sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

SUMIÇO, FALTA DE TALENTO E CONCURSO

A "falta de talento" do título refere-se única e exclusivamente a Lolinha. Chuif.

Olá, gente boa, voltei! Tá, sei que nem avisei que ia, então é como se fosse a volta dos que não foram, mas a verdade é que fui pra Floripa na quarta bem cedo e retornei a Joinville ontem à noite. Não avisei - perdoem a desonestidade, ou a falta de informação -, mas é que foi bem rapidinho, e eu não sabia nem se voltaria ontem ou hoje. E “em trânsito” não dá pra chegar perto de um computador. Fui lá porque meu querido orientador convidou seus orientandos pra uma festinha que em inglês leva o nome de “potluck” (onde cada um leva alguma coisinha pra comer). E foi tão legal a festa! Todo mundo muito simpático. Claro que eu fiquei me sentindo o cocô do cavalo, pra usar uma expressão elegante. É que dos seis orientandos presentes, havia QUATRO que cantavam e tocavam violão divinamente bem e uma que é fotógrafa e ficou tirando belas fotos... e aí havia a Lolinha, né? Que não sabe fazer nada. Se bem que eu me considero exímia compositora e cantadora de musiquinhas para cães e gatos, mas não sei se este talento é socialmente reconhecido (vocês já ouviram a minha “Dois gatinhos / selvagens / lindos, fofos e especiais / bons caçadores / de hamster e gerbelins / são os gatinhos / gatinhos! / gatinhos!”, tudo com a melodia do jingle do MacDonald's?). Sério, gente, aquela festa parecia um show de talentos! E o bonito é que ninguém tava competindo com ninguém, só se divertindo. Mas reconheço que quando um dos presentes, após tocar e cantar lindas canções, ainda se levantou pra declamar um poema do Drummond que me fez chorar, tive vontade de jogar um reco-reco nele, porque pô!, vai ser talentoso assim lá no inferno! Eu só fiquei chateada de não ter levado o maridão, porque ele adora cantar e tocar violão. Mesmo que ele não seja tão bom como meus coleguinhas, que são profissionais, ele ao menos não ficaria no time dos Sem Talento S.A. Ltda. como esta que vos fala, praticamente com lágrimas nos olhos.
Então, aí voltei carregando 25 livros. Verdade. Não é figura de linguagem. Não estou exagerando. Não recomendo a ninguém que faça isso, tá? Meus ombros doem. Meus braços estão moídos. Eu esbarrei e bati sem querer em quase todo mundo que cruzou o meu caminho, e se mirada de ódio matasse, eu seria um pózinho de cinzas agora. Mas por que tanto livro?, vocês podem perguntar. Eu ia falar nisso num outro post, mas pelo jeito não tenho controle sobre o que escrevo, então lá vai a bomba: vou tentar meu primeiro concurso na vida. É um em São João del Rei, MG. O governo Lula, que eu e mais 70% da população aprovamos, abriu muitas novas vagas pra professores universitários. Muitas mesmo, mais de 6 mil. E tem construído novas univerisades também. A maior parte dessas vagas e dessas universidades não é nas capitais, mas no interior dos estados. O que é uma maravilha, convenhamos, porque ajuda a desenvolver essas cidades e tira a necessidade de tanta gente se mudar pra capital pra estudar. Enfim, só digo que eu e quase todos os meus colegas queremos tentar concurso antes de 2010, porque morremos de medo do que vai acontecer se o PSDB voltar ao poder. É só comparar com os oito anos do FHC, que foram tristes em vários aspectos, mas piores ainda em termos universitários (só um exemplo: houve 0% de reajuste para bolsistas. Quando eu comecei o mestrado, minha bolsa era do mesmo valor da da minha mãe seis anos antes). Pois, agora tá tendo montes de concursos. Eu não posso fazer a enorme maioria por dois motivos: 1) porque ainda não sou doutora (isso só em junho ou julho, se tudo der certo, e tem que dar), e quase todos exigem titulação de doutor (ao contrário das universidades particulares, onde ainda tem gente sem nem especialização dando aula, só pra pros donos poderem pagar muito menos e lucrar mais), e 2) porque minha graduação é em Pedagogia. Não importa que eu tenha feito dois anos de mestrado e esteja no doutorado faz 3,5, e ambos sejam em Literatura em Língua Inglesa - virou moda exigir graduação e pós na mesma área. Antes não era assim. Meu orientador, por sinal, tem diploma em administração! Tenho uma colega hiper dedicada formada em Direito que cursou a faculdade de Letras junto com o doutorado só pra poder se encaixar. Mas não tenho paciência pra quatro anos de graduação a esta altura da minha vida. Logo, só posso me inscrever nos concursos que não contenham esta cláusula. Além do mais, vários dos concursos em Letras - Inglês são pra Linguística, e minha área é Literatura. Eu me sentiria uma enorme fraude dando aula de Fonologia numa faculdade. Me sentiria pior que sendo a única sem-talento numa festa cheia de gente super talentosa.
Mas então, calhou desse concurso na federal de São João del Rei ser bem sob medida. Exceto por um detalhe: eu me inscrevi, mas provavelmente nem farei o concurso! Calma, eu explico. É que os mestres (meu caso) só farão as provas se não houver doutor inscrito, ou se os doutores não passarem. Como é muito difícil que isso aconteça... Mas vou estudar de qualquer jeito. Quero me preparar (até porque essa preparação ajudará em concursos futuros). Taí a explicação pros 25 livros que trouxe pra casa. O que significa também adeus férias.
Como imagino que vocês sejam tão leigos(as) nesse assunto de concurso pra professor como eu, e como é um tema interessante (não é? Não é?), prometo contar todos os detalhes escabrosos. Daqui a pouco eu falo sobre o que preciso estudar e imploro por ajuda, tá bom? Pra usar a língua do concurso, será HELP.

41 comentários:

Serge Renine disse...

Aronovich:

No blog do Ignácio Aronovich, alem de não ter um link pra o seu blog, as sua criticas de cinema antigas, que estão no Lost Art, não podem ser acessadas.

Estou fazendo algo errado?

Anônimo disse...

São Jão Del Rei até parece o nome de uma cidade mexicana, ou em algures no colorado, eu nunca tinha ouvido falar. Mas sempre adorei estudar e ainda quero cursar uma faculdade também porque acho que é importante par todos. Investir na educação dessa maneira é o que eu gostaria que tivesse acontecido há muitos anos atrás, pena que nunca ouve um governo que pensasse assim.

Babi disse...

lolinha! Boa sorte na leitura dos 450 livros e no concurso!!! Eu achava q as universidades nao exijissem doutorado nao... qdo eu estudava (até 2 anos atras)a metade dos professores nao tinham feito, estava fazendo ou tinham feito doutorado ao mesmo tempo q trabalhavam como professores na uni, e era federal, nao era particular... Tanto q quase morri de raiva qdo a minha professora preferida tirou licenca de 4 anos para fazer doutorado, e eu fiquei sem a minha "futura-orientadora"...

Mica disse...

Hahaha, quando li o título pensei 'ela está falando de mim?' (ególatra eu, hein?)
Percebi que vc tinha sumido....eram vários comentários sem seus comentários (eles fazem falta).
Torço por você e seu concurso. E os milhares de livros me fez lembrar que está tendo aquela feira do livro aqui em floripa e como não trabalho hoje, quero ver se dou uma passadinha à tarde.
Amanhã vou para Porto Alegre prestar concurso por lá (a passagem de ônibus estava muito cara e vou snif,snif de busão. Vou chegar quebrada lá e depois de volta aqui na segunda de manhã, hehe).

E Lola, que falta de talento o que!? Você escreve como ninguém, tem a capacidade de juntar esse monte de gente que lê seu blog e que muitas vezes discorda com você, mas a respeita, a admira e aprendeu a amá-la. Você nos faz rir e chorar, e sempre com qualidade. Você merece é uma surra por dizer uma coisa dessas!!
Se minha falta de talento fosse um dedinho parecida com a sua eu poderia me sentir uma mulher realizada ^_^.

Elisa disse...

Lolinha,

Tomara que você passe, pois São João Del Rey é uma cidade deliciosa. (Sou mineira e tenho que puxar sardinha para o meu estado :)

E você é talentosa sim. Sabe juntar as palavrinhas muito bem!

Um abraço,

Elisa

lola aronovich disse...

Serge, não, vc não está fazendo nada errado. Ele havia deixado as críticas lá no Lost durante um tempão (desde janeiro), agora tirou. Então, pra ler as minhas críticas de cinema antigas, só aqui mesmo, daqui pra frente. Estão todas aqui! Acho que ele tirou o link pro meu blog porque está bravo comigo. Detestou que eu fui “ingrata” no meu post sobre as cem mil visitas, por eu ter falado que me arrependo de não ter começado o blog há sete anos. Enfim... É melhor eu não falar mais nada nem dele nem do Lost Art. Mas o meu bloguinho existe desde janeiro, então as pessoas podem encontrá-lo aqui sem nenhum link do Lost, né? Acabei de ver no Extreme Tracking que, desde março, apenas 300 pessoas (visitas?) vieram pra cá através do Lost. É pouco, né? Compare com, sei lá, as mais de mil que vieram via o link do Para Francisco, por exemplo.


Cavaca, São João del Rei é uma dessas cidades mineiras históricas, patrimônio público da humanidade, sabe? Fica perto de Tiradentes, mais pro sul do Estado. Olha, os dados do governo Lula pra educação superior realmente são impressionantes. Preciso encontrar o email onde estavam montes de dados, incluindo os de decentralização. Eu fiquei de cara. Eu, que estudo em universidade pública, sabia que os índices eram bons (a gente sente tudo isso na pele), mas não fazia idéia do número de universidades e novas vagas abertas no interior de cada estado. Todo mês tem um concurso novo na minha área (Letras). Imagino que índices assim só podem ser criticados por gente que acha que universidade pública deveria ser privatizada...

lola aronovich disse...

Bárbara, não, hoje em dia é raríssimo um concurso de federal que não exija doutorado. Depende muito da área e da região, claro. Em alguns lugares (Norte, Centro-Oeste, principalmente) ainda há professores só com mestrado. Mas isso vem mudando rapidamente porque, como vc disse, os prof. que não tinham doutorado estão fazendo o curso. E nos novos concursos, a maior parte pede doutorado diretamente. Essa minha colega formada em Direito que fez Letras passou pra Federal do Espírito Santo. Mas ela (e eu) vamos ter doutorado dentro de meio ano. Que ótimo pra sua professora preferida! Isso de poder se licenciar durante quatro anos pra estudar é a melhor coisa. Muito melhor que receber bolsa, como eu...


Mica, que concurso é esse em Porto Alegre? Ah, de Floripa pra POA a viagem de ônibus nem é tão longa assim. Se eu fizer o concurso em São João del Rei, vou de busão tb. Dá pra ir. Só que é melhor fazer uma parada estratégica, uma noite ou algo assim, em SP.
Ah, o que é isso, Mica?! Que fofa! Bom, eu sei que tenho um pouquinho de talento pra escrever e, principalmente, pra escrever MUITO, e que eu tenho um caráter meio aglomerador, às vezes. Mas eu leio tanto blog bom, e vejo tanta gente com esse mesmo talento, que ele não começa a parecer assim tão grande, sabe? E numa festa, cantar e tocar é o que há, né?

Giovanni Gouveia disse...

Eita pensei que potluck fosse a sorte de ter (ou não) weed, however, prefiro as festas B.Y.O.B. :D
Sobre sumiço, segunda feira foi feriado local, e desde então tô atualizando unas cositas no trabalho, mas não deixei de vir aqui não. Ah, eu me lembro perfeitamente que, semana passada, você tava combinando algo para esta última quarta feira com a moçada de Desterro...
Sobre talento, se todos fossem, apenas, músicos, não haveriam blogs, apenas CDs e My space, portanto não estaríamos aqui, nos deliciando com os teus textos, Lola.
Sore concursos, uma prima minha entrou na UFPE como doutoranda, no último dia da vigência do concurso dela, quando ainda podiam se inscrever mestres. Tive excelentes professores mestres e doutores na universidade, e péssimos professores mestres e doutores, mas quem carregava o piano do meu departamento/curso, via de regra, eram os mestres, os doutores (salvo raríssimas e honrosas excessões) só queriam se dedicar às suas pesqui$a$

Andrea disse...

Boa sorte aí nos estudos! 25 + 1 tese = loucura total!!! uahuaha

Unknown disse...

a nossa festa foi bem boa mesmo!!!

E caramba....25 livros??
Carregou tudo num saco de estopa jogado nas costas igual o Papai Noel, é lógico!!

E pára de dizer que não tem talento, Lolaaaaa. Eu, por exemplo, não sei escrever 1% do que vc escreve.

Saudade já!!

Masegui disse...

Meu menino fez um ano de economia em S. J. del Rei e trancou. Eu já fui lá, é "pirtim" daqui, uns 230Km. Socê for pra lá eu vou lá te visitar... e tomar umas aulas com o companheiro maridão... ele vai também, né? ou cê vai aproveitar pra se livrar dele? :)

Anônimo disse...

Lola, please não diga que vai estudar e talvez nem fazer o concurso de MG. Faça sim. Tem uma máxima que diz: concurso a gente não faz pra passar, faz ATÉ passar.
Não entendo gente que diz que fazer concurso é inchar a máquina pública, afinal ficamos o governo Éfe Agá e o 1º governo Lula quase sem concurso nenhum, são no mínimo 12 anos. Vai me dizer que nesses 12 anos, não vagou nenhum cargo na Administração pública? Brincadeira, né?
Comentei no seu post "o evangelho do bom blog." Bjos e boa sorte.

Anônimo disse...

Essa história de exigir graduação na própria área de atuação é uma novela. Eu me formei em jornalismo mas trabalhei pouco tempo na área. Sou professora de inglês há 20 anos, dou aulas para todos os níveis, coordenei, dei cursos de formação de professores e fiz mestrado em Letras, em Linguística Aplicada, com ênfase em linguagem e tecnologia. E ainda assim não posso fazer um monte desses concursos porque 'sou jornalista'.

Em outros países as universidades incentivam a diversidade, exatamente para tornar os cursos mais ricos. Vai entender...

Um abraço!
Mônica
Crônicas Urbanas

lola aronovich disse...

Elisa, vc é de Minas? Daonde? Então me fale sobre São João! Tem cinema? E obrigada pelo elogio acerca de “juntar as palavrinhas”. Vou considerar um elogio!


Ah é, Gio, tem as festas BYOB (pra quem não conhece, porque não tem por que conhecer: Bring Your Own Booze, Traga sua Própria Bebida). Como eu não bebo, essas festas de cada um traz comida são muito mais interessantes...
Então vc tb tá ocupado, Gio? Eu notei!
Claro, há excelentes prof. mestres e doutores, e péssimos prof. também. Mas o doutor estudou 4 anos a mais que o mestre, e se a gente tá num lugar (universidade) que valoriza conhecimento e tempo de estudo, eu acho justo que doutores ganhem mais que mestres. Mas vc nem tocou na questão salarial, né? Bom, teoricamente, o doutor estaria mais preparado pra lecionar que o mestre. Mas há milhares de exceções, e tem gente que nunca foi bom prof. e não vai virar um só por ter doutorado. Depende muito. Eu sou uma privilegiada, porque na UFSC tive EXCELENTES professsores(as), todos doutores. E pesquisar faz parte. A gente tem que valorizar a pesquisa. Esse é um dos grandes diferenciais entre prof. de universidades públicas e privadas.

lola aronovich disse...

Andrea, obrigada! E aí, não quis se encontrar comigo aí em Floripa?


Mei, adorei a festa! E obrigada pelas fotos, espero que vc não se importe que eu peguei três pra colocar aqui. Foi ótimo te conhecer. Saudades já, eu tb!

lola aronovich disse...

Mario Sergio, “só” uns 230 km? Então, vc tá convocado, como a Elisa, de falar mais de São João. Sobre o maridão, é, ele iria tb. Ainda não estou preparada pra me livrar daquele traste. Vou falar pra ele sobre as aulas. Ei, ele dá aula via internet tb, não quer?


Lila, eu QUERO fazer o concurso, tanto que me inscrevi e gastei um tempão e um dinheirão organizando todo o currículo documentado e tal. Mas não depende de mim. Tá no edital do concurso que os candidatos que têm apenas mestrado só serão chamados pras provas SE não houver candidato com doutorado ou se esses candidatos não passarem nas provas. A probabilidade de ter doutor fazendo as provas e de um desses doutores passar é muito grande. Mas vou me preparar.
Essa alegação de “inchar a máquina pública” é ridícula. Pessoas que dizem isso querem que tudo seja privatizado e confiam piamente em empresas privadas (que visam o lucro acima de tudo). Mas, por incrível que pareça, ainda querem que seus filhos estudem em universidades federais (mas são contra as cotas), e reclamam que os professores são “comunas”. Eles gostariam de selecionar os professores tb, de acordo com seus critérios!

Giovanni Gouveia disse...

Lila, mais que isso, alguns setores do serviço público estão há 20 ou 30 anos sem renovação alguma, e o pior, os "novatos" desses setores estão se aposentando. Tem, sim, que renovar os quadros da administração pública, em todos os níveis. Quem defende o contrário são aqueles setores da sociedade, fiéis seguidores da sociedade de Hayek, para quem a função, única, do estado, incorporando Locke, é defender a propriedade, ou seja, poder de polícia, e nada mais.

lola aronovich disse...

Oi, Mônica! Pois é, eu, pessoalmente, consideraria uma vantagem ter um professor que vem de várias áreas, e não de apenas uma. Acho que acrescenta, que fica mais diversificado. Por outro lado, entendo também o argumento de quem diz que o mestrado e doutorado são muito específicos, e não dão a base geral que uma graduação dá. Com o meu título de doutora, acho que estaria apta, em boa parte dos concursos (tirando os que pedem graduação na área), a dar aula de Linguística. Mas a verdade é que não sei nada sobre o assunto. No mestrado a gente tem um semestre misturado, com uma base de Linguística, e eu fiz especialização em Inglês (que tinha bastante Ling.) antes de fazer mestrado, mas é tudo bem genérico mesmo. Mas, na teoria, se eu passasse um concurso na área, eu poderia dar aula de Fonética! E sei tanto sobre o assunto como um engenheiro, por exemplo. Mas acho que o “mercado” regula isso. Se eu tivesse que fazer um concurso em que caísse Fonética, seria um desastre. Por outro lado (de novo!), não consigo imaginar alguém dando aula numa universidade, nem que seja na sua área, que não tenha que preparar muito, muito uma aula. Portanto, pra que o diploma na área? Mas o que me incomoda mais é que é modismo. Há cinco, dez anos, acho, eram raros os concursos que pediam graduação na mesma área. Agora são quase todos. Se eu soubesse disso, não teria feito Pedagogia!

Giovanni Gouveia disse...

"E pesquisar faz parte. A gente tem que valorizar a pesquisa. Esse é um dos grandes diferenciais entre prof. de universidades públicas e privadas."
Lola, Universidade se constrói com o tripé: ensino, pesquisa, extensão. Não há universidade apenas como reprodutora de conhecimentos, há que produzir os conhecimentos (pesquisa), esses conhecimentos têm que ser democratizados/socializados (ensino) e colocados à disposição da sociedade (extensão).
O professor Universitário não pode se ater a um único ponto desses três, tem que abraçar todas as vertentes.
Quanto ao mestrado, tive um professor que ia começar o doutorado, em 1964, aói não pode sair do país, embora tivesse apenas o mestrado, ele chegou a dar aulas no doutorado...
Lembrei de uma entrevista com uma das líderes da "asociación madres de la plaza de mayo", tem uma "universidad popular" http://www.madres.org/univupmpm/univumpm.asp, e muita gente dizia que não iria fazer um curso com a organização porque não tinha diploma, ao que ela respondia: "vocês querem aprender ou ganhar um pedaço de papel?"

Unknown disse...

nah, não me importo, não.
It's a pleasure!

Serge Renine disse...

Obrigado pela resposta Aronovich.

Por favor, comente os posts abaixo que você não comentou enquanto estava viajando. Você sabe que eu gosto né?

Anônimo disse...

Boa sorte, Lola.
Tenho uma amiga que passou alguns anos viajando pra prestar concurso em diversos estados, atualmente ela trabalha para o estado concursada, mas ainda está tentando outros concursos, ela quer ir para o Nordeste.
Eu prestei dois concursos na minha vida. O primeiro foi no começo da faculdade para técnico em pitometria na SABESP, uma espécie de caça vazamentos sem quebra-quebra, passei em quinto lugar e não pude tomar posse porque eles não estavam preparados para receber mulheres no cargo (vestiário separados etc), disseram para eu processar porque não havia especificação de gênero no edital, mas eu deixei pra lá, não valia a pena, eu já ganhava o dobro do que o cargo me pagaria. O segundo foi para o Ministério Público, mas foi só para fazer companhia para o marido que não queria prestar sozinho, nesse eu nem me classifiquei, na verdade eu não soube responder metade da prova específica do cargo.
Adoro MG, já acampei muito por esse estado. Eu e o marido até brincamos que somos paulistas wanna be mineiros, só falta o sotaque.

Anônimo disse...

Lola,

essas questões de 'reserva de mercado' são complicadas mesmo, mas tem hora que eu acho que o pessoal exagera e usa pouco o bom senso...

Sou de BH e te digo que S.J. del Rey e adjacências é tudo de bom! Mas o perigo real e imediato mora mesmo é em Lagoa Dourada, perto dali, a 'capital mundial dos rocamboles'. O de doce de leite é, como diria o meu pai, a primeira tentativa do capeta de criar a compulsão. Se passar por ali, prepare-se! :-)

Bj.
Mônica
Crônicas Urbanas

Anônimo disse...

Oi Lola
comecei a ler teu blog a uns 10 dias, depois de tu teres comentado no meu blog, e adorei.
Eu estudei 6 anos (duas graduações, Jornalismo e RP) em universidade federal de 1996 a 2001 durante o tempo das vacas anoréxicas do governo FHC. Acho que dava para contar nos dedos de 1 mão o número de doutores no curso de comunicação, como eles não podiam fazer concurso se largavam a contratar professores substitutos, muitas vezes recém graduados.

Eu não acho que um bom pesquisador seja automaticamente um bom professor, até escrevi isso no meu blog semana passada. Entretando acredito que mestrado e doutorado dão a base e nível de aperfeiçoamento para que se possa encarar uma sala de aula. Eu tive alguns professores que eram uma piada, sabiam muito pouco do que estavam falando e se achavam o máximo por terem acabado a graduação e já estarem dando aula.

Eu acho que tu serás uma ótima professora universitária, lendo teu blog dá para perceber que tu és uma pessoa inteligente, mas humilde e que gosta de dividir teu conhecimento com o resto da humanidade. Se não der agora,logo logo tu passa em algum concurso. E se teoria + literária não fosse duas palavras que me dão calafrio na espinha, eu até que gostaria de ser tua aluna.
Beijao

Masegui disse...

Aulas pela internet só quando eu estiver mai$ di$po$to a e$tudar...

S.J. Del Rei tem 2 salas de cinema, segundo meu filho. Mas se você demorar muito a igreja universal acaba comprando...

Lagoa Dourada é um perigo, abra seu zói...

Katiana Assunção disse...

Opa, mais uma leitora... rs.

Adorei seu blog. Beijos, até mais.

Gisela Lacerda disse...

Lola, a vida é assim mesmo: cada um com seus talentos. Eu puxei o talento pra escrita do meu bisavô e da minha avó puxei o jeito pra música, pra canto. Mas o segundo sem técnica e não sei tocar nenhum instrumento musical. Ela, por sua vez, era pianista e prof. de piano!

Anônimo disse...

Importei, não, Lola! Gostei muito da festa! Você não é nada daquilo que escreveu, você está equivocada ao se (mis)representar!!!!! Pode até não ter falado muito ( o que é verdade) mas OLHOU MUITO, com seus olhos azuis enormes, colorindo a festa! Um abraço, M. Lúcia

Anônimo disse...

É assim lola, tem um grande amigo que foi para jersey para trabalhar, no hotel de France, o maior da ilha, e ele é tão bom no que faz que me quer na equipe dele, por que aliás eu também sou bom. O Problema é que para ir para lá eu preciso ser cidadão europeu e para isso eu tenho que esperar mais três anos aqui (ok, três é muito) mas com paciência chego lá e depois, terei cidadania européia para sempre. Não quero arriscar ficar ilegal novamente, já fiquei dois anos e é péssimo.

O que eu acho da sua escrita é que escrever como fala funciona muito bem, aqui no blog. Se você se propusesse a fazer uma história com um casal baseado em vc e o maridão, com uma trama bem humorada e inovadora seria uma bomba. Qual é, tem algum casal na literatura com aventuras do cotidiano que refrescam as nossas vidas? Não, tem esse mercado todo para vc lola, que conhece muito bem o assunto. Você disse que para escrever um livro é preciso ter uma editora interessada mas isso não é verdade, é preciso ter um livro para ter uma editora interessada. E já te disse que aqui em portugal se publica facilmente. Tem tanto livro caça niquel que dá até vergonha. Eu acho que você é um pouco o lado feminino da parte pobre da familia de P. G. Woodhouse, que é um escritor humorista do melhor que há...isso é um elogio lola.
Só que com estudos para concurso, aquela distração de fazer uma tese, o hobby de ter um marido e ainda o capricho de manter esse blog acho que vc só vai ter tempo...deixe-me fazer as contas...em 2012?

Anônimo disse...

Ah, eu não gostaria de saber que tem alguém usando as minhas fotos do flickr sem pedir a minha autorização. Não é que tenha muita coisa para se aproveitar lá, mas se quiser algum dia usar alguma imagem minha para ilustrar um post eu ficaria honrado. Mas sei lá, pegar essas imagens assim não pode acabar em processo?

Anônimo disse...

Cavaca, P.G.Wodehouse é ótimo. Se esse negócio de nascer de novo existe, só aceito vir se for para ser Bertrand Wooster com direito a Jeeves e tudo.

lola aronovich disse...

Gio, pois é, mais um motivo pelo qual não é fácil ser professor universitário. Pelos relatos que ouço, as universidades particulares simplesmente ignoram a pesquisa. O professor só vale pelo que faz em sala de aula mesmo.
E uma “universid popular” como a da Ass. Madres de la Plaza de Mayo é ótima, mas será que não dava pra concicliar com um diplominha não? Afinal, as pessoas dependem de trabalho pra viver. E dependem de diploma pra trabalhar.


Mei, obrigada pelas fotos!

lola aronovich disse...

Serge, tá, vou responder os comentários abaixo. Vai levar um tempão...


Débora, eu também quero ir pro Nordeste! Eu queria morar numa capital nordestina. Mas isso vai demorar bastante ainda, acho. Puxa, que coisa esse negócio da SABESP! Não ter infra-estrutura pra poder contratar mulheres... E o pior é que essa é uma realidade em várias empresas ainda.
Nem me fale em acampar! Na primeira vez que fui a Minas tive uma péssima impressão. Eu e alguns amigos fomos passar um carnaval numa casinha numa zona hiper rural, na fronteira entre SP e MG. Não foi legal. Eu voltei literalmente coberta de picadas de mosquito. Suponho que não sou uma pessoa muito rural.

lola aronovich disse...

Mônica, ainda nem descobri se é S. João del ReY ou del ReI. Lagoa Dourada? Nunca ouvi falar! Eu fico com o pé atrás de comer qualquer sobremesa que não seja de chocolate. Portanto, acho que os rocamboles de doce de leite em Lagoa não representam um perigo real pra mim. Agora, se tiver rocambole de chocolate...


Oi, Paola, que bom que vc veio aqui! Eu cheguei no seu blog através do blog da June (acho), o Humano e Patético. E fui pelo nome! Gostei muito. Deu até vontade de fazer algum tipo de pós-doutorado na Suécia. Eu tive muitos amigos suecos na escola, lá pela 7a e 8a série, tudo gente boa. Ainda quero conhecer o país, apesar do frio.
Bom, concordo: bom pesquisadores não equivalem automaticamente a bons professores. Boa sorte com o seu orientador! Espero que vc consiga trocá-lo. Como dá pra ser orientada por alguém que não se entende o que fala? Mas não entendi até agora qual é a sua área.
Ah, imagina... Com o tempo, talvez, eu venha a ser uma boa professora universitária. Sou professora faz dez anos, de inglês, mas aí é diferente. Às vezes me considero boa professora; outras vezes, não. Depende muito. Eu dei dois semestres na UFSC de estágio-docência e gostei muito da experiência. Mas é muito, muito mais difícil e puxado que dar aula de inglês.
E vc, planeja voltar ao Brasil ou ficar na Suécia pra sempre? Juro que meu coração pensou seriamente em me mudar pra Noruega depois que eu vi um extra feature no dvd do Sicko, do Michael Moore. Parece um paraíso (gelado) na Terra...

lola aronovich disse...

Mario Sergio, o maridão cobra apenas 25 a hora. Baratinho. Quando quiser, ele estará aqui.
Ontem o maridão viu algumas informações sobre S. João del Rei. Parece que tem um cinema apenas (passando Quantum of Solace), mas igrejas, em compensação... E tem 85 mil habitantes. Pensei que fosse maior. Mas estou disposta a ir pra qualquer lugar pra começar minha carreira universitária, se é que ela vai começar algum dia. Um recém-doutor não pode escolher muito. Eu tô considerando Acre, Rondônia... MG parece bem mais promissor.


Katiana, que bom, obrigada. Volte sempre!

lola aronovich disse...

Gi, pois é, será que talento é hereditário? Toda a família do meu pai era música. Ele mesmo foi um prodígio no violino até os 13 anos de idade, depois parou. Minha tia (irmã dele) é pianista profissional. Minha outra tia era bailarina. Por que nenhum dos três filhos herdou o talento musical?


M. Lúcia, a festa foi ótima mesmo. Meus olhos são VERDES! Abração!

lola aronovich disse...

Cavaca, uau, que demais! Bom, três anos passam rápido. E aí, com cidadania européia, vc vai poder viajar pra onde quiser na Europa, é isso?
É, escrever um livro não está nos meus planos imediatos. Mas eu tenho um livro de crônicas, encadernadinho, bonitinho, com montes de diálogos entre eu e o maridão, e mandei pra três editoras faz uns 4 anos, acho. Nenhum interesse. Obrigada pela comparação com P. G. Woodhouse!
Sobre as fotos, eu só procuro fotos no Google Images, porque eu vou pelo assunto. E ainda assim já demora um tempão...


Débora, eu nunca li P. G. Woodhouse, então boiei completamente no que vc falou.

Anônimo disse...

Ah, não da. O blog tá ficando muito sofisticado pra mim. Já tinhamos o especialista em Flemming, o Serge Renine, que até lembra dos "especialistas" em xadrez, e agora o Cavaca e a Débora, que entendem tudo de Woodhouse. Assim não da. E pensar que o tadinho do Jõao nos mandou ler o Animal Farm como se fosse acabado de publcar.
Agora não posso escrever mais, volto de tarde.
Mas lOlô, o Cavaca deu uma ideia... Reflexiona, minha filha. Pensa bem. Nelly

Anônimo disse...

Débora pois é, eu me divirto como nunca com aquele alienado do Wooster, e o Jeeves é tão inteligente e sério e engraçado sem ser engraçado que é uma das melhores personagens que eu já vi. Dá vontade de ter sempre um por perto, e aquelas confusões simplistas são encantadoras e o medo das tias também, aliás eu tenho umas que me apavoram também. Mamacita, pois é, você iria adorar P.G.Woodhouse, é um homem que mesmo na cadeia disse não ter passado realmente por maus bocados...um eterno otimista brilhante. Numa biblioteca próxima de vc.
O que eu acho é que o problema da Lola é que são crônicas o que ela escreveu, ninguém quer saber de crônicas, exceto se for uma coluninha ali no jornal de Domingo. Por isso eu acho que se fosse uma história de começo, meio e fim resultaria ainda melhor. Imagina, por exemplo, O casalzinho apaixonado indo visitar a sogra no campo, para o casamento de uma prima,levando consigo um amigo que iria interferir no futuro matrimônio e criar algumas confusões e reviravoltas amorosas. E os problemas choveriam na cabeça do maridão e da lolinha por conta disso, além dos insetos e situações divertas que daí provén. Mais ou menos nesse sentido acho que seria fácil de publicar.

Anônimo disse...

Oi Lola
felizmente consegui trocar de orientador. O professor que iria me orientar fala um dialeto muito comum por aqui - o swenglish. E nas aulas ele falava para dentro.

Eu sai do Brasil ha quase 7 anos, morei na Inglatera por 5 anos e agora estou aqui na Suécia porque meu namorado é sueco. Nós pensamos em passar uma temporada (1 ou 2 anos) no Brasil, mas morar definitivamente não esta nos nossos planos, por enquanto. Eu gosto muito de Estocolmo, mas não sei se aguentaria morar numa cidade do interior da Suécia.

Eu me formei em Jornalismo e RP na UFSM, em Santa Maria - RS (primeira universidade federa no interior do país), depois fiz mestrado em Sociologia - Comunicação Internacional e Direitos Humanos em Londres - e agora faço mestrado em Mídia e Comunicação na Universidade de Estocolmo. Vou escrever minha dissertação no próximo semestre, pretendo pesquisar sobre a relação entre a mídia e o processo legislativo no Brasil, com foco na erradicação da escravidão contemporânea. Foi mais ou menos o mesmo tema sobre o qual eu escrevi minha dissertação em Londres, mas lá o foco foi no uso da mídia pelas ONGs.

Anônimo disse...

Lolita... a nossa festa estava muuito legal mesmo... e já estou com saudades de vc... vamos reunir a galera novamente em março para fazermos uma noite shakespeareana com violão e play reading...
beijinhos..