sábado, 16 de outubro de 2010

GUEST POST: O DESABAFO DE UMA LEITORA

Ana Vitória (Anastasia, do Relicariante, que está participando do Concurso de Blogueiras) me deu permissão pra colocar aqui um ótimo texto publicado no Zappapos. Embora ela não diga no texto, Ana votou na Marina no primeiro turno (e você? Se quiser se manifestar, me avise). Agora vota em quem? Não é difícil adivinhar, mas leia o texto pra ter certeza.

Como reles historiadora que sou, farei um reles desabafo.
Com certeza será um desabafo ácido, pois miguxismo passa longe de mim.
Entrei na faculdade de História há alguns anos atrás com a intenção de:
1 - Aprender sobre o passado (o passado sempre me fascinou!).
2 - Me informar e me sentir mais perto das causas sociais.
3 - Conhecer as realidades e mentalidades de diversos países, inclusive do meu "Brasil varonil".
4 - Entender a dinâmica das nossas relações (sejam elas políticas, sociais, econômicas, etc).
Quando eu era uma reles graduanda, descobri que História do Brasil era a minha área preferida. Não que temas como a Revolução Francesa, a Revolução Industrial na Inglaterra, a Grécia Antiga e o Renascimento não me fascinassem, porém a História do Brasil com certeza garantiu um espaço especial no meu coração. O que achei muito irônico, pois nunca fui amante do meu país e não sou até hoje. Quanto mais eu estudava a nossa História, com mais raiva ficava e com mais raiva fico. A nível de mentalidade somos um povo conservador, funtamentalmente religioso, machista, homofóbico, racista, classista... Como morrer de amores por um povo assim?
Talvez o meu pecado original tenha sido me desdobrar sobre o conhecimento, e ter esse conhecimento me frustra. Em certos momentos me deixa depressiva como estou depressiva agora. Juro que sinto inveja daqueles que não reparam nisso. Dos que se armam de argumentos simplistas e aceitam a realidade com um sorrisão no rosto. Juro!
Mas não, me desdobrei sobre esse universo e agora pago o pato. A palhaçada que essa eleição se tornou me deixa em pânico. Parece que sinto até dores de parto (dor destinada apenas ao gênero feminino. oh céus!). Me contorço inteira, tentando dar luz ao feto e ele não sai, não se exprime. Talvez o meu feto não tenha espaço nesse país.
Sou child-free. Em outras palavras: uma daquelas pessoas que não querem ter filhos. Por quê? Porque tenho planos maiores. Sou uma daquelas ocas que perdem tempo tentando mudar o mundo, e o pior: com palavras! Na minha vã cabecinha, cheia de bibliografias diversas e confusas (que vão desde publicações da TFP até Simone de Beauvoir), está também a inocência. Por pior que as coisas estejam uma parte de mim ainda diz que a mudança é possível. Será mesmo?
Não é porque eu seja uma child-free que eu não possa dar a luz a algo. Estou grávida de minhas ideologias, de minhas vontades, de coisas boas que eu acredito há anos! Talvez desde a infância. Tento dar a luz a essas coisas num esforço fenomenal e parece impossível. Não deixam! Tentam abortar!
Me dá NOJO essa falta de ética, essa bipolaridade antiga de nossas eleições. Me dá ainda mais nojo como a massa religiosa ataca, sem considerar pilares essenciais de um Estado como a laicização, a ética, os grupos diversos e as minorias que devem ser respeitadas e protegidas. Como já escrevi aqui anteriormente, o nosso Estado é laico no papel, porque na prática não é isso que acontece. A moral cristã ainda nos governa, e é só ver as propagandas políticas e e-mails tendenciosos para isso se confirmar (todos eles desmentidos). Vivemos uma teocracia não declarada. Na nossa mente maniqueísta os únicos que vivem em uma teocracia são os países islâmicos, onde as mulheres não podem mostrar nem os cabelos. Ignorância! Aqui não só as mulheres são desrespeitadas, mas os negros, os indígenas, os pobres e os homossexuais ainda possuem seus direitos boicotados. A igualdade que nos fala a constituição só vale para alguns, e a classe mérdia ainda governa (classe que tenho vergonha de pertencer).
Em uma recente propaganda do nosso tucano "preferido" José Serra, após fazer a caveira da candidata Dilma Rousseff, disse ele ser contra o aborto e a cena seguinte foi de diversas mulheres grávidas acariciando suas barrigas. Ótimo e essencial que hajam programas para as grávidas, mas e as outras mulheres? Será que a mulher só passa a ter valor com a maternidade? E aquelas que como eu não pretendem parir pessoas, e sim idéias?
Serra disse ser contra o aborto, mas é mentira. Ele é um aborteiro em potencial! Ao utilizar panfletos da TFP, ao seu vice negar apoio aos homossexuais, ao se utilizar de um discurso supérfluo, ele, o PSDB e toda a elite desse paiseco estão abortando os nossos direitos, os nossos ideais, a nossa esperança. De todas as minorias e dos que pensam nelas.

34 comentários:

Unknown disse...

Lola estou utilizando esse espaço pois acabo de ver uma matéria que me assustou, o grupo Folha conseguiu que o recurso de ter acesso aos processos da prisão da Dilma durante a Ditadura, seja revisto...é o pior golpe que a Direita pode dar durante essa eleição...irão transforma-la de vitima a terrorista! A cada dia que passa estou mais indignada com as "estratégias" da direita...

Bárbara disse...

Amei esse texto. Parabéns à autora :)

Anônimo disse...

Anastasia.
Quando você fala em ser child free porque deseja "parir idéias", fez lembrar uma palestra incrível que assisti com a Dra Sonia T. Felipe, aqui na UFSC. Um dos assuntos eram as questões filosóficas relacionadas ao aborto ela disse mais ou menos assim "escolhi não gerar filhos porque decidi me reproduzir e me perpetuar através das idéias".
Simplesmente tão simples e maravilhoso quantos suas palavras. Difícil é fazer entender à sociedade que uma mulher não é obrigada a se realizar através da maternidade, afinal, para a turma (humm, classe mérdia? =] )essa é a nossa "única e maior missão", certo?
Parabéns pelo texto!

Dai disse...

Bravo, Anastasia! Nada a dizer além de que é um texto muito inspirador e nos ajuda a pensar em nosso lugar no mundo. Abs

Palavras Vagabundas disse...

Anastasia, belo texto. Lola, obrigado por postá-lo! O que me enoja é o serra achar que o Brasil é São Paulo é só nisso que ele fala na propaganda da TV. Horror! Horror! Eu também tenho críticas ao governo do PT, mas só pude comprar uma casa por que o Lula mudou as regras. Vou com o PT e digo NÃO a quem só mente. Serra e bíblia é piada.
abs
Jussara

Brechó Chita Chic disse...
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Brechó Chita Chic disse...

Oi! Sou leitora há tempos e nunca comentei, mas esse link precisa ser divulgado: http://aterceiramargemdosena.opsblog.org/2010/10/12/para-voce-que-nao-votou-na-dilma/
bjos!

Masegui disse...

Belo desabafo, belo texto. Como complemento, Serra não aborta apenas nossas idéias e direitos. A mulher dele já abortou! Procurem no Conversa Afiada do Paulo Henrique Amorim e outras fontes...

joshua disse...
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Anastasia disse...

Gente, que surpresa boa! Nem pensei que seria publicado!

Sabe o que tem me animado? Ver pessoas que partilham essas impressões comigo. Que tb se revoltam, que tb se negam a ficarem caladas e que tb tem esperança. É como se estivéssemos na mesma vibração, e isso nos faz sentir menos só e ter a certeza de que a luta não é em vão.

Obrigada Lola, pelo espaço, e obrigada a todos vcs que comentaram contra ou a favor.

Anastasia disse...

Dolcinha

Nem fiquei sabendo disso! Mas que legal, dá para ver que em outros lugares completamente distintos, pessoas totalmente desconhecidas pensam da mesma forma e desejam a mesma coisa.

É a força de um pensamento!

Pentacúspide disse...

Não entendi o propósito deste período no texto:

"Parece que sinto até dores de parto (dor destinada apenas ao gênero feminino. oh céus!)."

Para dizer a verdade, não consegui ler mais com tranquilidade, pois a minha engrenagem ficou aqui emperada.

Iseedeadpeople disse...

Parabéns pelo texto!

A campanha das "mamães" do Serra é nojenta!!!! E pior é que eu ia votar nele. Já tô considerando seriamente em mudar de lado, visto o retrocesso que suas idéias estão se mostrando!

Anônimo disse...

adorei o texto, nem tem muito o que comentar. concordo com tudo. bjs

Marussia de Andrade Guedes disse...

Acho uma bobagem ficar falando que nosso país é um paiseco ou coisas do tipo. Que país não tem suas páginas negras na História? A Alemanha teve o nazismo, os EUA tiveram o racismo, A Rússia os gulags, etc, etc. E atualmente que país não tem seus podres? Este discurso de paiseco está parecendo do Diogo Mainardi que até já foi embora para o país do Berlusconi (parece que foi!) e já foi tarde! Nosso país é jovem (claro que ele já existia, que os índios já existiam. Falo do nosso país como ele é hoje, uma mistura etnica!), nós estamos aprendendo e não estamos tão mau assim na fita! Eu amo sim meu país, um país onde um operário chegou ao poder sem revolução, um país que está perto de eleger uma mulher para presidente, coisa que a maioria dos países de primeiro mundo não fez!

Anônimo disse...

Anastasia,
tenho dois comentários ao texto...
1- Qt ao que vc "disse"- "Juro que sinto inveja daqueles que não reparam nisso. Dos que se armam de argumentos simplistas e aceitam a realidade com um sorrisão no rosto. Juro!" Não acho que ninguem aqui é capaz de "julgar ninguém... quando voce qualifica alguem como simplista ou ignorante(que seja!) você desqualifica pensamentos e os hierarquiza. Você não é melhor ou pior que ninguem.. e ninguem é obrigado a ter as mesmas ideias que você e isso não torna ninguém simplista.

2- concordo com Marussia de Andrade Guedes.
O ser humano tem coisas boas e ruins logo os governos, os paises as relações são boas e ruins como um balanço.
Para que cada grande potencia se constitua é preciso grandes misérias (vide Africa). Logo, não acredito que se deve comparar paises historicamente diferentes, alias, não se deve comparar, ponto.
Além disso, existem em qualquer seres humanos a corrupção, o ideal. Então, como se pode ter um bom governo?
Eu acredito que o sucesso de alguns paises da Europa se deve ao fato de que existe uma sociedade civil educada a exigir melhorias.
Não há deuses ou demonios, existem homens. Existem movimentos sociais, associações que devem ser valorizadas e auxiliadas na luta de um pais melhor.
é no que eu acredito...
espero não ter te ofendido de forma alguma

Natee12 disse...

A Capa da Istoé!
Partiu para o confronto com a Veja!

Vanessa disse...

Gostei muito do post, venho me sentindo muito frustrada, como é que pessoas inteligentes se deixam manipular tanto? Pq q tem tanta gente tão egoista?? Esse segundo turno tá me deixando meio cansada, e meio solitária tb...

Flavia Maris disse...

"vivemos numa teocracia não declarada", gostei disso. é difícil conversar com muitas pessoas, tocando em assuntos "polêmicos", no nosso dia a dia mesmo, como é o caso do aborto, sem que nessa discussão estejam presentes argumentos religiosos e aí... é ponto final, por que em certos valores, não se mexe, não é?

Anônimo disse...

Também estou bastante irritada com a situação das eleições e tudo mais, mas tem algo nesse post que me irritou profundamente.

Eu respeito quem é Child Free, mesmo pude me considerar uma por muito tempo (embora nunca usando esse termo, pq o acho estúpido).
Ainda não tenho filhos, mas pretendo um dia me sentir madura, adulta e responsável o suficiente para tê-los.

E esse discurso de "prefiro gerar idéias que pessoas" me faz pensar: "Ué, então se eu tiver filhos vou parar de gerar idéias é?".
Ninguém precisa não ter filhos para pensar e para mudar o mundo no campo das idéias.
Se você não deseja ter filhos pq não quer a responsabilidade, o trabalho, o vinculo ou o que for (afinal cada pessoa tem seu motivo), ok.
Não acho que todos precisem viver no mesmo quadrado, fazer tudo que todos fazem só pq assim manda o figurino. Mas permita-se não querer ter filhos, apenas pq vc não deseja.

Anastasia disse...

anne sama

Talvez vc tenha tido essa impressão pq não falei das mulheres que são mães e tb dão luz às idéias. Isso não quer dizer que eu as exclua ou que elas estejam impossibilitadas de atuarem além da maternidade (eu nunca diria isso). Uma coisa não depende e nem exclui a outra, só para deixar claro. Redigi o texto pensando na minha experiência como child free, e como eu, muitas outras mulheres com a mesma escolha tb são menosprezadas pela sociedade, pois para muitos o ápice da vida de uma mulher ainda é a maternidade. Uma mulher que não é mãe, é incompleta. Muitos ainda pregam isso. Muitos ainda chamam uma mulher que não tem filhos e nem família como inúteis na sociedade, e é a eles que falo. É contra isso que eu sou (no caso usei como exemplo a propaganda eleitoral do Serra).

Agora dizer que eu escrevi que mães são incapazes de irem além, vc e nem ninguém pode afirmar, pq eu não escrevi isso e sou completamente contrária a essa idéia. A mulher pode ir além seja em qualquer condição que estiver, em qualquer idade, em qualquer religião ou meio. Seja mãe, avó ou filha. E sou partidária disso.

O que eu quis dizer é que não é pq eu não tenha filhos que não posso dar luz a algo. Assim como outras mulheres podem parir pessoas e idéias. Espero que tenha ficado claro.


Carrie


Entendi o seu primeiro ponto e concordo com ele, já o segundo tb entendi, mas não posso concordar. Não sou e nem tenho pq ser patriota. Minhas impressões sobre o país são pessoais. Isso não quer dizer que lavarei as mãos e não lutarei para melhorá-lo. Mas de fato: não gosto da nossa mentalidade, e estaria dando um tiro no pé se dissesse que gosto. Nesse caso eu prefiro ser sincera. Pessoalmente quando coloco tudo na balança vejo mais contras do que prós no nosso Estado.

Anastasia disse...

Carrie

Quanto à participação de associações e movimentos sociais concordo com vc e vejo que o Brasil caminha para isso. No govnerno Lula as minorias tiveram certa abertura, e vejo isso como tendência crescente. Eu só espero que os reaças não barrem isso como estão ameaçando agora.

Camila Hareide disse...

Belíssimo texto. Me sinto assim também. Sou minoria no meu meio. Praticamente TODAS as pessoas com que eu estudei - do ginásio até a faculdade - ou convivi durante toda a minha vida são Serra. Não são pessoas burras, mas mesmo assim não tem o discernimento. Claro, não são obrigadas a pensar como eu, mas gostaria de ver alguém defendendo o Serra com argumentos a favor dele (simplesmente não há, ponto!) do que com argumentos (falsos) contra a Dilma ou o PT. Por esse aspecto me sinto extremamente solitária...

Como vc, Anastacia, também optei por não ter filhos. Não importa o motivo, me deixa com muita raiva o tipo de argumento usado pela Anne-Sama. Se alguém opta por não ter filhos, é porque tem algo "errado" com a pessoa (Como disse ela: "Se você não deseja ter filhos pq não quer a responsabilidade, o trabalho, o vinculo ou o que for (afinal cada pessoa tem seu motivo)". As pessoas não entendem que não tem nada a ver com não querer a responabilidade. Ou talvez tenha a ver, no meu caso, com não querer deixar herdeiros num mundo que caminhacada vez mais pro caos. Vai faltar água, comida, e vai ficar tudo muito feio se a humanidade não mudar seus hábitos. Como isso parece estar muito longe de acontecer, prefiro contribuir com o não-aumento populacional. Mas porque preciso explicar? Não preciso, porque é meu direito não querer ter filhos. Assim como é direito dos gays poder ter filhos,adotar crianças, casar, deixar herança pro parceiro, assim como é direito de uma mulher abortar, assim como é direito das minorias ter acesso a água, comida moradia, atendimento médico e escolas, coisa que no nosso país sempre foi um direito pra poucos! Quando as coisas começam a melhorar, essa classe mérdia se recusa a enxergar. Prefere ouvir o Serra e ala conservadora das Igrejas (que já mergulhou o mundo na escuridão durante séculos!). Eu não me conformo, e tô realmente com muito medo do que possa vir acontecer no desfecho dessa eleição.

Desculpe o comentário longo, mas a leitura me fez dar à luz o meu desabafo também. Lolinha, obrigada por publicar o texto da Anastacia. Não conhecia o blog dela, e se não fosse vc não teria lido este excelente texto.

=Maíra= disse...

Para o pessoal que votou na Marina: carta de Dilma em apoio à agenda proposta por Marina

http://dilmanarede.com.br/ondavermelha/noticias/carta-de-dilma13-para-marina-silva-e-partido-verde

E hoje tem debate da Rede TV/ Folha, pessoal!

joshua disse...
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Valmir disse...

A pergunta que não quer calar:
Já vi todo tipo de analise do voto nestas eleições: a questão de classe social; a questão regional (são Paulo x nordeste), até a questão racial freqüenta os debates. Mas ninguém disse nada da curiosíssima questão do gênero; sendo nosso país reconhecidamente machista porque o voto na futura presidente é, estatisticamente, matematicamente um voto masculino???? Na proporção de 53% a 48%, com as mulheres como maioria do colégio eleitoral. Ou não se pode falar do machismo como dado essencial da cultura..feminina? Ou não se pode falar do gritante reacionarismo e direitismo da mulher brasileira??? Isso ainda é tabu? Alguém pode me dizer?

joshua disse...

Jornal O Globo, de 02/10/10
... " A operação, em termos simples: o governo vendeu para a Petrobrás 5 bilhões de barris de petróleo que estão enterrados em algum lugar do pré-sal. Cobrou por isso uns R$ 72 bilhões. Logo, a Petrobrás ficou devendo essa grana, pelo direito de lá na frente pesquisar, perfurar, explorar e finalmente retirar o óleo do fundo do mar.

Em seguida, a Petrobrás abre seu capital e oferece ações no mercado. O governo central (Tesouro) compra parte destas ações, pelas quais deveria pagar à estatal uns R$ 45 bilhões. Mas como tem um crédito pelos barris "a futuro", abate apenas o valor da conta e continua credor da Petrobrás de cerca de R$ 27 bilhões.
Você pensa que o negócio acabou com a estatal mandando um cheque nesse valor para o caixa do governo? Se pensou está na era da contabilidade pré-Lula.
A Petrobrás não vai pagar, mas o governo federal vai registrar como receita e assim vai fazer neste mês o maior superávit da história.
Ainda vai pegar parte desse dinheiro e emprestar para o BNDES fazer o quê? Pagar as ações da Petrobrás!
Resumo: o governo não colocou um centavo, mas comprou mais ações da Petrobrás, aumentou sua participação e ainda recebeu de troco R$ 27 bilhões. Não é o máximo? Nada nesta mão, nada na outra e ... eis 27 bilhões!!!!

Além disso, o governo assume 51% das ações, com direito a voto e veto, nomeia a diretoria, traça estratégias de administração e estatiza praticamente a Petrobrás.
Agora a Petrobrás, na prática, acaba sendo do governo, podendo-se pressupor toda a espécie de safadeza que virá no governo seguinte.
Acha que acabou? Nada disso. Se você dividir 72 bilhões por 5 bilhões vai encontrar o valor de 14,4 reais que são US 8.7, o preço do barril de petróleo que está super faturado. Na crise do petróleo 1973, a maior da história, chegou a US 11.4.
Analistas acreditam que a tendência será do preço do petróleo cair ainda mais se for confirmado uma segunda crise financeira que está por vir.
E assim, o governo Lula vai estatizando a maior empresa do Brasil (a quarta do mundo), sem pôr um centavo do próprio bolso, tudo na cara dos idiotas brasileiros, e na da oposição mais sem qualidade que este país conheceu!

Ana Lu disse...

Primeiro,adorei o texto,a autora está realmente de parabéns.

Lolinha e pessoal,quem não viu,assista essses vídeos,e vamos divulgar!Vídeos excelentes,desconstruindo várias das mentiras que o Serra tem contado.Assistam e divulguem,mandem por email pros seus contatos.

http://www.youtube.com/watch?v=FKY2p2M-3d0&feature=player_embedded


http://www.youtube.com/watch?v=YlTmCZwP1G8&NR=1

Abraços a todos!!

2edoissao5 disse...

o pior é que a Dilma não é a favor do aborto. ela é a favor da descriminalização e isso é vida! Quantas mulheres pobres ja morreram assim?
odeio esta hipocrisia e o Serra tão cristão e tem casos com suas correligionarias? enfim
como se nao bastasse ele ser PSDB!

Cassia Matos. disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

A respeito desse nosso nojo por essa classe conservadora, queria divulgar um texto meu, que foi feito meio às pressas e de impulso, mas traduz o que eu sinto sobre isso. O título é "Quando descobri que minha família é reacionária": http://conttra.wordpress.com/2010/10/17/quando-descobri-que-minha-familia-e-reacionaria/

Drixz disse...

Gente, eu ouvi ontem de uma pessoa que foi torturada na ditadura, que o discurso da direita está bem parecido com aquele que tirou nossa liberdade em 64. Não sou fã de alarde, mas acho que devemos temer as consequências dessa política conservadora.

Nathália. disse...

Ana Vitória/Anastasia... eu adoro você, adoro teus textos, e dizer que concordo contigo é tão comum que nem tem mais graça :p

O texto é ótimo, fico feliz que NÃO TENHA DESISTIDO.

Mas agora serei eu a te pedir força, assim que ler este post me procura/manda email/fala no msn, pode ser?

Um beijão pra ti!

Elaine Cris disse...

Amei o texto da Ana Vitória e me identifiquei demais com ele, principalmente com essa parte:

"O que achei muito irônico, pois nunca fui amante do meu país e não sou até hoje. Quanto mais eu estudava a nossa História, com mais raiva ficava e com mais raiva fico. A nível de mentalidade somos um povo conservador, funtamentalmente religioso, machista, homofóbico, racista, classista... Como morrer de amores por um povo assim?"

É assim que me sinto. Gosto do meu país, quero que ele melhore cada vez mais, gosto das pessoas do meu país, mas me revolto demais com a hipocrisia brasileira que vejo em todos os sentidos.
Somos conhecidos por ser um povo alegre, festeiro. E somos mesmo, mas fazemos festa nos finais de semana e feriados e reclamamos no resto do ano.
Somos uma mistura de raças e mesmo assim convivemos com um racismo hipócrita, mal camuflado, em piadinhas, coisas toscas.
Mostram a nós mulheres como seres livres, sensuais, que podem andar semi-nuas, sambar, fazer sexo. Mas não sei até que ponto isso é um poder ou um dever... Sem falar que a mensagem é contraditória, ao mesmo tempo que as meninas são influenciadas a fazerem tudo isso, ganham pedradas na sequência...
Enfim, desculpe o texto longo, mas muitas vezes, quando penso em uma palavra boa pra definir a nossa cultura, o que me vem na cabeça não é alegria, otimismo, é hipocrisia.
Depois dessas eleições então, ando enjoada com o que tenho lido e ouvido.