quarta-feira, 17 de outubro de 2012

GUEST POST: MEU ESTUPRADOR NÃO SABE QUE ME ESTUPROU

A. me enviou este relato terrível, terrível.

Caí de paraquedas no seu blog há uns dias, e li dezenas de posts seguidos.
Eu sou o tipo de menina que teve a sua fase super feminista, mas que depois acabou deixando essas coisas de lado e aceitando o papo que ficam jogando na nossa cara de que já conseguimos igualdade e que somos exageradas e tal. Mas algumas coisas me fizeram cair nesse meio feminista de novo. A esposa de um amigo, que é antropóloga e que vive falando sobre isso, o pessoal da faculdade, a Marcha das Vadias... Tudo se juntou e voltei a pensar no feminismo.
E, entre os vários posts que eu li, alguns me tocaram de maneira muito profunda, principalmente os das "histórias de horror".
Ano passado aconteceu comigo uma coisa que ficou na minha cabeça por meses, mas que eu sempre espantava com aquela velha história do "você que provocou!", "ele é homem, e homens não aguentam mesmo", coisas do tipo... Bom, a história é a seguinte:
Conheci um rapaz no final do ano passado, fiquei interessada nele e comecei aquela paquera, ficava puxando assunto com ele, tentando estar por perto sempre, coisas do tipo. Até que um dia teve uma festa e um amigo dele, que sabia que eu estava interessada nele, me chamou pra ir, e disse "quem sabe não rola alguma coisa, né?". Fiquei empolgada, até porque esse amigo tinha "sondado o terreno" e me dito que ele me achava interessante.
Fui pra festa. Chegando lá encontrei o meu amigo, e depois o rapaz que eu estava interessada. Conversamos um pouco, percebi que tinha algum interesse da parte dele mesmo. Mas já era tarde, e pouco tempo depois eu disse que tinha que ir embora. Ele disse que me acompanharia até em casa, eu achei fofo e aceitei.
Ele também disse que era melhor ninguém ver a gente saindo junto porque era "proibido", já que ele era quase meu professor. Aceitei, não vi motivo pra não concordar.
Ele saiu na frente e eu fui atrás, guardando uma certa distância. Depois de um tempo, ele parou e eu o alcancei. Fomos conversando pelo caminho, falando pouco. Ele parecia do tipo mais quieto, eu era um pouco mais falante, mas depois de uns quarteirões fiquei até envergonhada por estar falando tanto, então comecei a reduzir também.
Quando chegamos em frente a minha casa ele me beijou. Ficamos um tempo ali em frente de casa nos beijando. Moro sozinha, e ele já tinha perguntado sobre isso no caminho, inclusive.
Aí ele ficou falando "Poxa, você não vai mesmo me convidar pra entrar? Não vai me oferecer nem uma água?" E eu respondia que não, meio rindo, mas certa de que não queria nada mais além naquele dia, e percebendo que o interesse dele era esse. Depois de um tempo ele pediu para usar apenas o banheiro então, já que tinha bebido muita cerveja.
Acabei permitindo. Entramos, ele foi ao banheiro e depois que saiu ficamos nos beijando um pouco, mas ele foi avançando e quando eu negava, eu pedia pra ele parar, ele dizia: "eu sei que você também quer".
Ficamos um tempo nessa, até que ele avançou com um certo grau de força. Eu não gritei. Não lutei fisicamente contra ele por muito tempo. Eu apenas resisti enquanto ele tentava tirar a minha calcinha. Pus força no braço, neguei. Disse que ele tinha que ir embora, que já era tarde, que eu queria dormir. Disse todo o tipo de coisas que vieram à mente.
Ele não parou e manteve o papo de "eu sei que você quer". Eu parei de lutar. Como algumas pessoas dizem, me afastei do meu corpo por um tempo. Era como se não fosse o meu corpo ali. Como se eu estivesse assistindo tudo de fora.
Depois de tudo ele ainda dormiu ali, na minha casa, como se fossemos um casal feliz. Eu não consegui fazer nada. Mal dormi.
Fui tomar um banho demorado e vesti a roupa para o dia seguinte. Fiquei ali parada.
Não conseguia visualizar aquilo como uma violência, por mais que de uma forma forte eu estivesse me sentindo violentada.
Tínhamos transado. Ele não me bateu. Não me xingou. E na minha cabeça bem inocente daquele momento, eu era sim culpada. Ele dizia o tempo todo esse "eu sei que você quer", e sinto como se a falta de luta tenha dito na cabeça maluca dele que eu de fato queria. Mas se eu quisesse realmente porque teria tentado me manter vestida enquanto ele tentava me despir? Por quê?
Não sei como julgar esse acontecimento até hoje. Sinto-o meio distante, ainda o sinto assim, como algo que eu não participei, como algo que vi de fora.
Hoje, depois de ler tantos posts do seu blog, sou capaz de ver que o que aconteceu foi muito errado. Mas ainda assim é difícil não me ver como absurdamente culpada pelo que aconteceu. Não sei... É como se a partir do momento que você beija o cara, troca abraços e carinhos, você estivesse dando permissão para o sexo. E não é isso! Muitas vezes estamos com um cara e não temos certeza de até onde queremos ir, mas é como se, no momento que você abraça e beija, você desse uma permissão para que ele faça o que bem entender.
É doloroso. É forte. É muito tenso.
Fico feliz de não ter ficado com trauma em relação a isso. O caso passou, e inacreditavelmente ele veio me procurar depois, querendo ficar como namoradinho comigo. Eu neguei. Neguei fortemente. Não. Uma vez basta. Não vou permitir que uma pessoa que fez isso comigo uma vez volte a minha vida.

Minha resposta: É terrível mesmo. O que vc sofreu é estupro. Vc sabe disso, só que o cara que te estuprou não sabe. Se vc tivesse dito pra ele depois, ele iria negar, ficar revoltado com a acusação, dizendo que vc queria... Há toda uma cultura muito forte de que o homem deve "insistir", "forçar a barra", de que quando a mulher diz não ela está dizendo sim. Esse cara provavelmente vai estuprar outras mulheres. Sua atitude é típica de um estuprador em série, um serial rapist. O fato d'ele não atacar mulheres desconhecidas na rua, na calada da noite, não faz dele menos estuprador. O fato de tantos homens acharem que forçar o sexo não é estupro é mais uma prova de que vivemos numa cultura de estupro.
Como perguntou a Feminista Cansada outro dia, qual a diferença entre um assaltante e um estuprador? É que ninguém defende o assaltante.
Que bom que vc não ficou traumatizada. O estupro que vc sofreu não precisa te definir. Cada pessoa tem um jeito de lidar com isso. Infelizmente, o que a maior parte das vítimas têm em comum é a culpa, a dúvida do "Será que ele me forçou?", e a tendência a ficar em silêncio, a não denunciar. Somos condicionadas a isso desde meninas. Somos educadas para ser passivas. Enquanto isso, os meninos são ensinados que a iniciativa tem que ser deles, e que sem um pouquinho de força a mulher não vai querer mesmo, que ela só está se fazendo de difícil. No fundo ela quer, como repetiu insistentemente seu estuprador.
Essa oposição forçada, essa história batida de "sexos opostos", esse exagero sobre a diferença entre os sexos, que é muito mais cultural que biológica, essa criação de que devemos educar meninos e meninas de formas distintas -- tudo isso só alimenta a cultura de estupro. E talvez seu estuprador jamais saiba.

224 comentários:

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O Homem Cinza disse...

Ainda sobre um ponto importante que a Carolina colocou: não se pode cobrar uma "reação adequada" da vítima, pois a mesma pode ter ficado em estado de choque ou algo do tipo, e isso varia de pessoa pra pessoa. Concordo. E também já concordo de antemão que isso não se trata de uma "fragilidade tipicamente feminina", pois muitos homens também ficam sem reação em casos de grave ameaça.

A questão aqui é: HOUVE grave ameaça? Cheguei a ler acima um comentário relatando um "estupro" que ocorreu porque uma garota teve vergonha de acordar as pessoas ao redor - justamente o que teria feito com que nada acontecesse!!!

Chega-se a um extremo onde não é apenas o homem que deve aprender a não estuprar (corretíssimo), mas como se a própria mulher fosse DEPENDENTE da boa-vontade do homem. Como se um homem minimamente intrusivo já abrisse um precedente para a mulher simplesmente não agir de acordo com sua prória vontade para depois acusá-lo de estupro. Não faz sentido.

Letícia Rodrigues disse...

Procurem por "daterape" no google: A primeira coisa que aparecem são vídeos pornográficos que erotizam o estupro!

Letícia Rodrigues disse...

"Ele avançou com um certo grau de força"

"Pus força no braço, neguei"

"Eu parei de lutar"

Houve violência. Foi estupro.

"Já tive desde namorada que só gostava de fazer "amorzinho" até quem chegou a me pedir, enquanto ainda nos relacionávamos, que eu a "estuprasse".

Se vc pede para alguém fazer alguma coisa e essa pessoa faz o que vc pediu, há consenso, e quando há consenso, obviamente, não há estupro.



Anônimo disse...

@Bruna B
Essa conversa do cara do senso não cola, você ignora de propósito todo o contexto anterior à entrada do cara.
A história de um não tem nada a ver com a do outro.

lontra assassina disse...

Ramon Melo você tem problemas de caráter,infelizmente não é o único a vir aqui tentar justificar o injustificável. Te aconselho a ler outros posts e refletir sobre as suas verdades "incontestáveis", desça da torre, príncipe.

lontra assassina disse...

Pelo visto é muito difícil alguns homens saberem quando a mulher diz sim, basta parar tudo e perguntar se é o que elA quer, é muito complexo?

Cora disse...


homem cinza,

(com tanta cor, logo cinza? por quê?)

Talvez eu tenha vivido (e viva) numa redoma. Por que eu nunca passei por essas situações. Sempre me relacionei com homens que me escutavam, me viam, me SENTIAM, me respeitavam. Então, sempre achei meio lógico perceber quando o outro está a fim ou não. E sempre me senti segura pra dizer o que queria.

(por isso o masculinismo me choca tanto. eu nunca tive contato com homens que odeiam mulheres, a não ser pela internet)

Acho que esta é que é a questão: sentir-se segura, não ameaçada. E a moça do post, definitivamente, não estava segura. Ela sentiu-se ameaçada. Se o cara não foi capaz de olhar pra ela e enxergá-la (porque ele não foi capaz disso, você tem que admitir), a possibilidade de uma agressão física mais violenta ainda era bem provável, não?

Pra mim parece tão claro quando o sexo acontece com consentimento! Na minha cabeça, não é possível que um homem não perceba que a mulher não está a fim!! Sexo tem tanto movimento, tanta interação, tanto contato visual. Como não perceber que a mulher não está ali, não está junto com você?

Vou te contar uma história:

Uma vez, estava com um amigo (dessas amizades com algo a mais. não éramos namorados). Já havíamos saído outras vezes e eu estava na casa dele (em tese, território hostil, né?). Estávamos transando, no começo ainda, mas já havia rolado até penetração. O caso é que eu broxei. Não lembro agora o que aconteceu, mas broxei legal. E não quis continuar. Eu pedi pra gente parar e... ele parou! Nós paramos. Pedi desculpas por cortar o barato dele (da gente, na verdade), mas não daria pra continuar naquele momento. Eu me vesti e saí. Fui pra minha casa. Sem estresse, sem ameaça, sem ele tentar forçar a barra, me segurar, insistir, nada. Percebe? É difícil mesmo que homens tenham esta atitude? E se tivesse sido ele a perder o tesão, a gente não teria interrompido? Isso é que é respeito. Enxergar o outro. Perceber o que acontece com seu parceiro. Entender. Respeitar. Ser afetivo. Não é o fim do mundo.

Eu não acho nem um pouco difícil. E conheci e conheço homens que também não acham difícil.

(Você acha que ele deixou de expressar masculinidade por ter interrompido tão prontamente?)

Eu acho que a relação homem-mulher é cheia de cores (adoro cores). E ambos podem falar, pedir, recusar, sentir.

A moça do post foi estuprada? Foi.

Ela foi total e completamente ignorada. Eu repito: pra mim é impossível que um cara não perceba que a mulher não está transando com ele.

Pode não ter tido a violência necessária pra ser enquadrado na lei. Mas foi violência. Talvez ainda pior, porque nem tá sendo considerada violência, mas apenas “desconforto”.

A ideologia que você vê é a tentativa de mostrar que as pessoas podem dizer o que estão sentindo e que serão escutadas e respeitadas. É só isso. Você está se sentindo oprimido por esta fala?

A moça estava dependendo justamente da boa-vontade e do bom senso do cara. Estava dependendo dele enxergá-la como um ser humano de fato, merecedora de respeito e consideração. Assim como ele.

Ele só pararia se ela batesse nele? Sabe o que fez com que ela desistisse de lutar? Conhecê-lo e ter sentido desejo por ele. Milênios de patriarcado. Educação que diz que mulheres devem desculpar e entender todas as impertinências masculinas (lembrando que impertinências femininas não são toleradas e muito menos compreendidas pela maioria dos homens).

Não tá na hora de enxergar a mulher que está do teu lado como um ser humano de fato e de direito?

Conheço homens que enxergam na mulher uma parceira (de uma noite ou de uma vida) e não criaturas a serem submetidas.

Acredite, não é difícil e torna o mundo muito mais colorido.

Daniela disse...

Perfeito, Cora, disse tudo.

O cidadão de cinza insiste tanto em dizer que as relações entre homens e mulheres não são tão "preto-no-branco", mas sua "análise" não traz complexidade nenhuma, não compreende nem abarca as nuances de uma situação como a narrada no post - menos ainda seus condicionantes históricos e culturais.

A pior violência é aquela que é vendida como não-violência.

Chega desses discursos legalistas, chega de vomitar códigos jurídicos! Sabemos o que eles dizem, e também dentro de qual contexto foram elaborados e são perpetuados. A discussão nesse blog prentende ir muito além disso.




Pili disse...

Vocês aí que dizendo que a garota não negou direito, ou "suficientemente",
Vocês estão ensinando mulheres a serem agressivas numa próxima vez. (independente de que riscos isso acarrete).
A Lola, a autora, e todos nós outros estamos ensinando homens a não serem agressivos para que não haja uma próxima vez.

Agora um pergutna muito sincera,
Qual é a tara que vocês tem em imobilizar à força quem não quer ser agarrada????????????????
Sério, to perguntando numa boa. Qual é?

Porque o mundo tá cheio de gente que quer transar, vão procurar!!
Aliás, o mundo também tá cheio de gente que quer transar brincando de estar imobilizado, amarrado, forçado, ou até mandado. Vão atrás se é isso que vocês querem.

Mas não usem de força pra submeter alguém que não deixou a fazer um sexo que não quer!!!!!!!

Starlin disse...

"O que estamos fazendo é justamente analisar cada caso. Neste caso, a moça relata um estupro. Como sabemos disso? Ora, porque ela mesma disse que não estava fazendo joguinhos, que negou de todas as formas.
"

o cara infelizmente nao tem como adivinhar

esse caso aqui eh complicadissimo, pessoalmente acho q nao eh estupro apesar de ela se sentir violentado

codigo penal nao eh baseado no que uma pessoa sente, eh baseado no que se pode provar.

Letícia Rodrigues disse...

O código penal não é baseado no que se pode provar. O código penal apenas tipifica os crimes e prevê a pena. Provar o que aconteceu ou deixou de acontecer é com os promotores e defensores. Uma coisa é dizer que uma determinada situação não pode ser classificada como um determinado crime. Outra coisa é dizer que é difícil provar que essa situação se deu.
O código penal tipifica estupro como "ato libidinoso mediante violência ou grave ameaça". No caso relatado no post houve uso da força, ou seja, violência. Foi estupro.
Agora, de fato, seria difícil provar que essa violência se deu.

Cora disse...


"o cara infelizmente nao tem como adivinhar"

ele não tinha que adivinhar nada. ela disse várias vezes.

SE ele tivesse prestando atenção nela, enxergando a moça, interagindo de fato com ela, ele teria visto o que ele não viu.

teria ido embora naquela noite, combinado outros encontros e os dois poderiam até estar namorando hoje.

isso, claro, SE ele estivesse enxergando a moça. enxergando a PESSOA que estava ali diante dele. uma pessoa que, como ele, também tem desejos, necessidades, também sente.

mas ele só estava se enxergando. tanto que transou sem perceber que a moça não estava gostando. como isso é possível, eu realmente não sei.

ao perceber a resistência permanente, bastava olhar pra ela e conversar.

não sei que tanto esse povo acha difícil olhar pro outro e perguntar o que a pessoa tá sentindo, o que ela quer.

ele tanto não percebeu que ela não gostou, que ela não transou com ele, que dormiu sossegadamente e ainda a procurou.

quer dizer, o cara nem sabe, nem percebe o que acontece com a parceira!!

parece até que ela é invisível.

será que é isso?

Unknown disse...

O Homem Cinza

Me guio pelo relato da guest poster porque estamos falando do que é considerado como estupro e do que não é considerado como estupro. Ninguém aqui é juiz para condenar o cara. Aliás, nem o nome, nem características físicas foram citadas, de modo que o nosso objetivo não é jogar pedras nele.
O que dizemos é que a guest poster relata um estupro. De acordo com o que ela diz, a situação se enquadra no tipo penal.

Não somos um júri, não precisamos avaliar provas, nem sentenciamos ninguém, não temos esse poder. Se este blog fosse um tribunal, aí sim sua crítica faria sentido, já que estaríamos condenando alguém sem provas.

O fato de reconhecer um tipo penal em um relato anônimo é perfeitamente cabível. Criticar victim-blaming também.

Bruna B. disse...

Anônimo disse...
@Bruna B
Essa conversa do cara do senso não cola, você ignora de propósito todo o contexto anterior à entrada do cara.
A história de um não tem nada a ver com a do outro.


Não, seu burro.
O Ramon (que é outro jumento) disse que deixar o cara entrar na casa é código pra sexo e eu fiz uma analogia mostrando que ele falou uma baita besteira.

RELEIA O QUE ELE POSTOU:
"Ela enviou um sinal falso ao deixar o cara entrar na casa dela. Em qualquer cultura, esse é o código para sexo. Mesmo entre gays, lésbicas, idosos, adolescentes, etc, convidar o parceiro para entrar em casa com vocês dois sozinhos é um convite para transar."

E pra informação de babacas como vcs, eu vou contar que já deixei vários caras entrarem na minha casa, dei amassos, beijei e não transei, e NENHUM deles tentou me forçar a nada. Sabe por quê? Porque eles são homens adultos e não moleques idiotas-misóginos como os mascus que comentam aqui.

Bruna B. disse...

Tenho um relato bem parecido com o da Cora, já estive numa situação onde a transa estava rolando e quis parar, não estava mais a fim, e sabem o que o cara fez? Parou, vestiu as roupas e ainda tomou um café comigo.
O contrário também aconteceu, o cara tava cansado e pediu para pararmos e nem por isso eu tentei forçá-lo a algo ou saí por aí dizendo que ele não era homem (a velha crença babaca de que macho que é macho precisa estar disposto a transar all time).

Bruna B. disse...

"o cara infelizmente nao tem como adivinhar"

É claro, porque pra mascus nós não passamos de uma buceta ambulante, e todo mundo sabe que buceta não fala.
Engraçado, só que não, o fato da moça ter repetido diversas vezes que se NEGOU a transar e mesmo assim foi forçada e um bando de otários vir aqui vomitar que 'o cara não tem como adivinhar'. Haa, vão carpir um lote.

Gilberto disse...

Caramba.
Tô chocado com o relato dessa menina e com os relatos das Anônimas 14:50 e 15:43. Nunca imaginei que a insistência dos homens deixava as mulheres nessa situação de impotência, a ponto de não conseguir fazer nada além de ficar "fazendo o básico, torcendo pra acabar logo e correr pro chuveiro".
Me pergunto como os rapazes que estupraram essas moças se sentiriam se soubessem o mal que causaram. Eu me senti bem mal.

Anônimo disse...

Aconteceu comigo uma coisa que eu não gostaria que tivesse acontecido. Meu namorado e eu estávamos em um momento íntimo,mas até aí tudo bem, só que ele começou um jeito estranho, jeito grosso, como se não fosse eu quem estivesse ali, daí falei pra ele: Pára, eu não quero. Pára! ELE SEGUROU NO MEU BRAÇO, E DISSE: AH, NÃO QUER? TEM CERTEZA? E veio com tudo, ficou em cima de mim como se eu fosse um bicho. Ainda terminou ele me deu um beijinho no rosto. Não tive reação na hora, começei a chorar durante o ato e ele nem aí. Chorei depois. Estou com nojo dele. Sabe, me magoou demais. Não aguento ele perto de mim , aquele amor que eu sentia por ele, desmorono, o respeito desmoronou. E a primeira vez q aconteceu uma coisa parecida (com ele) eu estava com dor e mesmo assim ele fez, mesmo eu falando não.

Anônimo disse...

Ea primeira vez com menu namorado foi pela insistência dele, e chantagem.. Ele usou de chantagem comigo o tempo inteiro. até q aconyteceu. me arrependo no ultimo.

Anônimo disse...

é realmente horrivel eu ja sofri e conheço pessoas que esta sofrendo bullying e racismo

Reflexão disse...

Já aconteceu algo parecido comigo, não cheguei a transar, mas fui meio q violentada, mais psicologicamente do que fisicamente, sofri muitos anos por isso (eu era uma "criança" pré-adolescente). Isso me marcou muito e durante muito tempo me culpei tbm. Eu entendo essa dor!

Obs.:Só não acho que "Marcha das Vadias" é um nome ideal, gostaria de participar do movimento por concordar com a causa, mas o nome me incomoda muito, não sou vadia e não gostaria de ser chamada como tal, o nome deve ser repensado. Acredito q "A culpa nunca é da vítima" é o bastante e já fala por si.

Anônimo disse...

Lamentável de quem pensa que estamos nos passar por ''vitimas'' vocês não sabem como é se sentir assim, não sabem. Muitas vezes calamos, ''fazemos'' pelo medo da violência, não a sexual pois essa ocorreu, é a violência física, de você ser obrigada a fazer uma coisa que não quis, por medo. Pior ainda é aquele sentimento dentro de você que grita "você no fundo permitiu, você é uma "vadia", não tem como você ser obrigada a fazer isso. E tem, tem sim porq aconteceu comigo e até hoje me sinto desesperada, culpada, tenho nojo de mim até hoje. Então, por favor não julguem o fato se não aconteceu com vocês.

Anônimo disse...

Homem Cinza escreveu:

"E a lei é clara: estupro ocorre mediante violência ou GRAVE ameaça. Houve algum dos dois? Não. Insistir que "eu que você está gostando" com vozinha de galã de novela mexicana NÃO é violência. NÃO é grave ameaça. Só quem fica lendo muito livro da Segunda Onda pra enxergar violência patriarcal em qualquer gesto masculino impertinente."

É deprimente que de um lado se tenha exagero em criar um cenário de misognia generalizada, alarmismo e sempre assumir qualquer acusação de estupro como verdade, e do outro se tenha imbecilidades que, acabam compreensivelmente ajudando a justificar isso.

Essa perspectiva infelizmente talvez em muitos casos só muda quando é o idiota a dizer algo assim sendo ele estuprado, e tendo um cara um terço mais pesado e musculoso falando no ouvido dele que ele está gostando.

Talvez, com sorte, apenas um ladrão "pedindo gentilmente" os pertences, também. Então seriam dados, não roubados.


"Mas você apenas deu para ele a carteira, conforme ele pediu, não recusou o pedido? E como era a calça que você estava usando, por acaso era meio justa e o volume da carteira ficava aparente?

Thaina Dias disse...

Lola, você não acha melhor ela denunciar o caso? Denunciar esse cara? Pois é muito triste pensar que ele pode fazer isso com outras mulheres.

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