tantos assim. A outra razão eu deduzi: vamos supor que dois descendentes se conheçam e, sem saber de sua ascendência genética em comum, resolvem casar e ter seus filhos. São pessoas irmãs de sangue, né? Complicado!
Logo, abrir mão de uma paternalidade assim fica cada vez mais complicado, pois há implicações das mais diversas.

Obrigada você pelo debate interessante que vem produzindo!

Mirella disse...

Dee,

"Veja bem: uma das cláusulas pétreas da Constituição prevê o direito a vida (...)"


Como ficam os abortos em casos de estupro? São (possibilidades de) vida tanto quanto o de uma gravidez não resultante de estupro. E já é um direito previsto em lei.

Quando chegar em casa vou postar o link que a Feminista Cansada publicou. É muito bem argumentado e a questão principal que fica é:


- proibição não diminui número de
abortos (e aumenta o número de mortes em decorrência)

- descriminalização não aumenta o número de abortos


A mulher que aborta e morre não estaria tendo seu direito à vida ignorado ou negado? Não sabemos onde a vida começa, mas temos ali uma outra vida em dúvida nenhuma: a da mulher.

Se o Brasil ainda não tem o status social e de desenvolvimento igual o de outros países, qual é a solução? Obviamente investimento em educação sexual e acesso a métodos anticoncepcionais é uma saída, mas uma medida que demora anos para surtir efeito. O que fazemos com as vidas que estão acabando agora, hoje?

Anônimo disse...

Cessar as ações que tenham por fim prolongar a vida é bem diferente de provocar a morte.
A eutanásia conta com o traçado de ações que têm por objetivo pôr término à vida, e é negociada entre o doente e o profissional que vai levar a termo o ato.//

Correto, mas isso é pra não deixar o paciente morrer à mingua ou em grande sofrimento. Me lembro do caso da Terri Schiavo, que teve o tubo de alimentação removido e passou 14 dias em jejum. Isso porque ela estava inconsciente, mas no caso de estar lúcido, é uma malvadeza, você não acha?

Anônimo disse...

eu não teria nem comunicado ao cara, ia lá e tirava, ponto. meu corpo, minhas regras.

Bruna B. disse...

"Asfixiar alguém é matar ou cessar uma ação que prolonga a vida?"
"Me lembro do caso da Terri Schiavo, que teve o tubo de alimentação removido e passou 14 dias em jejum."


Gente, vocês estão falando sério mesmo?
Comparar eutanásia com causar a morte de alguém asfixiando-o ou deixando-o morrer de fome É ABSURDO, RIDÍCULO.
Não sejam desonestos.


Dee disse...

Você não entendeu completamente a minha colocação Mirella, resumindo eu quis dizer que eles não vão descriminalizar o aborto sem alterar a cláusula pétrea. É uma posição já reafirmada pelos vários acordos de Direitos Humanos que o Brasil assinou e isso não é algo que possa ser alterado por demanda popular, como foi a Lei da Ficha Limpa. O aborto no caso de estupro ou risco de morte da mãe é a exceção e não a regra. Também só a questão do Direito não basta, existe toda uma questão política por trás também. Entende?
Pessoalmente eu acho perigoso mexer na atual Constituição, pois acho que é a única coisa que impediu que já tivéssemos outra ditadura neste país.

Dee disse...

Tá Bruna B. para encerrar o assunto dá uma olhadinha aqui:

http://www.bioetica.ufrgs.br/eutantip.html

E me diz se eutanásia é somente voluntária.

É bem provável que vc esteja confundindo a etimologia da palavra com o que realmente acontece.

SeekingWisdom disse...

Dree, a clausula pétrea diz que todos tem direito a vida. Mas a feinição disso n está em lugar nenhum. Inclusive, é demanda do órgãos internacionais que o Brasil coloque em sua agenda a discussão sobre direitos reprodutivos, que inclui aborto. Deu até polêmica na RIO+20 porque a Hillary Clinton mencionou isso mas o Brasil removeu do texto final por conta das pressões de líderes religiosos.

Novamente, a definição de vida é arbitrária! Cabe aqui o bom senso de julgar o que é mais importante, a vida da mulher ou a gestação do embrião!
Sobre eutanásia o que defendo fácil é o direito de escolher a morte em caso de manifestação voluntária. Veja o filme Mar Adentro.
Bjs

Anônimo disse...

Tive uma experiencia parecida com 21 anos , mas meu namorado que é bem mais velho que eu queria ter o filho mas me apoiou e hj é o meu marido

Anônimo disse...

"NAO QUER TER FILHO NAO TRANSE!"

ouviram, homens? recado de alguém aí de cima para todos os homens que não desejam ter filhos.

anotaram? é pra não esquecer. jamais!

«Mais antigas ‹Antigas   201 – 400 de 442   Recentes› Mais recentes»