quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

FELIZ NATAL, DE ALGUÉM QUE NÃO ACREDITA NELE

A direita inventou que há uma guerra contra o Natal - e teve gente que acreditou.

É sempre difícil escrever sobre Natal (e outras datas comemorativas) sem cair nos clichês, mas vou tentar. Ano passado eu falei da campanha que a direitista Fox News, através de um de seus âncoras, Bill O'Reilly, fazia a favor do Natal nos EUA. “Ué, Natal precisa de campanha a favor? Já não faz parte da agenda majoritária?”, a gente pode se perguntar. Bom, este é um truque que os grupos pertencentes ao padrão dominante vêm adotando. Ao invés de assumir que mulheres, negros e homossexuais merecem sim direitos iguais, eles inventam que há uma guerra contra o homem branco hétero, impedindo que ele seja livre e másculo como foi desde o começo dos tempos, tadinho. Cotas para negros em universidades? Isso é que é racismo, não o fato de negros não terem acesso à educação superior. Casamento gay? Ora, isso é uma ameaça ao sagrado matrimônio, que, pra ser sagrado, só pode ser entre sexos opostos. E aquilo de sempre: feminismo pra quê? As mulheres já não conseguiram muito mais do que queriam? Vamos ignorar que, no ritmo que está, vai levar 87 anos (!) pra que elas recebam o mesmo salário dos homens no Brasil. Portanto, a estratégia é fingir que as minorias estão tendo espaço demais e que isso equivale à extinção do grupo dominante. A mesma coisa com o Natal. Há gente, muito pouca gente, já que ateus não representam mais que 10% da população, que nos EUA desejam “Happy holidays” (algo como “boas festas”) ao invés de “Feliz Natal”. Isso representaria uma afronta ao cristianismo. Ano passado a Fox divulgou que havia vencido essa guerra, e que o Natal estava salvo.
Só que não foi bem o que aconteceu. Neste Natal, vários grupos de ateus estão se manifestando com cartazes que vão do inocente “Imagine no religion” (“imagine não haver religião”, como cantava John Lennon) a algo mais provocativo como o que anda circulando nos ônibus de Londres, “Provavelmente Deus não existe. Agora pare de se preocupar e curta a sua vida”. Mas o que realmente despertou a ira da Fox este ano foi uma placa colocada ao lado de um presépio em Seattle, dizendo: “Não existem deuses, demônios, anjos, paraíso ou inferno. Religiões são mitos e superstições que endurecem os corações e aprisionam as mentes”. Nessas horas (e em muitas outras) a direita cristã americana acha que liberdade de expressão tem limites. O'Reilly, indignado, compara esse cartaz com a Ku Klux Klan se manifestando contra negros numa comemoração pró-Martin Luther King. A Fox acredita em Papai Noel, mas não na existência de algo chamado privilégio masculino (que engloba privilégio branco, hétero, cristão etc, e que é a vantagem de ser maioria).
De qualquer jeito, por mais que eu não tenha o mínimo apreço pela Fox, discordo dessas provocações por parte dos ateus. Primeiro, porque são totalmente infrutíferas. Ninguém vai ver um cartaz desses e pensar: “Puxa, é mesmo! Vou parar de crer em Deus!”. Obviamente que os ateus têm todo o direito de expressar sua opinião, só não considero o método eficaz, e nem entendo bem o motivo.
Eu sou atéia. Lá em casa, meu pai era filho de judeus comunistas e era ateu. Minha mãe era (é) católica, mas das mais relaxadas. Eu e meus irmãos não fomos batizados. Hoje vejo, por um desenho meu, dos meus dez anos, que eu nem tinha uma imagem de Cristo na cruz (note que eu pensava que ele havia sido pregado ao contrário! - clique para ampliar). Mas fomos colocados numa escola católica, o que criava alguns conflitos. Todo mundo comungava, e a gente, que era obrigada a ir às missas escolares, só olhava. As freiras me influenciaram e, com treze anos, eu decidi que queria ser uma. Virei muito religiosa. Eu rezava o terço todo dia e forçava meu pai, ateu, a ir à igreja comigo todo domingo. Ele ia porque me amava. Eu me preocupava com o que as freiras diziam sobre pessoas não batizadas irem pro inferno. Não achava aquilo justo, porque me considerava uma santa. Sério: eu fantasiava, enquanto rezava na capela da escola, que ocorreria um terremoto em São Paulo, que uma estátua cairia em cima de mim, que eu morreria soterrada e seria imediatamente canonizada. Sempre que eu falava pro meu pai que precisava ser batizada, ele respondia “amanhã”. Minha fase católica durou um ano, depois passou. Havia atrito demais entre o meu cristianismo e o meu feminismo. E eu nunca mais fui religiosa, nem quando meu amado pai morreu, ironicamente num domingo de Páscoa.
Mas eu acredito nas pessoas, e creio que a religião pode ser benéfica pra muita gente. Natal não é uma data muito especial pra mim, já que eu e o maridão não temos filhos e não trocamos presentes. Mas há toda uma ceia especial, com torta de frango e um enorme bolo de chocolate ao invés do tradicional peru e panetone, e aprendi que no Natal a gente pode comer sem sentir culpa. Não fico deprê. Tento é me aproveitar do espírito natalino das pessoas. Por exemplo, mais gente fica revoltada se um carro em alta velocidade atropela um cachorro em pleno Natal (como aconteceu na minha rua) que em outra época. Eu tento mobilizá-las, com a esperança que, se pararem de atropelar cães no Natal, talvez a lição dure pelos outros 364 dias do ano. Eu sou manipuladora assim, mas, apesar de atéia, não sou má pessoa. Boas festas!

20 comentários:

Dai disse...

Olá Lola. Em tempo: feliz dia de natal. ahaha. eu concordo com suas posições. já digo o porquê: ano passado trabalhei numa pesquisa sobre aborto que incluia ações participativas com mulheres de comunidades periféricas - a maioria delas muito religiosa e agregada a alguma igreja - católica ou evangélica. é impossível falar de aborto sem tocar nas convicções religiosas das mulheres, que muitas vezes são o sustentáculo de suas vidas (nem vou me estender no tema pq dá outro post), mas, com esta experiência aprendi que, independente daquilo em que acreditamos, a fé das pessoas deve ser preservada como um direito particular, que deve ser respeitado, já que vivemos - felizmente, embora não tanto na prática - num estado laico. aprendi que podemos lidar com temas coletivos, que dizem respeito aos direitos, sem incidir no discurso religioso- se queremos discutir políticas, a religião não nos pertence. Claro, a gente problematiza o controle que os grupos religiosos fazem sobre a vida das pessoas e enfatiza o livre arbítrio, mas deixamos quieto o direito que todos e todas tem de expressar uma fé individual - desde que esta não se transforme em instransigência e intolerância com o coletivo.
Eu, na verdade, não sou atéia. Sou espiritualista e acredito em muitas coisas - que não incluem a imagem de Deus com barbas brancas nem a do papai noel. Venho de uma família cristã conservadora (seria redundância?), mas consigo perceber o natal como uma coisa à parte de minhas convicções que tem potencial de reunir as pessoas, deixar o clima familiar mais agradável, proporcionando o ritual saboroso da ceia, sem falar em todo esse apelo emocional de tocar a consciência das pessoas. Não acho que seja ruim e não protestaria contra isso. E também acho anti-democrático protestar contra religião - embora entenda, perfeitamente, e até concorde com as motivações dos ateus diante da direita americana. E vou terminando senão vira post. Um grande abraço de boas festas para vc. Dai

Liris Tribuzzi disse...

Vou me fincar no fato de ser natal, então FELIZ NATAL! E um ótimo 2009, já que u vou ficar off até lá, heheh.

Bom natal mesmo pra quem não acredite/ curte, sei lá. Vou lembrar uma frase que meu vô sempre solta no dia das mães: só porque eu não sou mãe, eu não posso ter um feliz dia?

lola aronovich disse...

D, concordo plenamente. Pra muita, muita gente, religião é algo fundamental em suas vidas. E a gente não deve fingir que não seja algo importante. Acho que, ao falar de aborto com mulheres religiosas, é necessário falar de religião tb. Só acho que dá pra ser relgioso e ainda assim entender a necessidade de um estado verdadeiramente laico, onde o governo não mexe com as religiões, e as religiões não ditam as regras pra toda a sociedade. Obviamente, as religiões devem ditar regras pra sua comunidade. E cabe aos fiéis acatar ou não essas regras. Mas num país, qualquer um que seja, há gente de outras religiões, gente sem religião, e portanto não pode haver interferência. Todo mundo tem direito a uma religião, sem dúvida. Sou contra qualquer perseguição religiosa. Mas acharia perigosíssimo se um cara como o Bento tivesse poder pra mandar e desmandar em todo um país. Ele acabou de falar que salvar os gays é tão importante como salvar as florestas...
Também vejo isso que vc vê: o natal com algo positivo, com potencial pra unir as pessoas. Feliz natal!


Li, vc vai me abandonar de novo?! Que leitora mais infiel! Olha, natal pra mim é dia 24, pela ceia e tal. Dia 25 é sempre o maior relax! E comer o que sobrou da ceia, que geralmente fica mais gostoso ainda... Hmm!

Anônimo disse...

Lolets
Ontem entrei aqui no seu blog so pra te desejar Feliz Natal, fiquei super em duvida e preferi nao deixar nada. A duvida veio pq eu sentia que sua posição era extamente essa que vc escreveu aqui nesse post e, se tem uma coisa que eu acho desagradavel, é justamente o fato de todo mundo achar que TODOS comemoram natal da mesma forma... ja vao chegando desejando feliz natal... luz, paz e aqueles cliches todos que um aquariano como eu acha um bode. De qquer forma, nao tem como nao dizer nda.. ainda mais pra uma pessoa que mesmo tendo descobero tão recentemente já faz parte do meu dia-a-dia... tipo amiga de infância! Tirando a pieguice toda, não temos como não concordar que nessa época existe alguma coisa diferente no ar e que ficamos mesmo com vontade de abraçar todo mundo... entao ai vai meu abraço como forma de agradecer todos os toques e isadas que vc me proporcionou nesses meses que comocei a acompanhar o Escreva Lola Escreva! Você é uma pessoa MUI|TO legal!

Liris Tribuzzi disse...

Lola, pra mim também. Mas o calendário diz que é hoje, né.. hehehe
Vou pra praia, tomar um bronze e tirar essa cor de cursinho.

Renata disse...

Lola, vc é uma figura, definitivamente. Adorei o post.
Penso diferente de vc nesse tema, já fui muito prgmática, mas a vid ame tornou uma pessoa bem mais otimista e vejo o Natal como época de reflexão e reconexão com o que realmente importa na vida. Mas não vem ao caso.
Happy Holydays anyway.
Um grande beijo
Renata

Anônimo disse...

Eu, por ser criado na religião, sempre tive neuras de fazer certas coisas condenadas pela igreja. Deus vai te castigar para mim era uma verdade absoluta e tudo que acontecia de errado comigo foi porque eu fiz qualquer coisa contra a vontade de Deus. Acho que o facto de ter uma entidade que me mostrava o que era certo e errado me cativou. Mas com o tempo eu quis fazer o que era errado, não achava o certo o melhor caminho e não entendia porque eu poderia ser castigado por isso.
AS religiões hoje estão mais estranhas do que nunca, confundem tudo, são ditadoras no modo como as pessoas devem levar suas vidas e competem entre si como empresas.
Não gosto mais da religião, e confesso que ainda vivo confuso sobre muitas coisas. Acredito em Deus, mas duvido de muita coisa que dizem sobre ele. E muita gente religiosa é completamente mesquinha, preconceituosa, e deseja viver como no século passado.

Junior Torres disse...

Bah. Acho que não há novidade nenhuma no que eu vou escrever, mas creio que eles sejam peritos em criar inimigos para enfrentarem. De alhos para bugalhos, ou nem tanto, você assistiu "A Vila"? Não é igualzinho?

Junior Torres disse...

Ah... Esqueci de comentar... Pûs um link para cá no meu blog, ok?

Raiza disse...

Não acho que a religião beneficie ninguém.A fé beneficia,a religião não,é diferente.Bom,já que estou aqui vou contar a minha história com as religiões:me batizaram na igreja católica,mas nem meu pai e nem minha mãe são religiosos,acreditam em Deus mas nunca me forçaram a acreditar,minha mãe inclusive foi atéia durante um bom tempo,mas depois ela disse que encontrou motivos pra crer.Eu nunca me liguei muito nesses assuntos,dizia que era católica porque todo mundo também era.Estudei em colégio de freiras inclusive,mas só porque o ensino era bom,mas não agüentei ficar lá,minha mãe diz que certa vez eu disse pra ela que lá a a gente não podia nem sorrir,aí ela me tirou de lá.Quando eu entrei no ginásio (sei lá qual é o nome agora),eu sofri bastante com o bullyng,então eu passei a rezar,pedia pra Deus castigar quem estava me mal tratando,aí eu comecei a pensar:se Deus pode castigar a eles porque não pode me castigar também?aí começou a paranóia,eu censurava até o que eu pensava,aí eu comecei a pensar:Cara,não pode ser assim,que Deus é esse que só fica investigando e punindo? (que é a imagem do Deus católico,convenhamos).Então eu resolvi procurar outra religião,como estava naquela onda anti-árabe e eu sou do contra,resolvi pesquisar sobre o islamismo,li o Alcorão e vi que tinha umas coisas legais,mas a parte que tocava as mulheres me incomodava,tipo se um homem e uma mulher forem pegos cometendo luxúria,se o homem disse que está arrependido não acontece nada com ele,já a mulher fica trancada num quarto até morrer.E além disso ainda tinha aquela coisa da punição divina,ou você obedece a Deus ou você vai pro inferno.Aí eu me cansei,acho que as pessoas tem que fazer as coisas porque acham certo,não esperando alguma recompensa ou com medo do castigo.Aí larguei o alcorão.Durante um tempo eu fiquei atéia (tentando me convencer que Deus não existia,pra falar a verdade),até que um amigo crente (mas não daqueles chatos) me disse uma coisa que eu nunca esqueci "Deus não é nosso empregado" (porque a gente fica esperando ele resolver nossos problemas).Depois disso eu encontrei a Wicca,conhecida como a religião da Deusa,e gostei bastante,o mandamento principal é "faça o que quiser se não prejudicar ninguém",e gostei bastante,não tem aquela coisa de punição,e valoriza o homem e a mulher igualmente,a religião tem um Deus e uma Deusa,aí eu comecei a pesquisar mais,e aí começou:pra se converter você tem que ir no centro tal,comprar o livro tal.Aí eu fiquei de saco cheio,eu vi que o problema não era uma religião específica e sim as religiões em si,porque todas manipulam,umas são menos piores do que outras,mas todas querem dominar.Então eu desisti,eu ainda acredito em Deus,ou melhor na Deusa,mas não nas religiões.mesmo assim eu não sou muito religiosa,eu acredito porque pra mim é meio óbvio que exista algo superior que tenha criado tudo,as coisas simplesmente não podem ter surgido do nada,mas eu não esquento a cabeça não,parei de perguntar "de onde viemos,pra onde vamos" eu simplesmente vivo a minha vida,com os meus erros e acertos,defeitos e qualidades,e sei que ela está olhando por mim,e pelos outros também,inclusive os que não acreditam n'Ela.
Obs:no geral eu prefiro os ateus,são mais inteligentes e legais,os que acreditam em Deus no geral são chatos.
Obs:Eu não tento converter ninguém,acho isso uma tremenda falta de respeito.
Obs 3:Eu acredito em Jesus,mas não acredito que ele tenha sido filho de Deus,acho que ele foi um bom homem que tentou melhorar a vida das pessoas.E só.
Obs 4:Eu comemoro o Natal só porque o pessoal aqui gosta,mas pra mim não faz diferença (a não ser pelos presentes XD).

Leila disse...

Feliz Natal Lola
De uma Atéia que tem plena consciencia q natal eh soh mais uma data capitalista, mas que adora ganhar presentes e comemorar absolutamente NADA com a família!
Só pelo prazer de ter qm eu amo pertinho de mim.
E eu tenho que fazer um agradecimento especial a vc. Que graças ao seu blog me deu forças o bastante de contar sobre a minha mais terrivel historia de horror a meu namorado.
Brigado mesmo Lola, vc nao sabe o qnto isso foi importante pra mim.
Beijos

Anônimo disse...

Lola, meu sonho é pedir pizza no natal. Aqui em casa tanto eu quanto o namorado somos ateus, mas ainda tenho um avozinha que não consegue conceber a vida sem chester rs rs. Ela fica enlouquecida para rechea-lo com a farofa mais gostosa do mundo. Ah, se todos os loucos fossem assim...

Ju Haghverdian disse...

Desculpa + nao pude deixar de ler o comentario da D. hehehe otimo!!!
Parei por aqui sem querer enquanto lia um blog que citava o Para Francisco e vi um link p/ o seu e ca estou.
Li que estas terminando o Doutorado em Literatura Inglesa, parabens!!!!
Ainda chego la, a passos lentos.

Happy Holidays!

lola aronovich disse...

Pabs, imagina, eu não iria me ofender nem um pouco por alguém me desejar feliz natal. E acho que desejar luz e paz é uma coisa boa em qualquer época do ano. Obrigada por todo o carinho, Pabs. Um abraço forte pra vc também!


Li, há, “cor de cursinho” é boa! Eu devo estar com “cor de tese” então... que não vou tirar tão cedo.

lola aronovich disse...

Renata, época de reflexão pra mim é mais o ano novo, que é muito próximo do natal. Geralmente é aí que eu comeco a pensar “foi um bom ano?” e “o que esperar do próximo?”. São perguntas até um tanto estúpidas, porque TODOS os anos são bons. Obrigada pelo elogio e happy holidays pra vc tb!


Cavaca, acho que “ditadoras” as religiões sempre foram. Sempre tiveram um conjunto de regras. Cada religião tem os seus “dez mandamentos”, né? E acho que as pessoas mais fiéis a cada religião tentam seguir o que a religião manda. Mas tb acho que boa parte dos fiéis é pragmática, e não segue tudo de olhos fechados. O catolicismo no Brasil é um bom exemplo. A gente vê pouquíssima gente levando o Vaticano a sério. Acho que boa parte das religiões compete entre si, sim, já que as respostas variam, e todas procuram validar as suas. Eu já concordei com Marx sobre a religião ser o ópio do povo. Mas hoje o povo tem outros ópios muito mais eficazes, como a televisão. Não sei, eu gostaria de ver as pessoas pensarem mais, questionando seus preconceitos, mas pra muita gente vale aquele ditado: “ignorance is bliss” (a ignorância é um benção). Então, pensar e duvidar pra quê? As religiões servem esse propósito, e também confortam.

lola aronovich disse...

Princesa, não, eu acho que a religião pode beneficiar muita gente. Ela oferece respostas a todas as dúvidas, e isso é muito bom. Tem muita gente que busca respostas. Vc mesma, que peregrinou por tantas religiões, estava procurando respostas, respostas que trazem conforto as nossas vidas. Muito interessante o seu relato. Acho que todo mundo tem uma imagem de Deus, e imagino que nem sempre ela seja aquela do velho patriarca com barba branca, que é tão difundida pelo... patriarcado (por que será, né?). Mas até oferecer uma imagem pré-fabricada de um Deus que ninguém pode ver já faz parte do pacote que oferece todas as respostas. Esse mandamento principal da Wicca - faça o que quiser se não prejudicar ninguém - me parece muito bom. É o que eu tento fazer, mesmo sem ter religião. Mas imagino que todas as religiões tenham regras, e essas regras precisem ser passadas através de livros e manuais. Criar um sentido de comunidade é muito importante pras pessoas (aqui neste blog inclusive), e as religiões dependem muito disso. Comunidades se criam através de regras e rituais. Normal, não vejo nada de errado nisso. Ao mesmo tempo, acho que a minha falta de vontade em adotar uma religião se deve também ao meu desdém por rituais. Rituais exigem etiquetas, e não gosto disso. Abração!

lola aronovich disse...

Ah, sem dúvida, Junior. Como todas as comunidades, as religiosas se beneficiam e se unem mais quando há ataques externos. Obrigada pelo link!


Leila, feliz natal! É, eu certamente não colaboro com o capitalismo, nem no natal nem em outras épocas. A não ser que a gente contar a comida... Aí, eu colaboro muito! Que bom ouvir que o meu bloguinho te deu forças pra contar a sua história de horror pro seu namorado. E que o seu namorado ouviu e te deu apoio. Isso é ótimo mesmo. Ouvir isso já é um presente de natal enorme pra mim. Obrigada!

lola aronovich disse...

Mary V, pedir pizza no natal pra quem? Imagino que as pizzarias fechem, será que não? Bom, embora eu não goste muito de chester (peito de ave já é a parte mais insossa de qualquer ave, e o chester se vangloria de ser um peito maior? Qual é a graça?), eu gosto da comilança associada à ceia de natal. E é legal ter uma comida diferente. Ah, a gente gosta de comprar tender e presunto depois do ano novo, quando os supermercados fazem promoções do estoque que não conseguiram vender.


Ju, que bom que vc chegou aqui. Ah, ainda falta meio ano e alguns capítulos e reescrever outros capítulos pra terminar o doutorado. Mas tá perto. Em junho ou julho eu serei uma pessoa mais aliviada, sem dúvida. Ah, vi que vc mora na Califórnia! Minha irmã tb. E aí, vai fazer um mestrado/doutorado em Literatura aí? Claro que vc chega lá!

Anônimo disse...

Oi, Lolinha!

Atrasado, mas Feliz Natal, ótima passagem de ano, feliz ano novo, tudo de bom.
Apesar de ter fé (mas uma religião especifica, mas fé eu tenho muita), no Natl penso mais na chance de ficar perto das pessoas queridas, na confraternização, não penso muito no sentido religioso da data, embora aproveite pra fazer um retrospecto e claro, traçar novos planos!
Boa sorte pra todos nós!
beijos

lola aronovich disse...

Cris, concordo contigo. Acho o natal uma ótima oportunidade de confraternização. Mas retrospectiva do ano eu costumo fazer no reveillon!