sexta-feira, 19 de setembro de 2008

CRI-CRÍTICA DE TRAILER: O DIA EM QUE A TERRA PAROU


Eu vi o clássico de 1951 há pouco tempo, pela primeira vez na vida (falo sobre ele aqui), e tenho certeza que, se o título da refilmagem não fosse igual, eu nem reconheceria que se trata da mesma história. Não tem absolutamente nada a ver. A julgar pelo original, o personagem (no remake feito pelo Keanu Reeves) é um extraterrestre que vem à Terra pra basicamente dizer: “Podem parar essa bagunça aí! Já! Senão vamos explodir esse planetinha arruaceiro”. Ele até fala de uma forma educada, mas a mensagem é exatamente essa. Neste trailer, que deve ser mais um teaser, o Keanu parece um cara estranho com poucos músculos no pescoço, e mais ênfase é dado a Jennifer Connelly (Mente Brilhante), que faz uma cientista ou uma jornalista, não saquei bem. No fundo, o trailer se baseia mais num interrogatório à la Blade Runner, e o sujeito que faz as perguntas consegue ser ainda mais esquisito que o Keanu. E dá a entender que a Kathy Bates é presidente dos EUA?! Como diria a patricinha, “as if!”. Tá, só na ficção os EUA elegeriam uma mulher gorda e de meia idade (Sarah Palin não é nem uma coisa nem outra, e só será presidente se o McCain for eleito e bater os coturnos, o que são duas probabilidades fortes).

Interessante como o interrogador pergunta: “Você está ciente de um ataque iminente?...” Isso é interrompido por uma grande pausa, em que a imagem corta pra um prédio no mesmo ângulo que vimos um dos aviões entrar nas Torres Gêmeas em 11 de Setembro. Aí a fala continua: “...ao planeta Terra?”. O planeta se resume às Torres Gêmeas e, óbvio, aos States. E no final vemos mais uma imagem do que parece ser o skyline de Nova York. A fala final do Keanu pro interrogador, “Você deve me deixar ir”, também é instigante. Ele diz isso porque pretende salvar o mundo, ou porque veio aqui pra destrui-lo? Conhecendo o Keanu, deve ser a primeira opção.

Aí, bem no finalzinho mesmo, ele diz pra Jennifer e pra um menininho (o filho do Will Smith, o garoto de À Procura da Felicidade), estrategicamente colocado lá pra cumprir a cota racial do filme: “Se a Terra morrer, você(s) morre(m)”. Quando eu vi o trailer no cinema, ainda em Detroit, pensei: “Bidu! É um gênio, esse Keanu!”. Óbvio, não? Só os americanos acham que não precisamos desta carcaça velha que é a Terra, e que dá pra viver no espaço, como em Wall-E. Pro resto do planeta, a gente sabe, sim, que depende daqui. Mas aí o Keanu completa: “Se você morrer, a Terra sobrevive”. E eu pensei, automaticamente: no contest! Por mais que eu tenha adorado a Jennifer em Réquiem para um Sonho, filha, se eu tiver que optar entre você e o planeta, hmm, deixa eu ver... Vamos decidir no unidunitê? Não, né? Tchau, linda. Você já era. Aliás, se eu tivesse que optar entre a pessoa que mais amo no mundo, que é o maridão, e a Terra, onde que eu assino pra despachar o corpo?

Vou dar nota 3 (em 5) pro trailer. Não por ele ser muito bom – porque não é, parece bem banal até -, mas porque adoro histórias apocalípticas.

13 comentários:

lola aronovich disse...

AHHHHH! Desisto. O primeiro parágrafo vai ficar com as letras gigantes mesmo. Tentei mudar cinco vezes, mas o blogger continua com as frescuras de sempre pra todo post que publico. Ele não aceita a publicação, daí tenho que deletar vários "metas", "styles" e quetais. Com este post já foram cinco vezes. Numa deles desconfigurou o blog inteiro. Eu não entendo! Durante 8 ou 9 meses, eu publiquei os posts sempre da mesma forma: escrevia-os no Word, depois colava no blogger e incluía as fotos. Sempre dava problema de mudar a fonte e o tamanho da letra, mas dava pra consertar. Agora, faz duas semanas, sempre acontece isso do "html não aceitar" ou coisa assim. Tá dando problemas nos blogs de vcs também, ou é pessoal?

Masegui disse...

Lolinha,

Se vc escreve no WORD o problema deve estar aí, ele (o WORD) é cheio de formatações malucas. Uma possibilidade é vc estar usando o texto "justificado": ele alinha o bloco de texto à direita, pra ficar tudo do mesmo tamanho, então tem que mexer no tamanho do letra e no espaçamento. Pode ser isto, pitaco de leigo!

ps.: "onde que eu assino pra despachar o corpo?" é ótimo! (desculpe aí, companheiro maridão)

Masegui disse...

Ah, esqueci o principal: experimente usar texto puro (ascii). O bloco de notas é o mais simples.

Anônimo disse...

Eu ri muito com essa critica, acho que é uma das melhores que eu já li! Eu não vi o original mas fiquei interessado por este, pura e simplesmente pela jennifer, acho que ela é da mesma escola que a Meg Ryan nos tempos áureos, aquela tipa que age como "não ligo para essa coisa de fama", embora faça diferentes géneros de filmes não acho justo você coloca-la nessa situação de ou você ou o planeta. Tadinha lola!! Aposto que ela quer salvar o planeta tanto quanto a gente, e aposto também que se ela tivesse que escolher entre mim e esse nosso planetinha adorável, com muita relutância ela escolheria o planeta....eu acho. Mas não seria uma coisa que me deixaria chateado.

Anônimo disse...

Lolinha,
você já tentou escrever em wordpad ou notes e aí fazer um copy+paste?

Eu daria nota 4 para o trailer. Primeiro porque adoro o Keanu. *suspiros, suspiros* e também adoro os filmes apocalípticos.

Engraçado você dizer que o mundo se resume aos EUA, porque acho que na visão deles, é assim mesmo. A começar por se denominar CONTINENTE. Umbigo total, meu Deus!

Beijocas e ótimo weekend,
Chris

Ju Ribeiro disse...

"m menininho (o filho do Will Smith, o garoto de À Procura da Felicidade) estrategicamente colocado lá pra cumprir a cota racial do filme"

ô maldade!

lola, sabe que eu sou apaixonada (não que eu seja lésbica) pela jennifer connely? o primeiro filme em que eu a vi foi "o labirinto", filme tão velho que ela tinha carinha redondinha de adolescente. linda demais! daí fiquei um tempão sem vê-la num filme, até ver "uma mente brilhante". cara, a mulher SÓ fica bonita. impressionante!

lola aronovich disse...

Pois é, Mario Sergio, mas o problema é que sempre escrevi com o Word. Desde que comecei o blog, em janeiro, tenho feito exatamente o mesmo. E só começou a dar problemas mais sérios há duas semanas. Vou tentar escrever no Word pad, mas é uma droga. Por exemplo, no texto eu tinha colocado algumas palavras em itálico, mas, colocando o texto no blogger, tive que italizar tudo de novo. Saco! Mas obrigada pelos palpites.
Ai, melhor não falar do seu companheiro maridão neste momento em que ele acaba de ser roubado no FGTS que devia receber da escola... E, claro, ele não tem nada anotado. Nem sabia quanto era pra receber etc.


Que bom que vc gostou da crítica, Cavaca. Vc acha que a Jennifer é parecida com a Meg nisso de não ligar pra fama? Hmmm... Acho que a Meg sempre foi muito séria quanto a ser famosa. E a Jennifer, bom, talvez no começo da carreira, Labirinto e tal, era diferente. Mas desde meados da década de 90 a coisa mudou, e ela passou a fazer filmes mais comerciais.
Mas é uma egoísta essa Jennifer! Vc acha mesmo que, entre vc e o planeta, ela escolheria o planeta?!

lola aronovich disse...

Chris, acho que me expressei mal. De jeito nenhum que eu acho que o mundo se resume aos EUA. Eu quis dizer que é isso que eles acham.
Vc achou que o Keanu tá bonitinho nesse trailer? Pra mim, pelo menos aqui, ele não é motivo pra suspiros.


Ju R, é, a Jennifer sempre foi linda. Mas acho que ela era mais bonita antes de se tornar um palito. Eu lembro que, quando ela fez Mullholand Falls, em 96, ela chamou a atenção por não ser tão, tão magra. Olha como ela tá agora: aqui.
Ah, sempre que revejo Era uma Vez na América, me surpreendo ao vê-la numa pontinha, tão jovem.

Anônimo disse...

da jennifer conelly eu gosto do marido.
:o)

lola aronovich disse...

É mesmo, Batata! Eu vi que ela é casada com o Paul Bettany (Dogville)! Que legal, eu nem sabia. Ele é muito interessante, sim.

Luciano disse...

Ja perceberam que a Kathy Bates não consegue papeis merecidos? Povo, ela marcou uma década como a Annie Wilkes em Louca Obsessão. Depois veio Tomates Verdes Fritos, que ela também está ótima. E ai... o que mais? Mais nada que preste. Nenhum papel ao nível dela.

lola aronovich disse...

Não é bem assim, Luciano. Ela tem bons papéis em Dolores Claiborne (aquele Eclipse Total, é isso?), em Primary Colors (aquele com o John Travolta imitando o Clinton), e mesmo em As Confissões de Schmidt, onde ela aparece nua. E tem boas pontas em A Sete Palmos. Mas não tem jeito, se já é difícil pra uma atriz da idade dela conseguir papéis, com seu tipo físico deve ficar ainda pior. Ela é uma batalhadora, sem dúvida. Mas Annie Wilkes é o papel de uma vida.

Anônimo disse...

Ah, Lola, você tem razão. Ainda não vi As Confissões de Schmidt e nem Eclipse Total, mas dizem que ela está ótima. É que eu morro de raiva ao ver ela em Titanic ou em O Mistério da Libélula. Pra mim sua Annie Wilkes foi a interpretação do século. Ok, poço até estar exagerando, mas não me canso de assistir, imitar suas falas e suas feições na frente do espelho. Perfeita, perfeita. Você gosta de Tomates Verdes Fritos?